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“Brasil e China constroem uma comunidade com futuro compartilhado”, diz embaixador chinês Zhu Qingqiao

“A humanidade encontra-se em uma nova encruzilhada”, disse ele, no evento Brasil-China: 50 anos de amizade.

Em um evento especial realizado pelo Brasil 247, pela TV 247 e pela Vallya para comemorar os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, o embaixador chinês Zhu Qingqiao fez um discurso enfático sobre a importância da parceria entre os dois países e os desafios e oportunidades que o futuro reserva. O embaixador Zhu Qingqiao abriu seu discurso agradecendo às autoridades brasileiras presentes e elogiou o papel do Brasil 247 na organização do seminário. Ele destacou que o Brasil 247 tem sido um veículo de notícias essencial para apresentar uma imagem verdadeira e objetiva da China ao público brasileiro e salientou que o evento foca em temas cruciais como o desenvolvimento verde e a cooperação econômica e comercial, refletindo a importância da relação bilateral. “Nos últimos anos, a cooperação em áreas emergentes como veículos elétricos, transporte moderno, tecnologia da informação e comércio eletrônico tem se desenvolvido rapidamente”, disse ele.

O embaixador relembrou a trajetória histórica das relações entre China e Brasil desde o estabelecimento de laços diplomáticos em 15 de agosto de 1974. Ele ressaltou que, ao longo de cinco décadas, os dois países construíram uma relação baseada no respeito mútuo e na cooperação vantajosa para ambos. O embaixador mencionou a visita do Presidente Lula à China no ano anterior e os resultados frutíferos da sétima sessão da COSBAN, co-presidida pelo Vice-Presidente Han Zheng e pelo Vice-Presidente Geraldo Alckmin.

Segundo Zhu Qingqiao, a China é, há 15 anos consecutivos, o maior parceiro comercial do Brasil e uma importante fonte de investimentos. O embaixador destacou projetos conjuntos de longa data, como o programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, e mencionou a rápida evolução da cooperação em áreas emergentes, como veículos elétricos e tecnologia da informação. O embaixador Zhu também sublinhou a importância da colaboração em questões ambientais e climáticas, evidenciada pela criação de um Subcomitê de Meio Ambiente e Mudança Climática.

Diante dos desafios globais atuais, como a recuperação econômica lenta e a instabilidade geopolítica, Zhu afirmou que a humanidade está em uma nova encruzilhada, onde oportunidades e desafios coexistem. Ele defendeu que o desenvolvimento deve ser a chave para resolver os problemas da humanidade e destacou os esforços da China em promover a modernização econômica e abrir novas oportunidades de desenvolvimento para outros países, incluindo o Brasil.

O embaixador expressou a disposição da China em fortalecer a cooperação com o Brasil, promovendo a integração nas cadeias de produção e fornecimento, e explorando novas áreas de cooperação, como a economia digital e a agricultura de baixo carbono. Ele também incentivou a expansão da cooperação financeira e o aumento da liquidação em moeda local. “Ambos os lados devem seguir a orientação do planejamento estratégico dos presidentes dos dois países para injetar mais conteúdo do nosso tempo na Parceria Estratégica Global China-Brasil e promover conjuntamente a construção de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade. Devemos promover a sofisticação da cooperação econômica e comercial pragmática entre os dois países. Ao mesmo tempo em que fortalecemos a cooperação nas áreas tradicionais de comércio, energia, mineração, agricultura e infraestrutura, devemos otimizar a estrutura comercial e promover a integração do comércio e dos investimentos nas cadeias de produção e fornecimento. Precisamos criar mais pontos de crescimento em cooperação nas áreas de economia digital, agricultura de baixo carbono e agricultura inteligente, biotecnologia, inteligência artificial, aeroespacial, saúde e medicina”, afirmou.

Zhu concluiu seu discurso com uma mensagem de otimismo, afirmando que a China está comprometida em unir esforços com o Brasil para construir uma comunidade com um futuro compartilhado, trazendo benefícios para os povos de ambos os países e contribuindo para a estabilidade global. Ele expressou esperança de que o próximo capítulo das relações sino-brasileiras seja ainda mais promissor, marcando os próximos 50 anos com uma parceria ainda mais forte e frutífera. Assista:

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Eleições na Venezuela dão vitória a Maduro, mas atas podem ser publicadas em 30 dias

Apesar de obrigatórias, na Venezuela, um candidato pode ser proclamado presidente e 30 dias depois publicadas as atas de votação.

