Mês: abril 2020

Entre militares e milicianos, Bolsonaro escolhe proteger Ronnie Lessa, miliciano, traficante de armas e assassino de Marielle

Reinaldo Azevedo: “Ao assim agir, ou seja, ao impedir a edição de normas compatíveis ao ordenamento constitucional e que são necessárias para o exercício da atividade desempenhada pelo Comando do Exército, o Sr. Presidente da República viola a Constituição Federal, na medida em que impede a proteção eficiente de um bem relevante e imprescindível aos cidadãos brasileiros, que é a segurança pública, e possibilita mecanismos de fuga às regras de controle da utilização de armas e munições”, escreveu Raquel Branquinho.

“O presidente Jair Bolsonaro revogou nesta sexta-feira (17) três portarias do Exército que estabeleciam regras para rastreamento e identificação de armas de fogo no Brasil. As normas também tratavam da obrigatoriedade de dispositivos de segurança em armas de fogo”.

“Atiradores e colecionadores: determinei a revogação das portarias Colog [Comando Logístico do Exército] nº 46, 60 e 61, de março de 2020, que tratam do rastreamento, identificação e marcação de armas, munições e demais produtos controlados por não se adequarem às minhas diretrizes definidas em decretos”, escreveu o mandatário em sua conta no Twitter. (Folha)

A imprensa publicou nesta terça-feira que os militares se disseram decepcionados com Moro, depois que o ex-juiz e ex-ministro, Sergio Moro revelou, através do Jornal Nacional, mensagens trocadas entre ele e a deputada (PSL) Carla Zambelli e entre ele e Bolsonaro, uma mistura explosiva e perigosa para a própria imagem das Forças Armadas a um governo que tem como oposição não só o PT, a esquerda e os tais “comunistas” que sempre criaram para justificar seus atos autoritários.

O mundo todo trata Bolsonaro como a figura mais repugnante do planeta por suas ações criminosas em parceria com garimpeiros, madeireiros, grileiros nos incêndios da Amazônia, como agora na ação criminosa contra o povo brasileiro, aliando-se ao coronavírus em benefício do mercado.

No caso das Forças Armadas, ainda surge o fato de esmagar a autoridade da instituição para beneficiar traficantes de armas, milicianos, traficantes de drogas e assassinos de aluguel como os do escritório do crime, comandado por Adriano da Nóbrega, morto recentemente na Bahia, e sobretudo Ronnie Lessa, seu vizinho no condomínio Vivendas da Barra que, preso por ter assassinado Marielle Franco e Anderson Gomes, a polícia descobriu 117 fuzis em sua posse, mostrando que o mesmo que matou Marielle é o maior traficante de armas do Rio de Janeiro, cidade em que circula o maior tráfico de armas do país.

Pergunta inevitável: aonde foi parar a sanidade do comando das Forças Armadas para seguir, como bolsonaristas fanáticos, um maníaco, expulso da instituição, além de ser ligado à cúpula mais pesada das organizações criminosas cariocas?

O tal Bolsonaro grosseirão que às vezes serve de mote para alguns textos elogiosos, vendendo sua suposta simplicidade, neste caso expõe de maneira despudorada, sua intenção de proteger criminosos e se, depois dessa desmoralização das Forças Armadas, o oficialato ainda se mantiver cego, surdo e mudo como um gado bolsonarista, a instituição está completamente falida no propósito mais simples de garantia da defesa do território nacional.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

 

Moro não daria uma cartada tão alta se não tivesse certeza de que Bolsonaro cairia e ele triunfaria

Uma das características mais marcantes de Moro é a frieza que está condicionada à sua ambição. Já no depoimento de Lula a ele, todas as suas palavras eram medidas para parecer que tratava Lula com respeito e, com isso ficava evidente a sua condenação. Moro só cumpria um protocolo, pois já tinha a condenação e a sentença de Lula que já sabia de cor e salteada. O que ele nunca teve e nem poderia ter, porque Lula não cometeu crime algum, é prova.

