Mês: fevereiro 2020

“A culpa é do PT” venceu o prazo e a política econômica Pinochet-FHC de Guedes virou sua guilhotina

Cultuado por dez em cada dez colunistas de economia da mídia industrial, Paulo Guedes, o João ratão da política econômica, que mistura Pinochet com FHC, caiu na panela de feijão, sendo triturado pelos mesmos que viviam lhe dando tapinhas nas costas.

Para a totalidade da população Guedes é um cancro, assim como todos os economistas de FHC, Collor, Sarney, Temer e os anos da ditadura militar. Todos com a gororoba neoliberal debaixo do braço promovendo riqueza aos ricos e pobreza aos pobres e, consequentemente, tirando direitos destes para produzir privilégios aos ricos, porque é assim que a central do neoliberalismo funciona. A matriz é a mesma, mesmo que as sucursais apresentem paisagens diferentes, o arrocho pelo lucro é condição primeira.

Agora, Guedes, de filé, virou carniça para o colunismo abutre da Globo.

Olhando hoje os comentários dos nossos valorosos colunistas econômicos, parece até que não apoiaram em massa o congelamento e as fiscais do Sarney. Pior, falam mal de Collor hoje pela tragédia que provocou no país quando sequestrou a poupança do povo. Só que, na época, ovacionaram Zélia Cardoso. Agora é Paulo Guedes, elevado a suprassumo da economia até dias atrás, sendo mastigado e moído pelo maxilar dos marinho e virando chacota até do Guga Chacra, que disse:

“Paulo Guedes falou que há 26 mil bancos nos EUA. Na verdade, este é um valor próximo do existente no país quando o atual ministro fazia PhD em Chicago. Em 2017, havia cerca de 6 mil. Redução se acentuou nos anos 1990. Sempre é bom se atualizar”.

O jornalismo de frete, que magnificou as reformas que tiraram direitos e a aposentadoria dos trabalhadores, agora faz de conta que não tem nada com o monstro que acariciou e prometeu adestrar. Está aí o resultado, barata voa no governo, bate-cabeça nas redações industriais servis aos abutres do mercado.

Até feder o peidinho do PIB de Paulo Guedes, pesquisa dava conta nas redações do jornalismo neoliberal, que Guedes vencia Deus nas pesquisas de intenção de voto entre os colunistas econômicos pinçados pela mídia de aluguel para elogiar a tragédia pauloguedista.

O que nos resta é a pergunta do sempre cirúrgico Saul Leblon, no twitter da Carta Maior:

“A aliança da mídia com a escória, o dinheiro e o judiciário que optou pela barbárie pra destruir o PT e revogar a Carta de 1988 agora quer devolver o cachorro louco ao canil. ‘Liberais’ do PSDB farão autocrítica do sinistro econômico ou só querem trocar a mandíbula que mastiga o povo?” (Saul Leblon – Carta Maior)

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Não se coloca um psicopata miliciano na presidência impunemente

Guedes é a pinguela que segura Bolsonaro, ainda. O mercado não se importou, como jamais se importará com nomes e biografias, mas com o compromisso de seu protegido de oferecer respostas ao que ele quer, lucro sobre lucro, papel sobre papel, especulação sobre especulação, agiotagem sobre agiotagem.

O primeiro compromisso de Bolsonaro foi dizer que Guedes, um homem, um especulador que agia como Bolsonaro no baixo clero da política, seria seu posto Ipiranga e que ele não se meteria, como de fato não se mete, nos rumos da economia que mostram o país, novamente, naufragando no receituário neoliberal.

Nem é preciso voltar à era FHC ou Temer, Bolsonaro já era presidente quando Macri, depois de levar a Argentina à bancarrota, com o mesmo tipo de programa, foi apeado do poder.

Hoje, o Brasil sente o que é entregar a nação nas mãos de um sujeito que, apesar de estar cercado de militares da alta patente, foi expulso do exército por conduta marginal, por se envolver em garimpagem em que sublinhou-se um traço de sua personalidade como alguém que carregava dentro de si uma indisfarçável ganância compulsiva, sem a menor aptidão para a carreira militar.

Bolsonaro foi para o congresso agir como age um parasita, três décadas sem um único projeto aprovado, somente os projetos pessoais, daqueles bem vagabundos que representam a vigarice mais baixa da política feita de forma suja, como Cunha e outros ratos que se apropriam do poder para benefício próprio, tanto que Bolsonaro montou um clã familiar com três filhos delinquentes moldados para reproduzirem não só os discursos, mas as práticas do pai.

