Categorias
Mundo

O que se espera da visita de Lula ao Chile, em meio à crise da Venezuela

O encontro, para fechar diversos acordos bilaterais, traz como pano de fundo a posição conflitante de ambos os países sobre o vizinho latino-americano.

A visita oficial do presidente Lula ao Chile já estava marcada antes da crise política da Venezuela que abalou a América Latina. Não foi cancelado, mas o encontro, previsto para fechar diversos acordos bilaterais, traz como pano de fundo a posição conflitante de ambos os países sobre o vizinho latino-americano.

Quando o resultado das eleições na Venezuela foi divulgado há uma semana dando vitória a Nicolás Maduro para a reeleição no país, em anúncio que ainda gera preocupações e inseguranças, o presidente do Chile foi o primeiro a marcar posição que chamou a atenção: a de questionar diretamente a validade eleitoral e levantar a hipótese de fraude.

Naquele dia, as instituições eleitorais venezuelanas não tinham trazido provas de que o resultado era confiável, mas tampouco apresentaram provas do contrário. Por isso, a postura de Gabriel Boric foi duramente criticada na região, interpretada como uma oposição política direta à Venezuela. E as falas de Boric fugiram das expectativas regionais, uma vez que o presidente é apontado como liderança de esquerda na região.

Enquanto isso, transcorreu a postura do presidente Lula, de não defender e tampouco questionar, somente elogiar o processo eleitoral e esperar os registros eleitorais para parabenizar formalmente Maduro.

Essas reações opostas chegaram a balançar as relações entre os países, com Maduro opondo-se veemenetemente ao Chile. E somente uma semana após o início do grave conflito político da Venezuela, Lula desembarca em Santiago para consolidar relações internacionais diretamente com Boric.

*GGN

Categorias
Política

Aos gritos de “Fora Bolsonaro”, Mourão sai enxotado da posse de Boric no Chile

Irritado, o general Hamilton Murão parou de conceder entrevista, após os gritos de “Fora Bolsonaro “ e “Marielle Presente”, que contagiaram os chilenos.

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (Republicanos), foi praticamente enxotado da cerimônia de posse do presidente do Chile, Gabriel Boric, nesta sexta-feira (11).

Após a cerimônia, realizada no Senado chileno, Mourão, representante do governo brasileiro na posse do esquerdista, parou em frente à sede ao congresso para conceder uma entrevista.

Porém, ele, visivelmente irritado, desistiu de falar depois que as pessoas começaram a gritar “Fora Bolsonaro” e “Marielle Presente”.

Os gritos contagiaram os chilenos presentes ao local e foram puxados pelo presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, e por Anielle Franco, diretora do Instituto Marielle Franco.

Boric assume o Chile em um misto de esperança e dificuldades

“A esperança venceu o medo”, disse Gabriel Boric em discurso feito logo após ser eleito presidente do Chile. Boric conseguiu vencer o ultradireitista José Antonio Kast, o “Bolsonaro chileno”, com a maior votação já conquistada por um presidente na história do país, 4,6 milhões de votos, e a segunda maior margem percentual desde a redemocratização.

O contundente resultado das urnas não diminui as dificuldades que o presidente eleito terá de enfrentar, em um país que vive uma tensa crise social provocada pelo desgaste do modelo neoliberal imposto na ditadura de Augusto Pinochet.

Entre os principais desafios estão o enfrentamento das consequências da pandemia da Covid-19, a crise no sistema de aposentadorias, o desemprego de mais de 8% (que ultrapassou os 10 dígitos em 2020) e, é claro, a reforma da Constituição que tem sido conduzida por uma Assembleia Constituinte.

Além disso, o presidente terá a difícil missão de dialogar com um Congresso bastante dividido, onde a direita tradicional conseguiu manter uma grande bancada, apesar do fracasso do governo de Sebastián Piñera em produzir um sucessor.

*Com Forum

Siga-nos no Telegram

Caros Leitores, precisamos de um pouco mais de sua atenção

Nossos apoiadores estão sendo fundamentais para seguirmos nosso trabalho. Leitores, na medida de suas possibilidades, têm contribuído de forma decisiva para isso.

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação de qualidade e independência.

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Caixa Econômica

Agência: 0197

Operação: 1288

Poupança: 772850953-6

PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição