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Moraes proíbe Ramagem de contato com Bolsonaro e impacta eleição

O ministro Alexandre de Moraes proibiu o candidato Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin, de ter contato com Bolsonaro e Valdemar Costa Neto.

O ministro Alexandre de Moraes proibiu o deputado Alexandre Ramagem de ter contato com Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL. A decisão do magistrado do STF ocorre no âmbito do inquérito que investiga a existência de uma “Abin paralela” no governo passado.

A notificação foi oficializada pelo gabinete de Moraes nesta terça-feira (16/7) e altera significativamente o cenário eleitoral na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro. Um ato de Bolsonaro com Ramagem estava agendado para a próxima quinta-feira (18/7), na capital fluminense.

Segundo as principais pesquisas de intenção de voto, Ramagem aparece em segundo lugar, atrás do prefeito Eduardo Paes (PSD). Com a decisão de Moraes, a candidatura de Ramagem praticamente se inviabiliza, tendo em vista que ele tem Bolsonaro como principal cabo eleitoral, diz Paulo Cappelli, Metrópoles.

Em declaração à coluna no sábado, Bolsonaro afirmou que continua apoiando Ramagem, mesmo após o avanço da Polícia Federal contra o candidato do PL.

Investigação
Segundo investigadores da PF, Ramagem é um dos principais suspeitos de ter estruturado uma “Abin paralela” no governo Bolsonaro, quando chefiou a Agência Brasileira de Inteligência. Ramagem nega qualquer irregularidade.

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Com Bolsonaro, renda da elite dobrou e desigualdade avançou

O governo de Jair Bolsonaro (PL) foi um paraíso – mas apenas para os 15 mil brasileiros mais ricos, que correspondem a apenas 0,01% da população. É o que aponta uma nota técnica publicada pelo Observatório de Política Fiscal do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas).

De autoria do economista Sérgio Gobetti, o estudo mostra que a renda dessa elite praticamente dobrou de 2017 a 2022. O crescimento médio, no período, foi de 96%. É quase três vezes o avanço registrado na renda dos 95% mais pobres, que saltou apenas 33%, em média.

Como a inflação acumulada nesses anos foi de 31%, é como se a imensa maioria da população não tivesse ganho real nenhum – o que levou ao aumento da desigualdade. “Ao que tudo indica, o nível de concentração de renda no topo bateu um novo recorde histórico, depois de uma década de relativa estabilidade”, declarou Gobetti à Folha de S.Paulo.

O levantamento teve como base dados das declarações de Imposto de Renda disponibilizados pela Receita Federal. Mesmo na faixa dos 0,1% mais rico – que inclui 154 mil pessoas –, a renda média cresceu 87%. Quem já estava num patamar privilegiado ficou ainda mais rico.

Para o economista, dois fatores contribuíram especialmente para uma desigualdade maior: o salto na renda do agronegócio, que é pouco taxada; e a disparada no pagamento de lucros e dividendos, “que passou de R$ 371 bilhões em 2017 para R$ 830 bilhões em 2022”. O Brasil é um dos poucos países que não isentam de impostos quem recebe dividendos.