Quando se candidatou à Presidência e o mercado viu que o PSDB havia se autodestruído depois do golpe em Dilma, Bolsonaro foi a opção de quem estava determinado a mergulhar no inferno, no lodo, na lama, na mentira, em tudo o que é repugnante no ser humano para ganhar a eleição e levar em frente a agenda neoliberal que motivou tanto o golpe quanto a prisão de Lula.

Moro já estava servindo ao mercado, porque era uma invenção da mídia industrial, de banco, de rico, de gente que comanda esse país sem sequer nele morar.

O Brasil está diante de um impasse que não se limita à queda de Bolsonaro, mas ao modelo não só econômico, mas comportamental que o fascismo neoliberal adotou para saquear populações inteiras em prol de 1% dos mais ricos do país.

O Brasil tem uma enorme tarefa pela frente, muito além de discutir um Estado dominado por milícias, as do Rio das Pedras, entre outras, mas também da milícia midiática, principalmente a milícia financeira, a mais violenta de todas ao lado do baronato da comunicação. Aliás, essa tabelinha de porcos da mídia industrial com os abutres do Brasil, que não se saciam com uma agiotagem sem limites de extorsão e partem para sugar os trabalhadores em qualquer condição que eles estejam, porque o sistema financeiro intermediará essas relações de forma absolutamente selvagem e sem focinheira.

Não falta muito para a sociedade como um todo entender isso e construir um grande movimento para que isso não mais se repita no Brasil, que as fraudes não sejam aceitas e que as instituições do Estado não continuem capturadas pelos interesses do mercado.

Bolsonaro não vai durar, nisso não há novidade. A questão é o dever de casa que o Brasil terá que fazer daqui por diante e inverter cada ponto dessa lógica ensandecida que faz a vida no Brasil se tornar um inferno para a grande maioria dos brasileiros depois do golpe.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

Digitais de Bolsonaro: Vereador bolsonarista liderou motim em quartel onde Cid Gomes foi baleado

Um vereador bolsonarista está entre as lideranças do motim no quartel da Polícia Militar do Ceará onde o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado na quarta-feira (19). Filiado ao Solidariedade, Sargento Ailton é ligado a movimentos de direita e se engajou na campanha do presidente Jair Bolsonaro e participa de atos de apoio a ele no estado ao menos desde 2017.

Sargento Ailton estava na espécie de trincheira improvisada pelos policiais no batalhão da cidade no momento em que o senador foi baleado. À frente da manifestação, era um dos poucos presentes que não estavam encapuzados. Instantes antes de os tiros serem disparados, o vereador —que é sargento da Polícia Militar do Ceará— bateu boca com Cid, que chegou a tentar agarrá-lo pela camisa.

Sargento Ailton afirma em seu perfil no Facebook ter atuado como uma das lideranças da última greve de policiais militares no Ceará, entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012. Na ocasião, Cid Gomes era governador do estado e decretou estado de emergência em razão da paralisação. Homens das Forças Armadas e da Força Nacional foram deslocados pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para patrulhar as ruas do Ceará. Ele foi dirigente da Aspra-CE (Associação dos Praças do Estado do Ceará).

Ao menos desde meados de 2017, ele demonstra estar integrado à liderança da militância bolsonarista no estado. Ligado a grupos de direita da região, ele participou em novembro daquele ano de uma carreata e da inauguração de um outdoor em homenagem a Bolsonaro na cidade. Ao lado dele estava o hoje deputado federal Heitor Freire, presidente do PSL no Ceará e responsável pela organização da campanha de Bolsonaro no estado.

Sargento Ailton e Heitor Freire voltaram a estar juntos em um evento bolsonarista em Sobral em dezembro de 2017. Na ocasião, também estava presente o youtuber André Fernandes, eleito o deputado estadual mais votado do Ceará pelo PSL.

Em 2018, Sargento Ailton lançou-se candidato a deputado estadual pelo Solidariedade, em dobradinha com o ex-deputado federal Cabo Sabino —apontado como líder do motim em todo o estado. Apesar de seu partido formalmente ter feito parte da coligação de Geraldo Alckmin (PSDB), ele fez campanha abertamente para Bolsonaro, deixando-se fotografar constantemente com camisas em homenagem ao presidente.

Mesmo assim, obteve apenas 7.387 votos e não conseguiu se eleger.

No ano passado, o vereador também participou de manifestações de rua em apoio ao governo Bolsonaro em Sobral.

Em transmissão no Facebook após o tumulto, Sargento Ailton negou que tenha mobilizado policiais para a greve.

“Quando me viram, muitos me ameaçaram de morte. Atribuindo culpas que eu não tenho. Vim como qualquer outro servidor, não instiguei ninguém.