Moro, sabendo que, para conseguir condenar Lula, ele deveria ser primeiro condenado pelo Jornal Nacional, para tanto, alimentou Bonner durante anos a fio e, assim, construir uma narrativa totalmente desconexa da realidade, na base da massificação, repetindo uma mesma coisa um milhão de vezes para que a força da indústria de massa impusesse uma mentira como verdade.

Assim, Moro, ao contrário do que quis parecer, jamais foi discreto, sempre optou pelo espalhafatoso, pelo pirotécnico, pelos rojões midiáticos, porque se tem alguém com absoluta certeza de que Lula é inocente, esse alguém é Moro. sua parceria com a Globo escancara isso. Se tivesse prova de algum crime contra Lula não precisaria de todo o aparato midiático com que se cercou para suprimir os direitos de Lula e impor a ele uma pena na base do grito, fazendo da justiça brasileira um campo de pelada, aonde quem grita mais forte impõe o conceito da falta.

Isso dito, Moro não entraria nessa guerra com Bolsonaro sem dados objetivos que lhe garantissem duas situações, a de criminalizar e derrubar Bolsonaro e, na mesma medida, apresentar-se como seu substituto na presidência da República.

Moro sempre trabalhou com o produto conjugado entre os meios que utiliza e o momento do ataque. Por isso uma coisa sempre se confunde com a outra, não é um exercício de individualidade. Assim ele se cerca primeiro de uma blindagem midiática monumental, só posa em fotos e participa de eventos ao lado de personalidades da cúpula da classe dominante. Ao contrário de Lula, não há uma foto de Moro ao lado não de pobres, pois é pedir demais para o nazista.

Moro gosta de smoking, assim como sua esposa de brilhos. Os dois parecem sempre caminhar no tapete vermelho de Hollywood. Tudo em torno de sua aura celestial tem que ser anguloso e grandiloquente, do contrário, ele se torna um pinto na chuva, como vimos por algumas vezes quando enfrentou Wadih Damous e, em outras duas ocasiões, Glauber Braga. Vimos toda aquela carapaça do pavão virar um camundongo assustado e fugir pela primeira fresta que encontrou, sem querer sequer ouvir falar no assunto.

É difícil de acreditar que, agora, contra Bolsonaro, o ex-juiz corrupto deu um bico a esmo, isso não faria jamais, não largaria o ministério da Justiça e Segurança Pública e a possibilidade de assumir uma cadeira no STF se não fosse para uma aventura sonhada de se tornar o presidente da República com chances reais de êxito.

Moro vem trabalhando de forma incessante não só a condenação e prisão de Lula, mas simplesmente a sustentação do que mais lhe interessa, uma fórmula que o consagre presidente, perseguindo violentamente Lula para que jamais cruze com ele num debate, mas principalmente numa disputa eleitoral.

Se Moro não colocou todas as cartas na mesa, nem expôs todos os traços fisionômicos de um candidato ao posto máximo da política brasileira, com sua saída do governo cheia de flashes da Globo, cristaliza que por trás de um apelo midiático em suas revelações contra Bolsonaro, há um claro lançamento de sua campanha que pode ser para 2022, mas que também pode ser para agora se a chapa Bolsonaro/Mourão for cassada e a eleição anulada por uso criminoso da indústria de fake news que a CPMI revelou há algum tempo, mas que somente agora a Globo e o próprio STF resolveram descobrir que existe.

Seja como for, Moro sempre apareceu nos momentos decisivos das duas últimas eleições, na primeira, em favor de Aécio, utilizando uma suposta delação de Youssef, sempre ele, contra Lula e Dilma na capa imoral da Veja com a chamada, “eles sabiam de tudo”, reproduzida à exaustão pela Globo às vésperas da votação do segundo turno, delação esta feita pelos seus bonecos de ventríloquos do Ministério Público e, na segunda, mais, a delação de Palocci feita pela Polícia Federal, também marionete de Moro, às vésperas do segundo turno entre Haddad e Bolsonaro para se beneficiar e, com isso, selar sua vaga no ministério da Justiça do governo fascista.