O sistema eleitoral da Venezuela proclamou, novamente, a vitória de Nicolás Maduro reeleito presidente do país. Esperava-se que o anúncio desta sexta-feira (02) ocorresse com a apresentação das “Atas de Escrutínio”, como são chamados os registros das mesas usados para a totalização de votos, o que não ocorreu.

Apesar de obrigatória a apresentação destes dados, na Venezuela, um candidato pode ser proclamado presidente e, em um prazo de 30 dias depois, são publicadas as íntegras dos dados de votação. O GGN recorreu à Legislação da Venezuela para explicar, abaixo, como o processo eleitoral é validado no país:

A Lei Orgânica do Processo Eleitoral da Venezuela [confira a íntegra ao final] diz que os organismos eleitorais devem apresentar no documento de totalização de votos todos os dados registrados nas Atas de Escrutínio, “ata por ata, tal como foram incluídos na totalização, apresentados na forma de uma tabela”.

Somente com estes documentos é que o Conselho Nacional Eleitoral poderá proclamar os candidatos eleitos. A proclamação da reeleição de Nicolás Maduro foi feita na segunda-feira (29) e repetida em novo boletim nesta sexta-feira (02).

No anúncio, o Conselho Nacional Eleitoral informou que Nicolás Maduro foi reeleito com 51,95% dos votos (6.408.844) contra 43,18% do candidato da oposição, Edmundo González (5.326.104), o que significa uma diferença de mais de 1 milhão de votos para o atual presidente.

A diferença entre os dois boletins é que no dia seguinte às eleições, o órgão eleitoral informou ter feito o escrutínio de 80% das mesas eleitorais e, nesta sexta, 96,87% de todas as seções teriam sido escrutinadas pelas Juntas Eleitorais do país. No resultado do início da semana, Maduro tinha obtido 51,2% dos votos e González 44,2%. Em ambos os anúncios, os registros usados para essa totalização não foram apresentados.

A Legislação eleitoral venezuelana prevê que a totalização dos votos é feita de maneira automatizada, mas o sistema processa todas as chamadas “Atas de Escrutínio”. Essa contagem é feita por uma comissão de totalização do CNE, responsável pela organização, supervisão e controle do processo de totalização.

Conforme explicado, para fazer essa totalização, o CNE deve, obrigatoriamente, ter tido acesso às atas apresentadas pelas Juntas Eleitorais, com os dados de todas as seções, mesa a mesa.

No artigo 116 do Capítulo I, “Ato de Totalização”, do Título X da Lei Orgânica de Processos Eleitorais, estabelece que a Junta Nacional Eleitoral e as Juntas Eleitorais “têm a obrigação de realizar o processo de totalização no lapso de quarenta e oito (48) horas” e que “a totalização deverá incluir os resultados de todas as Atas de Escrutínio da circunscrição respectiva”.

*GGN

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Conselho Eleitoral da Venezuela atualiza contagem de votos e ratifica vitória de Maduro

Presidente foi reeleito com 51,95% dos votos, contra 43,18% de Edmundo González.

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela atualizou nesta sexta-feira (2) a contagem dos votos da eleição presidencial do último domingo (28). O presidente Nicolás Maduro foi reeleito com 51,95% — Edmundo González teve 43,18%.

Segundo o CNE, foram apuradas 96,87% das urnas. Houve participação de 59,97% dos eleitores. O Conselho, no entanto, não apresentou as atas da eleição.

Conselho: resultado
Urnas

Votantes: 12.386.669
Participação: 59,97%
Votos válidos: 12.335.884
Votos nulos: 50.785 (0,41%)
Candidatos

  • Nicolás Maduro: 6.408.844 — 51,95%
  • Edmundo González: 5.326.104 — 43,18%
  • Luis Eduardo Martínez: 153.360 — 1,24%
  • Antonio Ecarri: 116.421 — 0,94%

Prisão
Nesta sexta-feira (2), o presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou ter prendido mais de 1.200 pessoas durante os protestos que ocorreram após a eleição do último domingo (28).

