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Desesperados, com fome e sede, milhares de moradores de Gaza invadem centro de distribuição da ONU

Milhares de cidadãos de Gaza invadiram armazéns e centros de distribuição da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA). Eles pegaram farinha e “itens básicos de sobrevivência”, informou a organização neste domingo (29).

“Este é um sinal preocupante de que a ordem civil está começando a ruir depois de três semanas de guerra e de um cerco apertado a Gaza”, afirmou a UNRWA em comunicado.

A Internet e o sinal de telefone estão sendo restaurados para muitas pessoas em Gaza, de acordo com a empresa de telecomunicações Paltel, o grupo de defesa do acesso à Internet NetBlocks.org e confirmação no terreno, informa a agência de notícias Associated Press.

A região da Faixa de Gaza sofreu um blecaute de comunicação desde a noite de sexta-feira (27), deixando seus 2,3 milhões de residentes isolados do mundo exterior em meio às perdas de bombardeios aéreos e terrestres israelenses.

Já o fornecimento de ajuda a Gaza foi bloqueado desde que Israel começou a bombardear o enclave em resposta ao ataque do Hamas.

Em dos armazéns, localizado em Deir al-Balah, a UNRWA armazena suprimentos dos comboios humanitários que atravessam Gaza vindos do Egito.

“Os suprimentos no mercado estão acabando, enquanto a ajuda humanitária que chega à Faixa de Gaza em caminhões vindos do Egito é insuficiente”, alertou a UNRWA, acrescentando que o atual sistema para levar comboios humanitários para Gaza estava “preparado para falhar”.

“As necessidades das comunidades são imensas, mesmo que apenas para a sobrevivência básica, enquanto a ajuda que recebemos é escassa e inconsistente”, explicou.

A UNRWA afirmou que a sua capacidade de ajudar as pessoas em Gaza foi completamente prejudicada pelos ataques aéreos que mataram mais de 50 dos seus funcionários e restringiram a circulação de suprimentos.

Mesmo antes do conflito, a organização tinha dito que o seu funcionamento estava em perigo devido à falta de financiamento.

Fundada em 1949, após a primeira guerra árabe-israelense, a UNRWA presta serviços públicos, incluindo escolas, cuidados de saúde primários e ajuda humanitária em Gaza, na Cisjordânia, na Jordânia, na Síria e no Líbano.

Brasileiros orientados a estocar comida

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, tem orientado os brasileiros que estão nas cidades de Rafah e Khan Yunis, localizadas no sul da Faixa de Gaza, a estocar os produtos não perecíveis comprados com os recursos repassados pelo governo a estocar os produtos não perecíveis comprados com os recursos repassados pelo governo, informou Teo Cury, da CNN.

A orientação vem sendo dada em meio à escalada da guerra e a consequente crise de desabastecimento que afeta a região mais crítica do conflito entre Israel e Hamas

O governo tem enviado dinheiro para que brasileiros e palestinos que integram o grupo que aguarda a repatriação possam fazer compras e garantir o mínimo para a sobrevivência.

Os preços dos produtos na feira e nos mercados locais, no entanto, têm triplicado, às vezes quadruplicado.