Ano: 2019

Agora está explícita a armação que elegeu Bolsonaro, diz Chico Buarque

Agora está explícito pra quem quiser ver e aprender o quanto se armou, o quanto se tramou, para eleger esse governo, o que se armou por baixo dos panos pelos grandes órgãos de comunicação, exaltando seus heróis juízes e procuradores”, disse o cantor Chico Buarque durante ato da ABI em defesa do jornalista Glenn Greenwald.

O cantor e compositor Chico Buarque participou na noite desta terça-feira, 30, do ato da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) em defesa do jornalista Glenn Greenwald e demais jornalistas do The Intercept Brasil, que estão revelando ao País as ilegalidades da operação Lava Jato.

Em seu discurso, Chico Buarque enfatizou que agora o Brasil e o mundo sabem da armação que resultou na eleição de Jair Bolsonaro. “Agora está explícito pra quem quiser ver e aprender o quanto se armou, o quanto se tramou, para eleger esse governo, o que se armou por baixo dos panos pelos grandes órgãos de comunicação, exaltando seus heróis juízes e procuradores”, disse Chico.

“O juiz Sergio Moro foi eleito o homem do ano, o homem que faz a diferença e hoje sabemos qual a diferença. É ‘Lula tá preso, babaca’, ‘Dilma caiu, babaca’. Eu dentro da minha babaquice quero prestar minha homenagem, minha solidariedade aos jornalistas do Intercept, e especialmente a Glenn Greenwald pelas ameaças que vem sofrendo do Bolsonaro ‘de pegar uma cana’ e do ministro Moro de ser deportado”, disse Chico”, acrescentou.

 

*Com informações do 247

 

 

Vídeo: Rodrigo Maia denuncia crime de Moro contra Dilma e apoia Glenn Greenwald

No vídeo abaixo, Rodrigo Maia afirma, com todas as letras, que Moro cometeu crime contra Dilma quando vazou conversa da presidenta com o ex-presidente Lula.

Apoio a Glenn Greenwald

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), gravou um vídeo em defesa da liberdade de imprensa, afirmando que vazamentos feitos por hackers são similares aos feitos por agentes públicos. Os ‘vazadores’ são criminosos, mas o jornalista que divulga está protegido pela Constituição, afirma o deputado.

De acordo com a colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o vídeo foi feito em apoio ao The Intercept Brasil e ao jornalista americano Glenn Greenwald, que estão publicando diálogos entre Sergio Moro e procuradores da Operação Lava Jato. As conversas vieram do app Telegram, que foi invadido através de uma falha de telefonia por hackers do interior de São Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro disse na semana passada que Greenwald talvez “pegue uma cana” no Brasil pela divulgação da mensagem. Quatro suspeitos pela invasão foram presos pela Polícia Federal e um deles confessou em depoimento ser a fonte do vazamento para o site. Outros veículos de imprensa, como Folha de S. Paulo e Veja, fizeram matérias a partir do conteúdo vazado.

Maia diz no vídeo que “passamos a viver uma grande polêmica depois da prisão do tal hacker. Sobre a questão dos dados. De quem é a responsabilidade. Tem uma questão que é a base desse debate, que é o sigilo da fonte”. Ele continua:

“No país, no nosso Brasil democrático, no nosso estado democrático de direito, o sigilo da fonte é um direito constitucional. A partir daí, temos que discutir, de fato, um hacker que pegou de forma ilegal, ilícita, criminosa, dados de terceiros. [Ele] precisa ser punido. Investigado, descoberto, e aí sim, punido”.

O deputado segue e afirma que “um agente público que vaza informações sigilosas que estão sob o seu comando também comete um crime. Todos os dois estão cometendo atos ilícitos. Um agente público entregou uma informação sigilosa a um meio de comunicação. Esse meio de comunicação deu divulgação. Ele está protegido pelo sigilo. Um hacker, um criminoso, extraiu informações de um cidadão. Passou para a sua fonte [veículo de mídia]. Ela pegou essas informações e jogou na sociedade”.

“O sigilo da fonte é um direito democrático”, finaliza Maia. “Não é a favor do Glenn, mas é a favor da nossa liberdade de expressão.”