Como escancarou o Intercept na Vaza Jato, Moro é um homem que não usa pancadas para resolver suas pendengas, mas o submundo do aparelho judiciário do Estado brasileiro e, logicamente, a Globo como parceira prioritária para tratar suas vítimas, como foi o caso de Lula, em função daquilo que ele queria fazer parecer e não pelas provas que ele jamais teve contra Lula.

Por isso afirmo, Moro não daria uma cartada tão alta se não tivesse certeza de que Bolsonaro cairia e ele triunfaria.

A pergunta é, quem deu a ele essa garantia?

 

*Carlos Henrique Machado Fretias

O começo do fim: Celso de Mello autoriza investigação sobre Bolsonaro

Celso de Mello acaba de autorizar a abertura do inquérito pedido por Augusto Aras para investigar se Jair Bolsonaro tentou interferir politicamente na Polícia Federal.

No despacho, ele deu 60 dias para a PF ouvir Sergio Moro, primeira providência solicitada pela PGR.

O ministro passou todo o fim de semana estudando o pedido da PGR, baseado nas declarações de Sergio Moro na última sexta — o ex-ministro revelou a pressão de Bolsonaro para trocar o comando da PF a fim de obter informações de investigações sigilosas.

No pedido, a PGR diz que as acusações do ex-ministro, se confirmadas, podem enquadrar o presidente nos crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de justiça e corrupção passiva.

Se a investigação concluir que Moro mentiu, ele poderá ser acusado de denunciação caluniosa e crime contra a honra.

Corrupção passiva privilegiada, um possível crime de Moro

“Este crime tem uma semelhança com o de prevaricação, mas é diferente. Parte do pressuposto de que o sujeito deixou de denunciar um ato ilegal de autoridade superior para auferir de sua proteção. Ou para agradar e garantir posição”, escreve a jornalista Tereza Cruvinel.

Em seu pedido ao STF, de abertura de inquérito sobre as declarações de Sergio Moro ao deixar o governo, o procurador-geral Augusto Aras transcreveu toda a fala de saída do ex-ministro da Justiça, grifou algumas passagens e listou oito crimes que podem estar ali contidos. Não disse poderiam ter sido cometidos por um e por outro. Mas são três os que são, em tese, endereçados a Moro: prevaricação, corrupção passiva privilegiada e denunciação caluniosa.

Disse ele: “Dos fatos narrados vislumbra-se, em tese, a tipificação de delitos como os de falsidade ideológico (art. 299 do CP), coação no curso do processo (art. 344 do CP), advocacia administrativa (art. 321 do CP), prevaricação (art. 319 do CP), obstrução da Justiça (art. 1º , parágrafo segundo da Lei 12.850/2013), corrupção passiva privilegiada (art. 317, parágrafo segundo do CP), ou mesmo denunciação caluniosa (art. 339 do CP), além de crimes contra a honra (arts. 138 a 140 do CP).” CP aqui é referência ao Código Penal.

A mídia tem feito uma interpretação equivocada, ou propositalmente generosa, de que poderia sobrar para Moro apenas o crime de denunciação caluniosa, ou contra a honra, caso ele não comprove as acusações de que Bolsonaro tentou, mais de uma vez, interferir na gestão da Polícia Federal, e que ao demitir Maurício Valeixo, estava preocupado com o inquérito sobre as fake News. E ainda o de prevaricação, por não ter denunciado antes as pressões que vinha sofrendo de Bolsonaro. Se o fizesse, é claro, teria que pedir demissão imediatamente.

Mas na lista dos oito crimes acima transcrita, há mais um que é endereçado a Moro, e não a Bolsonaro, o de corrupção passiva privilegiada. Este crime tem uma semelhança com o de prevaricação, mas é diferente. Parte do pressuposto de que o sujeito deixou de denunciar um ato ilegal de autoridade superior para auferir de sua proteção. Ou para agradar e garantir posição. Moro confessou, na fala, que ao aceitar o cargo buscou uma “vantagem indevida”, expressão tão cara aos agentes da Lava Jato, ao negociar uma pensão especial, uma forma de ajuda à sua família caso algo lhe acontecesse, pois estava deixando 22 anos de magistratura para assumir o ministério. Mas isso não está em causa, pois nada aconteceu.