Em postagem na rede social X, Maduro também prometeu levar para a prisão outros mil manifestantes.

“Todos os criminosos fascistas vão para Tocorón e Tocuyito, para prisões de segurança máxima, para que paguem pelos seus crimes perante o povo”, escreveu Maduro no X.

Estados Unidos
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira (1º) que Edmundo González, adversário de Nicolás Maduro, obteve o maior número de votos na eleição presidencial da Venezuela. O comunicado do governo norte-americano reforça a posição da oposição na Venezuela de não reconhecer o resultado das eleições presidenciais venezuelanas.

O documento de Blinken cumprimenta González pelo “sucesso da campanha” e diz que “é hora de as partes venezuelanas iniciarem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano”.

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Maduro pede que EUA ‘tirem o nariz’ da Venezuela e chama opositor de ‘Guaidó 2′

Declaração foi dada após chefe da diplomacia americana ter reconhecido vitória de Edmundo González.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, mandou os Estados Unidos “tirarem o nariz” da Venezuela, depois de o chefe da diplomacia em Washington, Antony Blinken, reconhecer vitória da oposição nas eleições presidencias do último domingo, 28.

“Os Estados Unidos saem para dizer que a Venezuela tem outro presidente. Os Estados Unidos devem tirar o nariz da Venezuela, porque o povo soberano é quem governa na Venezuela, quem nomeia, quem escolhe”, disse Maduro, que foi proclamado reeleito pela autoridade eleitoral, de viés governista, em meio à denúncias de fraude da oposição.

Mais cedo na quinta-feira, 1º, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que o candidato opositor venezuelano, Edmundo González Urrutia venceu as contestadas eleições presidenciais.

“Dada a esmagadora evidência, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela em 28 de julho”, disse Blinken em um comunicado.

Blinken não disse que os Estados Unidos estavam reconhecendo González como presidente da Venezuela.

“Parabenizamos Edmundo González Urrutia por sua campanha bem-sucedida”, disse Blinken. “Agora é o momento para os partidos venezuelanos começarem as discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano.”

Em uma entrevista coletiva com jornalistas internacionais após o comunicado de Blinken, Maduro acusou os Estados Unidos e a imprensa estrangeira de incitar uma “guerra civil” na Venezuela. Ele descreveu González como um “Juan Guaidó Parte 2″, em referência ao ex-líder da oposição que se declarou presidente interino da Venezuela e foi reconhecido como tal pelos Estados Unidos e uma série de outros países, mas, no final das contas, não conseguiu destituir Maduro.

O anúncio dos EUA ocorreu após apelos de vários governos, incluindo aliados próximos de Maduro, para que o Conselho Eleitoral Nacional da Venezuela divulgasse contagens detalhadas de votos, como fez em eleições anteriores. Também nesta quinta-feira, Brasil, Colômbia e México emitiram uma declaração conjunta pedindo às autoridades eleitorais da Venezuela que “avancem rapidamente e divulguem publicamente” dados detalhados da votação.

Maduro foi anunciado como o vencedor da eleição de domingo pelo Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo governo chavista, com 51% dos votos contra 44% de González. A oposição, enquanto isso, diz que os próprios registros do governo, assim como pesquisas de boca de urna independentes, indicam que González ganhou o dobro de votos.

Pouco antes da declaração de Blinken, Maduro escreveu em um post no X que “sempre dialogou, se o governo dos EUA estiver disposto a respeitar a soberania e parar de ameaçar a Venezuela, podemos retomar o diálogo”.

*Com Agências internacionais

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Carro de repórter da Al Jazeera e fotógrafo assassinados por Israel tinha identificação da imprensa

Israel disparou míssil contra carro mesmo marcado com os sinais “TV” e “PRESS”; sobe para 157 o número de jornalistas assassinados pelo Estado sionista desde 7/10.

