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BRICS dominam: bloco já controla 30% da economia mundial e 20% do comércio global

O bloco conta ainda com um banco próprio de financiamento de projetos

O BRICS reúne as maiores economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2024, se associaram ao grupo o Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Irã. Neste ano, houve a adesão da Indonésia. Há ainda os países parceiros, como Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Nigéria.

Ao contrário da União Europeia e do Mercosul, o BRICS não é um bloco comercial. Ele surgiu como uma aliança voltada para o desenvolvimento econômico e a cooperação política entre os países do chamado sul global. Juntos, esses países representam cerca de 40% da população do planeta, mais de 29% da economia mundial e de 20% de todo o comércio do globo, com destaque para combustíveis, minérios e grãos.

O bloco atua em diversas áreas: política e segurança, economia e finanças, além de promover o intercâmbio cultural entre as nações. Os acordos firmados pelos chefes de estado são submetidos aos parlamentos de cada país.

O senador Humberto Costa (PT-PE) avalia que o próximo encontro vai facilitar o trabalho de definição de quais são as políticas prioritárias para cada um dos países membros. “Essa integração entre os parlamentares desses países favorece esse processo de entendimento geral.”

Banco

Em resposta às dificuldades de acesso a recursos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, o BRICS criou em 2014 o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) com um capital inicial de US$ 50 bilhões para o financiamento de projetos sustentáveis e de infraestrutura nos países membros e nas nações em desenvolvimento.

O NDB, com sede em Xangai, já liberou recursos para financiar 31 iniciativas no Brasil, como usinas solares e eólicas. O Rio Grande do Sul conseguiu uma linha de quase R$ 6 bilhões para a reconstrução do estado após as enchentes no ano passado.

Moeda

Os países do bloco também discutem o uso de moedas locais nas trocas comerciais. E em meio ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos, a aposta é de que essas negociações dentro do BRICS se intensifiquem, como ponderou o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, senador Nelsinho Trad (PSD-MS).

“Um debate de alto nível onde vão ser discutidas as questões relativas a esse conflito comercial global, as oportunidades de negócios que vão se abrir para nós. A partir do momento que você fecha uma porta, pode ter certeza que uma janela vai abrir. Abrindo janela é hora de você pegar essa oportunidade e fazer valer as questões principalmente do comércio brasileiro.”

Os países do BRICS também defendem mudanças em organismos internacionais, como as Nações Unidas, e o próprio FMI.

No campo da ciência e tecnologia, eles discutem o uso da Inteligência Artificial, segurança digital, desigualdade no acesso às tecnologias, inovação industrial e até a exploração do espaço, como destacou o senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo.

“Temos inúmeras possibilidades de cooperação internacional no setor de ciência e tecnologia, agora com o desenvolvimento de tecnologias como Inteligência Artificial e todos os problemas que vêm também, como a segurança cibernética, computação quântica e etc. É um momento ideal para o Brasil poder participar, apresentar suas empresas, verificar o que os outros países estão fazendo e estreitar esses laços.”

Outra área de cooperação do BRICS é a de desenvolvimento sustentável e mudança do clima. O Brasil, que também vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, quer o apoio do bloco no financiamento de projetos que reduzam o aquecimento global.

*Agência Câmara de Notícias

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Economia Mundo

Os efeitos negativos da crise entre Donald Trump e o Fed para a economia mundial

Ameaça do presidente americano de demitir o chefe do Federal Reserve, o BC de lá, sem ter poder para isso cria uma turbulência institucional em que todos perdem.

A ofensiva do presidente americano Donald Trump sobre o banco central de lá, o Fed (Federal Reserve), foi vista com preocupação por integrantes do governo brasileiro. A ameaça de demissão forçada de Jerome Powel, presidente da instituição independente e modelo para vários países, avaliam os técnicos, é algo ruim para o mundo. Segundo um interlocutor oficial, uma coisa é não gostar de uma política ou pessoa e criticar uma decisão, e outra é dizer que “se eu quiser, ele sairá de lá muito rápido” – até porque Trump não tem poder sobre uma instituição que tem que prestar contas, na verdade, ao Legislativo.

