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Exercício militar da Otan aumenta riscos de guerra nuclear em meio à crise na Ucrânia, dizem especialistas chineses

A Otan iniciou seu exercício nuclear anual “Steadfast Noon” na segunda-feira com mais de 60 aeronaves participando de voos de treinamento sobre a Europa.

Global Times – O exercício nuclear anual da Otan pode aumentar os riscos de uma guerra nuclear, pelo menos no nível de armas nucleares táticas, no campo de batalha do conflito Rússia-Ucrânia, disseram analistas chineses, enquanto a aliança militar liderada pelos EUA lançou seu exercício de duas semanas a partir de segunda-feira (14).

A Otan iniciou seu exercício nuclear anual “Steadfast Noon” na segunda-feira com mais de 60 aeronaves participando de voos de treinamento sobre a Europa Ocidental. O Steadfast Noon dura duas semanas e envolve jatos de combate capazes de transportar ogivas nucleares dos EUA, mas não envolve nenhuma arma real, de acordo com a Otan.

Os jatos de combate F-35A e os bombardeiros B-52 estão supostamente entre cerca de 60 aeronaves de 13 países que participam do exercício Steadfast Noon, sediado pela Bélgica e Holanda, disseram autoridades da OTAN. “Todo o exercício se concentrará particularmente no Reino Unido, no Mar do Norte, mas também na Bélgica e na Holanda”, disse o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, em Londres após reuniões com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, informou a Reuters.

O exercício nuclear da Otan é uma atividade de treinamento rotineira e recorrente que acontece todo mês de outubro. O Steadfast Noon envolve 2.000 militares de oito bases aéreas e uma variedade de tipos de aeronaves, incluindo jatos com capacidade nuclear, bombardeiros, escoltas de caça, aeronaves de reabastecimento e aviões capazes de reconhecimento e guerra eletrônica, de acordo com o site da OTAN.

O exercício da Otan ocorre no contexto de tensões crescentes entre a Rússia e o Ocidente. Em 25 de setembro, o presidente russo Vladimir Putin alertou o Ocidente que a Rússia poderia usar armas nucleares se fosse atingida por mísseis convencionais, e que Moscou consideraria qualquer ataque a ela apoiado por uma potência nuclear como um ataque conjunto, informou a mídia.

O especialista militar chinês Song Zhongping disse ao Global Times na segunda-feira que o exercício nuclear da Otan tem como objetivo o combate real, já que aeronaves militares capazes de transportar ogivas nucleares estão sendo incluídas; ogivas que podem ser transportadas por jatos de caça são táticas, o que significa que a OTAN também está diminuindo o limite da aliança sobre o uso de armas nucleares, e este é um sinal perigoso.

“Agora há um perigo de conflito direto entre a Rússia e a Otan nos campos de batalha da crise da Ucrânia, e agora, uma vez que ambos os lados reduziram seus limites para o uso de armas nucleares, uma vez que o conflito ocorra, comparado ao passado, o conflito pode escalar para uma guerra nuclear mais facilmente. Isso é realmente preocupante para a comunidade internacional”, Song observou.