Figura de proteção e força em diferentes culturas é exaltado nesta quarta-feira.
São Jorge é um dos santos mais venerados no Brasil e em diversos outros países ao redor do mundo. A data de sua celebração, é motivo de grande festa para seus devotos, que pedem por sua proteção e intercessão em momentos de dificuldade. Saiba mais em TVT News.
Quem era São Jorge?
Na tradição Católica, Jorge, cujo nome de origem grega significa “agricultor”, nasceu na Capadócia, por volta do ano 280, em uma família cristã. Transferiu-se para a Palestina, onde se alistou no exército de Diocleciano. Em 303, quando o imperador emanou um edito para a perseguição dos cristãos, Jorge doou todos os seus bens aos pobres e, diante de Diocleciano, rasgou o documento e professou a sua fé em Cristo. Por isso, sofreu terríveis torturas e, no fim, foi decapitado.
No lugar da sua sepultura, em Lida, – um tempo capital da Palestina, agora cidade israelense, situada perto de Telaviv, – foi construída uma Basílica, cujas ruinas ainda são visíveis.
Entre os documentos mais antigos, que atestam a existência de São Jorge, uma epígrafe grega, do ano 368, – descoberta em Eraclea de Betânia, – fala da “casa ou igreja dos santos e triunfantes mártires, Jorge e companheiros”. Foram muitas, ao longo dos anos, as narrações posteriores.
A imagem de São Jorge combatendo um dragão é um símbolo de coragem e fé e é um dos episódios mais conhecidos. Ele teria enfrentado e vencido um dragão ameaçador que aterrorizava uma cidade, salvando a princesa e, como resultado, converteu muitos de seus habitantes ao cristianismo. Essa história, transmitida por gerações, representa a luta entre o bem e o mal, refletindo a força espiritual e a proteção que muitos acreditam que São Jorge oferece.
Ele é considerado Padroeiro dos cavaleiros, soldados, escoteiros, esgrimistas e arqueiros. Também é invocado ainda contra a peste, a lepra e as serpentes venenosas. O Santo é honrado também pelos muçulmanos, que lhe deram o apelativo de “profeta”.
Sua canonização, em 494, ocorreu pelo fato de seguir o Cristianismo e recusar-se a perseguir cristãos durante os séculos III e IV.
As relíquias de São Jorge encontram-se em diversos lugares do mundo. Em Roma, na igreja de São Jorge em Velabro é conservado seu crânio, por desejo do Papa Zacarias.
São Jorge e as religiões africanas
No Brasil, além de sua devoção católica, São Jorge também é amplamente reverenciado nas religiões de matrizes africanas, como o candomblé e a umbanda. Nessas religiões, ele é frequentemente associado ao orixá Ogum, o ferreiro e guerreiro dos orixás, divindade ligada à guerra, à agricultura e à criação.
A palavra é sincretismo. No período colonial, escravos africanos que eram do candomblé não podiam cultuar seus orixás livremente, quando chegaram ao Brasil. A religião oficial do país era o catolicismo. Eles associaram as divindades aos santos católicos, para expressarem sua fé.
Ogum é considerado uma das primeiras divindades a descer da região celestial (Orum) para a Terra (Ayiê) com o objetivo de ajudar na criação do mundo. Em algumas tradições, Ogum também é visto como um ser humano, assim como São Jorge, e suas histórias se entrelaçam, principalmente em sua representação como defensor e protetor. Essa identificação de São Jorge com Ogum reforça o símbolo de força, coragem e luta, características comuns a ambas as figuras.
As histórias e crenças das religiões em que aparece a figura de São Jorge, seja por sincretismo ou não, são bem distintas, mas o conceito comum é nítido: ele sempre assume a forma de lutador, valente, aguerrido.
*TVTNews