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Chefia da Abin esvaziou área que monitorava extremismo de direita, afirmam servidores

Servidores da Abin foram afastados de suas funções, especialmente aqueles envolvidos na análise de ameaças relacionadas aos eventos de 12 de dezembro e 8 de janeiro, apesar dos alertas sobre o envolvimento dos boinas vermelhas.

A direção-geral teria ordenado, por meio de chefes de gabinete, que esses profissionais fossem remanejados para setores não relacionados ou ficassem sem tarefas efetivas.

Ao tentar monitorar grupos extremistas durante o período eleitoral, encontraram obstáculos internos e foram instruídos a não insistir em temas potencialmente conflituosos com a cúpula da agência. A Abin também implementou uma rede de alertas via WhatsApp, que não seguia protocolos formais e era usada para comunicação interna e externa, incluindo com secretarias de segurança.

Documentos internos revelam uma queda significativa na produção de análises sobre ameaças internas entre 2021 e 2022, enquanto outras áreas, como segurança institucional e operações externas, foram reforçadas, segundo Cleber Lourenço, ICL.

Relatórios sobre reservistas armados foram desconsiderados, mesmo com evidências de organização paramilitar. A permanência de quadros da gestão anterior é vista como um obstáculo para a recuperação da credibilidade da Abin, dificultando a resposta a ameaças internas.

As mudanças estruturais urgem para a restauração da capacidade de atuação da inteligência no país.