Quem está aqui, está porque quer”, disse. O UOL tentou contato com o gabinete do vereador na Câmara Municipal de Sobral, mas ninguém respondeu às chamadas.

Vereador filmou momento em que Cid foi baleado Ativo nas redes sociais, Sargento Ailton fez transmissões ao vivo no Facebook durante o ato de ontem.

Em uma das transmissões, gravava a retroescavadeira usada por Cid Gomes quando o senador foi baleado. Imagens obtidas pelo jornal Diário do Nordeste, do Ceará, mostram que ao menos três homens atiraram contra o senador.

Dois deles estavam próximos a Sargento Ailton, na primeira fileira de manifestantes.

Antes do tumulto, o vereador havia gravado outra live onde ironizou Cid Gomes, que já havia anunciado sua ida ao local. Ele disse que não havia policiais armados no piquete.

“Estão todos desarmados, ninguém quer confronto. Sei que ele quer tirar a nossa situação de ânimo para que a gente possa revidar, mas ele não vai encontrar isso”, afirmou.

 

 

*Igor Mello/Uol

Assessores de Damares na greve dos PMs do Ceará. Pode?

Marcelo Auler

Na insurreição dos policiais militares do Ceará, que são facilmente associados a milicianos, há um movimento insuflando a insubordinação. Isto é público. O que pode parecer estranho, porém, é a participação de assessores diretos do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) na defesa de tais manifestantes. Dois deles estavam, na quarta-feira (20/02), ao lado do deputado federal e pré-candidato a prefeito de Fortaleza, Capitão Wagner (Pros), na tentativa frustrada de uma audiência com o governador Camilo Santana (PT), para “mediar os interesses da categoria”, como noticiou o jornal cearense O Povo. O governador não recebeu o grupo.

A notícia da presença destes dois assessores de Damares Alves aparece perdida no meio de uma reportagem do mesmo jornal na qual o Capitão Wagner tenta sustentar o insustentável. Alega que os tiros dados no senador Cid Gomes (PDT) foram legítima defesa – Wagner diz que tiros em Cid foram “legítima defesa” e pretende registrar B.O contra senador. Na reportagem consta o que destacamos na ilustração abaixo.

“Estavam com Wagner o secretário nacional de Proteção Global, Sérgio Queiroz, o diretor de Proteção e Defesa de Direitos Humanos, Herbert Barros, ambos vinculados ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e os deputados federais Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM) e Major Fabiana (PSL-RJ)”.

Já soa estranho a presença, em Fortaleza, de uma deputada do PSL do Rio de Janeiro, Major Fabiana, em pleno dia de funcionamento do Congresso Nacional. Estava ali para defender policiais militares como ela. Apesar de eles estarem amotinados, promovendo a insegurança pública e descumprindo a Constituição que impede movimentos grevistas dos servidores que recebem armas do governo para defender a população. Porém, parece mais inexplicável a participação nesta movimentação de dois servidores públicos federais, cujas funções, aparentemente, são de defender os Direitos Humanos.

Certamente alegarão que estavam negociando uma solução pacífica. Defendendo o Direito Humano dos policiais militares amotinados e seus familiares. Alegação que dificilmente fará sentido quando se percebe que ambos acompanhavam o deputado Capitão Wagner.

Afinal, o passado deste capitão registra outros atos de insubordinação da polícia militar. Foi o líder do movimento de paralisação da Polícia Militar e Bombeiros no Ceará, no final de 2011 e início de 2012. Na época, já tinha concorrido a deputado estadual pelo Partido da República. Sem falar que, como todo o povo cearense sabe, está em campanha aberta pela prefeitura de Fortaleza.

Mais estranha ainda a presença em Fortaleza de Queiroz, um pastor evangélico e procurador da Fazenda Nacional licenciado desde que assumiu o cargo no MDH. Pois, na mesma quarta-feira em que ele se juntava ao deputado Capitão Wagner, anunciou-se que não mais atuará no ministério em que se encontra. Como registrou Eduardo Barreto, na Revista Época, o passe” do servidor foi requisitado por Onyx Lorenzoni, para lhe auxiliar no Ministério da Cidadania.

