Mês: novembro 2020

Quanto está custando aos cofres públicos a censura do Facebook a matérias críticas a Bolsonaro?

Hoje, a rede social Facebook é somente um teatro, pois é a própria representação do grande capital. No caso de Bolsonaro, que tem a força governamental, fora seu clã familiar, há um jogo casado entre governo e Facebook para fechar as portas da ex-rede social, agora empresarial, para qualquer crítica dirigida a Bolsonaro e seu clã.

Isso é sentido na pele, não se trata de teoria da conspiração. O Facebook é regido por interesses financeiros e não vacila em censurar qualquer material crítico aos seus maiores clientes.

É a guerra cibernética que não cabe mais a ingenuidade de acreditar na liberdade de expressão dentro das redes sociais, porque hoje, sob olhares de corisco, qualquer linha escrita contra Bolsonaro no Facebook, é imediatamente censurada. As matérias críticas ficam simplesmente invisíveis para o público em geral.

Detalhe: você recebe do Facebook aviso com todas as matérias censuradas, ou seja, no nosso caso, absolutamente todas.

*Da redação

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O capital político de Bolsonaro era gases. Deu um traque, murchou

O mesmo aconteceu com Moro e, agora, com Bolsonaro. Muito pelo pra pouco rato.

Como bem disse Machado de Assis: A mentira é muitas vezes tão involuntária como a respiração.

Pois é disso que a direita brasileira vive, respira, transpira e, uma hora, a coisa toda é desmascarada.

Hoje, sobretudo com a derrota de Trump, o capital político de Bolsonaro se restringe a Augusto Nunes, Alexandre Garcia, Ana Paula do Vôlei e outros mercenários fichados na Secom via Jovem Pan, mais conhecida como Jovem Pano, pela atitude pelega que a turma de lá tem com o patrão Bolsonaro.

O fato é que, assim como Moro quando saiu do governo, Bolsonaro sai aos cacos dessa eleição. Seu apoio foi maléfico para a grande maioria dos seus apoiados, e isso revelou a mentira com o rabo de fora que é Bolsonaro e seu suposto capital político.

Na verdade, Bolsonaro é um conjunto de mentiras. Muitas contadas por ele e outras tantas pela mídia industrial que o apoiou na eleição.

Nesse exato momento é Covas que foge de Bolsonaro como o diabo da cruz, depois que viralizou foto sua ao lado de seus dois maiores queima filmes. Bolsonaro e Dória, a famosa dobradinha BolsoDória que deu vitória ao governador de São Paulo e, por tabela, ao seu vice na prefeitura, Bruno Covas, que assumiu a gestão da capital paulista.

Covas, agora, diz que, em 2018, anulou seu voto na hora de apertar o botão da urna para presidente. Esse é o caso clássico de um erro que precisa de uma mentira, mas acaba precisando de duas.

O fato é que esse episódio retrata com precisão o tamanho do tal capital político que Bolsonaro tem. Uma das maiores rejeições da história política do país.

Quanto a isso, não há qualquer novidade, esse seu fiasco eleitoral somente reforça sua fragilidade política, que já havia sido revelada quando, mesmo com a ajuda das igrejas pentecostais, tentou fundar seu próprio partido, “Aliança pelo Brasil” e não conseguiu sequer 3% das assinaturas necessárias para o registro, o que também reforça que Bolsonaro só chegou à presidência porque Lula foi preso por Moro, sem provas, e porque a mídia mergulhou de cabeça em sua campanha, somado à rede de fake news da qual hoje ele não pode mais lançar mão.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vitória de Lula contra Moro e Bolsonaro; ele terá acesso a acordos da Lava Jato com os EUA

Corte Especial decidiu sobre pedido de acesso a cooperação internacional entre a Lava-Jato e autoridades americanas.

O ex-presidente Lula teve uma vitória na manhã desta quarta-feira em uma disputa entre sua defesa e o Ministério da Justiça.

A Corte Especial do STJ decidiu que quem deve julgar o mandado de segurança de Lula contra a pasta é a Primeira Seção — e não a Terceira, como queria a União.