O falecido Gershon Knispel escreveu: “Na guerra, a primeira a ser assassinada é a verdade”… Assim, o Estado ocupante, Israel, assassinou 157 jornalistas e trabalhadores da mídia desde o início da guerra de genocídio na Faixa de Gaza, em 7 de outubro passado. As vítimas mais recentes foram os colegas jornalistas Ismail Al-Ghoul, correspondente da Al Jazeera, e o fotógrafo Ramy Al-Rifi, que trabalhava para a Agência Nacional de Informação.

Eles foram atingidos por um míssil disparado contra o carro marcado com os sinais “TV” e “PRESS”, no qual estavam após uma cobertura de mídia perto da casa do chefe do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, com o objetivo de matá-los e silenciá-los, apesar de estarem vestindo coletes e capacetes de imprensa. Esse ato é um covarde assassinato premeditado, somando-se ao registro de crimes de guerra de genocídio.

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Aqui em Gaza, que vive 300 dias de guerra de genocídio contínua contra o povo palestino, especialmente contra a comunidade jornalística, participei de um encontro com os colegas Ismail Al-Ghoul e Ramy Al-Rifi, além de outros jornalistas, para ouvir sobre os desafios e perigos que enfrentam ao desempenhar suas funções profissionais na cobertura e documentação dos crimes de genocídio e na transmissão da mensagem sobre o que está acontecendo na Faixa de Gaza. Que suas almas descansem em paz e se juntem aos mártires da imprensa que os precederam.

O Estado ocupante erra se pensa que assassinar jornalistas e suas famílias vai intimidá-los e interromper sua jornada de cobertura dos crimes de guerra de genocídio na Faixa de Gaza e sua divulgação para o mundo. Os jornalistas estão determinados a continuar a cobertura e a expor os crimes de guerra cometidos pelo Estado ocupante contra o povo palestino, que já resultaram em mais de 50 mil mortos e desaparecidos, mais de 90 mil feridos e milhares de detidos.

Está claro que o Estado ocupante não se contenta em matar civis, destruir casas sobre seus ocupantes e devastar a infraestrutura. Eles também visam matar a verdade, esconder suas implicações e intimidar as testemunhas desses crimes, matando cerca de 157 jornalistas e trabalhadores da mídia, assassinando dezenas de seus familiares, destruindo cerca de 100 escritórios de instituições de mídia, e prendendo mais de 100 jornalistas, a maioria ainda detida nas prisões do Estado ocupante. Quatro colegas jornalistas estão desaparecidos sem que se saiba seu destino até hoje, de acordo com relatórios de direitos humanos do Sindicato dos Jornalistas Palestinos.

*Diálogos do Sul

 

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Líder supremo do Irã ordena ataque direto a Israel, afirma “The New York Times”

Khamenei prometeu “punição severa”, após atentado em Teerã que matou chefe do Hamas.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ordenou um ataque direto a Israel em retaliação ao assassinato de Ismail Haniyeh, chefe do grupo terrorista Hamas, durante um bombardeio em Teerã. A informação foi divulgada pelo jornal “The New York Times”. A ordem foi dada após uma reunião de emergência do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã. Khamenei prometeu “punição severa” e criticou a ação como uma violação à integridade territorial iraniana.

O assassinato de Haniyeh, que ocorreu enquanto ele visitava Teerã para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, provocou reações intensas. O Hamas confirmou a morte de seu líder, e o governo iraniano anunciou um funeral para quinta-feira (1º), seguido do enterro em Doha, no Catar.

Israel, por sua vez, não assumiu a responsabilidade pelo ataque. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu mencionou apenas “golpes esmagadores” contra aliados do Irã, sem especificar o caso de Haniyeh. Netanyahu afirmou que Israel responderá a qualquer agressão, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, destacou que o país está preparado para todas as possibilidades, apesar de não desejar uma guerra.

Em resposta à ameaça iraniana, Israel está em alerta máximo para possíveis retaliações, enquanto o líder supremo do Irã orientou a Guarda Revolucionária e o Exército iraniano a preparar planos de defesa e ataque.

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Presidente da Assembleia Nacional pede prisão de María Corina Machado e Edmundo González

Nome forte do chavismo, Rodríguez, que pediu a prisão de opositores é interlocutor do governo venezuelano com o Brasil.

