O ex-presidente Jair Bolsonaro mostrou a auxiliares duas preocupações centrais em relação às joias enviadas pelo regime da Arábia Saudita retidas pela Receita Federal: evitar que as peças de diamantes fossem para leilão e impedir que ficassem com seu sucessor, o presidente Lula.
Ex-integrantes do gabinete de Bolsonaro relataram que o alerta sobre o leilão foi feito ao então presidente pelo próprio ex-chefe da Receita Julio Cesar Gomes. O tema foi abordado em uma conversa telefônica entre ambos, em dezembro do ano passado. Segundo ex-membros do gabinete da presidência de Bolsonaro, o contato foi feito por Julio Cesar, que tinha canal direto com o então chefe do Executivo.
Depois da conversa, o ex-presidente disse a auxiliares que não queria “deixar nada pro Lula”. Com isso, determinou que seu gabinete entrasse em contato com o ex-chefe da Receita, para que lhe desse as orientações de como proceder para retirar as peças avaliadas em R$ 16,5 milhões.
As joias enviadas pela Arábia Saudita e que seriam destinadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro estavam próximas de serem leiloadas devido à falta de manifestação por parte do governo. O documento que declarou a “pena de perdimento aos bens por abandono” pela Receita é de julho do ano passado. O auto foi emitido após as diversas tentativas do governo federal de reaver as peças, sem sucesso.
Procurado para falar sobre o telefonema, o ex-secretário da Receita Julio Cesar não respondeu aos questionamentos da coluna.
Apoie o Antropofagista com qualquer valor acima de R$ 1,00
Agradecemos aos que formam essa comunidade e convidamos todos que possam a fortalecer essa corrente progressista. Seu apoio é fundamental nesse momento crítico que o país atravessa para continuarmos nossa labuta diária para trazer informação e reflexão de qualidade e independência.
Caixa Econômica Agência: 0197
Operação: 1288
Poupança: 772850953-6
PIX: 45013993768 – CPFAgradecemos imensamente a sua contribuição