Mês: junho 2021

Servidor afastado por relatório falso é impedido de entrar no TCU

A presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes, confirmou o afastamento do auditor que fez uma espécie de relatório paralelo, não registrado nos sistemas do órgão. Nele, o servidor afirma que, “teoricamente”, pelo menos 55 mil mortes registradas por coronavírus em 2020 teriam sido causadas por outras doenças, “em que pese não haja evidência” de que os números foram superestimados.

O afastamento por 60 dias foi sugerido pelo corregedor, ministro Bruno Dantas, “a fim de que ele não venha a influir na apuração da irregularidade”, disse Ana Arraes em sessão nesta quarta-feira (8).

Com essa decisão, auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques fica impedido de entrar no prédio do tribunal. Ele também não pode trabalhar remotamente porque fica impedido de usar os sistemas do órgão, com login na rede interna suspenso.

Um processo administrativo disciplinar foi aberto. A ministra disse que seguiu as integralmente propostas do corregedor do tribunal: afastar o servidor, abrir investigação interna e pedir inquérito à Polícia Federal.

Em sessão nesta quarta-feira (8), Ana Arraes destacou que o caso ganhou repercussão nacional porque o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mencionou o relatório paralelo numa conversa como justificativa para criticar governadores, que, em geral, combatem a pandemia de covid-19 de modo diferente do que ele gostaria.

“O corregedor verificou que o aludido servidor além de ser autor do documento, ainda era o supervisor da fiscalização”, disse a ministra Ana Arraes em sessão do tribunal desta quarta-feira (8).

Segundo o presidente da República, TCU teria identificado excesso de notificações por coronavírus no Brasil. O tribunal desmentiu o presidente depois.

A assessoria do TCU disse ao UOL que o documento preparado por Figueiredo nunca foi anexado a nenhum sistema do tribunal. As propriedades do arquivo digital mostram que ele foi feito no domingo (6), um dia antes das declarações de Bolsonaro.

“O corregedor verificou que o aludido servidor além de ser autor do documento, ainda era o supervisor da fiscalização”, disse Ana Arraes.

Por meio da assessoria, Figueiredo disse que não concederia entrevistas.

No pedido de investigação, Bruno Dantas disse que o servidor pode ter cometido crime de prevaricação e irregularidades administrativas. “Não se pode descartar a possibilidade de os fatos possuírem relevância criminal”, escreveu Dantas, ao mencionar a possibilidade de crime de prevaricação. “Tal conduta pode configurar gravíssima quebra do regime disciplinar dos servidores públicos civis, além de possuir relevância penal.”

Na sessão, o ministro Vital do Rêgo criticou a divulgação do relatório paralelo.

Os fatos são extremamente graves e certamente serão apurados com rigor”

Vital do Rêgo, ministro do TCU “Estamos falando da divulgação de um documento que reflete a opinião pessoal de um servidor, com informações sensíveis, que trata do número de mortos por covid, sem o devido respaldo técnico e que não integra nenhum processo formal do tribunal. Estamos vivendo um momento muito difícil.”

*Eduardo Militão/Uol

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Telegrama secreto: Bolsonaro prejudica envio de insumo da China para vacina

Um telegrama secreto da embaixada brasileira em Pequim ao Itamaraty reforçou o entendimento de que os ataques desferidos pelo presidente Jair Bolsonaro à China podem ter contribuído para o atraso na remessa de insumos para a fabricação de vacinas no Brasil.

A comunicação, que relata uma reunião entre a Sinovac, responsável pelo desenvolvimento da CoronaVac, e representantes brasileiros, ocorrida na capital chinesa no dia 19 de maio, está em posse da CPI da Covid e foi publicada pelo jornal O Globo nesta quarta (9).

Para diplomatas brasileiros ouvidos pela coluna, o tom da reunião não foi de revanche ao Brasil. Pelo contrário, os chineses se manifestaram na linha do “me ajuda a te ajudar”. No caso, facilitar os trâmites com o governo da China.