 

*Com informações do Correio 24 horas

Moro na berlinda: Oitocentos advogados pedem o seu afastamento do Ministério da Justiça

Na esteira do derretimento institucional, da crise penitenciária, da verborragia protofascista bolsonariana e da reportagem mais importante em tempos recentes (a Vaza Jato), um abaixo-assinado de advogados e juristas com mais de 800 adesões defendeu a liberdade de imprensa e sugeriu algo de forte impacto na cena política: o afastamento de Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que “o texto será divulgado no evento que ocorre nesta terça (30), no Rio, em apoio ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, que está divulgando diálogos de Moro com procuradores da Operação Lava Jato.”

A matéria ainda sublinha que “o documento alega, entre outras coisas, que o ex-juiz está atuando fora dos limites da lei no caso da investigação dos hackers presos na semana passada sob a acusação de grampear o próprio ministro e diversas outras autoridades.”

Assinam o documento, entre outros, Geraldo Prado, Celso Antônio Bandeira de Mello, Alberto Toron, Aury Lopes, Marco Aurélio de Carvalho, Carol Proner, Giselle Citadino, Weida Zancaner, Antonio Carlos de Almeida Castro, Kerarik Boujikian e Roberto Podval.

 

*Com informações do 247

 

Em vídeo, Claudio Guerra confessa que incinerou o corpo de Fernando Augusto Santa Cruz

Em vídeo postado no twitter por Ilma Tosta, Claudio Guerra, que foi delegado da Ordem Política e Social (DOPS) do Espírito Santo, em depoimento à Comissão da Verdade, em 2014, confessa que incinerou o corpo de Fernando Augusto Santa Cruz, pai do presidente da OAB Felipe Santa Cruz, na Usina Cambhyba, no Rio de Janeiro.

No depoimento, Guerra diz que pegava os corpos na Casa da Morte, em Petrópolis, espaço utilizado por militares e em um batalhão do Exército para queimá-los na usina.

Diferente do que disse Jair Bolsonaro o relatório da Comissão Nacional da Verdade, divulgado em 2014, indicou que Fernando Augusto Santa Cruz foi morto por órgãos de repressão da ditadura militar. No documento não há indícios de que Santa Cruz, integrante de um de revolucionários contrário os militares pudesse ter sido morto por seus correligionários como sugeriu Bolsonaro nesta segunda-feira (30).

Apesar de o corpo de Fernando Santa Cruz nunca ter sido encontrado, o relatório da Comissão apresenta duas hipóteses para o desaparecimento dele, ele teria sido incinerado no Rio de Janeiro ou enterrado como indigente em uma vala comum em São Paulo. Nos dois casos, a morte do pai do presidente da OAB é atribuída a agentes do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna, DOI-CODI.

Essas hipóteses ganham força, porque um documento secreto da Aeronáutica, anexado ao relatório da CNV e divulgado pelo jornalista Bernardo Mello Franco confirma que Santa Cruz estava sob custódia do estado desde 22 de fevereiro de 1974.

Assista:

 

 

*Com informações do Uol

Hora de conter a besta

Por Leandro Fortes

“Com a frase sobre o pai do presidente da OAB, Bozo saiu da fase da demência, propriamente dita, para a da desumanidade, pura e simples”, escreve Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia; “A OAB tem a razão e a oportunidade para encabeçar um movimento de impeachment desta besta incontrolável”

Está claro que conter e calar Jair Bolsonaro se tornou uma urgência civilizatória.

Com a frase sobre o pai do presidente da OAB, Bozo saiu da fase da demência, propriamente dita, para a da desumanidade, pura e simples.

Trata-se um animal de carga à frente de uma nação. O mais terrível é a impressão real de que ele sequer tem a dimensão da própria cretinice.

Mesmo se colocarmos cabresto e freio em sua boca medonha, e pô-lo, sob chicote, a carregar a enorme quantidade de esterco verbal que ele produz, Bolsonaro, ainda assim, permanecerá na ignorância.

Bozo é obcecado pela própria insensatez e não à toa. Cada vez que ele mexe a bocarra para arrotar absurdos, uma claque de dementes altamente motivados se contorce, zurra, relincha e muge, num êxtase freudiano.

São pessoas que sabiam, por avisadas continuadamente, que se tratava de uma cavalgadura simpatizante da tortura. Então, não adianta esperar nada delas.

Agora, a OAB tem a razão e a oportunidade para encabeçar um movimento de impeachment desta besta incontrolável.

O País precisa, ao menos, se recompor, para seguir adiante.