Queiram ou não, a presença, em Fortaleza, na quarta-feira, destes dois servidores federais – Queiroz e seu subordinado, Barros -, junto a políticos que defendem policiais militares que estavam praticando atos contrários à Constituição e relacionados às atividades de milicianos, só aumenta a convicção de muitos que o governo de Bolsonaro insufla as milícias. Tal e qual fez no Rio de janeiro ao longo de sua carreira parlamentar. Inclusive com seu filho, o hoje senador Flavio Bolsonaro, empregando parentes de milicianos em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro – ALERJ. Mais ainda, visitando milicianos presos, como ocorreu com o ex-capitão Adriano Nóbrega e foi noticiado pelo O Globo, nesta quinta-feira (20/02) – Flávio Bolsonaro visitou ex-PM Adriano Nóbrega na prisão, diz vereador.

Enfrentamento necessário

Não se deve perder de perspectiva que os policiais militares insubordinados que foram enfrentados pelo senador Cid Gomes (PDT, em Sobral, município distante 230 quilômetros de Fortaleza, promoveram o tumulto típico de traficantes e milicianos.

Ameaçaram comerciantes, obrigando-os a fecharem suas lojas. Como noticiou o G1-Ceará, na tarde de quarta-feira – Homens encapuzados em carro da PM ordenam, e comerciantes fecham as portas em Sobral. Levaram o pânico à cidade de 147 mil habitantes.

Todos encapuzados, como encapuzados estavam os policiais amotinados no quartel usando seus familiares como escudo. Velha e conhecida tática que Bolsonaro já usou quando promovia protestos de familiares de militares por aumentos salariais. Mas o movimento dos policiais militares no Ceará, por tudo o que se viu, não era apenas reivindicatório. Soou como atentatório à ordem.

Pode-se criticar a atitude de Cid Gomes e até classificá-la de tresloucada, insana. Mas não deixa de ter sua boa dose de coragem. Afinal, de peito aberto e desarmado, ele enfrentou a insubordinação antes que as milícias dominem a polícia cearense.

Como ocorreu no Rio de Janeiro e foi muito bem lembrado por seu irmão, o também ex-governador Ciro Gomes, ao responder às críticas do deputado Eduardo Bolsonaro: “Será necessário que nos matem mesmo antes de permitirmos que milícias controlem o Estado do Ceará como os canalhas de sua família fizeram com o Rio de Janeiro”, escreveu Ciro nas redes sociais.

Um enfrentamento que a sociedade brasileira precisará promover, caso não queira ser totalmente dominada. Não necessariamente pegando em armas. Mas há que se descobrir formas de evitar que a democracia brasileira descambe para a barbárie, como pregam os Bolsonaros e foi muito bem lembrado por Ricardo Bruno, no Brasil 247 – A barbárie já começou.

A necessidade do enfrentamento ficou patente nos tiros disparados pelos policiais militares insubordinados dentro do quartel contra Cid Gomes. Demonstram o tipo de movimento que ali nascia e acabou de certa forma abortado, ou paralisado. Nem se alegue que foi legítima defesa, como tenta vender em seu discurso o deputado Capitão Wagner, com a explicação de que o senador iria atropelar mulheres, crianças e militares. Algo que se torna apenas hipótese, sem que se possa dizer que aconteceria.

Hipótese por hipótese, pode-se alegar que se todos sentassem e cruzassem os braços, em atitude ensinada por Mahatma Gandhi, o senador jamais aceleraria a retroescavadeira.

Mas, assim como soa estranho explicar a presença dos assessores da ministra Damares em Fortaleza, também parece ridículo esperar de milicianos atitudes pacíficas. Isso passa longe dos objetivos deles e, pelo que temos visto, ainda mais nos exemplos dos últimos dias, é o que demonstra também o governo Bolsonaro.

 

 

*Blog do Marcelo Auler

Vídeo mostra que Cid Gomes tomou um soco no rosto quando falava com os PMs amotinados

As imagens, gravadas em um ângulo lateral mostra um dos PMs amotinados, que está mascarado, sair de trás dos demais e dar um soco no rosto do senador.

Um vídeo divulgado nesta quinta-feira (20) revela que o senador Cid Gomes (PDT-CE) tomou um soco no rosto de um dos amotinados enquanto negociava uma tentativa de colocar fim ao motim de policiais militares em um quartel de Sobral, no Ceará.

As imagens, gravadas em um ângulo lateral mostra um dos PMs amotinados, que está mascarado, sair de trás dos demais e dar um soco no rosto do senador.

Logo depois, Cid pegou um megafone e tentou convencer os oficiais a interromperem o motim nesta quarta-feria (19).

“Essa greve é ilegal. Vocês tem cinco minutos para pegarem os seus parentes e sair daqui em paz”, disse Cid antes de ser interrompido pelos manifestantes encapuzados que se amotinaram em quartel.

Na sequência, o senador sobe em uma retroescavadeira e parte para cima dos policiais, quando é atingido por dois tiros.

