Categorias
Mundo

Hamas recusa negociações sem fim de ‘agressão sionista’ contra povo palestino

Grupo palestino se posiciona no momento em que Catar e Israel exploram possibilidades para a retomada de uma nova trégua humanitária, mas exército israelense segue hostilizando Gaza.

Com o agravamento das hostilidades israelenses, o Hamas afirmou, neste domingo (17/12), que não entrará em quaisquer negociações sobre novas trocas de prisioneiros sem o fim dos ataques comandados por Tel Aviv.

“O Hamas reafirma a sua posição de não conduzir quaisquer negociações para troca de prisioneiros, a menos que a agressão sionista contra o nosso povo cesse de uma vez por todas”, afirmou o grupo palestino.

As declarações são dadas no momento em que as autoridades do Catar e de Israel se reúnem para explorar as possibilidades da retomada de negociações para a libertação dos que ainda estão detidos em Gaza.

No entanto, as chances de um acordo parecem mínimas, uma vez que o gabinete de guerra israelense deixou claro que não tem intenção de parar os combates no território, como ressaltou o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa, Herzl Halevi, no sábado (16/12): “Devemos continuar vigorosamente a luta sem tirar os olhos dos objetivos”

Mortos por fome
A intensificação dos ataques israelenses também tem resultado em mortes por fome, ao limitar o transporte de recursos básicos e destruir os bens destinados à sobrevivência da população palestina.

Isso tem sido comprovado nos últimos dias e anunciado como uma das maiores preocupações pela Organização das Nações Unidas.

Neste domingo (17/12), inclusive, um grande grupo de palestinos pularam em um caminhão de ajuda humanitária, na passagem de Rafah, em Gaza, para garantir suprimentos. As pessoas foram vistas, desesperadas, jogando caixas com alimentos para fora do veículo, enquanto uma multidão esperava embaixo.

Na quinta-feira (14/12), a própria ONU havia alertado que a população palestina está “desesperada por comida”, chegando a interditar caminhões para pegar alimentos.

“As pessoas estão parando caminhões de ajuda, pegando os alimentos e comendo desesperadamente”, afirmou Phelippe Lazzarini, chefe do órgão, no Fórum Global de Refugiados. “A fome surgiu nas últimas semanas e encontramos cada vez mais pessoas que não comem há um, dois ou três dias.”

O vice-chefe do Programa Alimentar Mundial da ONU também confirmou que cerca da metade da população total do território palestino “está morrendo de fome”, sem previsão de “quando virá a próxima refeição”.