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Internet de Musk detém “monopólio da comunicação do crime ambiental na Amazônia”, revelam dados do Ibama

Em um ano, Ibama apreendeu dezenas de equipamentos da operadora de internet via satélite em mais de 20 garimpos ilegais. Número pode ser ainda maior.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu pelo menos 32 aparelhos da Starlink, empresa de internet via satélite fundada pelo bilionário Elon Musk, em mais de 20 garimpos ilegais na Amazônia, de abril de 2023 a março de 2024. Os equipamentos foram encontrados em quatro estados.

Contudo, o levantamento feito pelo UOL, com base em dados públicos, aponta que o número real de antenas da Starlink confiscadas nos garimpos pode ser ainda maior, isso porque a maioria dos mais de 90 aparelhos de internet apreendidos nos últimos 12 meses não teve a marca anotada.

Segundo o órgão, o equipamento da Starlink tem sido apreendido em locais críticos. Das 32 antenas encontradas desde abril do ano passado, 9 foram achadas na Terra Indígena Yanomami, que enfrenta uma crise humanitária em decorrência do garimpo ilegal.

Agentes do Ibama afirmaram à reportagem do Uol que quase todos os garimpos ilegais aderiram à Starlink no último ano. A operadora virou “opção preferencial” em áreas rurais ou de difícil acesso pelo seu sistema de satélites que oferece mais qualidade e velocidade que o das concorrentes.

O chefe do Serviço de Operações Especiais de Fiscalização do Ibama, Felipe Augusto Finger, declarou à reportagem que a “Starlink já tem praticamente o monopólio da comunicação do crime ambiental na Amazônia”. “Ela tem menor custo e é bem mais rápida e prática do que as concorrentes, que desapareceram. Todo acampamento de criminosos hoje tem uma antena da Starlink”, afirmou.

As promessas de Musk
Contudo, enquanto a empresa facilita as operações do garimpo ilegal e atrapalha a fiscalização nesses locais, Musk ainda não cumpriu a promessa de conectar 19 mil escolas na Amazônia, feita em maio de 2022, pouco tempo depois de a empresa se instalar no Brasil.

Hoje, a operadora atuação somente no mercado privado com mais 150 mil usuários no país. Apesar das iniciativas citadas pelo bilionários, a empresa nunca teve contratos públicos ou participou de qualquer licitação no país.

*GGN