Desavenças entre líderes do Executivo e de bancos centrais independentes, cuja autonomia costuma garantida pelo Congresso, são vistas como algo normal. No Brasil, o próprio presidente Lula protagonizou, nos seus dois primeiros anos de mandato, uma briga declarada com o ex-presidente do BC Roberto Campos Neto, herdado da gestão de Jair Bolsonaro. “Mas nunca ameaçou arrancá-lo do cargo ou criar uma crise entre instituições sem precedentes”, ressalta a fonte oficial. O governante brasileiro foi ácido nas críticas à condução da política monetária de Campos Neto e até chegou a dizer que quando ele saísse do cargo, iria avaliar o que a independência do BC custou ao país.

Depois de períodos de turbulência no mercado financeiro, Campos Neto saiu – mas só ao final de seu mandato. No lugar dele, assumiu Gabriel Galípolo, que já era diretor de Política Monetária na equipe do BC, e condução seguiu a mesma, com Lula rasgando elogios ao novo presidente. O conflito Trump-Fed, porém, tem uma repercussão maior, acreditam especialistas.

Com a queda de braços com Powell, por essa avaliação, Trump está dando um passo a mais no modelo de poder que ele vem sinalizando ao mundo com várias atitudes desde que iniciou o mandato. “São os 100 dias de governo mais turbulentos da história”, diz um analista de investimento de uma grande instituição financeira internacional. “Trump quer alterar o sistema de crescimento da economia americana e não está respeitando a separação de poderes nem as instituições, a base da democracia americana, considerada um porto seguro até agora”.

O saldo dessas novas ameaças do governante dos Estados Unidos foi um início de semana agitado no mercado financeiro. A moeda americana abriu o dia em queda frente às moedas mais fortes do mundo, como euro, iene, franco suíço e libra esterlina. Num primeiro momento, a análise é que os investidores em ações estão se desfazendo das participações na bolsa de valores dos Estados Unidos diante da expectativa de queda nos retornos esperados, fruto, principalmente, do risco de recessão econômica e de alta da inflação, que impacta o consumo.

A crise já escalou para o financiamento da dívida. O governo americano está gastando mais para se financiar porque os juros nos títulos com vencimento em dez anos estão subindo. “O mundo está perdendo as referências de segurança”, diz o analista. “Ninguém ganha com essa loucura toda. Enfraquecer o Fed é dar um tiro no pé porque um sucessor não terá credibilidade diante dessa aventura trumpista”, prossegue.

*PlatôBR

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Economia

Mercado em pânico: Ibovespa cai 9% e dólar dispara a R$ 4,79

O Ibovespa Futuro abre em forte baixa nesta segunda-feira (9) em meio à queda de 21,36% do barril do petróleo tipo Brent (usado como referência pela Petrobras), e de 22,4% do barril do WTI.

O movimento ocorre depois do fracasso no acordo para redução na produção da commodity entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia. A Arábia Saudita anunciou já no sábado que praticará descontos de 20% no preço do barril.

Às 09h05 (horário de Brasília), o índice futuro registrava queda de 9,54%, aos 88.540 pontos, enquanto o dólar futuro para abril dispara 3,19%, para R$ 4,79. No câmbio, o Banco Central já marcou um leilão de US$ 3 bilhões à vista, o primeiro desde o início da disparada na cotação da divisa.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 ainda está em leilão, DI para janeiro de 2023 dispara 58 pontos-base a 5,67% e DI para janeiro de 2025 sobe 42 pontos-base a 6,43%.

A Bolsa provavelmente acionará o crircuit eaker hoje, quando suspende negociações de ativos por meia hora após uma baixa de 10% no Ibovespa.

​Se o recurso do circuit breaker for acionado, uma vez reaberto o pregão, se houver uma oscilação negativa de até 15%, a interrupção se dá por mais uma hora. Voltando a funcionar, com queda de 20%, ocorre suspensão dos negócios por prazo a ser definido pela Bolsa. Nessa hipótese, a decisão deverá ser comunicada ao mercado. De qualquer forma, na última meia hora de pregão, as negociações acontecerão.

As bolsas de valores dos países do Golfo Pérsico desabaram, junto com as ações da estatal petrolífera saudita Aramco, que caíram 9% na Bolsa de Valores de Riad.

Com a maior queda da cotação desde a Guerra do Golfo de 1991, uma nova fonte de risco se instaura em uma economia mundial já abatida pelo coronavírus, que já tem perto de 110 mil infectados em todo o mundo.

Segundo o Goldman Sachs, a guerra de preços entre Opep e Rússia poderia levar a commodity aos US$ 20. O petróleo Brent pode cair para até US$ 20 o barril e testar os níveis em que alguns produtores podem operar, escreveram analistas como Damien Courvalin em relatório.

 

 

*Com informações do Infomoney