O parágrafo 2º do artigo 317 diz que a corrupção passiva privilegiada ocorre “se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.”

O jurista Agapito Machado conclui que a corrupção passiva privilegiada “ocorre quando o servidor é um fraco, traindo seu dever, ora para ser agradável, ora por temor aos que lhe são mais graduados”.

Assim, experimentando a volta do cipó de aroeira, Moro pode vir a tornar-se réu por este crime. E pelos outros dois.

Quem poderia imaginar? Nem mesmo Lula, que dizia esperar Moro julgado por delitos na Lava Jato, mas não por infração funcional.

 

 

*Tereza Cruvinel/247

Com um discurso vigarista, Moro dá mais motivos para não acreditar nesse teatro entre ele e Bolsonaro

Moro escreveu no twitter como candidato:

“Como cidadão, continuarei defendendo, como sempre fiz enquanto estive no governo, a aprovação de projetos anticorrupção, em especial a PEC ou o PL da execução em segunda instância.Claro que,no momento, a prioridade é combater a pandemia da covid e seus efeitos, como o desemprego.”

Como cidadão, vai combater a corrupção? Isso é uma novidade, porque como juiz, agiu como um corrupto dos mais vigaristas, corrompendo a Força-tarefa da Lava Jato, como vimos pelos vazamentos do Intercept e, em seguida, se corrompeu para o próprio Bolsonaro, trocando a cabeça de Lula, dando a eleição para Bolsonaro em troca do cargo de “super ministro”.

Qual a corrupção que ele combateu? Defendeu com unhas e dentes o próprio Bolsonaro e seus três filhos, principalmente o Flávio.

Qual ação contra a corrupção Moro coordenou no Ministério em um ano e seis meses de comando? Nenhuma, nada. Aliás, para a pasta, Moro foi um nulo, só serviu mesmo como leão de chácara do clã e como capanga da milícia.

Sobre a Covid-19, não é dele a frase que não tinha como prender o vírus?

Quando alguém leu em seu twitter uma linha sequer desse vigarista se compadecendo com as vítimas da Covid-19? Muitas foram vítimas da doença por culpa de Bolsonaro, por negar a gravidade do coronavírus e ainda sair receitando a cloroquina sem ser médico e sem comprovação científica de sua eficácia.

Moro, que viveu esse tempo todo como um gabola comentando as apreensões de drogas da PF, não deu um um pio sobre os 39 kg de pasta de cocaína encontrados no avião da comitiva presidencial que levou um militar à prisão na Espanha.

O que ele descobriu e ou comentou sobre isso? Coisa nenhuma. O sujeito entra num avião da comitiva presidencial com um volume relativo a oito pacotes de 5kg de arroz, que é um volume monumental, sem ser incomodado. E até hoje ninguém deu satisfação do fato aqui no Brasil, sendo Moro o chefão da Segurança Pública.

Para piorar, o candidato Moro teve a pachorra de falar que está preocupado com o desemprego. Não foi o próprio que, cobrado por ter produzido com a Lava Jato, a quebra das empreiteiras brasileiras e o desemprego de 7 milhões de trabalhadores, deu como resposta que não tinha compromisso com isso, dando de ombros para o estrago que ele fez na vida de milhões de pais e mães de família.

Moro fala como candidato, enquanto Bolsonaro ainda nem caiu, antecipando um jogo casado em que Bolsonaro deixa a presidência com poucos arranhões junto com os três filhos marginais e moro, aquele que “não sujou a biografia”, transforma-se no herói 2.0.

A coisa é tão descarada que ele não acusou Bolsonaro de nada grave, muito menos seus filhos estão sendo acusados de algo que lhes dê cadeia.

