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Cessar-fogo em Gaza é pré-fabricado para prolongar o genocídio, denuncia presidente da Fepal

Para Ualid Rabah, reconstrução de Gaza e bloqueio à ajuda humanitária revelam continuidade do genocídio

O presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Ualid Rabah, afirmou que o cessar-fogo em Gaza é “pré-fabricado” e serve para prolongar o genocídio do povo palestino. Em entrevista ao Brasil de Fato, ele denunciou que “os Estados Unidos e Israel não estão agindo de boa fé e querem continuar o genocídio”.

“Gerir o genocídio significa gerir a fome, não impor a fome como arma de guerra. Nesse caso, o precedente da fome como arma de guerra está sendo reeditado, impedindo a entrada de ajuda humanitária”, disse Rafah, ao comentar o bloqueio israelense à ajuda em Rafah após a entrega de restos mortais de prisioneiros israelenses nesta terça-feira (14).

Nesta segunda-feira (13), seis palestinos foram mortos no norte de Gaza, segundo o próprio Exército israelense, após se aproximarem das forças de ocupação. O episódio, para Rabah, tende a se repetir com o fim do cessar-fogo.

Segundo ele, Israel utiliza justificativas prévias para romper acordos e manter o controle sobre Gaza. “Estamos falando de um território devastado, que produziu a maior quantidade de mortos sob escombros proporcionalmente da história humana”, afirmou. O presidente da Fepal estima que entre 11 mil e 20 mil palestinos permanecem desaparecidos.

Rabah também alertou para a tentativa de Israel impor zonas de “segurança” que, na prática, confiscariam partes do território palestino. “[Forças israelenses] ocupam 53% do território. Seguramente, vão impor áreas de segurança e impedirão os palestinos de circularem no seu próprio território”, explicou.

Ao analisar o papel dos Estados Unidos e de outros países ocidentais na reconstrução de Gaza, ele acusou esses governos de buscarem apagar provas do genocídio. “Remover a totalidade dos escombros e não permitir que investigadores internacionais ingressem no território significa normalizar o genocídio”, afirmou.

Rabah acrescentou que o envolvimento de potências e empresários ligados ao presidente Donald Trump pode transformar o sangue palestino “em um grande negócio”. “O verdadeiro dono desse genocídio são os Estados Unidos. Há uma reserva gasífera estimada em até US$ 900 bilhões. O sangue palestino virará um grande negócio”, criticou.


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Política

‘Eduardo Bolsonaro usou influência política para interferir nos trabalhos da PF e do Judiciário’, diz FEPAL

Yuval Vagdani é acusado de crimes de guerra no conflito na Faixa de Gaza e enfrenta investigações na Justiça brasileira.

A Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) afirmou nesta sexta-feira (10) que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) conspirou com Israel para facilitar a fuga do soldado Yuval Vagdani. O militar israelense é acusado de crimes de guerra no conflito na Faixa de Gaza e enfrenta investigações na Justiça brasileira.

Segundo o parlamentar, em declaração à imprensa israelense, ele teria “coordenado o contra-ataque” em parceria com o governo de Israel para obstruir a justiça brasileira e permitir que o soldado deixasse o país.

Eduardo Bolsonaro também alegou falsamente à mídia israelense que a “campanha virtual” realizada em conjunto com o Ministério de Assuntos da Diáspora de Israel teria encerrado o caso. O processo, no entanto, segue em andamento.

De acordo com a FEPAL, o deputado teria utilizado a própria “influência política para interferir nos trabalhos da Polícia Federal e do Judiciário brasileiro a serviço de interesses estrangeiros e em coordenação com “país” hostil ao Brasil, obstruindo a justiça e violando nossa soberania nacional.”

FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil
@FepalB
Em confissão escandalosa, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou à imprensa israelense que “coordenou o contra-ataque” junto ao governo de “israel” para obstruir a justiça brasileira e facilitar a fuga de Yuval Vagdani, o soldado israelense acusado de crimes de guerra no genocídio em curso em Gaza e alvo de investigação no Brasil.

À imprensa israelense, Bolsonaro se gabou sugerindo que sua “campanha virtual” em coordenação com o ministério de assuntos da diáspora (sic) de “israel” teria feito o caso “ser encerrado” — o que não é verdade, pois o processo segue tramitando.

Em outras palavras, o deputado admite que usou sua alegada influência política para interferir nos trabalhos da Polícia Federal e do Judiciário brasileiro a serviço de interesses estrangeiros e em coordenação com “país” hostil ao Brasil, obstruindo a justiça e violando nossa soberania nacional.

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