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Vídeo – Tarcísio desdenha de denúncias contra abusos de PM: ‘pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parte, que não tô nem aí’

Um mês após o início da Operação Verão, na Baixada Santista, em São Paulo, a letalidade policial cresceu 94% no primeiro bimestre, em comparação com igual período de 2023.

Em reação à notícia de que será denunciado na Comissão de Direitos Humanos da ONU pela violência policial na Baixada Santista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que as ações continuarão. A queixa vai ser apresentada pela Conectas Direitos Humanos e pela Comissão Arns, mas Tarcísio afirmou que isso não o incomoda:

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse o governador.

Um mês após o início da Operação Verão, na Baixada Santista, em São Paulo, a letalidade policial cresceu 94% no primeiro bimestre, em comparação com igual período de 2023.

Houve um salto de 69 para 134 mortes por policiais no período, que marca ainda o segundo ano da gestão do governador. Em fevereiro, 39 delas aconteceram em meio à operação no litoral sul paulista

“Tem uma questão de denúncia, vamos investigar. Agora, nós precisamos de fato saber o que realmente aconteceu. Não há nenhum interesse da nossa parte em confrontar ninguém. Nós tínhamos lá na baixada uma série de barricadas que foram removidas. Locais em que o poder público não entrava. Hoje a gente retirou todas as barricadas. A gente está restabelecendo a ordem. Não existe progresso sem ordem.”

O governador foi questionado sobre o tema após agenda na capital para divulgar um pacote de ações voltado às mulheres.

Tarcísio negou que o governo tenha recebido denúncias de irregularidades e defendeu a operação.

“Nossa polícia é extremamente profissional (…) A gente está fazendo o que é correto.”

O Ministério Público, por sua vez, vai colher os prontuários médicos e identificar os socorristas para saber como ocorreram os transportes dos corpos das pessoas que morreram nos supostos confrontos com policiais.

Há denúncias de que os policiais desfizeram o local onde ocorreram as mortes, com a retirada de cadáveres, e dessa forma dificultar o trabalho da perícia. A alegação dos policiais é que essas pessoas ainda estavam vivas, mas chegaram mortas aos hospitais.

De acordo com promotores e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a retirada dos corpos, se for confirmada, pode ser enquadrada como crime de fraude processual. A pena prevista na lei é de três meses a dois anos de detenção, e multa.

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