Para ficar ainda mais patética essa briga, Bolsonaro não acusa Moro de nada, somente se defende meio que sublinhando que o herói é incorruptível. Tudo muito ensaiado e tudo muito mal ensaiado.

Para quem sabe ler, pingo, neste caso, é um livro.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Vou ver de camarote os ratos se digladiarem

Leandro Fortes

“Moro provou, outra vez, que é traíra e que provas não são o seu forte” escreve Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia. “Eu, de minha parte, vou ficar um tempo de camarote, vendo esses ratos se digladiarem”.

A coletiva de Jair Bolsonaro, na verdade, uma encenação bizarra da Santa Ceia, serviu para mostrar ao País que, a partir de agora, está aberta a temporada de caça a Sergio Moro pela milícia virtual comandada por Carluxo, o 02.

O problema é que Moro já começou no tabuleiro de War com a Ásia, a Europa e a Oceania, enquanto Bolsonaro continua na obrigação permanente de destruir o exército vermelho.

A edição de ontem do Jornal Nacional, a qual assisti, na íntegra, contrariando ordens médicas, foi o resgate de Moro pelo Grupo Globo. Até então, a família Marinho vivia o dilema de preservar a imagem do ex-juiz, ao mesmo tempo em que travava uma guerra particular com Bolsonaro.

A partir de ontem, a Globo sentiu-se liberada para voltar a amar Moro louca e incondicionalmente. William Bonner quase teve um orgasmo. Não quero nem pensar como vai ser essa loucura, daqui em diante, naquela bancada hormonal da Globo News.

A coisa foi tanto e de tal forma, que as provas que o JN “exigiu” de Moro sobre as acusações de Bolsonaro, no tocante ao imbróglio do STF, vieram em forma de telas de WhatsApp.

Sim, como aquelas da #VazaJato, liberadas aos borbotões, a partir de conversas no Telegram, pelo The Intercept Brasil, as quais Moro e a Globo se apressaram em desqualificar.

Em uma delas, o presidente insiste na troca do diretor geral da PF, por conta de uma matéria de “O Antagonista” – não por acaso, porta-voz oficial do morismo e da supremacia branca tupiniquim.

Em outra, Moro dedura Carla Zambelli, deputada neofascista, bolsonarista tresloucada, de quem o ex-juiz foi, recentemente, padrinho de casamento, com direito a discurso e tudo.

Em suma, nada de novo no front. Moro provou, outra vez, que é traíra e que provas não são o seu forte.

Eu, de minha parte, vou ficar um tempo de camarote, vendo esses ratos se digladiarem.

Aconselho à esquerda fazer o mesmo.

 

 

*Leandro Fortes/247

Bolsonaro, com razão, teme que seus filhos delinquentes sejam presos pelo STF

Na verdade, Bolsonaro sabe que basta um filho dele ser preso para a justiça chegar nos rins de quem veste o cocar de cacique, ou seja, o próprio.

Isso acontece a partir da evolução da célula criminosa. Os filhos são somente moleques de recado que repetem a mioleira mole e os crimes do pai. O criminoso autêntico é Bolsonaro, que teve toda a proteção oculta de Moro. Na realidade, nem foi assim tão oculta.

Não precisa ser muito inteligente para entender os milagres que sempre salvaram de enrascadas os filhos de Bolsonaro, com todo o tipo de envolvimento com o crime, seja eleitoral, seja comum.

A hierarquia tradicionalista está muito bem sintonizada e, sobretudo sincronizada. Bolsonaro é o patrãozão e os filhos, chefes de núcleos. O papel de Moro que entrará para a história, como disse com precisão chumbada Glauber Braga, é do capanga da milícia que, em nome  das “razões de Estado”, fez o que pôde e o que não pôde para livrar a cara do 01, 02 e 03, sob os caprichos e orientação do próprio Bolsonaro, muitas vezes usando o tacape da PF para pressionar quem cruzasse o caminho do clã. Que isso fique bem claro.

