Presidente critica falta de controle sobre empresas de aplicativos e defende debate no Congresso sobre o PL das Fake News, que enfrenta resistência da oposição e pressão de gigantes da tecnologia.
Durante evento em Campo Verde (MT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou a necessidade de regulamentar o uso das redes sociais no Brasil, destacando os efeitos devastadores do cyberbullying e da desinformação. “É preciso discutir com o Congresso a responsabilidade de regular essas empresas. Não pode ser que tudo no país tenha controle, exceto as plataformas digitais”, afirmou, em referência ao chamado PL das Fake News , que tramita no Congresso desde 2024.
O presidente mencionou, sem revelar detalhes, o caso de uma menina que cometeu suicídio após sofrer perseguição virtual por colegas . “Esses dias vi uma menina que se matou porque foi acusada e torturada pelos amiguinhos pela internet. Vocês sabem quantas ofensas e provocações uma pessoa recebe online?”, questionou, destacando o “malefício” da propagação de violência e ódio nas plataformas.
PL das Fake News: aprovado no Senado, mas travado na Câmara
A proposta de regulação das redes sociais, que inclui medidas para combater desinformação e responsabilizar plataformas por conteúdos ilegais, foi aprovada no Senado em 2023 , mas enfrenta obstáculos na Câmara dos Deputados. Em abril de 2024, o texto chegou a ser incluído na pauta com regime de urgência, mas não houve acordo entre partidos devido à pressão de gigantes tecnológicas (como Google, Meta e X) e à resistência da oposição, que considera a proposta uma ameaça à liberdade de expressão.
Lula criticou a falta de prioridade do tema no Legislativo: “Precisamos cuidar do povo brasileiro com mais carinho. Se não regulamentarmos isso, vamos continuar vendo tragédias como a da menina, que não suportou a pressão virtual”.
Combate às fake news: Lula anuncia viagem pelo país para divulgar ações do governo
Além da regulação digital, o presidente anunciou planos de retomar viagens pelo Brasil para combater “mentiras, canalhices e fake news” que, segundo ele, distorcem a imagem de seu governo. “O mês que vem vou começar a andar o país para mostrar a verdade. Chegou a hora de não permitir que a mentira ganhe espaço e que a verdade seja soterrada”, afirmou, dirigindo-se a uma plateia de agricultores familiares, segundo o Vermelho.
A estratégia busca reforçar o diálogo direto com a população, especialmente em regiões onde a desinformação tem maior alcance, e contrapor narrativas críticas à gestão petista.
Investimento no campo: lançamento do Programa Solo Vivo em Mato Grosso
Paralelamente à agenda digital, Lula participou do lançamento do Programa Solo Vivo , com investimento de R$ 42,8 milhões para recuperar áreas degradadas destinadas à agricultura familiar em Mato Grosso. A iniciativa visa promover práticas sustentáveis e aumentar a produtividade em pequenas propriedades rurais.
O presidente destacou a importância de políticas públicas para o desenvolvimento regional: “O agronegócio precisa seguir avançando, mas com justiça social e respeito ao meio ambiente. Este programa é um exemplo de como o Estado pode transformar realidades”.
Desafios na regulação e aposta na educação digital
Enquanto o PL das Fake News permanece empatado no Congresso, o governo aposta na mobilização social e na conscientização sobre os riscos das redes sociais. Para especialistas, a regulação equilibrada entre liberdade de expressão e proteção de usuários é essencial para evitar tragédias como a mencionada por Lula. Enquanto isso, programas como o Solo Vivo reforçam o compromisso do Executivo com o desenvolvimento rural, consolidando uma pauta ampla de transformações.
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