 

 

*Com informações da Forum

Bolsonaro milicializou a PM para se defender de acusações de envolvimento com a milícia

O poder miliciano se ramifica com apoio ostensivo do Chefe da nação. Bolsonaro teria recusado pedido de tropas de Zema para enfrentar chantagem de policiais que ameaçavam se retirar das ruas em pleno carnaval entregando a sociedade ao vale tudo. (Saul Leblon – Carta Maior)

O assunto que virou moeda corrente no Brasil é a atitude destrambelhada de Bolsonaro em estimular a insurreição das PMs do Brasil, comandadas por grupos milicianos dentro das corporações para chantagear a sociedade, as instituições, mas principalmente o Ministério Público e o judiciário.

Não são poucos os relatos e análises que dão conta de que Bolsonaro, no desespero, está indo para o enfrentamento, usando as milícias como antídoto das acusações que lhe pesam nas costas, assim como nas de Flávio sobre o envolvimento não só com Queiroz, Adriano da Nóbrega, mas também com a milícia de Rio das Pedras.

O Globo, nesta quinta-feira, engordou o caldo de acusações do envolvimento de Flávio com o miliciano Adriano, revelando que o, então deputado estadual, visitou, mais de uma vez, o miliciano na cadeia.

O fato é que, estando diretamente ou não envolvido nos motins dos PMs comandados pela milícia, como vemos em Sobral, no Ceará, encapuzados e com os carros da própria polícia, dando ordens para comerciantes fecharem suas lojas, esses fatos revelam que o bolsonarismo e o banditismo andam de braços dados.

A liga entre esses dois universos é o próprio Presidente da República, o que faz lembrar o “dia do fogo”, quando, a partir do Palácio do Planalto, houve uma ação coordenada na Amazônia para produzir a maior queimada da história da floresta, chamando a atenção do mundo com uma reação global contra Bolsonaro.

A verdade é que Bolsonaro é um psicopata. E se não partir desse ponto, que é absolutamente escancarado por sua fixação por extermínio do índios, massacre dos negros, violência contra as mulheres, gays e outras minorias, não se terá como estabelecer de fato um parâmetro entre o que disse Bolsonaro nos 28 anos como parlamentar e o que ele faz como Presidente da República.

Tudo indica que um psicopata com ideia fixa, não tem limites para alcançar êxito com sua loucura. E é aí que mora o perigo para a democracia brasileira.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Veríssimo: Apatifam-nos

“Apatifar”, nos diz o Aurélio, significa tornar desprezível, aviltar, envilecer. Pessoas se apatifam, nações inteiras podem se apatifar, ou serem apatifadas. O mundo hoje vive uma assustadora onda de contágio viral que, espera-se, acabará controlada ou, eventualmente, desaparecerá. Já patifaria não mata, mas também contagia, com a diferença de que não tem nem perspectiva de cura.

É impossível observar o Brasil de hoje sem a sensação de estar assistindo a uma pantomima tragicômica, à decomposição de um Estado que, dissessem o que dissessem de governos anteriores – inclusive os lamentáveis -, mantinha, pelo menos, a linha, o que é mais do que se pode dizer da atuação de Bolsonaro & Filhos no palco do poder.

Agora se entende por que Bolsonaro insistia em dizer que não houve um golpe em 64 nem uma ditadura militar nos 20 anos seguintes: ele queria montar o seu próprio regime militar, enchendo o Planalto de generais de fatiota que deixam seus tanques no estacionamento e entram pela rampa principal, rindo da gente. Implícita nessa original tomada do poder está a ideia imorredoura de que só uma casta iluminada, os militares, sabe governar um país.

O apatifamento de uma nação começa pela degradação do discurso público e pela baixaria como linguagem corriqueira, adotadas nos mais altos níveis de uma sociedade embrutecida. Apatifam-nos pelo exemplo. Milícias armadas impõem sua lei do mais forte e mais assassinos com licença tácita para matar. Há uma guerra aberta com a área de cultura e a ameaça de um retrocesso obscurantista nas prioridades de um governo que ainda não aceitou Copérnico, o que dirá Darwin. Aumentam os cortes de gastos sociais, além de cortes em direitos históricos dos trabalhadores. Aumenta a defloração da Amazônia. Aumentam as ameaças à imprensa.

E aumenta a suspeita de que, na Universidade de Chicago, o Paulo Guedes só assistiu às aulas de bobagens para dizer, caso a economia não deslanche.