De acordo com o responsável pelo telegrama ao Ministério das Relações Exteriores, o presidente da Sinovac, Weidong Yan, “realçou a importância de um bom diálogo entre Brasília e Pequim”. Disse que “a questão não é meramente comercial, mas também diplomática”. E usou como exemplo “o reflexo positivo das boas relações que a Indonésia e o Chile mantêm com a China sobre o suprimento de vacinas para aqueles países”.

A matéria afirma que, ao ser questionado se a Sinovac conseguiria fornecer a quantidade contratada pelo Brasil, o presidente da empresa disse que tinha dificuldades em atender “toda a demanda” e que precisa atender diversos clientes. E “que seria conveniente, para o processo, que o governo brasileiro buscasse ‘desenvolver uma relação mais fluida e positiva com o governo chinês'”.

Um diplomata brasileiro que atua nessa área avalia à coluna que o significado disso é claro: “Imagine a China, recebendo pedidos de vacinas de todo o mundo. De um lado, líderes de outros países, educados, com boa relação, mandando cartas assinadas por eles, fazendo pedidos. E, de outro lado, o presidente brasileiro dizendo que a covid é resultado de uma guerra biológica provocada pela China para vantagem econômica”.

Ou seja, por mais que a empresa tenha o máximo de boa vontade, fica difícil priorizar se o Brasil adota um tom politicamente beligerante contra o seu governo.

“Os empresários da Sinovac são pragmáticos, querem que a exportação dê certo, mas o telegrama revela que a situação estava complicada no aspecto político”, diz outro diplomata que atua Ásia. “Propuseram uma solução de ajuda. Não esperavam um pedido de desculpas público do Brasil. Mas uma carta do presidente ou do chanceler, de forma educada, rogando boa vontade das autoridades chinesas já ajudaria.”

De acordo com a reportagem de Natália Portinari e Julia Lindner, de O Globo, o telegrama enviado ao Itamaraty, sugere que o Brasil enviasse uma correspondência, “no nível político”, para expressar a expectativa sobre a quantidade de insumos e o cronograma de suprimento de vacinas.

O executivo da empresa “fez questão de ressaltar a importância do apoio político para a realização das exportações, e mesmo a possibilidade de tratamento preferencial a determinados países”.

Uma questão importante para a CPI é descobrir se isso foi feito e como. Em seus depoimentos, tanto o ex-chanceler Ernesto Araújo, um crítico contumaz da China, quanto o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmaram que as declarações de Bolsonaro não influenciaram no atraso do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), matéria-prima para as vacinas.

Por outro lado, entrevistas concedidas pelo governador de São Paulo, João Doria, e pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, apontam o contrário. Ambos afirmaram que os atrasos no recebimento dos insumos se deviam aos ataques do presidente. O Butantan estava em contato constante com a Sinovac.

‘Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica’

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas tá ai. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês”, afirmou Bolsonaro na manhã do dia 5 de maio.

Nem é difícil descobrir: a China teve um crescimento recorde de 16,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Foi o país economicamente relevante que mais cresceu.

Mas após insinuar que a covid-19 pode ter sido criada pela China como parte de uma guerra biológica, Jair Bolsonaro não sustentou o que disse. Seguindo o padrão de cortinas de fumaça que lança para encobrir denúncias contra ele e seus filhos, voltou atrás, zombando da inteligência dos brasileiros e chineses.

“Mas eu não falei a palavra ‘China’. Peraí, eu falei a palavra ‘China’ hoje de manhã? Eu não falei. Eu sei o que é guerra bacteriológica, o que é guerra química, o que é guerra nuclear. Eu sei porque tenho a formação. Só falei isso, mais nada. Agora, ninguém fala, vocês da imprensa não falam onde nasceu o vírus. Falem! Ou tão temendo outra coisa? Falem! A palavra ‘China’ não está no meu discurso de hoje, de quase 30 minutos de hoje. Agora, muita maldade tentar aí o atrito com um país que é muito importante para nós e nós somos importantes para ele também.”

As declarações foram usadas por ele para tentar abafar o depoimento de Luiz Henrique Mandetta, na CPI da Covid no dia anterior. O ex-ministro da Saúde disse que o presidente foi avisado que centenas de milhares morreriam e, mesmo assim, continuou sabotando o isolamento social.

