Lula recebeu título de Doutor Honoris Causa e disse que fome é resultado de “falta de vergonha na cara de quem governa o mundo”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (24) o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Pedagógica de Maputo, em Moçambique. A instituição afirmou que a honraria reconhece as contribuições do presidente brasileiro nas áreas de ciência política, desenvolvimento econômico e cooperação internacional. Em um discurso carregado de emoção, Lula destacou a centralidade da educação em seu projeto político e criticou a desigualdade global que mantém 700 milhões de pessoas em situação de fome.
“O mundo produz alimento suficiente para dois tantos de gente que tem no mundo comer. Qual é a explicação de ter 700 milhões no mundo passando fome, senão a falta de vergonha na cara de quem governa o mundo?”, afirmou, provocando aplausos da plateia. Segundo ele, a fome não é consequência da escassez de alimentos, mas de decisões políticas que perpetuam injustiças e desigualdades.

Emoção e simbolismo no retorno a Maputo
Lula iniciou o discurso dizendo-se surpreendido pelo próprio impacto emocional da homenagem. “Eu sempre achei que aos 80 anos […] eu jamais imaginei que poderia ficar emocionado outra vez. […] Eu já tenho muitos títulos de doutor honoris causa, mas nenhum me emocionou como esse”, declarou. Ele afirmou sentir-se “igual” aos moçambicanos presentes na cerimônia e descreveu o país africano como “um reencontro com a história e o afeto”.
O presidente ressaltou que Brasil e Moçambique compartilham laços que vão além da língua, construídos pela história da resistência, da cultura e da busca por liberdade. “Cada vez que volto à África, não me sinto visitante, me sinto voltando para casa”, disse.
Educação como obsessão de Lula
A defesa da educação ocupou grande parte da fala. Lula associou seu compromisso pessoal com o tema à própria experiência de não ter tido acesso ao ensino formal. “A educação pra mim sempre foi uma obsessão […] porque eu não tive a oportunidade de estudar”, declarou. Ao lembrar que proibiu seus ministros de tratarem educação como gasto ao assumir a Presidência em 2003, reforçou: “Educação é investimento, e é o melhor investimento que o governo faz”.
O presidente destacou números acumulados entre seus mandatos e o de Dilma Rousseff: 610 institutos técnicos criados, 190 extensões universitárias e 18 novas universidades federais. Ele mencionou ainda projetos recentes, como a futura universidade indígena e a universidade do esporte, além do programa “Pé de Meia”, que incentiva a permanência de estudantes de baixa renda no ensino médio por meio de transferências condicionadas.
Lula também citou iniciativas de integração acadêmica com países africanos, como o PEC-G, que completa 60 anos, e a criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), em 2010. Para ele, educação e democracia são inseparáveis: “Não há democracia verdadeira onde o povo não tem acesso ao conhecimento”.
*TVTNews
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