Marcelo Blanco abriu empresa que tem como atividade a representação comercial de medicamentos.
Segundo o Painel, Folha, na véspera do jantar em que um representante do Ministério da Saúde teria pedido propina a um vendedor de vacinas, um dos presentes no encontro, o coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa, abriu uma empresa de representação comercial de medicamentos.
Nesta quarta-feira (30), a CPI da Covid no Senado aprovou requerimento de convocação de Blanco.
O empresário Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse à Folha que Blanco estava no encontro no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, em 25 de fevereiro.
Segundo ele, na ocasião, o então diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias pediu a propina de US$ 1 dólar por dose para que as negociações de compra da vacina avançassem.
Blanco era assessor no departamento de logística do ministério na gestão de Dias.
Em 22 de fevereiro, três dias antes, Blanco abriu a empresa Valorem Consultoria em Gestão Empresarial, em Brasília.
Entre as atividades econômicas da empresa apresentadas à Receita Federal estão as de representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de perfumaria e também de instrumentos e materiais odonto-médico-hospitalares.
Outras atividades declaradas da empresa são serviços combinados de escritório e apoio administrativo, atividades de consultoria em gestão empresarial e atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto imobiliários.
Dominguetti disse à Folha que, durante a conversa, Blanco, Dias e um empresário estavam com uma agenda em que anotavam fazendo cálculos. “Só sei que eles ficavam com uma agenda anotando, fazendo cálculos, eu olhando aquilo e falei gente do céu, onde eu fui me enfiar?”, disse.
O empresário disse que, em determinado momento, Blanco foi embora do encontro.
“Eu lembro da data porque o Blanco foi embora, aí ele [Dias] falou: ‘Vamos dar uma esticada na noite’. Eu falei não, não vou não, eu tenho que ir embora, vou ver o jogo do São Paulo, que tava jogando. E eu querendo ir embora, né? O Roberto e esse empresário, e eu falei não, não vou não, eu tô com um compromisso e fui embora”, disse.
O Painel tentou contato com Blanco no número de telefone informado à Receita, mas não houve resposta.
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