Segundo Vera Magalhães, a mais antipetista e morista do Estadão, atual âncora do Roda Viva, o “Palácio teme que STF determine prisões de aliados do presidente”. Está na cara que Vera Magalhães sabe mais do que diz, já que a moça se derrete o tempo todo em elogios a Moro, enquanto bate em Bolsonaro e vigia os passos de Lula. A eterna tucana é igual a cobra cascavel, seu veneno é cruel

Isso não é propriamente uma novidade. Há poucas semanas já corria na mídia a notícia de que Bolsonaro já estaria negociando sua renúncia, condicionado-a à liberdade dos filhos, ou seja, também a sua própria.

Esse fato chega a fazer pensar se a guerrinha entre ele e Moro não é um teatro, algo combinado para que todo o desdobramento ocorra, seja com Mourão ou Moro, para que tudo mude e que tudo fique do mesmo jeito.

E que jeito é esse? o jeito do mercado, da casa grande, da banca, da oligarquia.

Para quem foi eleito na base da facada fake, da indústria das fake news e quiçá da adulteração das urnas eletrônicas, uma farsazinha a mais ou a menos, não muda nada.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Aonde estava a gloriosa PF quando o Intercept escancarou que Moro controlava a Força-tarefa da Lava Jato?

É lógico que, debaixo do coro de louvores que a mídia está fazendo em torno de Moro, esconde-se um mar de lama ainda maior do que o de Bolsonaro, que já é escandalosamente fétido.

Bonner, no Jornal Nacional, sequer balbucia isso, pior, quer fazer de conta que esse monstro chamado Bolsonaro, repudiado nos quatro cantos do planeta por seu comportamento fascista, não é a criatura que teve Moro como seu principal criador.

Na hierarquia do mal a patente de Moro é bem maior que a de Bolsonaro. Esse vigarista de Curitiba, como revelou o Intercept, controlava cada passo dado pelos procuradores e delegados da PF que compunham a Força-tarefa da Lava Jato.

O Intercept mostrou claramente as mensagens em que Moro aparece como monarca e não juiz, escolhendo quem deveria morrer e quem deveria ser salvo. É só relembrar como ele manobrou para condenar Lula e livrar a cara de FHC, a quem ele carinhosamente chamava de aliado.

Não dá para descolar uma coisa da outra como a PF tenta fazer agora. Quando ela própria deu uma prensa no porteiro do condomínio Vivendas da Barra, o fez por ordem de Moro a mando de Bolsonaro. Vai dizer agora que ela não sabia que Moro agia como capanga da milícia? A PF acha que vai convencer quem com essa hipocrisia? Não conhece o delegado Igor de Paula, o maior pau mandado de Moro na quadrilha da Lava Jato?

Alguém precisa mandar o conteúdo da Vaza Jato para a PF, acho que ela estava muito ocupada cercando frango para proteger os filhos e o próprio Bolsonaro durante esse tempo todo em que Moro era o senhor dos anéis na Justiça e Segurança Pública do governo. Se a PF não viu isso, imagina se o viu usar o cargo de ministro para pressionar o Intercept que fez as denúncias de suas falcatruas para, como bem disse o deputado Glauber Braga (Psol), corromper-se, eleger Bolsonaro e, depois, beneficiar-se do cargo.

Moro é tão imundo e controlador quanto Bolsonaro, mas a gloriosa PF parece que finge não saber.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Engana-se quem acha que Mourão vai assumir no lugar de Bolsonaro, a chapa vai cair

A chapa será cassada pelo TSE por fraude eleitoral com fake news.

Moro pulou fora do barco porque foi o rato que soube primeiro e de forma combinada que o STF viria com tudo pra cima do clã Bolsonaro.

Ainda sob o controle de Moro, mas agora sob o comando do STF, a PF vai soltar tudo o que estava represado por Moro contra o clã.

Começou pelo Carluxo e o gabinete do ódio com sua fabrica de fake news. Daí para comprovar a fraude nas eleições pelo mesmo motivo, é um sopro.