O ex-presidente quer acesso aos pedidos de cooperação internacional formulados, isolada ou reciprocamente, entre as autoridades brasileiras e americanas, tendo por foco as ações penais da Lava-Jato.

Em agosto, o ministro Sergio Kukina, que é da Primeira Seção, deu uma liminar favorável ao pedido dos advogados de Lula, determinando que o Ministério da Justiça esclarecesse se houve participação do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional nos acordos entre a Lava-Jato e os americanos.

Em setembro essa decisão foi suspensa, mas com o placar de 15 a zero desta quarta-feira, volta a valer.

“Diante do resultado do julgamento realizado hoje pela Corte Especial do STJ, o Ministro da Justiça deve cumprir a liminar anteriormente concedida para informar se houve ou não a participação do Ministério da Justiça (DRCI) nas cooperações entre a ‘Lava Jato’ e autoridades norte-americanas como DOJ, SEC e FBI, na forma prevista em lei, ou se essas cooperações foram realizada fora dos canais oficiais, de forma selvagem, como sempre suspeitamos no curso da defesa técnica do ex-presidente Lula”, disse o advogado Cristiano Zanin após o resultado.

 

*Radar/Veja

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MP: Queiroz descuida e deixa ‘vestígios concretos’ do uso de verba pública para quitar cobertura de Flávio

Depósito de R$ 25 mil identificado pelo ex-assessor parlamentar nas contas da mulher do senador levou investigadores a localizarem repasses fracionados nas vésperas de pagamentos de parcelas de imóvel; transação é uma das provas que embasam denúncia contra o filho do presidente.

Um ‘descuido’ do ex-assessor Fabrício Queiroz é uma das provas do Ministério Público do Rio para apontar o uso de verbas desviadas da Assembleia Legislativa fluminense no pagamento de uma cobertura adquirida pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em 2011. A transação foi feita na conta da mulher do parlamentar, Fernanda, e descortinou depósitos fracionados às vésperas dos vencimentos do imóvel.

Flávio Bolsonaro foi denunciado por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro no inquérito das ‘rachadinhas’, que investigou o repasse parcial ou total dos salários de servidores lotados em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa a Queiroz, que usava o dinheiro para quitar despesas pessoais do filho do presidente. Fernanda Bolsonaro também foi denunciada por lavagem de dinheiro.

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, deixa o Instituto Médico Legal de São Paulo. Foto: EFE/Sebastião Moreira

O nome de Fernanda aparece na denúncia quando o Ministério Público descreve o ‘enriquecimento ilícito’ de Flávio ao longo dos anos. Uma das transações investigadas foi a compra de uma cobertura em Laranjeiras, na zona sul do Rio, por R$ 2,2 milhões em 2011.

Em agosto daquele ano, o casal precisaria desembolsar R$ 110 mil para quitar o sinal do imóvel, uma garantia de compra. No entanto, o Ministério Público apontou que a conta dos Bolsonaro ‘não possuía lastro financeiro para custear a operação’. Na véspera do pagamento, porém, um depósito de R$ 25 mil caiu na conta de Fernanda – e neste momento, segundo a Promotoria, Queiroz cometeu um ‘descuido’.

O depósito de R$ 25 mil feito por Queiroz, em amarelo, nas contas de Fernanda Bolsonaro.

O dinheiro teria sido sacado em espécie da conta do próprio ex-assessor antes de ser depositado em nome de Fernanda. Os promotores dizem que a transação ‘peculiar’ – saque em espécie, seguido de depósito quando existem mecanismos de transferências diretas – revelam que a intenção era ocultar o responsável pelo repasse. Queiroz, porém, errou na ‘dosagem’ e foi obrigado a se identificar no caixa.

“Em razão do alto valor depositado, o denunciado Fabrício José Carlos de Queiroz teve que registrar seu próprio nome na agência bancária como responsável pelo depósito em espécie, materializando nos registros bancários vestígios concretos da destinação final dos valores desviados da Alerj”, afirma a Promotoria.

