Ano: 2020

O jornalista Daniel Gullino foi ameaçado por Bolsonaro porque fez a pergunta que a mídia deveria fazer

Dilma, neste sábado, teve a preocupação de separar os jornalistas da Folha dos donos da empresa. Ela fez muito bem porque tem grandes jornalistas escrevendo, mesmo que não seja pelo motivo nobre de prestigiar a pluralidade.

Por que pode-se afirmar isso? Porque os editoriais da Folha sempre tiveram um lado, o da Folha, o dos interesses comerciais e, consequentemente sua posição política segue os caminhos que o dinheiro indica.

O jornalista Daniel Gullino é do Globo, dos Marinho, mas cumpre um papel fundamental como profissional. Hoje ele deu uma mostra significativa de profissionalismo, fazendo o que a mídia deveria fazer diuturnamente, perguntar a Bolsonaro, por que Queiroz depositou o montante de R$ 89 mil na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro?

Pela torpeza da resposta de Bolsonaro (minha vontade é encher sua boca com uma porrada), Daniel Gullino acertou em cheio, mostrando que Bolsonaro não estava preparado para aquela pergunta e, não estando preparado, mostrou-se ainda mais despreparado para responder. Isso revela que ele vem sendo poupado pela mídia nativa de perguntas sobre os inúmeros escândalos que envolvem sua família.

Ou seja, isso fala tanto de Bolsonaro quanto da grande mídia, ou seja, há um pacto de silêncio sobre esse escárnio que envolve Queiroz e Michelle.

Talvez a coisa seja um pouco mais complexa, porque o jornalista em questão se mantém atento com matérias espinhosas sobre as respostas que Bolsonaro nunca deu, como a que ele publicou no dia 07 de agosto, intitulada Bolsonaro nunca explicou circunstâncias de suposto empréstimo a Queiroz 

E sabe-se muito bem que, quando um jornalista incomoda Bolsonaro, ele parte para o ataque, como fez com a jornalista Patrícia Campos Mello, por ter publicado uma excelente matéria sobre a rede de fake news, a partir do gabinete do ódio que motivou a abertura da CPMI que pode ainda custar a cassação da chapa Bolsonaro/Mourão.

O fato é que jornalistas como Daniel Gullino e Patrícia Campos Mello podem sim prestar um grande serviço ao país, mesmo estando dentro de empresas de mídia que colocam seus interesses empresariais em primeiro lugar e, com isso, convidam outros tantos jornalistas a fazerem o mesmo e com a mesma coragem.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

Bolsonaro diz a jornalista, ‘Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá’

Bolsonaro, neste domingo, quebrou o prumo, perdeu o verniz de paz e amor, tirou a focinheira e partiu pra cima de um jornalista ao ser perguntado sobre os depósitos feitos por Fabrício Queiroz na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Durante visita à Catedral de Brasília, Bolsonaro foi questionado por um repórter do jornal O Globo sobre o motivo dos depósitos feitos a Michelle.

O genocida então reagiu com o ódio que marca sua trajetória miliciana com uma intimidação: “Minha vontade é encher tua boca com uma porrada, tá”

Perguntado se aquele show de tirania era direcionado a toda a imprensa, não respondeu, o que significa que sim. Era só tocar no calcanhar de Aquiles do cachorro louco que ele atacaria mostrando o caminho das pedras para a oposição para atiçar a besta fera e a mesma entregar a rapadura, ou seja, que essa é a chave de sua queda.

Os repórteres questionaram se a declaração do presidente era direcionada a toda imprensa ou apenas ao repórter que fez a pergunta. “Isso é uma ameaça presidente?”, questionaram. Bolsonaro não respondeu e deixou o local em seguida. Bolsonaro seguiu para o Palácio da Alvorada.

Os jornalistas, entretanto, foram proibidos pelos militares de seguir para o espaço reservado à imprensa na entrada da residência oficial do presidente da República.

 

*Da redação

Todos os programas econômicos da direita apoiados pela mídia levaram o Brasil à bancarrota

Se tem uma coisa que a mídia brasileira pode se orgulhar é a de orientar os brasileiros a tomarem um caminho. Se ela diz que determinado governo vai dar certo, misericordiosamente o Brasil é jogado ao caos.