 

*Luis Fernando Veríssimo/Estadão

Cerco se fecha contra o clã: Globo revela que Flavio Bolsonaro visitava Adriano da Nóbrega na prisão

O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) sempre disse que sua relação com o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, morto em operação da PM da Bahia no dia 9 de fevereiro, se resumiu a reconhecer seu trabalho contra o crime no Rio. No entanto, em entrevista ao GLOBO, o vereador do Rio, Ítalo Ciba (Avante), sargento da Polícia Militar, contou que, quando esteve na prisão com Adriano, os dois receberam “mais de uma vez” visitas de Flávio Bolsonaro. Além disso, segundo ele, o ex-capitão do Bope frequentava o gabinete de Flávio a convite de Fabrício Queiroz, ex-chefe da segurança de Flávio.

Ciba integrava o Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 16º BPM (Olaria), comandado por Adriano. Em 4 de novembro de 2003, ele, Adriano e outros seis policiais receberam de Flávio na Assembleia Legislativa uma “moção de louvor”. Alguns dias depois, porém, os integrantes do GAT foram presos e começaram a responder um processo criminal por homicídio, tortura e extorsão. Nesse período, Flávio os visitou na prisão. Questionado sobre as visitas, o senador respondeu, por nota, que esteve apenas uma vez na cadeia, em 2005, para ver Adriano e entregar a medalha Tiradentes — maior honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). “Não há nenhuma relação de Flávio Bolsonaro ou da família com Adriano”, diz a nota.

O GLOBO pediu, via Lei de Acesso à Informação, os registros das visitas a Adriano e aos outros sete policiais do GAT do 16º BPM na prisão, mas a PM negou alegando sigilo. Eles ficaram presos primeiro no Batalhão da Tropa de Choque e depois foram transferidos para o Batalhão Especial Prisional (BEP) da Polícia Militar. Na época, O GLOBO fez imagens do momento das prisões dos policiais no dia 27 de novembro de 2003. O GLOBO também pediu à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) os registros de visitas ao gabinete de Flávio, mas não teve resposta até o momento.

No último sábado em evento no Rio, o presidente Jair Bolsonaro disse que foi ele quem pediu que Flávio fizesse a homenagem a Adriano dizendo que, na época, ele era um “herói”.

— Para que não haja dúvida. Eu determinei. Manda pra cima de mim. Meu filho condecorou centenas de policiais militares. Vocês querem me associar a alguém por uma fotografia, uma moção há 15 anos atrás. As pessoas mudam, para o bem ou para o mal mudam — disse Bolsonaro.

Ciba diz que conheceu Adriano em 2002 quando foi trabalhar no 16º BPM. Ele disse não saber quando Adriano conheceu Flávio Bolsonaro e os demais integrantes da família, mas acredita que o contato foi feito por meio de Fabrício Queiroz.

— Sei que ele (Adriano) se dava muito bem com o Flávio, devido ao (Fabrício) Queiroz. Queiroz trabalhou com Adriano lá atrás. Eu sei que o Adriano, de vez em quando, o Queiroz chamava pra ir lá no gabinete. Ele (Adriano) ia no gabinete, quando nós estivemos presos o Flávio foi lá visitar a gente. Mais de uma vez.

Sobre a morte de Adriano, Ítalo Ciba disse que o caso se trata de uma “covardia” e que também acredita que o ex-colega de corporação pode ter sido vítima de uma “queima de arquivo”. Ele disse que viu Adriano pela última vez num shopping, sem lembrar a data exata, mas antes das eleições de 2018.

— Foi de passagem, esbarrei com ele no shopping. Ele falou assim mesmo pra mim: “Estamos sendo perseguidos porque somos amigos do presidente”. Não era presidente ainda não, devia ser deputado, candidato a presidente — afirmou Ciba.

Entre outubro e novembro de 2003, Adriano e os colegas do GAT se envolveram, segundo a Corregedoria da Polícia da PM e o Ministério Público, no sequestro, tortura e extorsão de três jovens da favela de Parada de Lucas, na Zona Norte. Os moradores chamavam o GAT de “guarnição do mal”. Segundo a ficha funcional de Adriano, as vítimas eram levadas para um terreno baldio no antigo Mercado São Sebastião, na Penha. Nesse local, os PMs foram acusados de torturar as pessoas e depois extorquir R$ 1 mil.

Até que, em 27 de novembro daquele ano, eles foram apontados como os executores do guardador de carros Leandro dos Santos Silva, de 24 anos. No dia anterior, Leandro tinha denunciado as sessões de tortura. Foi assassinado, às 6h30m, com três tiros na porta de casa. A cena do crime foi desfeita para impedir a perícia. Mesmo morta, a vítima foi “socorrida” pelos agentes.