Para a Promotoria, tal ‘descuido’ revela que, à época, Queiroz ‘ainda não estava familiarizado com os instrumentos de prevenção à lavagem de dinheiro’.

Fracionados. Queiroz não foi o único a cometer um ‘descuido’. Segundo o MP, na véspera do pagamento da segunda parcela da cobertura em Laranjeiras, em dezembro de 2011, o chefe de gabinete de Flávio na Alerj, Miguel Ângelo Braga Grillo, o ‘Coronel Braga’ depositou R$ 20 mil na conta de Fernanda Bolsonaro. Apesar de usar o nome da mulher do senador na identificação do depósito, quebra do sigilo bancário revelou que o Braga foi o responsável pelo repasse: Meia hora antes, ele havia sacado a mesma quantia da sua própria conta, em espécie.

O chefe de gabinete também foi denunciado pelo Ministério Público, acusado de integrar o ‘núcleo operacional’ das rachadinhas, responsável por validar a contratação e os pontos de diversos servidores que, apesar de serem funcionários da Assembleia, nunca bateram cartão na Casa. A medida garantia que o salário fosse pago normalmente.

O saque de R$ 20 mil em espécie feito pelo Coronel Braga, meia hora antes do depósito.

Os ‘descuidos’ de Queiroz e Braga não se repetiram, mas deram ao Ministério Público suspeitas que levaram à identificação de outros 27 depósitos feitos na conta de Flávio na véspera do pagamento das parcelas da cobertura em Laranjeiras.

Segundo o MP, entre 2013 e 2016, o senador recebeu R$ 52 mil em depósitos de R$ 2 mil e R$ 1 mil feitos dias antes da data de vencimento da dívida. A técnica burla os mecanismos de controle porque essas quantias podem ser depositadas sem a necessidade de identificação do responsável pela transação.

Os promotores apontam que o esquema contou com ‘camadas’ de lavagem de dinheiro para garantir que a verba não fosse ligada a Queiroz. O ex-assessor usava sua própria conta para receber parte dos salários desviados dos servidores da Alerj e, então, realizava saques em espécie para fazer depósitos fracionados nas contas de Flávio, com o objetivo de quitar parte da cobertura do filho do presidente.

“Os atos de lavagem de dinheiro ora imputados foram praticados de forma mais sofisticada, fracionando-se as elevadas quantias depositadas em valores menores, deixando ainda mais clara a intenção dos beneficiários finais e dos demais integrantes da organização criminosa em ocultar e dissimular a origem espúria dos recursos mediante depósitos anônimos”, aponta o Ministério Público.

Depósitos fracionados feitos na conta do senador Flávio Bolsonaro entre 2013 e 2016

COM A PALAVRA, OS ADVOGADOS RODRIGO ROCA, LUCIANA PIRES E JULIANA BIEREENBACH, QUE DEFENDEM FLÁVIO BOLSONARO

Após a denúncia, os advogados Rodrigo Roca, Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, que defendem o senador Flávio Bolsonaro, divulgaram uma nota classificando as imputações do Ministério Público do Rio como ‘crônica macabra e mal engendrada’ e afirmando que ‘todos os defeitos de forma e de fundo’ da denúncia serão pontuados na formalização da defesa.

“Em função do segredo de Justiça, a defesa está impedida de comentar detalhes, mas garante que a denúncia contra Flávio Bolsonaro é insustentável. Dentre vícios processuais e erros de narrativa e matemáticos, a tese acusatória forjada contra o senador se mostra inviável e não passa de uma crônica macabra e mal engendrada, influenciada por grupos que têm claros interesses políticos e que, agora, tentam voltar ao poder. A denúncia, com tantos erros e vícios, não deve ser sequer recebida pelo Órgão Especial. Todos os defeitos de forma e de fundo da denúncia serão pontuados e rebatidos em documento próprios e no momento adequado”.

 

*Estadão Conteúdo

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Vídeo: Sem liderança de direita, mídia lavajatista usa Obama contra Lula e se dá mal

A mídia, depois do golpe, do qual foi também protagonista, agora, sem ninguém para colocar no lugar de Bolsonaro, se desespera com o crescimento da esquerda e, consequentemente de Lula, usa Obama contra Lula para tentar destruí-lo.