Que o presidente da República apresente fontes e provas do que diz

Por COLETIVO RJ MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA, EQUIPE CLÍNICO-POLITICA DO RIO DE JANEIRO, FILHOS E NETOS POR MEMÓRIA, VERDADE E JUSTIÇA, OCUPA DOPS

NOTA DE REPÚDIO

O senhor Jair Bolsonaro afirmou hoje saber as circunstâncias do desaparecimento forçado e da ocultação do cadáver, em 1974, do funcionário público Fernando Santa Cruz. Seu dever é, portanto, revelar essas informações à Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (Lei 9.140) e à Justiça, para que a sociedade e, sobretudo, a família de Fernando Santa Cruz, possam encerrar uma busca que já dura mais de 40 anos.

É preciso, ainda, que ele venha a público dizer se possui informações sobre outros casos de mortos e desaparecidos políticos, e que apresente suas fontes e as provas do que diz.

Como se sabe, os arquivos das Forças Armadas se mantêm fechados até hoje, ao mesmo tempo em que os agentes da ditadura sustentam um pacto de silêncio sobre as graves violações de direitos humanos cometidas no período de 1964-1985. Assim, caso ele não revele as informações que possui, estará utilizando a cadeira da Presidência da República para acobertar crimes contra a humanidade, e, por isso, deve ser responsabilizado.

Do contrário, caso ele não tenha conhecimento de informações sobre os crimes que levaram à morte e ao desaparecimento de mais de 400 militantes de resistência à ditadura, então esta terá sido apenas mais um declaração leviana, irresponsável e cruel de Bolsonaro, pela qual ele deve ser igualmente responsabilizado.

 

 

*Da Carta Maior

Lula em carta a Felipe Santa Cruz: “Esse mau presidente revela seu caráter covarde”

Lula a Santa Cruz: “É como se violentassem o seu pai mais uma vez”
Em carta, ex-presidente se solidariza com presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, e seu pai, Fernando Santa Cruz, desrespeitado por Bolsonaro nesta segunda-feira (29).

Cúmplice da ditadura, Bolsonaro despreza assassinato de Santa Cruz
Nota do Instituto Lula em repúdio às declarações de Jair Bolsonaro
Personalidades internacionais aderem ao abaixo-assinado por Lula Livre

Após a preocupante falta de respeito de Bolsonaro à Fernando Santa Cruz, militante morto pelo regime militar, coube a um genuíno representante do povo agir com o devido apreço às vítimas desse sombrio período da história do país. O ex-presidente Lula enviou carta à Felipe Santa Cruz, filho de Fernando e atual presidente da OAB. No texto, Lula se solidariza com o advogado e ressalta a importância de lutar pelos que sofreram com a ditadura: “Sempre vamos reverenciar nossos verdadeiros heróis, e é isso que os tiranos não conseguem suportar”. Leia a carta na íntegra:

“Meu caro Felipe Santa Cruz,

Quero me solidarizar com você e sua família pela cruel desrespeito que os atingiu no dia de ontem. Só quem suportou o sofrimento de perder um ente querido, sem ter sequer o direito de velar seu corpo, poderá avaliar a dor que vocês sentem nesse momento. É como se violentassem o seu pai mais uma vez, e junto com ele todas as vítimas da ditadura.

O Brasil não merece ouvir as palavras de ódio de quem, pelo cargo que ocupa, deveria se referir com respeito aos que sacrificaram a vida pela liberdade em nosso país. Ao atacar os mais frágeis e os que nem podem mais se defender, esse mau presidente revela seu caráter covarde.

Nada poderá reparar o sacrifício de seu pai, meu caro Felipe, nem a ofensa brutal que o vitimou mais uma vez. Mas tenha certeza de que a imensa maioria do povo brasileiro ama a paz e a democracia. Sempre vamos reverenciar nossos verdadeiros heróis, e é isso que os tiranos não conseguem suportar.

Com o reconhecimento de sua corajosa defesa da democracia e da memória de Fernando Santa Cruz,

Luiz Inácio Lula da Silva”

Curitiba, 30 de junho de 2019.

 

*Do PT

Só aparelho de mordaça pode conter Bolsonaro, diz Marco Aurélio Mello

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, reagiu aos últimos comentários agressivos de Jair Bolsonaro contra o presidente da OAB; o ministro defende que “só um aparelho de mordaça” pode conter Bolsonaro e ainda questiona: “Tempos estranhos. Aonde vamos parar?”

