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Bolsonaro disse que a ômicron é bem-vinda e OMS retruca

Afirmação da organização vem logo após Bolsonaro minimizar a variante do coronavírus.

O diretor-executivo do programa de emergências em saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde), Michael Ryan, afirmou nesta quarta (12) que “este não é o momento de declarar que esse vírus é bem-vindo, nenhum vírus que mata pessoas é bem-vindo”, informa a Folha.

A fala de Ryan vem logo após um jornalista ter lido, na entrevista coletiva da OMS desta quarta (12), a declaração do presidente Bolsonaro que minimizou a nova cepa.

“Dizem até que seria um vírus vacinal. Deveriam até… Segundo algumas pessoas estudiosas e sérias —e não vinculadas a farmacêuticas —dizem que a ômicron é bem-vinda e pode sim sinalizar o fim da pandemia”, afirmou o mandatário.

Na mesma coletiva de imprensa, Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, reiterou que “embora a ômicron cause doenças menos graves que a delta, ela continua sendo um vírus perigoso, principalmente para aqueles que não são vacinados”.

Caracterizada pela alta capacidade de transmissão, a ômicron já é a cepa predominante em alguns países, como os Estados Unidos e Reino Unido. No Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na terça-feira (11) que “ela [ômicron] já é prevalente aqui no Brasil, nós estamos assistindo o aumento de casos”.

Segundo dados do boletim epidemiológico da OMS divulgado nesta terça (11), houve o aumento de 55% de diagnósticos de Covid-19 em todo o mundo entre 3 e 9 de janeiro ao comparar com a semana anterior.

A situação emergencial é ainda mais crítica quando se observa a baixa equidade vacinal entre os países, ponto sempre criticado pelo diretor da OMS. Segundo ele, em entrevista coletiva na quinta passada (6), na taxa atual de vacinação, “109 países não atingirão a meta de vacinar toda a população até o início de julho de 2022”, o que dificulta o fim da pandemia.

Adhanom também reiterou que o fato de ser mais transmissível já torna a ômicron um motivo de preocupação. “Mais transmissão significa mais hospitalizações, mais mortes, mais pessoas afastadas do trabalho, incluindo professores e profissionais de saúde, e mais risco de surgir outra variante que é ainda mais transmissível e mais mortal que a ômicron.”

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