Assista:

*Da redação

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Pesquisa Ipespe: diferença entre Boulos e Bruno Covas é de 16 pontos

Pesquisa do instituto Ipespe apontou que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB) lidera a corrida eleitoral neste segundo turno, com 48% das intenções de votos, contra 32% do líder de Guilherme Boulos (PSOL). Votos em branco, nulo ou os que disseram não votar em candidato algum somaram 15% e 5% não responderam. Nos votos válidos, o tucano vence o psolista por 60% a 40%.

A diferença, de 16 pontos percentuais, aponta uma diferença menor entre os dois candidatos. Em 9 e 10 de novembro, Covas marcou 55% e Boulos, 24%. As estatísticas foram publicadas pelo jornal Valor Econômico.

De acordo com o levantamento, Covas é o principal herdeiro de votos entregues a Márcio França (PSB), a Celso Russomanno (Republicanos) e a Arthur do Val (Patriota). O tucano fica com 47% dos eleitores que disseram ter votado em França e Boulos alcançou 31%.

No grupo dos que afirmam terem ido de Russomanno, o placar pró-Covas é de 45% a 6%. No eleitorado de Arthur do Val, o placar é de 68% a 5%.

Os valores não somam 100% por causa de indecisões, votos em branco, nulo ou em nenhum.

Boulos herdou mais votos do eleitorado de Jilmar Tatto (PT) – 72% contra 20% do prefeito.

No primeiro turno, Covas e Boulos conquistaram 32,9% e 20,2% dos votos válidos, respectivamente, seguidos por França (13,6%), por Russomanno (10,5%), por Arthur do Val, 9,8%, e Tatto, 8,7%.

 

*Com informações do 247

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Amapá sofre novo apagão e há relatos eletricidade instável

O Amapá sofre novo apagão total na noite de hoje. Desde o dia 3 de novembro, o estado enfrenta problemas com o fornecimento de luz: a subestação de energia elétrica da capital Macapá pegou fogo e provocou um blecaute em 14 dos 16 municípios. A energia começou a ser restabelecida no dia 7, mas em regime de rodízio.

Por volta de 21h, um novo apagão atingiu a região metropolitana de Macapá, incluindo Santana e Mazagão, e alguns municípios do interior. Procurada pelo UOL, a CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá) afirmou que ainda não há informações sobre o que pode ter ocasionado o novo blecaute.

Segundo relatos de alguns moradores em grupos do WhatsApp, em alguns bairros de Macapá a eletricidade fica indo e voltando a todo momento.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) cobrou de autoridades um esclarecimento sobre o ocorrido.

“Estamos novamente com apagão total no Amapá. É urgente um esclarecimento das autoridades responsáveis sobre o que aconteceu neste momento.”, escreveu ele no Twitter.

O senador apresentou um projeto para criação de um fundo que reúna doações e recursos de ações na Justiça para compensar financeiramente a população afetada pelo apagão no Amapá.

Randolfe afirmou que a iniciativa tem por objetivo auxiliar quem sofreu com problemas decorrentes da privação de energia elétrica ou mesmo com o rodízio de luz: fome, eletrodomésticos estragados, estoques de comerciantes perdidos e problemas de saúde após beber água suja ou contaminada.

 

*Com informações do Uol

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O PT, um patrimônio do Brasil

Emir Sader – O Brasil se diferencia dos outros países por vários aspectos, dependendo do ponto de vista em que se olhem as coisas, para melhor ou para pior que outros países. Do ponto de vista político, no último meio século, o que diferencia o Brasil, é a existência do PT, o Partido dos Trabalhadores.

Não é necessário percorrer a história brasileira nesse meio século para nos darmos conta do que significa para o Brasil ter o PT, enquanto outros países não contam com algo similar. O PT cruzou esses anos todos como a formação política mais importante do Brasil, mesmo quando não tinha a força que passou a ter mais tarde.

O PT como partido de novo tipo

Quais as particularidades do PT, que fizeram com que ele tenha assumido esse lugar tão destacado na história do Brasil?

