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Seu Nivaldo entrega o jogo de Gusttavo Lima

Com pedido de prisão decretada, cantor se esconde em Miami; artista é acusado de ajudar na fuga de empresário da Vai de Bet.

Por aliança com os bolsonaristas, o cantor Gusttavo Lima acusa os artistas que produzem espetáculos com a Lei Rouanet pela “mamata”; enquanto isso Seu Nivaldo vai direto no cofre das prefeituras e recebe o cachê de mais um show do milhão — sem o trabalho sequer de captar recursos junto às empresas, como no funcionamento da lei sob ataque da extrema direita.

Gusttavo Lima sobe no palco; Seu Nivaldo recolhe a grana.

O cantor faz a propaganda da jogatina da Vai de Bet, Seu Nivaldo vira praticamente sócio da casa de apostas, segundo investigações da Polícia Civil de Pernambuco na Operação Integration.

O cantor faz o seu “tchê tcherere tchê tchê”, Seu Nivaldo — sempre segundo a apuração policial — é responsável por ocultar, usando a firma Balada Eventos e Produções, a grana dos jogos ilegais da HSF Entretenimento Promoção de Eventos. A HSF é ligada a Esportes da Sorte (outra bet suspeita) e repassou à Balada, em 2023, pelo menos duas boladas de R$ 4,9 milhões e R$ 4,8 milhões.

Gusttavo Lima comanda o público; Seu Nivaldo fica só no privado, na moita, nos bastidores.

O artista influencia no cassino; Seu Nivaldo se movimenta para esconder a propriedade de um avião Cessna (modelo 560 XLS) ao repassá-lo para J. M. J. Participações, de José André da Rocha — o empresário dono da Vai de Bet, foragido da Justiça brasileira. É bom lembrar: a aeronave foi apreendida também na Operação Integration.

Gusttavo Lima faz a farra no “Buteco”, o projeto artístico da sua vida; Seu Nivaldo recebe, em nome da sua GSA Empreendimentos e Participações, mais R$ 5,75 milhões da Zelu Brasil Facilitadora de Pagamento e a Pix 365 Soluções Tecnológicas. O que essas duas firmas têm em comum? Ah, repare na coincidência, também são investigadas na Integration.

O pop star sertanejo nega tudo, Seu Nivaldo paga o pato — é em seu nome que está toda a documentação do esquema.

Gusttavo Lima faz a festa de aniversário em um iate na ilha grega de Mykonos, com direito a um ministro do STF (Kássio Nunes Marques) e um governador de Estado (o goiano Ronaldo Caiado) soprando as velinhas; Seu Nivaldo banca a farra e se sente protegido pelas autoridades brasileiras.

O cantor posta toda aquela ostentação greco-goiana no Instagram; Seu Nivaldo ajuda na fuga do amigo e possível sócio André Rocha (dono da Vai de Bet). Segundo a juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara da Justiça de Pernambuco, Seu Nivaldo teria levado o foragido no seu jatinho até as Ilhas Canárias (Espanha).

Gusttavo Lima faz, Seu Nivaldo arca com as consequências.

O cantor se diz inocente; Seu Nivaldo pega o jatinho e vai para Miami esconder o artista.

A culpa é sua, Gusttavo teria acusado o Seu Nivaldo Lima — nome de cartório do astro sertanejo.

Seu Nivaldo vai engolir essa bucha ou delata o artista?

Humor sobre dupla personalidade à parte, cabe à Justiça decidir o final dessa história. Quem terá sido mais lesado: o consumidor da jogatina das Bets ou o cidadão que vive em um município carente que desembolsa um milhão dos cofres públicos para o cantor sertanejo?

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Polícia decreta a prisão de Gusttavo Lima em caso sobre bets

A operação é a mesma em que a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa.

A Justiça de Pernambuco determinou a prisão preventiva do cantor Gusttavo Lima no âmbito da Operação Integration. As informações foram divulgadas inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo.

A Justiça pernambucana também determinou o bloqueio de todos os imóveis registrados nos CPFs e CNPJs ligados ao cantor, além do bloqueio de contas bancárias e aplicações financeiras.

A decisão foi proferida pela juíza Andrea Calado da Cruz, do TJ-PE. A magistrada aceitou o pedido da Polícia Civil pernambucana, rejeitando os argumentos do Ministério Público, que solicitou a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares.

Segundo a juíza, uma aeronave que transportou Gusttavo Lima na volta de uma viagem para a Grécia pode ter deixado no exterior dois investigados no caso, José André da Rocha Neto, dono da casa de apostas VaideBet e sua mulher, Aislla Rocha.

A juíza destacou que Nivaldo Batista Lima, nome verdadeiro de Gusttavo Lima, demonstra uma “alarmante falta de consideração pela Justiça. Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas”.

Segundo a juíza, não existe, “no momento, nenhuma outra medida cautelar menos gravosa capaz de garantir a ordem pública”.

A defesa do cantor ainda não se manifestou.

A operação é a mesma em que a advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra foi presa. Na ação, a Polícia Civil pernambucana investiga uma organização criminosa que praticava lavagem de dinheiro e exploração de jogos ilegais.

No dia em que a operação foi deflagrada, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu um avião que pertencia à Balada Eventos e Produções, empresa de Gusttavo Lima.

O advogado da empresa afirmou que a aeronave, com o prefixo PR-TEN, havia sido vendida para a empresa J.M.J. Participações, de José André da Rocha Neto, dono da VaideBet, mas a ANAC informou que Gusttavo Lima ainda era o proprietário do avião.

“Demonstra-se aqui mais um ato de ocultação dos valores obtidos pela empresa dos jogos ilegais na lavagem de capitais, a adquirente paga milhões de reais pela aeronave, prova é que o casal viajou para os EUA nela, após sua aquisição, mas não a transferiu para seus nomes ou de empresas de sua propriedade”, diz o relatório assinado pelo delegado Paulo Gondim, da Polícia Civil de Pernambuco.