E também o do ex-ministro Nelson Teich, que disse, na quarta (5), que Bolsonaro impôs a distribuição da cloroquina, apesar de sua inutilidade para o tratamento da covid-19 e o risco de morte de brasileiros.

O problema é que, pelo que pode ser visto pelo telegrama, houve reação. Se o atraso na remessa de insumos, que paralisa periodicamente a produção tanto do Butantan quando da Bio-Manguinhos/Fiocruz, tem relação com isso, significa que os ataques de Bolsonaro podem ter custado a vida de brasileiros que morreram por falta de vacinas.

*Leonardo Sakamoto/Uol

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Cúpula do Exército apoia ‘PEC do Pazuello’ para barrar militar da ativa no governo

Opinião majoritária é de que medida retiraria pressão após Bolsonaro forçar perdão a ex-ministro.

Em discussão na Câmara dos Deputados, a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que visa barrar a presença de militares da ativa em cargos na administração pública tem apoio majoritário no Alto-Comando do Exército.

A PEC começou a ser discutida na esteira do episódio em que Jair Bolsonaro pressionou a Força a não punir o general da ativa Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, por ter participado de um ato político com o presidente em 23 de maio.

A capitulação ao Planalto, defendida pelo comandante Paulo Sérgio Nogueira como uma forma de evitar uma crise ainda maior, não foi digerida plenamente pelo colegiado de 15 generais de quatro estrelas que formam a cúpula do Exército.

Eles fecharam questão com Paulo Sérgio, ainda que preocupados com o risco de anarquia militar em escalões inferiores —se um general pode participar de comícios, contra o que diz o código do Exército, o que dizer quando um sargento o fizer?

Mas, ato contínuo, passaram a debater formas de mitigar crises futuras. A ideia de barrar a presença de oficiais da ativa nos governos, que já vinha sendo fomentada há anos, ganhou corpo. Por óbvio, ninguém irá se manifestar publicamente.

Incomoda também o Exército o fato de que apenas a Força estar na berlinda. Poucos questionam, por exemplo, o fato de o almirante da ativa Flávio Rocha ocupar assento no Palácio do Planalto.

Por outro lado, houve críticas generalizadas à ida de Pazuello, após sua desastrosa passagem pelo Ministério da Saúde, a um posto justamente na Secretaria de Assuntos Estratégicos comandada por Rocha.

Após o apoio à candidatura Bolsonaro em 2018, majoritário entre militares segundo relatou em livro o comandante do Exército à época, Eduardo Villas Bôas, oficiais da reserva e da ativa entraram no governo federal.

Figuras como o general Luiz Eduardo Ramos (hoje na Casa Civil), general Walter Braga Netto (hoje na Defesa) e o almirante Bento Albuquerque (desde o início nas Minas e Energia) passaram meses na ativa antes de irem à reserva.

Outros, como Pazuello e Rocha, nunca deixaram o serviço ativo. Isso é permitido hoje: o militar segue ganhando seu soldo e recebe um valor como agregado ao novo cargo, usualmente a gratificação do comissionamento.

Para integrantes do Alto-Comando e interlocutores do grupo, o veto é o único instrumento para evitar novos casos Pazuello a balançar o barco da corporação. A medida é defendida há tempos por políticos com trânsito na caserna, como os ex-ministros da Defesa Raul Jungmann e Aldo Rabelo.

O efeito de longo prazo da crise com Bolsonaro, contudo, é visto como incerto e provavelmente duradouro. Em dois anos, o capitão reformado do Exército promoveu mais crises na caserna do que todos seus antecessores do pós-1985.

Numa das versões que correm sobre a derrota de Paulo Sérgio, a humilhação sofrida agora nas mãos do presidente teria sido um recuo tático, mas que nenhum avanço autoritário de Bolsonaro será tolerado.

Pode ser, mas a questão do temor de politização dos quartéis e, estendendo o conceito, das mais volúveis Polícias Militares, segue em pauta. Em especial pela manipulação bolsonarista percebida para uso no ano eleitoral de 2022.

Comandantes de unidades militares na ponta relatam que estão com o radar ligado para punir quaisquer transgressões disciplinares à la Pazuello, mas admitem que o monitoramento de redes sociais é dificílimo.

