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Expulsão de bancos russos do Swift faz disparar ações do sistema financeiro chinês

Orient Group e HyUnion Holding negociaram ações de Xangai com alta de10% cada. Aumentos foram de 20% para Infosec Technologies e Forms Syntron Information

Agência RT – Na sequência da decisão tomada pelos EUA, União Europeia, Reino Unido, Canadá e Coreia do Sul de retirar alguns bancos russos do sistema interbancário SWIFT, várias empresas chinesas ligadas ao sistema alternativo de pagamentos interbancários do gigante asiático começaram a registar ganhos significativos.

As ações do Orient Group e da HyUnion Holding fecharam as negociações no mercado de ações de Xangai na segunda-feira com alta de cerca de 10% cada. Enquanto Infosec Technologies e Forms Syntron Information fecharam o dia com aumentos de até 20%.

A China possui seu próprio sistema de Sistema Internacional de Pagamentos (CIPS), que, em combinação com o yuan digital, pode se tornar uma alternativa real para as operações dos bancos russos, informa a Bloomberg.

Ameaça ao dólar?

Pequim provavelmente rejeitará qualquer ameaça de sanções do Ocidente por aceitar bancos russos sancionados em seu sistema de pagamentos. A adesão das entidades financeiras da Rússia fortalecerá o CIPS e unirá ainda mais as duas potências, colocando em risco o futuro do dólar americano como moeda de reserva mundial, observa o meio de comunicação.

Por outro lado, a presidente do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiúllina, afirmou na segunda-feira que o Sistema Russo de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS, na sigla em russo) pode servir como equivalente ao sistema interbancário SWIFT.

Nabiúllina observou que a infraestrutura financeira do país continuará funcionando sem interrupção mesmo após a implementação das sanções.

“Estamos desenvolvendo, entre outros, a infraestrutura financeira interna, para que funcione sem interrupção. Como temos o Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS), que pode substituir o SWIFT no território do país, outros participantes também poderão conectar do exterior”, explicou o presidente da entidade, que também indicou que o sistema nacional de cartões de pagamento processa normalmente as operações dentro do país.

Na quinta-feira passada, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou “uma operação militar especial para defender o Donbass”. Em uma mensagem especial aos cidadãos russos, o presidente explicou que o objetivo da operação é “proteger as pessoas que foram submetidas a abusos e genocídios pelo regime de Kiev por oito anos”.

O Ministério da Defesa russo assegurou que as Forças Armadas russas visam a infraestrutura militar ucraniana e não atacam as tropas rendidas ou a população civil.

*Com 247

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Proibição do SWIFT na Rússia pode ser ‘tiro pela culatra’ no Ocidente

Todos os bancos russos já sujeitos a sanções serão desconectados do SWIFT, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no sábado (26).

A União Europeia, o Reino Unido, o Canadá e os EUA concordaram em excluir a Rússia da Sociedade Mundial de Telecomunicações Financeiras Interbancárias (SWIFT, na sigla em inglês) após a implementação da operação especial militar da Rússia para “desmilitarizar e desnazificar” a Ucrânia.

“A remoção dos bancos russos do SWIFT significa que, embora as transações possam continuar a ocorrer, os meios de comunicação se tornaram mais lentos”, diz a professora assistente do Instituto Nacional de Finanças e Políticas Públicas de Nova Deli Suranjali Tandon à Sputnik. “Para prever o impacto, é importante avaliar o número de bancos que atualmente usam o SWIFT e o tamanho das transações realizadas por meio deles”.

O SWIFT é uma organização independente com sede na Bélgica que serve como um sistema interno de mensagens entre mais de 11.000 bancos e instituições financeiras em mais de 200 países. Vários grandes bancos russos, incluindo Sberbank e VTB, podem ser desconectados do sistema nos próximos dias.
Os líderes ocidentais também se comprometeram “a impor medidas restritivas que vão impedir o Banco Central da Rússia de implantar suas reservas internacionais de maneira a prejudicar o impacto de nossas sanções”.

A logo da Sociedade Mundial de Telecomunicações Financeiras Interbancárias (SWIFT) com as cores da bandeira russa ao fundo - Sputnik Brasil, 1920, 26.02.2022

O Vnesheconombank (VEB) da Rússia afirmou que, tendo sido desconectado do SWIFT, o país vai mudar para o Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras (SPFS, na sigla em inglês) do Banco Central da Rússia e outros canais alternativos.

“Em 2014, a Rússia já havia iniciado uma mudança para seu sistema de pagamento alternativo chamado SPFS”, diz Tandon. “Na medida em que esses bancos são usados para pagamentos transfronteiriços, o impacto das sanções atuais não terá o efeito pretendido.” De acordo com o site do Banco Central da Rússia, pelo menos 331 bancos, nacionais e estrangeiros, estão listados como usuários do sistema SPFS.

“A retirada da Rússia do SWIFT não representa uma ameaça para nossas liquidações internas, estimula a disseminação do rublo como moeda internacional e, ao mesmo tempo, reduz a possibilidade de controle destrutivo pelo Ocidente de nossas operações de liquidação”, afirmou no domingo (28) o chefe da Comissão do Conselho da Federação para a Proteção da Soberania do Estado, Andrei Klimov.

Ao mesmo tempo, a retirada da Rússia do SWIFT deve desacelerar as exportações, importações e fluxos de capital entre o país e seus parceiros. De acordo com Tandon, a medida será um tiro pela culatra para os Estados, incluindo os da UE, que mantêm o comércio ou dependem do fornecimento de energia da Rússia.

“Interrupções no fornecimento causadas por falhas de pagamento podem ter consequências significativas para os parceiros comerciais”, explica ela. “Além disso, as empresas estrangeiras que operam na Rússia também serão afetadas negativamente.”

Segundo observadores internacionais, a situação é agravada pelo fato de a economia mundial ainda ser frágil devido aos efeitos negativos da pandemia de COVID-19 e das medidas restritivas que a acompanham. Enquanto isso, as economias dos EUA e da Europa estão sofrendo com a inflação crescente, com o aumento dos preços da energia ameaçando acelerá-la ainda mais.

O próximo aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve dos EUA pode desencadear uma onda de crises de dívida entre as economias do terceiro mundo, de acordo com os prognósticos do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Além disso, grandes blocos também podem ser usados como plataformas para sistemas alternativos de transação. Um deles é o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que tem uma população combinada de mais de 40% da população mundial.

A China já desenvolveu seu Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços (CIPS, na sigla em inglês), sua própria alternativa ao SWIFT. Lançado em outubro de 2015, o CIPS cresceu 80% em termos de valor em 2018. Apenas em 2019, o CIPS teria processado 135,7 bilhões de yuans (cerca de R$ 100,2 bilhões) por dia. Para efeitos comparativos, o SWIFT processa cerca de US$ 5 trilhões a US$ 6 trilhões (entre R$ 25,8 trilhões e R$ 31 trilhões) diariamente.

*Com Sputnik

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