Perfil do “Movimento Jair Me Arrependi” desmontou todo o argumento de Bolsonaro de que ele não tinha conhecimento do comitê não declarado de mais de 3 mil metros quadrados em BH; um dos administradores tem relação próxima com o presidente e membros do governo.
O perfil Movimento Jair Me Arrependi no Twitter, que ganhou repercussão por fazer um compilado das pessoas que se declaram arrependidas de votar no presidente Jair Bolsonaro, fez uma sequência de postagens detalhando diversos crimes eleitorais cometidos pela equipe de Bolsonaro e aliados no pleito de 2018. O então candidato à presidência teria montado um comitê de campanha clandestino.
“Perdoem-me pela insistência sobre esse assunto, mas é que ele é bom demais para ser esquecido, passar batido e consegui pegar mais umas coisas curiosas sobre o comitê clandestino. Vamos de mini-thread?”, é como inicia a sequência publicada neste sábado (14).
O ponto principal da denúncia envolve a criação de um “comitê clandestino do Bolsonaro não declarado ao TSE” em Belo Horizonte, chamado QGBH17. Segundo a defesa do ex-presidente, ele não foi declarado porque a sua existência era “desconhecidas”, mas os comandantes do gabinete aparecem em fotos e vídeos com figuras centrais da campanha do ex-capitão, como o ex-senador Magno Malta (PL-ES), o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o próprio Jair Bolsonaro.
O principal nome do QG era Rafael Almeida Guerra. Este homem aparece em fotos com o então candidato à presidência e também em vídeo de entrevista coletiva “escoltando” o ex-capitão. Outro nome central é Júlio Hubner, autodenominado “laranja do bem”. Hubner foi candidato à deputado pelo PSL de Minas Gerais, mas “abriu” mão e “cedeu” seu CNPJ para produzir material de Bolsonaro em nome do QG, em um prática de laranja.
Confira a sequência de postagens:
Perdoem-me pela insistência sobre esse assunto, mas é que ele é bom demais para ser esquecido, passar batido e consegui pegar mais umas coisas curiosas sobre o comitê clandestino. Vamos de mini-thread?
— jairminh (@jairmearrependi) December 14, 2019
A Folha denunciou o comitê clandestino do Bolsonaro não declarado ao TSE. O Comitê chamado QGBH17 ficava em Belo Horizonte – Minas Gerais.
Tratei desse assunto aqui. https://t.co/FY7iqN8WdS
— jairminh (@jairmearrependi) December 14, 2019
A defesa de Bolsonaro alegou que o comitê de Bolsonaro simplesmente não foi declarado porque eles desconheciam a sua existência. Provei aqui que todas as principais estrelas da campanha do Seu Jair passaram por ele ou falaram sobre ele em vídeo.https://t.co/27hL5HbFBu
— jairminh (@jairmearrependi) December 14, 2019
O comitê em questão tinha um Instagram. Pouco seguido, pouco curtido. Mas tinha. Esse aqui. Ainda está no ar.
Nele, há a indicação do empresário que fundou o comitê, citado na reportagem, e o seu administrador, um tal de Rafael.
(E não adianta apagar, já arquivamos) pic.twitter.com/N2AJt2h9ef
— jairminh (@jairmearrependi) December 14, 2019
A foto da perfil do Facebook do tal Rafael é essa aqui. kkk
"o presidente da República e a equipe que cuidou da prestação de contas de campanha, do escritório Kufa Advocacia, jamais tiveram informação desse suposto comitê". pic.twitter.com/haFXARkbaE
— jairminh (@jairmearrependi) December 14, 2019
O comitê pode ter encerrado as atividades após as eleições, mas a marca QGBH17 continuou sendo usada pela turma em eventos relacionados ao Bolsonaro na região, como o arrasta-pé mais fora de época que eu já vi.
Em agosto já é Natal, querido. pic.twitter.com/92PWZuV3nG
— jairminh (@jairmearrependi) December 14, 2019
Aqui temos um print da foto da tela (printception) do Rafael atrás do presidente em uma entrevista; junto ao Flávio Bolsonaro, Hélio Negão e Leo Índio em dezembro de 2018 .
Como assim a campanha oficial desconhecia o QGBH17? pic.twitter.com/USorh6tWTq
— jairminh (@jairmearrependi) December 14, 2019
*Com informações da Forum