Foi assim nos governos da ditadura que entregaram um país aos cacos com todas as bases para hiper inflação estourarem no colo de Sarney, que não fugiu aos seus e estourou a economia, também apoiado pelas grandes empresas de mídia. Em seguida, fez a campanha e aplaudiu o sequestro da poupança do povo pelo governo Collor e, mais à frente, era só entusiasmo com o dolarização de Fernando Henrique Cardoso que desossou de vez a economia brasileira com a cínica cópia cabocla do falido plano argentino de Domingo Cavallo e segue até hoje mentindo que FHC equilibrou a economia.

O mesmo FHC que promoveu uma ação entre amigos na sua privataria e quebrou o país três vezes em oito anos.

No golpe em Dilma não foi diferente, a mídia ajudou a sufocar a economia num dos ataques mais covardes que um presidente já sofreu, em parceria com ninguém menos que Eduardo Cunha, Aécio e Temer para colocar o golpista Temer no poder, devolver ao povo a agenda neoliberal de FHC e fazer seu sucessor Bolsonaro, junto ao pântano que o governo sabotador nos colocou, que trouxe a tiracolo a mesma bíblia neoliberal de FHC que está levando o país a aprofundar ainda mais o inferno econômico.

Mas qual o problema? Afinal, os bancos só ganharam, e muito. E quem paga o jornal, escolhe o editorial.

Não é que a mídia brasileira tenha dedo podre, o que ela tem são interesses podres.

Assim, os editoriais são discutidos no balcão de negócios, dependendo somente de combinar o preço para ajudar o país a mergulhar no inferno.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

Ô Sorte! A mesma JBS que recebeu R$ 47 milhões do governo Bolsonaro, pagou a Wassef, R$ 9 milhões

Então, quer dizer que a JBS, que doou para a campanha do então deputado Jair Bolsonaro, recebeu R$ 47 milhões do governo Bolsonaro?

É a mesma JBS que pagou a Wassef, advogado do clã Bolsonaro R$ 9 milhões nos últimos cinco anos?

Nossa, que comovente coincidência!

A JBS recebeu R$ 47 milhões do governo Jair Bolsonaro para fornecer carne aos militares. O cardápio contratado inclui peças de picanha, maminha e filé mignon.

Desde a posse de Bolsonaro, no início de 2019, o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista fechou 30 negócios com o Ministério da Defesa para fornecer alimentos congelados aos militares do Exército e da Marinha.

Essa mesma JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, pega em corrupção pela Lava Jato de Moro, fechou 30 negócios com o governo Bolsonaro do qual Moro foi ministro da Justiça e Segurança Pública?

Como dizia o grande Wilson das Neves, Ô Sorte!

É toma lá dá cá que chama.

 

*Da redação

Editorial da Folha provou que “a grande mídia formou um público tão vil como ela mesma”, como afirmou Joseph Pulitzer.

O editorial da Folha, “Jair Roussef”, prova a frase de Joseph Pulitzer: ‘Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma’.

Certamente, não foi um ato impensado aquele lixo de editorial cravejado de mentira da Folha.

Não é do feitio da mídia de frete fazer isso.

Tudo nessa gente cheira a golpe. Tudo é missa encomendada e isso pode ser um bom sinal, o de que acreditam piamente que o projeto da direita se encerra com fracasso econômico de Guedes e, consequentemente, transforma-se em fracasso de Bolsonaro.

Pior, a mídia não tem peça de reposição já que o PSDB, hoje, é apenas um nome fantasia. Uma sigla de um negócio político quebrado à procura de alguém que assuma sua massa falida na bacia das almas.

O despropósito do ataque vem justamente no momento em que a justiça, com a absolvição de Genuíno e Delúbio, diz aquilo que sempre dissemos sobre o “mensalão”, uma farsa combinada entre mídia e STF para derrubar o governo Lula na largada, do contrário, ele teria como teve uma aprovação de mais de 90% de oito anos de administração petista que impulsionou a vitória de Dilma duas vezes.

