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Com Trump, bolsas dos EUA derretem e já somam perdas de US$ 4 trilhões

Mercado financeiro dos EUA já perdeu o equivalente a dois PIBs do Brasil desde janeiro.

O temor de uma recessão nos Estados Unidos, impulsionado pelas políticas econômicas e tarifárias do presidente Donald Trump, provocou um colapso nas principais bolsas americanas, resultando em perdas trilionárias. Somente nesta segunda-feira (10), as empresas listadas no mercado acionário dos EUA perderam, juntas, US$ 1,619 trilhão em valor de mercado, de acordo com cálculo do especialista Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta, feito a pedido da CNN. Desde 20 de janeiro, data da posse de Trump, a destruição de riqueza acumulada nas bolsas americanas já chega a US$ 4,328 trilhões.

Entre as chamadas “Sete Magníficas” – as gigantes da tecnologia –, o prejuízo foi ainda mais expressivo, totalizando US$ 2,539 trilhões no mesmo período. Para efeito de comparação, o valor perdido equivale a 6,2 vezes o total de todas as empresas negociadas na B3, a bolsa de valores brasileira.

Segundo levantamento da Elos Ayta, o valor de mercado das companhias listadas na B3 é de US$ 699 bilhões. Se comparado ao PIB do Brasil, que fechou 2024 em US$ 2,1 trilhões, a perda no mercado acionário dos EUA equivale a dois PIBs brasileiros desde que Trump assumiu o governo.

No início do ano, o mercado estadunidense parecia ignorar as declarações de Trump e operava em alta. No entanto, a situação mudou drasticamente na última semana, após o republicano confirmar a imposição de tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá. Mesmo voltando atrás logo depois, a incerteza se instalou entre os investidores, minando qualquer expectativa de pragmatismo por parte do presidente.

O pânico se intensificou nesta segunda-feira (10), após uma entrevista de Trump à Fox News, na qual ele admitiu que a economia americana pode entrar em recessão devido às suas políticas tarifárias e de imigração. Além disso, o presidente desdenhou da reação dos mercados às suas decisões recentes, reforçando o ambiente de instabilidade.

O gestor Adeodato Netto, ao comentar sobre crises no mercado financeiro, afirmou certa vez que “os mercados não têm medo de crise, têm medo do escuro”. Para os investidores, empresários e consumidores americanos, Trump está apagando as luzes em meio ao temor do mercado acerca de uma possível recessão, de acordo com o 247.

A reação negativa das bolsas é apenas o primeiro sintoma da crescente falta de confiança no governo, que já impacta a tomada de decisões no mundo dos negócios e pode, em breve, atingir o mercado de trabalho e o consumo.