A PEC, de autoria da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), está na fase de coleta de assinaturas. Ela tem apoio de diversas lideranças, e passou a ser bem-vista pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Ele inclusive apoia a ideia de incluir um dispositivo no texto no qual seja obrigatória uma quarentena a juízes que pretendem se candidatar a cargos eletivos. Nas conversas, o período poderia ser de cinco a oito anos.

Lira, expoente do centrão, mira assim o grupo de magistrados ligados à finada Operação Lava Jato, maior ação anticorrupção da história que foi enterrada pela Procuradoria-Geral da República com apoio de Bolsonaro neste ano.

O juiz-símbolo da operação, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, é sempre visto como um eventual candidato ao Executivo, mantendo relativa boa pontuação em pesquisas para a Presidência.

Ele sempre foi odiado pelo centrão e hoje é pelo Planalto, após ter aderido a Bolsonaro e auxiliado o discurso de campanha do hoje presidente.

Voltando aos militares, interessa também ao centrão a ideia de que os quase 3.000 cargos ocupados por militares da ativa, volume semelhante aos que estão nas mãos de fardados da reserva, possam ser liberados para seus próprios indicados.

O texto da PEC, caso venha mesmo a tramitar, ainda é embrionário. Por ele, militares com até dez anos de caserna têm de se afastar para então assumir cargos públicos, enquanto quem tem mais de dez anos teria de ir automaticamente à reserva.

A regra espelha o que vale para as candidaturas de militares da ativa. Segundo o artigo 14 da Constituição, que dispões sobre elegibilidade, quem tiver menos de dez anos de serviço deverá afastar-se da atividade, enquanto quem tiver mais será agregado pela autoridade superior na campanha e, se eleito, vai para a reserva.

Isso pode acontecer sem a filiação partidária, vetada ao pessoal da ativa pelo artigo 142 da Carta.

Para tramitar, a PEC precisa de 171 votos (1/3 do plenário). Para ser aprovada, precisa de 308 votos (3/5 do total) em dois turnos. Daí é enviada para o Senado, onde precisa passar pela mesma votação. Aprovada, é promulgada —não passa pelo Executivo.

*Igor Gielow/Folha

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Gonzalo Vecina: ‘Todos os que morrerem a partir de maio têm o endereço de quem os matou: o Planalto’

O médico sanitarista afirma que o Brasil terminaria a vacinação em maio se tivesse adquirido os imunizantes no ano passado.

Se o Brasil tivesse comprado vacinas ofertadas já no ano passado, terminaria a imunização contra a Covid-19 em meados de maio deste ano, afirmou Gonzalo Vecina, médico sanitarista e fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Com o atraso na vacinação, a cobertura pode ser concluída somente em novembro, o que tende a gerar mais mortes em uma eventual 3ª onda da pandemia, apontou o especialista.

Para Vecina, o governo federal é diretamente responsável pelos óbitos por Covid-19 que ocorram a partir deste mês. Ele cita o caso do município de Serrana, no estado de São Paulo, que demonstrou controle da mortalidade por coronavírus após a vacinação.

Todos os brasileiros que morrerem a partir de maio têm o endereço de quem os matou: mora no Palácio do Planalto”, afirmou Vecina em entrevista ao programa Direto da Redação, no canal de CartaCapital no YouTube. “Se as vacinas tivessem sido compradas e aplicadas, em meados de maio nós teríamos derrubado a mortalidade.

Até o Brasil alcançar a cobertura vacinal, ele estima aumento de 350 mil a 400 mil mortos por Covid-19.

“Dos 450 [mil] que nós já temos, uma parte é devida ao não-isolamento social, ao uso inadequado desses medicamentos que estão aí. Isso é uma hipótese. A partir de agora, todas as mortes que ocorrerem são devidas a quem não comprou a vacina. Tem nome e endereço. E a população brasileira precisa ter consciência disso.”

Para ele, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está se revelando um “bagre ensaboado”, em uma tentativa de fazer bom serviço na pasta, mas ao mesmo tempo se submetendo ao presidente Jair Bolsonaro. A opção por sediar a Copa América e a decisão de afastar a infectologista Luana Araújo do Ministério da Saúde, por exemplo, são evidências de que “nada melhorou”.

