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Erika Hilton registra pedido de investigação na PF após receber ameaças

;Publicação da parlamentar defende medida, que foi revogada pelo governo esta semana.

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou neste domingo (19/1), um pedido de abertura de inquérito na Polícia Federal (PF) para apurar ameaças de morte recebidas por meio da rede social X (antigo Twitter). As mensagens, que se intensificaram ao longo da madrugada, surgiram após a parlamentar publicar um vídeo desmentindo fake news acerca de uma proposta de fiscalização do PIX, medida anunciada, mas posteriormente revogada pelo governo.

As ameaças incluem incitações explícitas ao homicídio, referências à contratação de “pistoleiros” para segui-la e menções a práticas semelhantes às que vitimaram a vereadora Marielle Franco, morta em 2018. Além disso, conteúdos transfóbicos foram dirigidos à deputada, juntamente com ataques contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O vídeo, postado neste sábado (18/1), por Erika Hilton adota o mesmo formato visual e sonoro de uma gravação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que tentava transmitir a ideia de monitoramento das transações no Pix, argumentando que a fiscalização prejudicaria camadas mais vulneráveis da população. O vídeo do deputado ultrapassou 300 milhões de visualizações e ele, mesmo com a divulgação de notícias falsas, conseguiu outra proeza e ultrapassou o número de seguidores do presidente Lula no Instagram, segundo o Correio Braziliense.

Com mais de 100 milhões de visualizações, em pouco mais de 24 horas, a deputada defendeu o governo e disse, em um dos trechos: “O governo Lula nunca defendeu a taxação do PIX. Muito pelo contrário, quem sempre defendeu a taxação do PIX foi o ex-ministro da economia de Bolsonaro, Paulo Guedes. Ele sempre falou sobre taxar o PIX. Hoje já se passa a Receita Federal a informação de movimentações a partir de R$ 2 mil. O governo queria aumentar para R$ 5 mil na tentativa de constranger, coibir criminosos e quadrilhas”.

A parlamentar continuou fazendo críticas ao governo Bolsonaro, citando a desvalorização do salário mínimo, o combate ao desemprego e as rachadinhas. “Eles que luxam enquanto o povo trabalha de verdade, agora se apresentam diante das pessoas com uma mentira, se colocando como defensores do povo. É preciso se informar e é preciso não cair nessa onda de ataque e de mentira”, afirmou a parlamentar.

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Anistia Internacional pede investigação contra Israel por desaparecimentos forçados em Gaza

Depois de relatos de mortes em centros de detenção militar, a Anistia Internacional exigiu nesta quarta-feira (20) uma investigação urgente sobre o desaparecimento forçado de palestinos na Faixa de Gaza e levados para o país. A guerra no território começou no dia 7 de outubro e já deixou mais de 20 mil pessoas mortas.

A organização humanitária estima que centenas de pessoas estão presas em centros de detenção no sul de Israel após serem capturados em operações militares. “As forças israelenses devem divulgar urgentemente o destino e paradeiro de todos os detidos desde 7 de outubro”, disse Heba Morayef, diretora regional da Anistia para o Oriente Médio e Norte da África, em comunicado.

A organização humanitária estima que centenas de pessoas estão presas em centros de detenção no sul de Israel após serem capturados em operações militares. “As forças israelenses devem divulgar urgentemente o destino e paradeiro de todos os detidos desde 7 de outubro”, disse Heba Morayef, diretora regional da Anistia para o Oriente Médio e Norte da África, em comunicado.

Tratamento desumano
Conforme a Anistia Internacional, há um o “tratamento desumano e desaparecimento forçado” dos palestinos deve ser investigado o mais rápido possível. Na última terça (19), as Forças de Defesa de Israel (FDI) foram questionadas sobre o assunto e resumiram a dizer que mortes dos destinos são investigadas.

Porém, não foram fornecidos detalhes sobre a localização dos desaparecidos e quantos morreram nas instalações israelenses. O jornal Haaretz chegou a divulgar um relatório que revelou que os prisioneiros morreram na base militar de Sde Teiman, perto da cidade de Beersheba. Segundo a publicação, os detidos neste local ficam “vendados e algemados durante a maior parte do dia, e as luzes permanecem acesas nas instalações durante toda a noite”.

O destino dos palestinos detidos por Israel foi alvo de preocupações maiores na última semana, após a mídia do país mostrar dezenas de civis sentados nus em uma rua de Gaza sob custódia militar. A suspeita é que as imagens, que também flagraram pessoas vendadas com as mãos amarradas, foram divulgadas por um membro do Exército.

Qual é a situação atual do povo palestino?
O conflito entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza começou no dia 7 de outubro, por conta de um ataque surpresa do movimento ao país judeu que causou a morte de 1,2 mil pessoas. Por conta dos ataques aéreos e a operação por terra, mais de 80% da população do território palestino está desabrigada e há uma crise humanitária sem precedentes.

Um acordo mediado pelo Catar levou a uma pausa humanitária de uma semana em Gaza para a libertação de reféns e ainda a chegada mais intensa de ajuda com alimentos, água, remédios e combustíveis, porém foi encerrada no início do mês.

O conflito palestino-israelense, relacionado a interesses territoriais, tem sido fonte de tensões e conflitos na região por muitas décadas. A decisão da ONU de 1947 determinou a criação de dois estados, Israel e Palestina, mas apenas o israelense foi estabelecido.