O presidente do Legislativo venezuelano e ex-chefe da campanha de Nicolás Maduro à presidência, Jorge Rodríguez, pediu nesta terça-feira (30) a prisão da líder opositora María Corina Machado e do candidato Edmundo González Urrutia.

“O Ministério Público tem que atuar como está atuando não somente com os delinquentes (…) seus chefes têm que ir presos, os que pagaram para eles. E quando digo chefes, me refiro não somente a María Corina Machado, que tem que ser presa, me refiro a Edmundo González Urrutia porque ele é chefe da conspiração fascista que querem impor na Venezuela”, disse Rodríguez, em sessão na Assembleia Nacional da Venezuela.

Atual presidente da Assembleia Nacional, Rodríguez é o principal interlocutor do chavismo com o governo brasileiro e com os Estados Unidos e se reuniu com o assessor de assuntos internacionais do governo brasileiro, Celso Amorim, no último sábado (27).

Nesta terça, ele afirmou que com o “fascismo” não se dialoga, não se dão benefícios processuais e não se perdoa. De acordo com ele, há manifestantes pagos para aterrorizar e balear pessoas e Machado e González são seus “chefes”.

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Empresa ligada ao governo dos EUA é a fonte das acusações de fraude eleitoral na Venezuela

Empresa ligada ao governo dos EUA é a fonte das acusações de fraude eleitoral na Venezuela.

Por Benjamín Norton, jornalista independente e editor do Geopolitical Economy Report

A oposição venezuelana afirmou ter vencido as eleições de 28 de julho, acusando o presidente Nicolás Maduro de “fraude”.

A alegação que os líderes da oposição venezuelana e os seus aliados citaram para justificar esta afirmação é uma pesquisa boca de urna feita por uma empresa intimamente ligada ao governo dos EUA e que trabalha para veículos de propaganda estatais estadunidenses fundados pela CIA.

Uma empresa sediada em Nova Jersey chamada Edison Research publicou uma pesquisa de boca de urna no dia da eleição que previa que o candidato de direita Edmundo González Urrutia venceria com 65% dos votos, contra apenas 31% de Maduro.

Esta pesquisa foi citada por um líder da oposição de extrema-direita da Venezuela, Leopoldo López , bem como por meios de comunicação ocidentais, como o Washington Post, o Wall Street Journal e a Reuters .

Muitas empresas de pesquisa na Venezuela são dirigidas por figuras da oposição e são conhecidas pelo seu viés político. A empresa de pesquisas independente mais respeitável do país é a Hinterlaces , que estimou em sua pesquisa de boca de urna que Maduro obteve 54,6% dos votos, em comparação com os 42,8% de González.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela informou que Maduro venceu as eleições com 51,2% dos votos, enquanto González recebeu 44,2% e os outros oito candidatos da oposição receberam 4,6% dos votos. Esses resultados foram próximos ao que a Hinterlaces projetou, mas longedistantes do que a Edison Research afirmou.

O Departamento de Estado dos EUA, que apoiou várias tentativas de golpe na Venezuela, recusou-se a reconhecer a vitória de Maduro. O secretário de Estado, Antony Blinken, questionou os resultados.

Por outro lado, os observadores eleitorais internacionais afirmaram que a votação foi livre e justa. Observadores independentes National Lawyers Guild dos EUA escreveram que a sua delegação na Venezuela “observou um processo de votação transparente e justo, com atenção minuciosa à legitimidade, acesso às urnas e ao pluralismo”. Eles condenaram veementemente os “ataques da oposição ao sistema eleitoral, bem como o papel dos Estados Unidos em minar o processo democrático”.

Embora a pesquisa de boca de urna da Edison Research tenha sido amplamente citada pelos meios de comunicação dos EUA para lançar dúvidas sobre os resultados eleitorais da Venezuela, a empresa não se trata de um observador imparcial. Na verdade, os principais clientes de Edison incluem meios de propaganda do governo dos EUA ligados à CIA, como a Voice of America, a Radio Free Europe/Radio Liberty e a Middle East Broadcasting Networks.

Estes meios de comunicação estatais são operados pela Agência dos EUA para a Mídia Global, um órgão com sede em Washington usado para espalhar desinformação contra adversários dos EUA.