Em primeiro lugar, o PT nasceu das greves do ABC, ainda durante a ditadura, um movimento essencial para a crise final do regime militar e que deixou suas marcas profundas e indeléveis no PT, que surgiria pouco tempo depois. Suas profundas raízes populares vem, originalmente, daí, e tem na figura preponderante do Lula na formação e no desenvolvimento do PT, sua expressão mais marcante.

O PT nascia assim articulando as lutas operárias, desde as próprias portas de fábrica até o sindicato, como forma inovadora e radicalmente democrática no movimento operário brasileiro. Ao mesmo tempo que articulava a luta pelos direitos dos trabalhadores, rompendo o arrocho salarial, como engrenagem fundamental do regime militar, com a luta democrática contra a ditadura.

Uma vez fundado, agrupando setores do novo momento operário, militantes dos movimentos da Teologia da Libertação, militantes remanescentes da resistência à ditadura, assim como uma ampla gama de trabalhadores intelectuais, do campo educacional, do campo do direito, entre tantos outros. Nascia assim com uma composição e uma anatomia muito distintas de todas as organizações de esquerda e populares que tinham existido anteriormente.

Ao colocar os trabalhadores no seu nome e ao colocar o socialismo como objetivo, o PT revelava o caráter ideológico que o partido assumiria. Diferenciando-se tanto do getulismo, como dos grupos doutrinários, das organizações armadas, o PT se colocava como campo de ação a restauração e o fortalecimento da democracia, ao mesmo tempo que, pela primeira vez, surgia como partido que articula os movimentos sociais e a luta política.

Os vínculos internacionais com partidos de uma nova esquerda que surgia concomitantemente na América Latina e em outras regiões do mundo, o PT estabelecia, pela primeira vez, vínculos estreitos e amplos da esquerda brasileira com a esquerda de outros continentes.

Mas as características que definem o papel central do PT na história brasileira viriam se configurar na trajetória que o partido foi assumindo. O PT se tornou, logo, o principal partido de esquerda, tanto em comparação com outras organizações, mas principalmente no período histórico fundamental das últimas décadas do século passado e nas primeiras deste século. Reconhecido pelos movimentos populares, mas também pelos adversários, que rapidamente se dariam conta de que o PT é o inimigo fundamental da direita e das estruturas de poder tradicional no Brasil.

A própria mídia, benevolente e interessada na novidade do PT no seu surgimento, rapidamente passou a ter no partido seu adversário privilegiado, atacado sistematicamente, quando não desconhecendo os grandes avanços que logo o PT protagonizou. Lula se tornou o personagem mais importante da política brasileira, ainda antes de ser candidato à presidência do Brasil, quando o PT, com menos de dez anos de vida, chegou ao segundo turno das eleições presidenciais de 1989 e teve que ser vítima de manipulação midiática para que não triunfasse já naquele momento.

O PT assumiu, a partir daquele momento, o papel central na esquerda e na construção de alternativa aos projetos neoliberais no Brasil. No plano municipal, o PT conquistou várias prefeituras, com destaque especial para a de Porto Alegre, onde desenvolveu as inovadoras experiências do orçamento participativo. Em dezenas de outras cidades também o PT consagrou um estilo petista de governar, democrático, que permitiria que o partido construísse sua implantação a nível nacional.

Nas duas eleições sucessivas a candidatura do Lula disputou diretamente com os governos neoliberais, como alternativa que privilegiava as políticas sociais, a partir do diagnóstico de que o principal problema do Brasil não era o desequilíbrio das contas públicas e a inflação, mas as profundas desigualdades que cruzam a nossa sociedade.

PT, partido de governo nacional

Até que, depois de convencer à maioria dos brasileiros de sua visão do País, Lula ganhou as eleições de 2002 e se tornou o primeiro trabalhador, o primeiro operário, o primeiro líder sindical, a se tornar presidente do Brasil, consagrando a evolução que o PT foi tendo como partido e como força política hegemônica no campo da esquerda.

