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Houthis disparam mísseis contra outro navio americano horas após ataques militares dos EUA

Grupo apoiado pelo Irã no Iêmen alvejaram a embarcação comercial M/V Chem Ranger, marcando o terceiro ataque desse tipo nesta semana.

Os rebeldes Houthi dispararam mísseis contra outro navio comercial de propriedade dos EUA na quinta-feira (18), poucas horas depois de uma nova rodada de ataques militares americanos contra o grupo apoiado pelo Irã no Iêmen.

Os Houthis lançaram dois mísseis balísticos antinavio contra o M/V Chem Ranger, disseram os militares dos EUA, marcando o terceiro ataque desse tipo a um navio de propriedade dos EUA esta semana.

“A tripulação observou o impacto dos mísseis na água perto do navio. Não houve relatos de feridos ou danos ao navio”, disse o Comando Central dos EUA.

O presidente Joe Biden admitiu na quinta-feira que os ataques dos EUA contra os Houthis não estão impedindo os ataques do grupo no Mar Vermelho, que, segundo ele, só vão parar quando Israel terminar a sua guerra na Faixa de Gaza, diz a CNN.

Os comentários de Biden foram feitos depois que os militares dos EUA disseram que o quinto ataque dos EUA aos ativos Houthi em uma semana teve como alvo um pequeno número de mísseis antinavio que estavam sendo preparados para serem lançados contra rotas marítimas internacionais.

Mas a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, disse que os EUA “conseguiram degradar, perturbar gravemente e destruir um número significativo” de capacidades Houthi.

“Nunca dissemos que os Houthis iriam parar imediatamente”, disse ela. “Isso é algo que eles terão que tomar essa decisão e fazer esse cálculo.”

 

 

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Houthis realizam exercícios militares após novo ataque dos EUA no Iêmen

Ofensiva conjunta com Reino Unido aumentou as preocupações sobre a escalada do conflito no Oriente Médio.

O movimento Houthi realizou no sábado (13) exercícios militares na província de Saada, no noroeste do Iêmen, ameaçando uma “resposta forte e eficaz” depois que os Estados Unidos realizaram outro ataque noturno contra o grupo alinhado ao Irã.

Num vídeo divulgado pelos Houthis, oficiais foram filmados assistindo a uma série de exercícios militares, incluindo lançamentos de morteiros e manobras militares.

Os ataques aumentaram as preocupações sobre a escalada do conflito que se espalhou pela região desde que o grupo palestino Hamas e Israel entraram em guerra, com os aliados do Irã também entrando na briga vindos do Líbano, da Síria e do Iraque. O último ataque, que os EUA disseram ter atingido um local de radar, ocorreu um dia depois de dezenas de ataques americanos e britânicos a instalações Houthi no Iêmen.

“Este novo ataque terá uma resposta firme, forte e eficaz”, disse Nasruldeen Amer, porta-voz dos Houthi, à Al Jazeera, acrescentando que não houve feridos nem “danos materiais”.

Mohammed Abdulsalam, outro porta-voz Houthi, disse à Reuters que os ataques, incluindo o que atingiu durante a noite uma base militar em Sanaa, não tiveram impacto significativo na capacidade do grupo de impedir que navios afiliados a Israel passassem pelo Mar Vermelho e pelo Mar da Arábia.

O Pentágono disse na sexta-feira (12) que os ataques EUA-Reino Unido tiveram “bons efeitos”.

Os Houthis dizem que a sua campanha marítima visa apoiar os palestinos sob cerco e ataque israelense em Gaza, que é governada pelo Hamas, apoiado pelo Irã. Muitos dos navios atacados não tinham ligação conhecida com Israel.

O grupo, que controla Sanaa e grande parte do oeste e norte do Iêmen, também disparou drones e mísseis através do Mar Vermelho contra Israel.

 

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Rússia, Irã e China reagem a ataques de EUA e Reino Unido contra Houthis no Iêmen

Bombardeios anglo-americanos tiveram como alvo locais militares em cidades controladas pelo grupo, que tem atacado navios no Mar Vermelho em solidariedade a Gaza.

Os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram bombardeios aéreos durante a madrugada desta sexta-feira (12/01) contra os Houthis no Iêmen, que há semanas aumentam os ataques ao tráfego marítimo internacional no Mar Vermelho alegando “solidariedade” com os palestinos em Gaza.

A operação anglo-americana provocou reações de Moscou, Pequim e Teerã, aliada dos houthis.

O porta-voz da diplomacia russa denunciou uma “escalada” que tem “objetivos destrutivos”. “Os ataques dos Estados Unidos no Iêmen são um novo exemplo da distorção, por parte dos anglo-saxões, das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e de um total desrespeito pelo direito internacional, em uma escalada na região para alcançar os seus objetivos destrutivos”, escreveu Maria Zakharova no Telegram.

