Governo israelense afirmou que exército foi ordenado a ‘combater’ o grupo libanês ‘com força total’.
O governo de Israel rejeitou a proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, uma organização política e paramilitar libanesa, feita pelos Estados Unidos e seus aliados.
“Não haverá cessar-fogo no norte. Nós vamos continuar lutando contra a organização terrorista Hezbollah com toda a nossa força até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, escreveu o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, em suas redes sociais, nesta quinta-feira (26).
Mais cedo, uma nota divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que o Exército foi ordenado a continuar “combatendo” o Hezbollah “com força total”.
Escalada do conflito
Os países haviam proposto uma trégua de 21 dias para frear o avanço do conflito. Na madrugada desta quinta-feira (26), 23 sírios morreram na cidade libanesa de Younine, em decorrência de ataques aéreos feitos pelas Forças Armadas de Israel contra instalações do Hezbollah. Entre as vítimas, no entanto, a maioria são mulheres e crianças, de acordo com o prefeito Ali Qusas.
Israel começou a atacar o Líbano na semana passada, quando ocorreram centenas de explosões de pagers e walk talkies, tecnologias obsoletas escolhidas justamente para evitar interceptações. Um informe do ministro da Saúde do Líbano, Firass Abiad, apontou para 37 mortos e 3.539 feridos.
Na segunda-feira (23), Israel iniciou os ataques aéreos, matando 558 pessoas e ferindo cerca de 1.8 mil. Segundo as autoridades libanesas, é o número mais alto em um dia desde o fim da guerra civil no país (1975-1990).
O que dizem os países envolvidos?
O governo israelense diz que a investida contra o Hezbollah é necessária para permitir que seus cidadãos voltem para o norte de Israel, quase um ano após terem deixado suas casas devido a ataques do grupo libanês em apoio aos palestinos da Faixa de Gaza. O Hezbollah é aliado do Hamas e vem lançando foguetes do Líbano em direção ao norte de Israel desde outubro de 2023.
Por sua vez, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, afirmou que o governo de Benjamin Netanyahu vem matando civis em território libanês, durante reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), no começo da semana. “Israel está violando nossa soberania ao enviar seus aviões de guerra e drones para nossos céus”, disse Mikati.
“Os libaneses rejeitam a guerra e acreditam na estabilidade. Israel nunca parou de violar as resoluções adotadas pela ONU. O Líbano não está pedindo por caridade”, completou.
Por sua vez, o Irã, patrocinador do Hezbollah, disse nesta quarta (25) que o Oriente Médio enfrenta uma “catástrofe em grande escala” e advertiu que Teerã apoiará o Líbano “por todos os meios” caso Israel intensifique sua ofensiva contra o Hezbollah.
“A região está à beira de uma catástrofe em grande escala. Se não for controlada, o mundo enfrentará consequências catastróficas”, declarou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, também em reunião da ONU, acrescentando que seu país “apoia o povo do Líbano por todos os meios”.