A imagem de Moro está sendo azeitada pela mídia.

Vera Magalhães é o Bonner do Estadão e Roda Viva e sabe bem trabalhar isso.

Seu papel na mídia escrita é atacar o PT, Lula, Haddad e Dilma, além de vender Moro como um anjo de candura que participou de um governo de bandidos assassinos por pura ingenuidade, coitadinho!

Se por um lado, a tática da Globo é fingir que não existe Lula, Dilma e Haddad, levantando a bola do rato Sergio Moro, por outro, Vera Magalhães do Estadão vem com tudo e contra todos abraçar carinhosamente o miliciano de Curitiba, detonando Bolsonaro e filhos ao mesmo tempo em que tenta a todo custo não deixar o PT crescer no episódio.

Ora, a coisa está escancarada. Cai a chapa Bolsonaro e Mourão e a Globo vende Moro como um novo Itamar Franco num governo de união nacional.

Mas tudo tem que ser pra ontem. Moro não aguenta 15 minutos de jogo que fará chegar forte em 2022.

Tem que ser agora, cai Bolsonaro e Mourão via TSE, convoca-se em seguida uma nova eleição para presidente e Moro aparece como o homem que vai pacificar o país e seguir a agenda neoliberal de Guedes e FHC sem sobressaltos para o mercado.

Se esse arranjo vai dar certo, eu não sei. Mas é isso que está em curso, um golpe judicial 2.0.

Começam a aparecer pesquisas mostrando que já tem a maioria da população a favor do impeachmant de Bolsonaro.

Já pode cair pelo TSE.

É ilusão imaginar que o gado vai se rebelar se Bolsonaro for cassado.

As manifestações minguadas de ontem mostram que ele já está desidratado. E isso vai piorar ainda mais no decorrer da semana.

O STJ já fez seu papel, não deixar Lula participar da eleição de 2018.

Moro e Mandetta podem até formar uma chapa forte já que são os ministros mais bem avaliados nas pesquisas.

Mas isso é outro capítulo do jogo que está sendo jogado nos bastidores.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Bastou Carluxo perder a proteção de Moro que, em 24 horas, sua casa caiu

Moro ficou 1ano e 6 meses e “não descobriu nada” contra Carluxo, porém, bastou ele sair que, em 24 horas, os podres do delinquente apareceram.

Isso só confirma o que o deputado Glauber Braga (Psol) falou na cara de Moro, em seu depoimento na Câmara dos Deputados que, como ministro da Justiça e Segurança Pública era um grande capanga da milícia comandada pelo clã Bolsonaro.

E seguiu dizendo que ele era corrupto e ladrão porque condenou e prendeu Lula, sem provas, para que Bolsonaro ganhasse a eleição e ele se tornasse ministro.

Agora, está mais do que provado que Moro era um verdadeiro guarda-costas dos filhos bandidos de Bolsonaro e do próprio. Não deu 24 horas de sua saída do governo que, de forma mágica, num estalar de dedos, a PF que “nada sabia” sobre Carlos Bolsonaro, descobriu que ele é o chefe da indústria de fake news que funciona no gabinete do ódio dentro do Palácio do Planalto.

Ora, nessa guerra entre bandidos, Moro e Bolsonaro, muita coisa ainda vai boiar. A partir de agora nos depararemos com uma situação grotesca em que, com a saída de Moro do governo e a consequente perda da proteção que ele dava ao clã, vão jorrar denúncias com provas de todos os crimes que Moro represou enquanto capanga da milícia palaciana.

Quando a Globo fizer uma matéria contra a família Bolsonaro, como fez hoje, mostrando que Carluxo é o patrão do gabinete do ódio e não falar nada de Moro como o garante desses bandidos durante 1 ano e 6 meses, uma pergunta tem que ser feita: aonde estava Moro que nada viu dos crimes da família e que, agora, a PF revela num tempo espantosamente rápido contra os ex-protegidos de Moro?

 

*Carlos Henrique Machado Freitas