O PT já contava com um conjunto de movimentos sociais – CUT, MST, entre tantos outros -, que ele ajudou a criar. Contava com grandes experiências de governo a nível municipal e estadual, contava com grandes bancadas de parlamentares no plano nacional, estadual e municipal, além de grande quantidade de líderes sindicais e de todos os movimentos sociais.

Contava, além disso, com a liderança do Lula, que se tornou o maior líder político brasileiro, latino-americano e o mais importante líder da esquerda em escala mundial.

Na resistência aos governos neoliberais da década de 1990, o PT foi elaborando a plataforma de governo que o Lula colocaria em pratica, com sucesso extraordinário – a ponto que ele saiu do segundo mandato de governo com 87% de apoio, apesar de ter 80% de referências negativas nos meios de comunicação.

Os governos do PT conseguiram retomar o crescimento da economia, apoiado em políticas de distribuição de renda e de expansão do mercado interno, ao mesmo tempo que mantinham controlada a inflação e criavam mais de 20 milhões de empregos com carteira de trabalho e elevavam o salário mínimo 70% acima da inflação.

Expandiram e democratizaram os sistemas educacionais e de saúde, desenvolvendo, no plano externo, políticas de integração regional, que projetaram o Lula como o grande estadista no plano mundial.

Os governos do PT foram, até aqui, os momentos mais virtuosos da história política brasileira, que demonstraram que a esquerda sabe governar muito melhor que a direita, que a via da superação do neoliberalismo é o caminho da construção de uma sociedade mais justa, solidária e humanista.
PT, inimigo fundamental da direita

Tudo o que a direita faz é tratar de evitar que o PT continue ou volte a governar o País. Perderam quatro eleições sucessivas e apelaram para o golpe que derrubou a Dilma. Sem o PT no governo, a direita revelou escancaradamente seu projeto de restauração neoliberal, que leva o País a retroceder em todos os planos. Com projetos que não conseguem conquistar apoios sociais estáveis – como o PT havia conseguido -, sua preocupação principal é evitar que o PT volte a governar.

A escandalosa manipulação das eleições de 2018 – em que o Lula ganharia no primeiro turno – permitiu à direita colocar na presidência um personagem vinculado às milícias e às suas formas de agir. Vale tudo, contanto que não volte o PT à presidência, porque a direita sabe que o PT voltaria a governar de forma democrática, com expansão da economia e distribuição de renda, voltando a conquistar o apoio da grande maioria da população.

O PT se tornou, assim, a vítima das mais brutais campanhas de perseguição política – golpe contra a Dilma, prisão do Lula, tudo sem quaisquer fundamentos jurídicos -, de difamação – corrupção, responsável pela recessão econômica do País, entre outras inverdades -, de tentativa de isolamento e, se fosse possível, de liquidação do PT.

O que não impede o PT de contar com um trabalho estreitamente associado aos movimentos sociais, de contar com grandes bancadas de parlamentares a nível federal, estadual e municipal, de contar com grandes governos estaduais e de contar com a maior e mais ampla militância em todo o Brasil.

As condições de pandemia permitem ao governo bloquear as grandes manifestações de massa de rejeição do presidente, durante o período de quarentena. Foi nessas condições anômalas que se deram as eleições municipais, acompanhada pelo coro midiático do isolamento e da crise do PT.

O balanço das eleições é um tema específico, mais além das manipulações da mídia. Mas o fundamental é que a direita – que nesse caso não se equivoca – sabe que seu grande inimigo é o PT, pelo apoio de massas que o partido tem, pela liderança do Lula, pelas experiências de governo que o PT acumulou. Assim, se vale até da instrumentalização de outros partidos de esquerda e suas candidaturas, para promover o isolamento do PT. De tal forma que o anúncio precoce do fim do PT acompanha toda a história do partido.

Nestas eleições, o PT pôde recuperar uma parte do que havia perdido nas eleições anteriores, quando o partido foi vítima da mais brutal campanha de difamação e perseguição, até que lograram o golpe contra a Dilma e difundiram o “antipetismo” como escudo de proteção contra o PT. Pôde reafirmar seu caráter de único partido nacional, pela capilaridade da sua presença política em todo o Brasil, reelegendo e elegendo prefeitos e vereadores, e acumulando votações que consolidam sua força.

