Categorias
Mundo

Relatório da UNRWA: crise humanitária na Faixa de Gaza se agrava

Crise Humanitária Cresce na Faixa de Gaza e na Cisjordânia

A situação na Faixa de Gaza é cada vez mais preocupante, com relatos de dificuldades na entrega de ajuda humanitária e ataques constantes às caravanas de suprimentos pelas Autoridades Israelenses. Além disso, há relatos de tiros disparados por forças israelenses contra palestinos que aguardam ajuda humanitária na cidade de Gaza. Os confrontos intensos estão ocorrendo principalmente nas regiões norte, Deir al Balah e Khan Younis. O aumento dos ataques aéreos em Rafah, inclusive em áreas residenciais, tem gerado temores de que as operações humanitárias já sobrecarregadas sejam ainda mais prejudicadas. A população de Rafah já ultrapassa 1,5 milhão de pessoas, mais de seis vezes a quantidade anterior a 7 de outubro. Milhares de palestinos estão fugindo para o sul, em direção a Rafah, devido aos combates intensos em Khan Younis, forçando uma superlotação nessa região. Além disso, há movimentações populacionais em direção a Deir Al Balah e aos campos de refugiados de Nuseirat, apesar dos relatos de mais confrontos nessas áreas. O acesso à Faixa de Gaza tem sido inconsistente, com apenas 232 caminhões de suprimentos entrando entre 25 e 26 de fevereiro, muito abaixo da meta de 500 por dia.

A Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária, com a escassez de ajuda alimentar e outros itens essenciais. Somente no último período, ocorreram em média 99 caminhões de suprimentos por dia, enquanto em janeiro eram cerca de 150 por dia. As restrições de segurança e os fechamentos temporários nas fronteiras dificultam a entrada dos caminhões da UNRWA, a agência de auxílio da ONU, na Faixa de Gaza. A agência teve que interromper temporariamente o envio de suprimentos devido a preocupações com a segurança devido à morte de vários policiais palestinos nos ataques aéreos israelenses perto das fronteiras. No período de 21 de outubro de 2023 a 20 de fevereiro de 2024, foram entregues mais de 27 mil toneladas de farinha e outros suprimentos alimentares, bem como água, kits de higiene familiar, cobertores, colchões e fraldas. O acesso à educação também foi afetado, com danos em escolas da UNRWA, cerca de 44% dos edifícios foram atingidos diretamente ou danificados.

Na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, a situação não é diferente. As forças de segurança israelenses têm realizado mais de 150 operações de busca e apreensão em média por dia, resultando na detenção de pelo menos 124 palestinos, incluindo doze crianças. Houve relatos de confrontos armados em postos de controle perto de Jerusalém, resultando em fatalidades de ambos os lados. A intensificação dos ataques afeta diretamente a população palestina, com danos à infraestrutura e bloqueios em várias áreas. O ano passado foi o mais mortífero para os palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, desde que a ONU começou a registrar as fatalidades em 2005, segundo o Cafezinho.

É fundamental ressaltar a grave situação enfrentada pelos deslocados internos, tanto na Faixa de Gaza quanto na Cisjordânia. Mais de 1,7 milhão de pessoas foram deslocadas no território da Faixa de Gaza, representando mais de 75% da população e incluindo um milhão de pessoas em abrigos de emergência ou abrigos informais. A constante necessidade de buscar locais mais seguros tem obrigado as famílias a se deslocarem repetidamente. Já na Cisjordânia, o número de deslocados não é especificado, mas é possível inferir a partir dos relatos de danos e operações militares que a população também está enfrentando dificuldades semelhantes.

A crise humanitária é intensa e o acesso a ajuda é limitado. A UNRWA tem enfrentado dificuldades para operar em razão das restrições de segurança e conexão com a internet. Alguns prédios das instalações da UNRWA e abrigos de deslocados internos têm sido alvo de ataques, resultando em feridos e mortos. A agência estima que mais de 400 deslocados internos tenham sido mortos e mais de 1.385 feridos desde o início da guerra. Equipes de saúde continuam trabalhando em centros médicos da UNRWA, oferecendo serviços de atendimento primário e tratamento para doenças não contagiosas, além de consultas de saúde mental e apoio psicossocial. No entanto, os recursos são limitados devido à falta de suprimentos e restrições de segurança.

A situação é desesperadora para os palestinos nesses territórios, com a escassez de alimentos, água potável, saneamento básico e acesso a cuidados de saúde adequados. A comunidade internacional deve aumentar os esforços para garantir que a ajuda humanitária chegue a essas regiões, além de pressionar por um cessar-fogo e negociações de paz que garantam a segurança e os direitos dos palestinos. A situação atual é um grito de ajuda e não podemos nos calar diante das injustiças e do sofrimento humano nessas regiões.

Categorias
Mundo

Quatro milhões de pessoas viviam crise humanitária em região antes de terremoto

Jamil Chade – As agências da ONU temem que os sobreviventes de um dos piores terremotos em décadas na fronteira entre a Turquia e Síria mergulhem em uma crise humanitária ainda mais profunda, com um impacto que poderá ser sentido por anos.

De acordo com avaliações internas das Nações Unidas, o terremoto afetou de forma importante o noroeste da Síria, onde 4,1 milhões de pessoas já dependiam diariamente de ajuda humanitária para sobreviver. São refugiados e deslocados da guerra no país que já dura mais de uma década.

“Neste momento, as comunidades sírias são atingidas simultaneamente por um surto de cólera em andamento e por um rigoroso inverno, incluindo chuvas fortes e neve durante o fim de semana”, destaca a ONU.

Desde agosto, a região registrou mais de 83 mil casos de cólera e cerca de cem mortes.

Um dos maiores problemas é que, mesmo antes do terremoto, a operação humanitária internacional já vivia um buraco significativo. No último trimestre de 2022, o esforço internacional havia coletado apenas 48% do volume de recursos que precisava para sair ao resgate dos refugiados. Antes do terremoto, a ONU vivia um déficit de US$ 371,1 de milhões.

“A ONU e seus parceiros estão monitorando a situação no terreno em meio a restrições de fluxo de informações devido a interrupções crônicas nas telecomunicações e falta de energia”, indicou a entidade.

Após o terremoto que foi o mais forte desde 1939, a região já foi algo de 78 tremores de terra menores na região de Ekinozu, Gaziantep e nas províncias vizinhas.

Carsten Hansen, diretor regional do Oriente Médio para o Conselho Norueguês para Refugiados (NRC), também alertou para a crise que deve ser instalada na região.

“Milhões já foram forçados a fugir pela guerra em toda a região e agora muitos mais serão deslocados pelo desastre. Em meio a uma tempestade de inverno e a uma crise sem precedentes no custo de vida, é vital que os sírios não fiquem sozinhos para enfrentar as conseqüências”, pediu.

“Apelamos à comunidade internacional para a mobilização imediata de recursos financeiros para apoiar os esforços de ajuda coletiva na Síria e no sul da Turquia.

Com cada minuto de atraso, haverá vidas perdidas”, completou. Jamil Chade

*Uol

Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00

Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.

Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPF

Agradecemos imensamente a sua contribuição