Que a Folha sempre apoiou os golpes no Brasil, nunca foi novidade pra ninguém. A Internet tem prestado esse serviço à história. É como já disse Dilma, “é só dar um google em seus detratores para escancarar a moral dos sem moral que estão sempre por trás dos ataques baixos aos principais quadros do PT”.

Certamente, com a reação que provocou em Dilma e no próprio PT, a Folha virá com a lógica de que tomate podre é que é tomate bom.

Explico:

Se ela hoje é atacada e perseguida até na justiça pelos cínicos e corruptos bolsonaristas que ela ajudou a criar e, depois, colocar Bolsonaro no poder e, por outro lado, é atacada pela militância petista, é, segundo ela, porque faz um jornalismo isento, de boa qualidade.

Nesse raciocínio corrente da cínica imprensa de banco, se todos falam que o tomate é ruim porque é podre, então, ele está ótimo para ser comprado e consumido.

O fato é que, na verdade, a mídia, que trabalha diuturnamente para direita, não leva fé, e com razão, nas administrações de direita.

Então, mais do que defender um embuste sabendo que é um embuste, mente sobre a oposição com ataques preventivos para defender a manutenção do poder nas mãos das classes dominantes.

 

*Carlos Henrique Machado Freitas

 

VAZOU: Obra de transposição do São Francisco, inaugurada por Bolsonaro, vaza e 2.000 pessoas são evacuadas

Barragem Jati faz parte de trecho da integração do rio São Francisco inaugurado em junho pelo presidente Jair Bolsonaro.

Cerca de 2.000 pessoas tiveram de ser evacuadas na madrugada deste sábado (22) nas proximidades da Barragem Jati, que fica no município de Jati, na região sul do Ceará (cerca de 530 km de Fortaleza). Na sexta-feira (21), uma tubulação se rompeu e gerou um vazamento na obra, que faz parte do Eixo Norte do Projeto de Integração do rio São Francisco, inaugurado no último dia 26 de junho pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Mais cedo, o MDR havia divulgado nota informando que o vazamento estava contido. “A situação no local está estabilizada após o fechamento da comporta”, dizia o texto. “Equipes técnicas da pasta mantêm os trabalhos em campo para verificar danos à estrutura e avaliar necessidades de reparos.”

Contudo, durante a noite os habitantes cujas casas ficam num raio de 2 km da barragem começaram a ser avisados da evacuação por meio de carros de som. Alguns também foram procurados diretamente em casa por profissionais da Defesa Civil e da operadora do reservatório.

Os moradores estão sendo levados para hotéis, pousadas e alojamentos na região. Outros, preferiram ir para casas de parentes e amigos que moram mais distante da barragem.

De acordo com o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional), a medida é preventiva e segue o Plano de Ação Emergencial do empreendimento. “A prioridade é garantir a segurança da população”, diz o órgão. “Apesar de o vazamento já ter sido contido, existe a dificuldade de avaliação técnica da estrutura, por conta da falta de iluminação neste momento”

Segundo a Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará, a Barragem Jati atingiu nesta semana 27.293 milhões de metros cúbicos (98,5 % da capacidade total).

Na última quinta-feira (20), foi feito o acionamento das comportas do reservatório para que ele começasse a abastecer o Cinturão das Águas, que levará as águas do rio São Francisco até o Açude Castanhão, que abastece Fortaleza e outras cidades próximas. A operação ainda estava em teste.

Pelas redes sociais, o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) afirmou que mobilizou as equipes da pasta e da Defesa Civil “para as medidas de avaliação de riscos e assistência às famílias”.

“Por determinação do presidente Jair Bolsonaro, desde os primeiros momentos, estamos em contato permanente com o governador, Camilo Santana, e a prefeita de Jati, Neta de Toim, oferecendo o apoio e cooperação para a superação deste incidente”, disse Marinho.

O ministro também informou que voltou a Jati neste sábado para acompanhar a situação. Na quinta (20), Marinho esteve no local inaugurando a obra.

 

*Com informações da Folha

Farra verde-oliva: Bolsonaro disponibilizará R$ 107,9 bilhões para os militares em detrimento da educação

Com 113 mil mortos pela Covid-19, Bolsonaro gastou menos de 8% ( R$ 22 bilhões) dos recursos destinados ao combate direto à doença, diz TCU.