A Corregedoria da PM investigou o caso e anotou na ficha de Adriano, a que o GLOBO teve acesso, que ele “em comunhão de ações e desígnios com os demais acusados, consciente e voluntariamente, com vontade de matar, efetuou disparos de arma de fogo contra Leandro dos Santos Silva, inclusive após já estar caído ao solo”. O relatório policial diz ainda que “o crime foi praticado por motivo torpe, qual seja, vingança pelo fato de a vítima ter prestado ‘queixa’ dos denunciados à Corregedoria Interna da Pmerj, bem como, registrado ocorrência na 5ª DP”.

Quando Flávio homenageou os policiais, a justificativa foi de que Adriano e os colegas tiveram destacados a “dedicação, brilhantismo e galhardia” com que serviam à população. Nesse dia, o parlamentar deu a mesma honraria a Fabrício Queiroz, na época, policial do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais.

No dia 24 de outubro de 2005, os PMs foram condenados em primeira instância. Quatro dias depois, o presidente Jair Bolsonaro, então deputado federal, discursou na Câmara em defesa de Adriano — descrito como “um brilhante oficial”. Em novembro de 2006, porém, o júri que condenou os policiais foi anulado, e eles acabaram absolvidos, mesmo diante de provas técnicas apresentadas pelo Ministério Público.

Junto com Adriano e Ítalo Ciba, foram denunciados o capitão Flávio Luiz de Souza, os sargentos Abenor Machado Furtado, Sérgio Rogério Ferreira Nunes, Marcelo da Silva Conceição e os soldados Luiz Carlos Felipe Martins, Flávio Rodrigues Neves, e Alexander Duarte da Silva. Alexander foi depois expulso da PM por infringir o código de conduta.

Os investigadores conseguiram confirmar que o GPS do carro da polícia mostrava os PMs no local do crime e os vigilantes de uma empresa próxima ao antigo mercado confirmaram que viram os policiais no local.

Na versão de Ciba, todo o processo que respondeu no Judiciário se resume a uma questão política.

— Foi uma perseguição política comigo — disse, negando as acusações. Na versão dele, a morte do guardador de carros ocorreu durante uma operação policial em que ocorreu uma troca de tiros na comunidade.

 

*Com informações de O Globo

Não tem como ser pessimista diante do que se assiste no Brasil

O que a direita chama de “guerra cultural” é, na verdade, uma guerra da comunicação entre sociedades e corporações em que as sociedades estão vencendo.

No Brasil, está cada dia mais evidente a derrota fragorosa dos meios de comunicação de massa tradicionais diante de uma sociedade cada dia mais participativa na esfera digital.

Se parar para pensar em quantas imagens feitas pela sociedade, principalmente de PMs agindo com sua secular brutalidade contra as camadas mais pobres da população, que pautaram o noticiário das grandes corporações da mídia industrial nos últimos 30 dias, não há outro sentimento que não seja de revolta, mas de esperança e otimismo pela revolução digital, que é uma realidade e um tsunami a favor da sociedade contra quem, antes, controlava e manipulava a informação, como é o caso da Globo e congêneres.

O ato covarde da PM de Dória, agredindo um aluno de uma escola pública por filmar a agressão dessa mesma PM contra outro aluno, não impediu que outros celulares filmassem mais uma agressão da PM, desta vez ao menino que filmava a ação fascista sofrida pelo colega. E aí não tem papo de direita contra esquerda, ou de capitalistas contra comunistas, é a sociedade reagindo contra corporações do Estado que ela própria mantém, através dos impostos que paga, para serem usados contra a sociedade em favor dos interesses escusos das classes economicamente dominantes.

No caso de Bolsonaro, a coisa é ainda mais bizarra.

Moro, cada dia mais desmoralizado, Bolsonaro, nem se fala. Só nos últimos 10 dias assistiu-se a Moro, em vídeo nas redes sociais, sendo espinafrado por Glauber Braga chamando o ex-juiz corrupto e ladrão de Capanga da Milícia. A Globo não mostrou isso em nenhum de seus jornais.

Mas isso impediu que uma parcela enorme da sociedade ficasse órfã dessa informação? Não. Ao contrário, a coisa ganhou corpo e vida própria no seio da sociedade e Moro, fabricado pelos estúdios da Globo, sente sua imagem se esfarelando ainda mais, mesmo que, segundo pesquisa, seja o ministro “mais bem avaliado” num governo que está em estado de putrefação pelos mesmos motivos que a revolução digital tem detonado tantos outros comportamentos fascistas.

Acabou a era do pensamento e da verdade única, das meias verdades, das manipulações grosseiras. Agora, todos podem filmar e expor ao mundo as mazelas brasileiras.

