Em primeiro lugar, deixamos claro que essa figura é a digestão bem feita da podridão que representa a Jovem Pan. O deslumbrado transita muito bem entre Augusto Nunes, os paniquetes e Guilherme Fiuza e está ciente da sentença que lhe será imposta, independente da veracidade do tal vídeo em que, supostamente ele mantém relações sexuais com outro homem.
Até aí, problema nenhum. A questão é que ele usa com frequência um tipo de expediente baseado no famoso guru de Trump, Steve Bannon, na arte mundial de produzir mentiras, fake news, que tem como prêmio não a busca da unanimidade quando joga nas redes sociais suas mentiras.
O que Nikolas precisa é conservar e ampliar a ideia de que sua fala está correta para um determinado número de pessoas, mesmo que essa fala seja aceita por número bem inferior aos que repudiam esse tipo de atitude.
Quando ele traz uma coleção de mentiras e consegue convencer 10% ou 20% de um contingente muito maior do que os que o rejeitam, ele comemora, porque sabe que esse sistema de fake news tem como defeito não abarcar toda a sociedade, mas tem a vantagem de, dentro de um determinado ambiente, fazer-se valer, imprimindo sua marca para um determinado grupo específico.
E é aí que sua vitória eleitoral se tornou a maior pela Câmara dos Deputados Federais. Mas por isso mesmo, agora, provando do próprio veneno, Nikolas sabe que o fato de manter relações sexuais com outro homem é extremamente para ele.
Até porque sua principal pauta de ascensão política foi uma absurda e implacável campanha de homofobia e, se ele não provoca desalento em todos os homofóbicos, o modelo de árvore com todas as ramificações que ele aplicou em suas mentiras contra os LGBTQIA+ se voltam contra ele, como um furúnculo de quem se intoxicou com um tipo de alimento eleitoral extremamente tóxico que ficará tatuado no submundo da desconfiança.
Por isso, ele não para de gravar vídeo dizendo que a esquerda está desesperada e resolveu lançar dúvidas sobre a sua sexualidade.
Nikolas é um mau-caráter juvenil, uma espécie de bolsonarismo 2.0 que mistura as técnicas mais estúpidas de um MBL, do Mamãe Falei, de Gabriel Monteiro, de Kim Kataguiri e Fernando Hollyday que, ou foram extintos da política em quatro anos por escândalos envolvendo até abuso sexual, racismo e nazismo, ou foram enxovalhados nas urnas, servindo de exemplo para o próprio Nikolas que, agora, parece um paranoico bichado, tentando formular um desenho que lhe tire a pecha de ser gay para que ele não sofra discriminação pelos próprios homofóbicos que ele arregimentou para se eleger.
Ele, mais do que ninguém, sabe o que uma mentira viralizada pode fazer na vida de um político que ganha projeção instantânea como o vigarista juvenil ganhou.
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