“Tudo piorou. Essa é uma característica desse governo: eles sabem piorar todos os dias.”

Cobertura vacinal não é um problema de agora

Vecina criticou também as políticas de austeridade fiscal adotadas desde o governo de Michel Temer (MDB), como a Emenda Constitucional 95, que instituiu o teto de gastos.

O médico afirmou que a cobertura vacinal vem caindo no Brasil desde 2016, contra doenças como pólio, sarampo e tuberculose, por falta de campanhas de vacinação. Também diz que houve paralisação no atendimento de pacientes com enfermidades mais complexas, como o câncer, devido à ausência de investimentos.

O Sistema Único de Saúde sofre reflexos até na atenção primária, diz o sanitarista, devido a um processo de desfinanciamento que vem desde “a PEC do Fim do Mundo”, como era conhecida a Emenda Constitucional 95.

Não existe país que resista à paralisia de gastos públicos por 20 anos numa população desse tamanho. Como é que pode ser chamado o conjunto de governantes que tomam uma decisão tão estapafúrdia? Foram idiotas, é o mínimo que posso dizer”, declarou o médico. “O SUS está sendo desmontado a céu aberto, e nós estamos concordando com isso.”

*Carta Capital

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Auditor do TCU confessa que pai militar repassou dados falsos a Bolsonaro e deve ser afastado

Tribunal investiga como presidente divulgou informação de que o órgão questionava mortes por Covid no Brasil, o que é mentira.

O auditor Alexandre Figueiredo Costa e Silva confessou à sua chefia imediata no TCU (Tribunal de Contas da União) que foi ele o autor das análises que levaram o presidente Jair Bolsonaro a divulgar a notícia falsa de que o órgão questionava as mortes por Covid-19 no Brasil.

De acordo com informações preliminares já encaminhadas à corregedoria do tribunal, o auditor relatou que comentou o teor de suas opiniões com o pai, que é militar e amigo pessoal de Bolsonaro.

O pai, segundo o auditor disse a seus chefes, teria enviado o texto ao presidente.

A corregedoria, comandada pelo ministro Bruno Dantas, encaminhará um relatório à presidente do TCU, Ana Arraes, propondo a abertura de um processo disciplinar contra Costa e Silva. A investigação será então aprofundada, com a tomada de depoimentos dos envolvidos.

Costa e Silva deve ser afastado cautelarmente do cargo de auditor pela presidente, para poder assim responder ao processo. Ele já foi retirado da equipe que analisa atos de gestão relativos ao combate à Covid-19.

As famílias de Costa e Silva e de Bolsonaro seriam tão próximas que o auditor chegou a ser indicado para uma diretoria do BNDES em 2019. Sua posse foi barrada pelo próprio TCU por conflito de interesses, já que o tribunal fiscaliza o banco.

A confusão envolvendo o tribunal começou na segunda (7), quando o presidente Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores que o TCU questionava as mortes por Covid-19 no país –o que é mentira.

“Em primeira mão aí para vocês. Não é meu. É do tal de Tribunal de Contas da União. Questionando o número de óbitos no ano passado por Covid. E ali o relatório final não é conclusivo, mas em torno de 50% dos óbitos por Covid ano passado não foram por Covid, segundo o Tribunal de Contas da União”, diz Bolsonaro na conversa com apoiadores.

“Esse relatório saiu há alguns dias. Lógico que a imprensa não vai divulgar. Eu tenho três jornalistas que eu converso, não vou falar o nome deles, que são pessoas sérias, né. E já passei para eles. E devo divulgar hoje à tarde. E como é do Tribunal de Contas da União, ninguém queira me criticar por causa disso”.

Em seguida, o portal R7, da Igreja Universal do Reino de Deus, divulgou que “apenas quatro em cada dez óbitos (41%) registrados por complicações da doença seriam efetivamente resultado da contaminação do vírus”. E creditou a informação, que é falsa, ao suposto relatório do TCU citado por Bolsonaro. O portal da igreja afirmou ainda que recebeu o documento de uma fonte do Palácio do Planalto.

Desmentido pelo TCU, o presidente da República reconheceu na terça (8) que a informação que passou ao público não era verdadeira. E afirmou ser ele mesmo o autor de uma tabela que foi divulgada questionando as mortes, com base em um “acórdão” do TCU.

