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Carlos Bolsonaro recebia R$ 4,5 mil na Câmara quando comprou imóvel de R$150 mil em espécie

Vereador é alvo de investigação do MP pelo suposto de esquema de ‘rachadinha’ em gabinete na Câmara do Rio.

Alvo de investigação pelo Ministério Público do Rio por suposto envolvimento em esquema de “rachadinha” na Câmara de Vereadores do Rio, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho 02 do presidente Jair Bolsonaro, comprou um apartamento de R$150 mil, em espécie, na Tijuca, em 2003, com um salário mensal de R$4,5 mil. Eleito em outubro de 2000, aos 17 anos, Carlos teria acumulado — caso tivesse poupado todo o salário de vereador durante os dois primeiros anos de mandato — cerca de R$108 mil.

O salário de um vereador do Rio entre 2001 e janeiro de 2003 girava em torno R$4,5 mil por mês, sem o acréscimo de benefícios. Em fevereiro de 2003, a remuneração sofreu um reajuste e chegou a R$7.155. O cargo no Palácio Pedro Ernesto foi o primeiro e único vínculo empregatício de Carlos. Como mostrado pelo GLOBO, o filho do presidente adquiriu na época um imóvel avaliado em R$150 mil, pago em “moeda corrente do País, contada e achada certa”, como diz a escritura que oficializou o negócio.

Procurada, a assessoria de Carlos Bolsonaro não se pronunciou até a publicação da reportagem.

A discrepância entre valores recebidos e gastos por Carlos na época é uma das linhas de investigação abordadas pelo Ministério Público. Segundo o MP, ele manteve e utilizou grandes quantias de dinheiro em espécie ao longo dos seis mandatos consecutivos como vereador. Em documentos, o órgão cita pelo menos três situações que se enquadram na prática citada: em 2003, a compra do apartamento na Tijuca, na Zona Norte do Rio; em 2009, o vereador entregou R$ 15,5 mil, também em espécie, para cobrir um prejuízo que teve na bolsa de valores; e no último ano, Carlos declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter R$ 20 mil em espécie guardados em casa.

A investigação faz parte do inquérito que apura a contratação de supostos funcionários fantasmas e da prática de “rachadinha” no gabinete do vereador. O caso tramita, em sigilo, na 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Núcleo Rio de Janeiro. Para avançar nas apurações, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do filho do presidente. Outras 26 pessoas e sete empresas também tiveram os sigilos quebrados.

*Com informações de O Globo

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Por Celeste Silveira

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