Já a China disse estar “preocupada” com o aumento das tensões no Mar Vermelho. “Pedimos às partes envolvidas que mantenham a calma e moderação, a fim de evitar uma expansão do conflito”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning.

Leia também – Quem são os houthis, grupo que bloqueia os navios israelenses no Mar Vermelho?

China pede segurança
Desde o início da guerra de Israel contra o grupo Hamas, em 7 de outubro, os Houthis aumentaram os ataques com mísseis e drones contra o tráfego marítimo internacional no Mar Vermelho, “uma passagem importante para a logística internacional e o comércio de energia”, sublinhou Mao Ning.

“Esperamos que todas as partes relevantes possam desempenhar um papel construtivo e responsável na proteção da segurança regional e da estabilidade do Mar Vermelho, em sintonia com os interesses da comunidade internacional”, continuou a porta-voz.

Pequim pediu a “todas as partes” para “manterem a segurança das vias navegáveis internacionais e evitarem assediar navios civis, o que é prejudicial para a economia e o comércio globais”, ressaltou a diplomacia chinesa.

O Irã, por sua vez, condenou os ataques aéreos norte-americanos e britânicos que são uma “ação arbitrária” e uma “violação flagrante da soberania” do Iêmen.

Como foram os ataques ocidentais
Os ataques anglo-americanos tiveram como alvo locais militares em várias cidades controladas pelos Houthis, indicou o canal de televisão deste grupo – membro do “eixo de resistência”, um agrupamento de movimentos armados contrários a Israel e estabelecido pelo Irã, que também inclui o Hamas palestino e o Hezbollah libanês.

A capital iemenita, Sanaa, e as cidades de Hodeida – onde correspondentes da AFP disseram ter ouvido várias explosões –, Taiz e Saada foram os alvos.

O presidente norte-americano Joe Biden disse que a operação foi realizada “com sucesso” em “resposta direta aos ataques sem precedentes dos Houthis a navios internacionais”. Ele evocou uma ação “defensiva” para proteger a comunidade internacional e alertou que “não hesitaria” em “ordenar novas medidas”, se necessário.

“Estes ataques direcionados são uma mensagem clara de que os Estados Unidos e os nossos parceiros não tolerarão ataques às nossas tropas e não permitirão que atores hostis ponham em risco a liberdade de navegação nas rotas comerciais mais importantes do mundo”, acrescentou o presidente norte-americano.

“Apesar dos repetidos avisos da comunidade internacional, os Houthis continuaram a realizar ataques no Mar Vermelho (…) Por isso, tomamos medidas limitadas, necessárias e proporcionais em autodefesa”, declarou o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak.

A diplomacia francesa alegou que os rebeldes “são responsáveis pela escalada regional”. Em um comunicado, Paris “exigiu que os Houthis acabem imediatamente” com os ataques e lembrou que “os Estados têm direito de reagir”.

Os bombardeios anglo-americanos foram realizados com aviões de combate e mísseis Tomahawk, informou a imprensa dos Estados Unidos. Washington indicou que a operação contou com o apoio da Austrália, Canadá, Holanda e Bahrein.

Londres disse ter mobilizado quatro aviões de combate Typhoon FGR4 para atacar, com bombas guiadas a laser, os locais de Bani e Abbs, de onde os Houthis “lançam” drones.

Impacto no transporte marítimo internacional
Os ataques houthis estão forçando muitos armadores a contornar a zona, o que aumenta os custos e os tempos de transporte entre a Europa e a Ásia. Os Estados Unidos já tinham mobilizado navios de guerra e criado uma coligação internacional em dezembro para proteger o tráfego marítimo nesta área, por onde passa 12% do comércio mundial.

Na terça-feira (09/01), 18 drones e três mísseis foram abatidos por três destróieres norte-americanos, um navio britânico e por caças enviados pelo porta-aviões americano Dwight D. Eisenhower. O Conselho de Segurança da ONU exigiu um fim “imediato” dos ataques do grupo armado iemenita, mas mesmo assim, na quinta-feira (11/01), os Houthis lançaram outro míssil contra um navio no Mar Vermelho.

Combatentes do Houthis controlam grande parte do Iêmen e afirmam ter como alvo navios comerciais que suspeitam estarem ligados a Israel, alegando agir em solidariedade com os palestinianos na Faixa de Gaza, palco de uma guerra devastadora entre Israel e o Hamas.

“O nosso país enfrenta um ataque massivo de navios, submarinos e aviões americanos e britânicos”, respondeu o vice-ministro das Relações Exteriores houthi, Hussein Al-Ezzi, citado pelos meios de comunicação do movimento. “Os Estados Unidos e o Reino Unido devem se preparar para pagar um preço elevado e suportar as pesadas consequências desta agressão”, ameaçou.

*Opera Mundi