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Israel retira forças terrestres de Khan Younis, no sul de Gaza

Os militares israelenses disseram que retiraram suas forças terrestres de Khan Younis no sul de Gaza após meses de combates, mas uma “força significativa” permanece em outras áreas da faixa.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) disseram neste domingo (7) que sua 98ª divisão “concluiu sua missão” em Khan Younis. A divisão deixou a Faixa de Gaza para “se recuperar e se preparar para futuras operações”, disse.

Uma “força significativa liderada pela 162ª divisão e pela brigada Nahal continua a operar na Faixa de Gaza”, disse a IDF.

Quando perguntado pela CNN sobre os motivos da retirada, a IDF se recusou a comentar. O movimento levanta questões sobre o plano de Israel de invadir Rafah, a área densamente povoada do sul de Gaza que até agora escapou dos combates no terreno.

A emissora pública israelense e afiliada da CNN, Channel 11, informou no domingo que as forças restantes estariam localizadas ao longo do chamado Corredor Netzarim, uma rota que divide a Faixa de Gaza em duas. O corredor cruza uma das duas principais estradas norte-sul de Gaza, a Rua Salaheddin, para criar uma junção central estratégica.

A IDF disse no domingo que unidades de comando invadiram e procuraram mais de cem locais no bairro Al-Amal de Khan Younis. Ele alegou que “infraestrutura terrorista” tinha sido encontrada em todos os locais pesquisados, incluindo um túnel de cerca de 900 metros de comprimento. Os militares israelenses disseram que “eliminaram terroristas” durante sua operação. A CNN não pode verificar independentemente essas alegações.

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Tropas de Israel expandem operação terrestre na Faixa de Gaza; tanques chegam ao sul do território

Volta dos ataques terrestres marcam mudança de estratégia das forças israelenses após fim da trégua com Hamas.

O exército israelense anunciou, nesta segunda-feira (04/12), a expansão de sua operação terrestre contra o Hamas para toda a Faixa de Gaza. Dezenas de tanques e escavadeiras entraram no sul do enclave, perto da cidade de Khan Younis, segundo testemunhas.

“As forças israelenses operam em toda a Faixa de Gaza e em qualquer lugar onde o Hamas tenha esconderijos”, disse Daniel Hagari, representante do Exército, na noite deste domingo (03/12). As tropas de Israel iniciaram sua ofensiva terrestre no norte de Gaza em 27 de outubro, onde assumiram o controle de várias áreas.

De acordo com testemunhas ouvidas pela AFP, os veículos militares entraram “a uma profundidade de dois quilômetros” na cidade de al-Qarara, no nordeste de Khan Younis. “Os tanques estão agora na estrada Salaheddine, que percorre a Faixa de Gaza de norte a sul”, disse Moaz Mohammed, de 34 anos, que mora na região.

A volta dos ataques terrestres marcam uma mudança de estratégia das forças israelenses. Desde que os combates foram retomados na sexta-feira (01/12), após o fim da trégua de uma semana com o Hamas, Israel tem privilegiado os bombardeios aéreos.

Israel nega deslocamento forçado de civis
Durante a noite de domingo, um ataque em frente ao hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, matou várias pessoas, segundo a agência de notícias palestina Wafa.

Em um comunicado, o governo do Hamas acusou o exército israelense de “violar” as normas do Direito Internacional Humanitário (DIH), que visa minimizar os efeitos dos conflitos armados para a população civil.

Israel negou nesta segunda-feira que esteja forçando os palestinos a ir para o Egito. “Não estamos tentando deslocar a população de maneira permanente”, disse Jonathan Conricus, porta-voz do Exército israelense.

“Pedimos aos civis que se retirassem do campo de batalha e designamos uma zona humanitária específica dentro da Faixa de Gaza”, disse ele, referindo-se à área costeira de Al-Mawasi.

“Estamos cientes de que o espaço e o acesso são limitados. Por isso é crucial obter o apoio de organizações humanitárias internacionais para ajudar a estabelecer infraestrutura na área de Al-Mawasi”, declarou.

Israel acusa o Hamas de agir em túneis debaixo dos hospitais e usar civis como escudos humanos.

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde do Hamas, divulgado neste domingo, cerca de 15.523 pessoas morreram desde o início do conflito e dos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza, em 7 de outubro. Cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças.

“Nas últimas horas, apenas 316 mortos e 664 feridos foram retirados dos escombros e levados para hospitais, mas muitos ainda estão soterrados”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas, Ashraf al-Qidreh.

Segundo as forças israelenses, cinco soldados morreram após a retomada dos combates na sexta-feira.

10.000 ataques aéreos
Desde o início da guerra, o exército israelense realizou “cerca de 10.000 ataques aéreos”. No sul da Faixa de Gaza, os ataques têm visado a cidade de Khan Younis e seus arredores.

No domingo, os moradores fugiram da cidade, a pé, amontoados em carrinhos ou em carros, com seus pertences empilhados no teto, de acordo com imagens divulgadas pela AFP.

Os hospitais no sul da Faixa de Gaza estão sobrecarregados de feridos e as reservas de combustível para acionar os geradores estão no fim.

No Hospital Nasser, em Khan Younis, a situação é caótica. “Faltam palavras para descrever os horrores que se abatem sobre as crianças aqui”, disse James Elder, porta-voz do Unicef no local, em um vídeo no domingo. “Vejo muitas crianças chegando entre as vítimas”, disse ele mais cedo no X.

Operações no sul de Gaza
Em visita aos reservistas, Herzi Halevi, o chefe do Estado-Maior israelense disse que o Exército continua com “sucesso” suas operações no sul da Faixa de Gaza.

Na manhã desta segunda-feira, as tropas de Israel também lançaram operações em várias áreas da Cisjordânia ocupada, incluindo Jenin, onde cerca de 30 veículos militares estão mobilizados, de acordo com a agência de notícias palestina Wafa.

Sem questionar o direito de seu aliado de “se defender” contra o Hamas, os Estados Unidos alertaram Israel contra o aumento do número de vítimas civis.

“Muitos palestinos inocentes foram mortos”, insistiu a vice-presidente Kamala Harris no fim de semana, se dizendo preocupada com imagens de Gaza e pedindo a Israel que “faça mais para proteger civis inocentes”.

A guerra entre Israel e o Hamas também tem consequências para os Estados Unidos, que notaram um aumento nos ataques contra seus soldados, bases ou aliados no Oriente Médio, exceto durante a trégua de uma semana, de 24 de novembro a 1º de novembro.

Um contratorpedeiro dos Estados Unidos abateu três drones Mar Vermelho, depois que navios comerciais na região foram alvo de ataques do Iêmen, no domingo. Washington denunciou “uma ameaça direta” à segurança marítima.

*Opera Mundi