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Desmatamento em Terras Indígenas cresceu 138% nos três anos de governo Bolsonaro

O estudo do Instituto Socioambiental compara os períodos de 2019 a 2021 e 2016 e 2018.

O desmatamento em Terras Indígenas (TIs) aumentou em 138% desde que Jair Bolsonaro (PL) assumiu a Presidência, de 2019 a 2021, em comparação com os três anos anteriores, de 2016 a 2018. Os dados são do estudo Desmatamento sem controle na Amazônia Legal: a estimativa da taxa de desmatamento Prodes em 2021 e o impacto nas áreas protegidas, elaborado pelo Instituto Socioambiental (ISA), informa o Brasil de Fato.

O sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registra apenas o desmatamento de corte raso, ou seja, o desmatamento total da vegetação nativa. Há, no entanto, outros processos de degradação florestal pelos quais esses territórios passam, provenientes de garimpos ilegais, incêndios e roubo de madeira, que não são registrados pelo Prodes.

Segundo Antonio Oviedo, coordenador do Programa de Áreas Protegidas do ISA, isso significa que, “além dos 32.864 hectares de desmatamento registrados pelo sistema Prodes em 2021, outros 22.707 hectares foram degradados nas TIs”. No total, a degradação florestal aumentou 55% nas Terras Indígenas somente em 2021.

O relatório mostra que as terras indígenas da Bacia do Xingu, entre Mato Grosso e Pará, foram as mais devastadas. No território, onde vivem 26 povos indígenas e abriga o Corredor de Áreas Protegidas do Xingu, a TI Apyterewa (PA) foi a campeã de destruição, com um aumento de 7% em relação a 2020, somando cerca 6,7 mil hectares desmatados.

De acordo com o ISA, na região há forte presença de grilagem, “onde os invasores ganham espaço na TI em lotes vendidos, leiloados, ou até mesmo doados de forma irregular por redes criminosas”.

“Como se não bastasse, a grande atividade pecuária em São Félix do Xingu, município onde a TI se localiza, contribui para o cenário de degradação da natureza. O município concentra o maior rebanho do país, com mais de dois milhões de cabeças e ocupa o posto de maior emissor de gases de efeito estufa do Brasil.”

Em seguida aparecem as TIs Kayapó e Trincheira Bacajá, com aumentos de 56% e 51%, respectivamente, no desmatamento em 2021 em relação ao ano anterior. Ambas também estão localizadas no Pará.

Clique aqui para acessar o estudo completo.

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