Mas para a pasta militar a farra será grande.

Plano orçamentário para 2021 aumenta drasticamente os recursos para o Ministério da Defesa, em detrimento de pastas cruciais para o desenvolvimento do país.

Dos R$ 107 bilhões de reais previstos, quase R$ 90 bilhões de reais serão destinados ao pagamento de funcionários. Outros R$ 6,6 bilhões de reais serão gastos com “benefícios ao servidor”.

Para se chegar a esse montante para a farra verde-oliva, os militares de Bolsonaro vão abocanhar R$ 55 milhões de reais diretamente da área de Educação a título de pagamento dos oficiais que atuarão no programa de consolidação das escolas militares no Brasil.

 

*Da redação

 

Bolsonaro fará evento no Planalto para “comemorar” o que chama de vitória contra a covid-19, com 113 mil mortos.

Presidência não forneceu mais informações sobre o que acontecerá no encontro, que está previsto para ocorrer na segunda-feira.

O primeiro compromisso do presidente Jair Bolsonaro na próxima segunda-feira será participar do “Encontro Brasil vencendo a Covid-19“, no Palácio do Planalto. O evento consta na agenda oficial divulgada na noite desta sexta, dia em o número de mortos pela doença no país superou a marca de 113 mil. O Brasil já registrou mais de 3,5 milhões de casos confirmados do novo coronavírus.

Até o momento, a Presidência não forneceu mais informações sobre o que acontecerá no encontro, que está previsto para ocorrer das 11h ao meio-dia, será aberto à imprensa e transmitido ao vivo pela TV Brasil.

Em seguida, de acordo com a agenda, Bolsonaro receberá o médico Roberto Kalil, a quem o presidente parabenizou durante pronunciamento em abril por ter revelado que foi medicado com a hidroxicloroquina após ser diagnosticado com a Covid-19. O medicamento, que não tem a eficácia cientificamente comprovada, é defendido pelo presidente no tratamento da doença.

Apesar de tratar da pandemia, o evento não deve contar com a presença do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello. A pasta informou nesta sexta que, no mesmo horário, ele estará participando de cerimônia de início das operações da unidade de apoio ao diagnóstico da Covid-19 na Fiocruz Ceará.

 

*Com informações de O Globo

Fachin dá 72 horas para CNMP explicar adiamento de julgamento de Deltan da Lava Jato

Ministro do Supremo Tribunal Federal quer informações sobre pedido de providências apresentado por Lula contra o coordenador da força-tarefa em Curitiba que não foi julgado desde 2016.

O ministro Edson Fachin abriu prazo de 72 horas para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) apresentar manifestação, por meio da Advocacia-Geral da União, sobre os sucessivos adiamentos de julgamento contra o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

O despacho foi proferido em ação apresentada nesta sexta, 21, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que quer obrigar o ‘Conselhão’ a julgar Deltan na próxima terça, 25, pela apresentação de power point contra o petista, em 2016. Segundo a defesa do ex-presidente, o pedido de providências apresentado ao conselho teve a análise adiada 42 vezes nos últimos quatro anos.

Lula acusa Deltan de utilizar a estrutura da Procuradoria para posicionamentos políticos e jurídicos durante a coletiva de imprensa em que, ao denunciar Lula no caso do triplex do Guarujá, utilizou um power point para promover ‘reprovável julgamento paralelo e antecipado, com afirmações caluniosas e difamatórias’.

“Em vista das alegações trazidas pelo requerente (Lula), solicitem-se informações da requerida (AGU), no prazo de 72 horas (setenta e duas horas), contadas em dias corridos”, determinou Fachin.

O pedido de providências contra Deltan foi pautado na última sessão do CNMP, na terça, 18, com pedido de preferência. Mesmo assim, o processo não foi julgado e foi adiado para a sessão seguinte. A defesa de Lula questiona os adiamentos sucessivos, alegando que eles aumentam a ‘impunidade’ de Deltan. O petista pediu ao Supremo que defira liminar para garantir a análise do processo na sessão da próxima terça, 25.

