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Sônia Guajajara teme escalada da violência contra povos ianomâmis

Guajajara quer saída dos invasores de forma a não deixar nativos ainda mais vulneráveis e sem que se torne uma crise social em Roraima.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, teme que a operação de retirada dos garimpeiros das Terras Indígenas (TI) Yanomami, em Roraima, aconteça de forma violenta e que os povos originários, que já estão fragilizados, sejam as principais vítimas. Fontes da pasta afirmaram ao Correio que, com a morte de três indígenas e um ferido — casos que vieram à tona na segunda-feira, supostamente crimes cometidos pelos invasores —, a ministra receia que haja uma escala de brutalidade.

Segundo a ministra, estão sendo estudadas ações conjuntas para receber as pessoas que, a princípio, estão abandonando o garimpo. Guajajara destacou que discussões conduzidas pelos ministros da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Flávio Dino, com o governador de Roraima, Antônio Denarium (PP), tenta fechar alternativas de geração de renda para quem, atualmente, depende da atividade extrativista.

“Essa ação não é somente responsabilidade de um órgão ou de dois. Tem que ser essa articulação municipal, estadual e federal para que a gente possa resolver isso da melhor forma. Sem gerar conflitos, sem gerar, também, o caos social em Roraima”, destacou.

O coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Dinamam Tuxá, garantiu que depois do sobrevoo realizado com a ministra, ficou claro que os indígenas têm sido atacados pelos garimpeiros. “O Flávio Dino, junto com a Defesa e a PF, estão pensando em um plano, mas não tivemos acesso. Estamos cobrando ações”, exigiu.

Isso não quer dizer, porém, que o governo vá aliviar a situação dos financiadores do garimpo. “É preciso ter uma investigação mais aprofundada para saber quem, realmente, está lucrando tanto com esse abuso, com a exploração de trabalho dessa mão de obra dos garimpeiros. É preciso que alguém, de fato, que tenha esse poder de mando seja penalizado”, cobrou.

Responsabilidades

Ao mesmo tempo em que a ministra manifestou preocupação que a crise nas terras dos ianomâmis se torne um descalabro que se espalhe por Roraima, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que não permitirá a presença de garimpos nas áreas de reservas. Ontem, além de classificar a situação dos povos originários, que vivem perto das lavras, como “degradante”, apontou a existência de 75 pistas de pouso clandestinas que estão próximas às aldeias. Segundo Lula, os responsáveis pela violação dos direitos dos nativos serrão alcançados.

“Não vamos permitir garimpo ilegal em terras indígenas. Estamos em um processo de retirada de garimpeiros ilegais em Roraima. A situação em que se encontram os ianomâmis perto do garimpo é degradante. Precisamos apurar também a responsabilidade do que aconteceu”, tuitou.

Lula convocou governadores e prefeitos a fazerem parte da recuperação das terras indígenas. “Precisamos envolver prefeitos e governadores nisso. Vamos tentar criar uma nova dinâmica, para ter os resultados que a sociedade brasileira deseja”, salientou.

*Com Correio Braziliense

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Democracia

Organização internacional teme futuro da democracia no Brasil

A carta, que será distribuída para instituições de vários países, afirma que o Brasil vive um “declínio dramático” nas liberdades civis.

Segundo Guilherme Amado, Metrópoles, a organização International Freedom of Expression Exchange (Ifex), que defende, em 90 países, a liberdade de expressão e o direito à informação, divulgou, nesta sexta-feira (30/9), um editorial temeroso sobre o futuro da democracia no Brasil após as eleições. A Ifex afirma que, se Jair Bolsonaro sair vitorioso, “o projeto de autoritarismo vencerá”.

A carta, que será distribuída para instituições de vários países, afirma que o Brasil vive um “declínio dramático” nas liberdades civis e que o presidente vem atacando a lisura do processo eleitoral, mas que, ainda assim, os observatórios internacionais e a sociedade farão com que o resultado seja reconhecido imediatamente após o pleito.

A carta, que será distribuída para instituições de vários países, afirma que o Brasil vive um “declínio dramático” nas liberdades civis e que o presidente vem atacando a lisura do processo eleitoral, mas que, ainda assim, os observatórios internacionais e a sociedade farão com que o resultado seja reconhecido imediatamente após o pleito.

“Como a maior economia da América Latina e a quarta maior democracia do mundo, o Brasil é um termômetro – podemos argumentar que é o futuro da democracia global o que está em jogo neste pleito. Não só da democracia, mas dos direitos humanos e da sustentabilidade ambiental”, diz a carta.

O Ifex afirma também que está observando o processo eleitoral e suas consequências e pede apoio aos seus representantes no Brasil – a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e o Artigo 19.

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