Mais de mil imigrantes detidos no centro de detenção conhecido como “Alcatraz dos Jacarés” (ou “Alligator Alcatraz”), localizado nos Everglades, na Flórida, desapareceram dos registros oficiais do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE).
De acordo com investigações jornalísticas, cerca de dois terços dos aproximadamente 1.800 detidos que passaram pelo local em julho de 2025 não aparecem mais no banco de dados online do ICE, deixando famílias e advogados sem informações sobre seu paradeiro. Cerca de 800 foram completamente removidos do sistema, enquanto outros 450 aparecem apenas com a instrução “Ligue para o ICE para detalhes”, o que indica possível processamento, transferência ou deportação iminente, mas sem transparência.
O centro, construído às pressas em uma pista de pouso militar desativada em uma área pantanosa infestada de jacarés, cobras e crocodilos, foi inaugurado em julho de 2025 pelo governo do presidente Donald Trump e do governador Ron DeSantis, como parte de uma política de deportações em massa.
Projetado para abrigar até 5 mil pessoas, o local foi criticado por violações de direitos humanos, condições precárias (como jaulas em tendas expostas ao clima, falta de higiene e pressão para deportações voluntárias) e falta de acesso a advogados.
Organizações como a ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis) o descreveram como um “buraco negro” no sistema de imigração, operando como um “local extrajudicial” fora das normas federais, já que é gerido pelo estado da Flórida e não atualiza os registros do ICE adequadamente.
Em agosto de 2025, uma juíza federal ordenou o desmantelamento do centro por violações ambientais e falta de avaliação de impacto, suspendendo novas internações e exigindo a transferência dos detidos.
No entanto, um tribunal de apelações suspendeu temporariamente a ordem, e o governo estadual anunciou a abertura de um segundo centro, apelidado de “Depósito de Deportação”, em uma antiga prisão estadual. Autoridades federais e estaduais afirmam que os detidos foram transferidos para outros centros do ICE ou deportados, e que o número flutua devido a esses processos, garantindo acesso a advogados e familiares.
Críticos, incluindo a Anistia Internacional e a Coalizão de Imigrantes da Flórida, denunciam “desaparecimentos administrativos” e abusos, como negligência médica e violações de direitos constitucionais, agravados pela opacidade do sistema estadual.
Advogados relatam casos de deportações acidentais ou forçadas, e famílias enfrentam pânico ao não localizar entes queridos, com o ICE frequentemente se recusando a fornecer detalhes atualizados. Protestos e vigílias continuam, com chamadas para investigações independentes sobre o destino dos desaparecidos e o fechamento definitivo de tais instalações. O Departamento de Segurança Interna (DHS) nega irregularidades, mas não responde a questionamentos específicos sobre os casos.
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