Além do pedido de providências de Lula, Deltan responde a outros dois processos no Conselhão por sua atuação na Lava Jato e que pedem sua saída da operação. Ambos foram suspensos na segunda, 17, por ordem do ministro Celso de Mello, do Supremo.

Os casos miravam a conduta do procurador nas redes sociais, ao criticar a condução da eleição para a presidência do Senado no ano passado, e supostas atitudes de promoção pessoal, como, por exemplo, a tentativa de criar uma fundação com recursos obtidos pela Lava Jato.

Celso de Mello apontou em decisão que a remoção de um membro do Ministério Público ‘deve estar amparada em elementos probatórios substanciais’ e em processo com ‘o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa’.

Na mesma segunda, o ministro Luiz Fux decidiu que uma advertência aplicada contra Deltan não deveria ser considerada no julgamento dos processos no Conselhão. Na prática, a liminar ‘limpa’ a ficha do procurador da Lava Jato, dando uma espécie de garantia de ‘bons antecedentes’. O CNMP leva em consideração punições passadas aplicadas aos procuradores e promotores que respondem a processos no órgão.

Deltan recebeu a advertência em novembro de 2019 por oito votos a três. O procurador foi punido pelo Conselhão por afirmar em entrevista de rádio que três ministros do Supremo Tribunal Federal formam uma ‘panelinha’ e passam para a sociedade uma mensagem de ‘leniência com a corrupção’.

 

*Do Estadão

Avião da FAB é usado para levar garimpeiros ilegais do PA para reunião com ministro Salles em Brasília, diz MPF

Aeronave foi enviada ao sudoeste do estado para operação de combate a crimes ambientais, que acabou não ocorrendo. Segundo o órgão, uso pode configurar “desvio de finalidade”.

O Ministério Público Federal (MPF) investiga o uso de um avião da Força Área Brasileira (FAB) para transportar garimpeiros ilegais de Jacareacanga, sudoeste do Pará, para uma reunião com o Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, no DF. A aeronave foi enviada, inicialmente, para ser utilizada em operação de combate a crimes ambientais, que acabou não ocorrendo, segundo o órgão.

O MPF afirma que a situação pode configurar improbidade administrativa por desvio de finalidade. Os garimpeiros, ainda segundo a investigação, foram indicados como lideranças indígenas. O G1 solicitou nota da FAB e do MMA e aguarda retorno.

De acordo com o MPF, no início de agosto, a FAB enviou aeronaves para Jacareacanga por solicitação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). O transporte foi solicitado para apoiar uma operação de combate a crimes ambientais, sobretudo garimpo ilegal, dentro das terras indígenas Munduruku e Sai Cinza.

A investigação, aberta em Itaituba, sudoeste do Pará, se baseia em documento da FAB que, em resposta a ofício do MPF, confirmou que cedeu, no dia 6 de agosto de 2020, um avião para transportar pessoas indicadas como lideranças indígenas até Brasília.

O transporte teria sido cedido para uma reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que no dia anterior foi até Jacareacanga e se encontrado com garimpeiros alvos da operação do Ibama. À época, o ministro foi cercado por um protesto de garimpeiros.

Em carta enviada ao MPF, lideranças Munduruku negaram que as pessoas transportadas no avião da FAB representassem o povo indígena.

Ainda segundo a carta, o “grupo levado para Brasília era, na verdade, formado por sete moradores defensores dos interesses de garimpeiros” e que atuam na exploração ilegal de minérios no interior da Terra Indígena Munduruku.

Em resposta ao MPF, a FAB informou que a determinação para ceder uma aeronave foi acompanhada de ordem para suspender temporariamente a Operação Verde Brasil 2 na região de Jacareacanga. A FAB disse ainda que apesar de ter sido posteriormente retomada, a operação já não tinha capacidade para combater crimes ambientais, já que os criminosos tiveram tempo para esconder o maquinário pesado que utilizam para devastar a floresta. A FAB concluiu dizendo que a paralisação da operação, assim como o transporte de garimpeiros até Brasília, prejudicaram a efetividade da fiscalização.

Segundo o MPF, o transporte de criminosos pode ter configurado desvio de finalidade, visto que a presença da FAB na região tinha como objetivo apoiar a operação contra crimes ambientais.

 

*Com informações do G1