Ao ser perguntado sobre o que achou da fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) a respeito do desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, nesta terça-feira (30) ao blog de Tales Faria, no UOL: “No mais, apenas criando um aparelho de mordaça”.

Um outro ministro do STF ouvido pelo blog sob a condição de anonimato argumentou:

“O pior de tudo é o mau exemplo, a associação do sucesso político ou qualquer outro à incivilidade e à grosseria. Por outro lado, acho que pode ser um marco de como as pessoas não devem ser. A repugnância tem sido geral.”

O documento secreto RPB 655, elaborado pelo Comando Costeiro da Aeronáutica, mostra que Jair Bolsonaro mentiu, ao dizer, nesta segunda-feira, que Fernando Santa Cruz foi morto por militantes de esquerda. O relatório militar comprova que o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, foi preso pelo regime em 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro.

Há outros relatos que desmentem a versão de Bolsonaro para o fato. No livro “Memórias de uma Guerra Suja”, o escritor Marcelo Netto, ex-marido da jornalista Miriam Leitão, é descrito que Fernando foi morto, em 1974, pelos militares, em um local que ficou conhecido como “Casa da Morte”. O imóvel ficava na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro.

O maior erro

Para o editor da Fórum, Renato Rovai, o ataque de Bolsonaro ao presidente da OAB foi o seu maior erro político até o momento. Rovai considera que ele ultrapassou alguns limites que podem começar a construir uma frente mais ampla pelo seu impeachment.

Um presidente começa a cair no Brasil quando perde, além da maioria no Congresso, também o apoio de algumas instituições. As principais: CNBB, OAB e ABI, que, mesmo bem menor, expressa um valor fundamental, a liberdade de imprensa.

 

*Com informações da Forum

Por que o espanto com o monstro?

De estalão, uma ética tão desprezada pelas velhas e novas raposas da política brasileira contra Bolsonaro se desencadeou nas redes sociais e na mídia. Mas, afinal de contas, não sabiam que Bolsonaro viveu e se alimentou desse grotesco pastiche durante trinta anos? Não sabem que ele é profundamente racista, corrupto e semeia ódio por onde passa?

Quem é mais cínico nesse jogo de cena, Bolsonaro ou Dória com suas paspalhices não menos violentas? Por que Dória não deflagrou sua guerra contra o monstro quando, no golpe contra Dilma, Bolsonaro fez uma homenagem ao monstro Brilhante Ustra, o maior torturador da ditadura militar?

Quais os motivos que levam essas pessoas a se revoltarem contra as declarações de Bolsonaro para atingir o presidente da OAB?

Uma legião de anônimos, que fez questão de frisar nas ruas seu apoio ao capitão, operou junto com pessoas que agora se dizem perplexas com o estilo nazista de Bolsonaro.

Ora, cachorro morto todo mundo quer chutar, no caso, dois cachorros mortos unidos, Bolsonaro e Moro.

Então, começa um festival de orientações de direita como Rodrigo Constantino, um marco na estupidez infantojuvenil dos reaças paratatás, dizendo que preferem um liberal civilizado do que um extremista de direita possuído pelo demônio. Outros, começam a falar em Mourão, uma espécie de copista dos arranjos de Bolsonaro.

Fundamentado em quê se fala em Mourão? Ele é menos filhote da ditadura? É essa a suprema recomendação da direita ou do próprio Mourão que está com a mão formigando para pegar a caneta bic de Bolsonaro?

Lembrem-se sempre que, por trás de Bolsonaro e a arquitetura que o levou ao poder, está o PSDB, que agora quer se mostrar como uma espécie de direita açucarada.

Queimaram uma bucha na aposta do pangaré do Aécio, que se transformou numa espécie de mula maluca depois que perdeu a eleição e o rumo.

Bolsonaro é ódio em estado puro, mas os tucanos viram nele a nova luz da direita porque não tinha outro lixo para desfilar na passarela da disputa presidencial.

Não tem arrego, Bolsonaro não é um projeto pessoal, é uma obra maior dos fanáticos antipobres.

Essa gente que quis fabricar, junto com a Globo, o antipetismo, foi quem pariu Bolsonaro, agora que o embale até sua brevíssima morte política.

 

*Por Carlos Henrique Machado Freitas