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Deputados bolsonaristas usaram dinheiro público para lamber as botas de Trump

Bolsonaristas pediram e conseguiram reembolso através da cota parlamentar; Kicis ficou sete dias sem agenda na Flórida, denuncia o DCM.

Os deputados bolsonaristas Bia Kicis (PL-DF), Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Rodrigo Valadares (União-SE) — utilizaram R$ 47.241,25 de recursos públicos para participar de um evento da campanha de Donald Trump nos EUA em novembro de 2024, revela uma reportagem do Diário do Centro do Mundo.

A matéria do DCM revela que as despesas, incluindo hospedagem em hotéis e spa, foram registradas como “missão oficial” na Câmara dos Deputados, sem agendas comprovadas.

Segundo uma reportagem da Gazeta do Povo, eles participaram do evento “Election Night Livestream Watch Party”, uma festa realizada na Flórida pela campanha de Trump para acompanhar os resultados eleitorais que deram vitória ao republicano.

Bia Kicis declarou que seu objetivo era “acompanhar as eleições norte-americanas”. Ela chegou a Miami no dia 4 de novembro, mas só teve compromissos oficiais a partir do dia 11. Foram sete dias na Flórida sem custos justificados.

Entre os eventos justificados estão a comemoração do Dia do Veterano, com a presença da Banda Oficial da Casa Branca, um encontro com o embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA) e com a embaixadora do Brasil em Washington, além de uma reunião com um apoiador do grupo parlamentar de amizade Brasil-Texas.

A justificativa final — uma reunião da Comissão Interamericana de Direitos Humanos — foi ignorada pela deputada, que alegou “comemoração do aniversário de sua mãe”. O custo total: R$ 19.789,23.

Os deputados Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Rodrigo Valadares (União-SE) utilizaram, respectivamente, R$ 9.202 e R$ 18.249 de recursos públicos em viagens aos EUA para o evento da campanha de Trump em novembro de 2024.

Bilynskyj passou cinco dias em um hotel da rede Marriott na Flórida, com voos e alimentação custeados pela Câmara, sem apresentar agendas oficiais.

Valadares ficou oito dias no Ette Luxury Hotel & Spa, em Orlando, também sem justificativas. Ambos omitiram o uso do dinheiro público ao divulgar a participação no evento.

Os documentos obtidos pelo DCM mostram que os parlamentares ocultaram o uso de dinheiro público ao divulgar a viagem nas redes sociais. Todos os valores foram reembolsados pela Casa Legislativa.

Entre os eventos justificados estão a comemoração do Dia do Veterano, com a presença da Banda Oficial da Casa Branca, um encontro com o embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA) e com a embaixadora do Brasil em Washington, além de uma reunião com um apoiador do grupo parlamentar de amizade Brasil-Texas.

A justificativa final — uma reunião da Comissão Interamericana de Direitos Humanos — foi ignorada pela deputada, que alegou “comemoração do aniversário de sua mãe”. O custo total: R$ 19.789,23.

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Projeto expansionista de Trump é inspirado no “Espaço Vital” de Hitler

Num primeiro momento, o “Espaço Vital” de Trump é o de conquistar todo o território ao norte dos Estados Unidos.

“Make America Great Again” deixou de ser apenas um slogan de campanha, hoje é muito mais que isso. Trata-se de um projeto de inspiração nazista para a ampliação territorial durante o segundo governo de Donald Trump.

A poucos dias de retornar à Casa Branca, Trump promete incorporar o Canadá aos EUA e tomar o Canal do Panamá (ligação importante para navios cargueiros entre os oceanos Atlântico e Pacífico) e a Groenlândia, um território dinamarquês autônomo entre o Atlântico Norte e o Oceano Ártico.

Esse desejo de expansão do império estadunidense lembra muito a noção do “Espaço Vital” Nazista, que levou Hitler a anexar áreas no Leste europeu. As primeiras invasões, no início do nazismo, ocorreram na Polônia, Dinamarca, Noruega e Ucrânia.

Está claro que, num primeiro momento, o “Espaço Vital” de Trump é o de conquistar todo o território ao norte dos Estados Unidos. A Groenlândia, por exemplo, representa a rota mais curta entre a América do Norte e a Europa. Além disto, a região possui imensas reservas de zinco, ferro, chumbo, carvão, diamantes, ouro, platina, nióbio, tantalita e urânio (minerais vitais para a fabricação de baterias e aparelhos eletrônicos).

Está claro que o projeto neonazista da extrema-direita mundial é o de fazer frente à chamada “Nova Rota da Seda” – um programa chinês iniciado em 2013 que prevê investimentos trilionários na construção de obras para ampliar mercados da China, não só na Ásia, mas também em países da Europa, América Latina, África e Oceania.

No campo ideológico, Trump-Musk-Zuckerberg estão montando, como bem definiu o ex-governador Tarso Genro, a “Internacional Protofascista da Humanidade”. Para Tarso, a IPH tem como objetivo criar os espaços vitais de controle da opinião pública, de agressão à soberania nacional, tudo com o financiamento massivo de empresários fascistas.

A ameaça às democracias é algo concreto, cristalino e tem que ser enfrentado rapidamente. Ignorar ou dar pouca importância ao fato de a extrema-direita manipular as mentes, através do controle das plataformas digitais, é um erro grave e fatal. Alguém ainda tem dúvidas de que os donos das gigantes de tecnologia vão usar todas as suas estruturas para eleger o candidato de Trump no Brasil? A ameaça feita por Elon Musk de que “Eles (Lula e Janja) vão perder a próxima eleição” seria apenas uma brincadeirinha ou uma bravata?

Qual o recado dado pelos governadores e presidentes da Câmara e Senado ao não comparecerem ao evento dos dois anos do “8 de janeiro”, em Brasília? E pior ainda, como explicar a falta de apoio popular ao mais importante evento em defesa do estado democrático de direito?

Isso tudo me preocupa. A esquerda democrática governa não só o país, mas vários estados e municípios e, apesar da máquina do estado, não conseguimos fazer sequer médias mobilizações populares.

A ideia da pacificação com os militares é outro conto da carochinha. A presença dos comandantes das Forças Armadas na data de ontem (08/01) só aconteceu porque foram convocados pelo ministro da Defesa. O golpismo ronda o país desde 2016 e estamos todos inebriados pela ideia de que, em 8 de janeiro de 2023, a democracia venceu. Não venceu, apenas ganhou uma batalha. A guerra vai endurecer nos próximos anos e é urgente que estejamos preparados. Fingir que está tudo sob controle, crer que estamos em CNTP (condições normais de temperatura e pressão), é incorrer nos mesmos erros do passado, quando o presidente João Goulart foi traído pelo general Amaury Kruel, então comandante do Segundo Exército. Erro que, como sabemos, nos custou a democracia.

Em tempos como o nosso, quando a extrema-direita se espalha mundo afora, não há espaço para fantasia. Como cantava a inesquecível Gal Costa, em Divino Maravilhoso, “é preciso estar atento e forte”.

*Floretan Fernandes Jr/247