A CPMI das Fake News, que vem cumprindo um papel fundamental, mostra que os pilantras digitais não vão se criar como imaginavam. A campanha de fake news promovida pela candidatura de Bolsonaro, está sendo devidamente desossada a cada sessão da CPMI na Câmara dos Deputados.

O caso Queiroz e Adriano da Nóbrega revelam que Bolsonaro fez sua pior viagem quando aceitou ser o rato da vez para cumprir o serviço imundo dos “donos da terra”. Repetiu o mesmo erro de Cunha que dominava o esgoto da política, mas quando veio à luz, foi bombardeado pela sociedade e acabou, mesmo a contra gosto de Moro, na cadeia.

Adiantou alguma coisa a Globo não mostrar os vazamentos do Intercept? Nada, a não ser contra ela, a não ser revelar que ela tem lado e é o lado podre da história.

A Lava Jato, hoje, nem é mais citada pelos trogloditas do bolsonarismo fundamentalista, assim como estão totalmente desancados os “movimentos” bancados por golpistas como MBL, Vem pra Rua e outras porcarias inventadas para promover um golpe que mostra o quanto está saindo caro para os partidos de direita como o PSDB, que se tornou apenas uma sigla ligada à imagem de um corrupto como Aécio, que não vale tostão furado nas bolsas de apostas políticas.

Bolsonaro achou que ia fazer o que quisesse na Amazônia, mas, ao contrário, viu o mundo se agigantar contra o idiota falastrão que teve que miar miúdo para o Brasil não ficar totalmente isolado e boicotado pela comunidade internacional.

Hoje, o Brasil, além de sofrer as consequências da total falta de investimentos internacionais, ainda vê uma das maiores fugas de capital do país levando o preço do dólar a bater recordes diários e a Globo tendo que confessar que, se não fosse Lula ter pago a dívida com o FMI e o país ter uma reserva de 380 bilhões de dólares deixados pelos governos Lula e Dilma, o Brasil já teria ido pelos ares.

Mas aonde começa essa desmoralização internacional de Bolsonaro? Nos celulares que filmaram as queimadas promovidas pelo fascista do Palácio do Planalto com o “Dia do Fogo” provocado por grileiros, madeireiros, pecuaristas, garimpeiros e outros troços da milícia rural.

Não há como negar que o carnaval está cada dia mais forte e politizado no Brasil, principalmente, depois da revolução digital. Alguma dúvida de que Bolsonaro e a milícia serão os temas dominantes nas ruas do Brasil durante o carnaval? Todas essas manifestações serão devidamente filmadas por milhares de celulares e disseminadas pelo mundo.

Por isso e por outros motivos que aqui não são citados para não alongar ainda mais que não há como ser pessimista com o que se assiste com a revolução digital.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Vídeos: Astuta, Dep. Natália Bonavides, prova na CPMI que a campanha de Bolsonaro disparou fake news contra Haddad

Seguem abaixo tuítes da deputada Natália Bonavides (PT-RN) que, com astúcia, deu um nó tático no depoente, Lindolfo Alves, dono da Yacows, empresa de disparos de fake news na campanha de Bolsonaro:

Lindolfo Alves, dono da Yacows, tem que se decidir: Ou afirma que não disparou notícias falsas sobre Haddad ou que não reconhece o conteúdo das mensagens.
Os dois juntos não dá!

Expusemos, num TELÃO, uma FAKE NEWS difundida pela campanha de Bolsonaro. O dono da empresa reconhece que a a foto é da sua empresa, mas diz desconhecer a mensagem presente na foto.

Apresentamos imagens do escritório do Lindolfo e ele reconheceu todas. Acontece que, em uma das fotos, aparece o disparo de Fake News contra Haddad. Há alguma dúvida de que a campanha de Bolsonaro usou disparo em massa para disseminar Fake News?

Expusemos, num TELÃO, uma FAKE NEWS difundida pela campanha de Bolsonaro. O dono da empresa reconhece que a a foto é da sua empresa, mas diz desconhecer a mensagem presente na foto.

Bancada bolsonarista na CPMI das Fake News tremeu quando escutou o nome da empresa AM4. Impediram que Lindolfo Alves, dono da Yacows, respondesse se a am4 foi contratada pela campanha de Bolsonaro. Qual o medo?

Em seu depoimento na semana passada, Hans River, ex-funcionário da Yacows, garantiu que o conteúdo das mensagens era passado por Lindolfo Alves, dono da empresa. Hoje, Lindolfo Alves disse que não participava do processo. Quem está mentindo?

 

*Da redação