A Edison Research também trabalhou com a mídia estatal do Reino Unido, a BBC.

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Palestinos recuperam dezenas de corpos após forças israelenses deixarem leste de Khan Younis

Ataque de oito dias nas áreas do leste de Khan Younis matou 255 palestinos, feriu mais de 300 e deixou pelo menos 30 pessoas desaparecidas.

Reuters – Milhares de palestinos voltaram para suas casas nas ruínas da principal cidade do sul de Gaza, Khan Younis, na terça-feira, depois que as forças israelenses encerraram uma incursão de uma semana que, segundo elas, tinha como objetivo impedir que o grupo armado islâmico Hamas se reagrupasse.

As equipes de resgate e os civis palestinos recolheram cadáveres das ruas da zona de batalha abandonada, levando os corpos enrolados em tapetes para os necrotérios em carros e carroças de burro.

O escritório de mídia do Hamas em Gaza disse que o ataque de oito dias de Israel nas áreas do leste de Khan Younis matou 255 palestinos e feriu mais de 300 outros. Pelo menos 30 pessoas continuam desaparecidas.

Os militares israelenses disseram que suas forças mataram mais de 150 homens armados palestinos durante o ataque de uma semana, destruíram túneis de militantes e apreenderam armas.

Depois que as forças israelenses foram embora, as pessoas voltaram para suas casas a pé e com carrinhos carregando seus pertences. Muitos encontraram suas casas danificadas ou destruídas. O escritório de mídia do Hamas afirmou que mais de 300 casas foram atingidas pelo fogo israelense durante o ataque, sendo que pelo menos 30 delas estavam habitadas quando foram atingidas.

Testemunhas disseram que as forças do Exército demoliram o principal cemitério de Bani Suhaila, a localidade na periferia leste de Khan Younis que foi o foco principal do ataque, bem como casas e estradas próximas.

“Estou voltando e tenho fé em Deus. Não sei se viveremos ou morreremos, mas é tudo pelo bem da pátria”, disse Etimad Al-Masri, que caminhou pelo menos cinco quilômetros de volta para sua casa.

“Apesar do sofrimento, somos pacientes e, se Deus quiser, teremos a vitória.”

Muitos moradores disseram que foram deslocados de suas casas várias vezes.

“Esperamos que haja um cessar-fogo e calma. Esperamos que eles ajam em um cessar-fogo para que possamos viver em segurança e proteção”, afirmou Walid Abu Nsaira, segurando alguns de seus pertences no ombro enquanto voltava para casa.

Com o fim do ataque a Khan Younis, Israel ordenou que milhares de pessoas saíssem de suas casas em al-Bureij, na região central da Faixa de Gaza, lançando ataques lá em aparente preparação para um novo ataque.

Médicos disseram que um ataque aéreo israelense na vizinha al-Nuseirat matou 10 palestinos quando fugiam de Bureij na terça-feira, e outro ataque matou outros quatro palestinos dentro de Bureij.

Após dez meses de guerra, as forças israelenses concluíram, em grande parte, a invasão de quase toda a Faixa de Gaza e passaram as últimas semanas lançando novos ataques em áreas onde já haviam afirmado ter erradicado o Hamas. Milhares de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, a maioria delas já havia sido deslocada várias vezes.

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Protestos aumentam após reeleição de Maduro; jornal cita 7 mortos

Segundo o anúncio de uma ONG, uma pessoa morreu durante as manifestações. Jornal espanhol cita até sete mortes.

Após o anúncio da reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, os protestos aumentaram no país, especialmente na capital Caracas, inclusive em bairros populares, algo inédito desde a ascensão do chavismo ao poder. O pleito foi realizado no último domingo (28/7) e, desde então, tem gerado manifestações no país.

A oposição contesta o resultado das eleições, afirmando que uma contagem realizada a partir de atas de votação disponibilizadas aos fiscais de seu grupo político (cerca de 40% do total) sinalizaram que o candidato opositor, Edmundo González Urrutia, caminhava para receber 70% dos votos.

A desconfiança em relação ao resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) também foi exacerbada pela ausência de divulgação de todas as atas da eleição.