Estas eleições servem também para apontar para as próximas eleições presidenciais, em que a polarização entre o governo e o PT se projeta como a perspectiva mais provável para a nova disputa presidencial. A derrota do presidente nestas eleições permite prever que as condições de sua derrota são reais, contanto que se consiga reunir a todas as forças que se opõem a ele e a seu programa econômico neoliberal.

Impossível pensar a restauração da democracia e a retomada de um modelo que já deu certo no Brasil, de crescimento econômico e distribuição de renda, sem o papel protagônico do PT. Por tudo o que já trouxe para o Brasil, o PT se tornou um patrimônio nacional. Um partido que veio de longe e irá ainda mais longe. Sua história, suas experiências de lutas populares, de governos, sua presença nacional, a liderança do Lula fazem com que o futuro do Brasil e o futuro do PT se mesclem indissoluvelmente.

Cabe ao PT se renovar e se reestruturar, para ser contemporâneo do nosso presente, estar à altura dos desafios que cabe ao PT, junto a outras forças aliadas, resolver a favor da democracia, do povo e do Brasil. O PT amadureceu no enfrentamento da grande quantidade de crises e de desafios que teve que enfrentar, em que mostrou que é capaz de readequar-se e sair mais forte de cada uma delas. O PT tem plena consciência das suas responsabilidades para fazer o País sair da situação que vive, para voltar a voltar a ter um governo plenamente democrático, solidário, humanista, que promova a soberania do povo brasileiro.

 

*Emir Sader/247

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Pedro Bial mostra como os golpistas moderados da Globo são manipuladores grosseiros

Fizemos questão de colocar abaixo, em destaque, a fala de Obama e a diferença entre o que ele afirma e o que ele nem julga, mas comenta com ceticismo sobre Lula, reafirmando o que todos sabem, a técnica de lawfare usada pela Lava Jato e a própria Globo para não ter que provar as acusações que fez contra Lula, que teve como ponto alto dessa armação burlesca o powerpoint da convicção de Dallagnol e ato de ofício indeterminado de Moro.

Isso quer dizer que, tanto Moro quanto Dallagnol sempre estiveram de mãos vazias na hora de apresentar provas contra Lula.

Bial não fez diferente, pinçou um trecho do livro de Obama para tentar emparedá-lo contra Lula, mas não conseguiu arrancar de Obama o que pretendia.

Hora nenhuma Obama acusa Lula de corrupção na entrevista com Bial e em seu livro.

Pode até ter alimentado especulação, mas não afirmou nada. Ele diz textualmente:

“…eleito em 2002, tinha iniciado uma série de reformas pragmáticas que fez as taxas de crescimento do Brasil dispararem, ampliando sua classe média e assegurando moradia e educação para milhões de cidadãos mais pobres. CONSTAVA também que ele tinha os escrúpulos de um chefão de Tammany Hall e CIRCULAVAM BOATOS de clientelismo governamental, negócios por baixo do pano e propinas na casa dos bilhões”.

Ou seja, os termos “constava” e “circulavam boatos”, criam muito mais uma ideia de que ninguém apresentou provas contra Lula, além de colocar a pecha de boateiros em Moro e sua milícia curitibana.

Claro que Pedro Bial, achando que todo mundo é público do BBB, quis dar uma força ao, cada vez mais desacreditado Moro, e manter a suspeição sobre Lula, mas o idiota não percebe que, insistindo nesse tipo de pegadinha, só fortalece a defesa de Lula que cobra provas que Moro nunca teve contra Lula ou não precisaria tentar fazer esse joguinho de espelho mal-ajambrado.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Vídeo: A manipulação grosseira de Bial na entrevista com Obama para atingir Lula

Bial, em sua entrevista com Obama, fez uma manipulação grosseira, com o único intuito de atingir Lula, fazendo inclusive tradução de um trecho do livro de Obama, a modo e gosto, o que está longe de refletir o que de fato Obama quis dizer.

Assista:

*Da redação

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