As análises de Costa e Silva nunca chegaram a integrar qualquer relatório do TCU. Elas foram apenas postadas em um sistema de comunicação interno dos auditores –e prontamente recusadas, por falta de solidez técnica.

O auditor argumentava que, como os repasses de recursos pelo Ministério da Saúde aos estados para o combate à Covid-19 era feito com base no número de óbitos, poderia haver um superdimensionamento dos dados. Governadores e prefeitos inflariam as mortes artificialmente para receber mais dinheiro.

As notificações de óbitos, no entanto, são feitas por médicos e unidades de saúde que atestam a morte. Para inflar os dados, governantes precisariam ter a cumplicidade de milhares de profissionais da área.

O TCU, assim, nunca questionou os dados de óbitos por Covid-19 no Brasil, que já fez 479.792 vítimas.

*Mônica Bergamo/Folha

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Assista ao depoimento do coronel Élcio Franco, ex-secretário-executivo da Saúde

O coronel Antônio Élcio Franco Filho, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, depõe nesta quarta-feira (9) à CPI da Covid. O militar foi o “número dois” da pasta na gestão de Eduardo Pazuello. O ex-secretário deve ser questionado a respeito de suas ações nas compras da pasta e no abastecimento de insumos para estados durante a pandemia de covid-19.

A CPI também pretende votar requerimentos de quebra de sigilos dos ex-ministros Eduardo Pazuello e Ernesto Araújo e a convocação do auditor Alexandre Figueiredo, do Tribunal de Contas da União (TCU), acusado de ter inserido na rede da corte, no último domingo, um relatório falso citado pelo presidente Jair Bolsonaro para dizer que o número de mortes por covid era a metade do divulgado.

Assista:

*Congresso em Foco

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Exclusivo: Executivo da SinoVac cobrou fim de ataques do governo Bolsonaro à China para não atrasar insumos da vacina CoronaVac

Documento do Itamaraty revela que farmacêutica chinesa propôs mudança de postura para relação ‘mais fluida’ com Brasil.

O Globo – Duas semanas após o presidente Jair Bolsonaro fazer novos ataques à China, em maio deste ano, a farmacêutica SinoVac cobrou uma mudança de posicionamento do governo para garantir o envio de insumos ao Instituto Butantan para a produção da vacina CoronaVac. A informação consta em documento sigiloso do Itamaraty enviado à CPI da Covid e obtido pelo GLOBO. O ofício reproduz uma carta enviada pela Embaixada do Brasil em Pequim ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) com o relato de uma reunião ocorrida em 19 de maio na capital chinesa entre diplomatas e representantes brasileiros com o presidente da SinoVac, Weidong Yan.

O executivo, segundo o relato oficial, pediu uma mudança no posicionamento político do Brasil para que houvesse uma relação “mais fluida” entre os países e “fez questão de ressaltar a importância do apoio político para a realização das exportações, e mesmo a possibilidade de tratamento preferencial a determinados países”.

Na avaliação de integrantes da CPI da Covid, o material desmonta a tese defendida em depoimento à comissão por ministros como o titular da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ex-chanceler Ernesto Araújo, de que as falas do presidente da República não tiveram impacto nas negociações com o país asiático para o fornecimento de imunizantes.

De acordo com o relato da embaixada brasileira, o presidente da SinoVac “disse ainda que, apesar do bom relacionamento da empresa com o Instituto Butantan e do apoio da Chancelaria à cooperação com o Brasil, poderia ser útil que o acordo entre as empresas fosse visto como uma demanda do governo brasileiro”.

O executivo chinês, ainda segundo o documento enviado ao Itamaraty, sugeriu que o Brasil enviasse uma correspondência, “no nível político”, para expressar a expectativa sobre a quantidade de insumos e o cronograma de suprimento de vacinas. “Deu a entender que esse documento poderia ajudar a empresa em suas conversações com o Waijiaobu (Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China)”.

De acordo com o documento, o encontro ocorreu na sede da SinoVac, em Pequim, e contou com a presença de outros diplomatas brasileiros e um representante do governo de São Paulo em Xangai. “O propósito da reunião foi tratar do processo de suprimento das vacinas contra a COVID-19 contratadas pelo Instituto Butantan”, diz o ofício.

No início da reunião, segundo o relato enviado ao Itamaraty, representantes brasileiros comentaram que havia frustração do governo Bolsonaro e do Instituto Butantan com a notícia de que seriam enviados apenas 3 mil litros de insumos ao Brasil naquele mês, e não 4 mil, conforme previsto.

*Natália Portinari e Julia Lindner/O Globo

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Atlas: Lula lidera corrida eleitoral em Minas Gerais para 2022

Em um eventual segundo turno contra Bolsonaro, Lula teria 53,1% dos votos dos mineiros contra 39,6% do atual chefe do governo federal se as eleições fossem hoje.

Pesquisa Atlas divulgada nesta terça-feira (8) pelo jornal Valor Econômico mostra que o ex-presidente Lula tem a preferência do eleitorado de Minas Gerais para ocupar o Palácio do Planalto a partir de 2023.

De acordo com o levantamento, o petista tem 35,5% das intenções de voto para o primeiro turno. Jair Bolsonaro aparece em segundo lugar, com 34,2% das intenções de voto, seguido de longe por Ciro Gomes (PDT), que tem 6,7%.

Em um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o ex-presidente teria 53,1% dos votos contra 39,6% do atual chefe do governo federal.

Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país, sendo superado apenas por São Paulo.

A pesquisa foi realizada por internet via anúncio publicitário e a margem de erro é de três pontos percentuais.

*Com informações do 247

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STF decidirá na quinta-feira sobre a realização da Copa América no Brasil

Ministra Cármen Lúcia pede ‘excepcional urgência’ da corte para decidir sobre torneio no Brasil.

O STF (Supremo Tribunal Federal) marcou para a próxima quinta-feira (10) o julgamento de ações que contestam a realização da Copa América no Brasil.

O caso será analisado em sessão do plenário virtual que irá durar 24 horas. Nesse período, os ministros poderão incluir seus votos no sistema online.

O julgamento foi marcado a pedido da ministra Cármen Lúcia, relatora de duas ações sobre o tema. O presidente da corte, Luiz Fux, aceitou a solicitação da magistrada e marcou uma sessão extraordinária para tratar do tema.

Ao fazer a solicitação, Cármen lembra que o campeonato está marcado para começar no dia 13 de junho e que, por isso, o caso deve ser resolvido com “excepcional urgência”.

O tribunal irá analisar uma ação apresentada pelo PSB e outra de autoria da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos.

A entidade afirma que a vinda de delegações estrangeiras para o Brasil aumenta o risco de propagação da Covid-19 no país. Já o partido diz que a “permissão ou mesmo a facilitação do governo para realização de tal evento em momento no qual o Brasil atravessa a fase mais aguda da pandemia representa absoluta temeridade e descaso das autoridades federais com a saúde pública”.

*Folha

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Se Bolsonaro sabotou a compra de vacinas para mais de 200 milhões de brasileiros, não trataria de maneira digna o uso medicinal da maconha

O discurso de Bolsonaro contra a aprovação do uso medicinal da cannabis, que teve texto aprovado pelo Congresso, numa decisão exclusiva para fins medicinais, veterinárias, científicas e industriais, trouxe um comentário tosco do ogro que preside o país, atacando o PT para, na verdade, atacar o Congresso e jogar para os medievais que têm o mesmo nível cultural do seu mito.

Muita gente nas redes sociais devolveu sua nova afronta à ciência lembrando ao hipócrita dos 39 kg de cocaína encontrados na comitiva presidencial, até hoje não explicada pelo Palácio do Planalto.

Entende-se que um sujeito que ontem mesmo foi desmentido pelo TCU por plantar uma mentira oficial sobre as vítimas da covid, depois que a CPI provou que ele sabotou a compra das vacinas que salvariam centenas de milhares de brasileiros levados a óbito pela covid, essa sua declaração apenas reforça que o país tem um sujeito sentado na cadeira da presidência que não tem qualquer preocupação, senão a de buscar a todo custo se manter no poder o máximo tempo possível para que a justiça não se faça contra ele e os seus.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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