Ano: 2021

Nova pesquisa mostra que Lula venceria no primeiro turno

O ex-presidente Lula continua dando um baile nos outros postulantes à presidência da República para as eleições de 2022, é o que revela Matheus Leitão, da Veja.

Uma nova pesquisa mostra que não é só de goleada que vive o ex-presidente petista contra seus adversários, como bem resumiu a coluna.

Os novos números deixam claro, na verdade, que, caso as eleições de 2022 fossem hoje, Lula venceria no primeiro turno, o que ele mesmo não conseguiu – nem em 2002, nem em 2006.

Pela pesquisa, Lula tem 42% das intenções de voto, contra 19% de Jair Bolsonaro. Sergio Moro e Ciro Gomes, principais nomes da terceira via hoje, aparecem na terceira posição (risos) com 5% das intenções de voto.

Como ainda revelou o Radar sobre a pesquisa, José Luiz Datena, que não está mais no jogo presidencial, é listado no levantamento e tem 4%. João Doria, que ganhou as prévias do PSDB, tem 2%. Já Rodrigo Pacheco nem pontua.

Dois detalhes importantes da pesquisa são a consolidação de Lula acima dos 40% e a consolidação do presidente Jair Bolsonaro abaixo dos 20%.

É óbvio que ainda tem uma distância grande até as eleições, muita coisa pode mudar – inclusive, os movimentos de construção de alternativas do atual presidente podem fazer efeito.

Mas, até agora, Lula tem ido de baile em baile cantando a música de uma nota só: vitória, vitória, vitória…

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Condenados por Moro, absolvidos pelo tribunal

A Pública levantou os 16 casos de absolvições em segunda instância da Lava Jato e acompanhou o impacto da condenação na vida de três desses réus.

Pública – única coisa que ouvi foi o cachorro latindo, mas de um jeito diferente. Abri a varanda e vi que ele estava assustado. Quando eu saí do quarto, ouvi a campainha da cozinha, da porta da sala e pessoas forçando a maçaneta. Num primeiro momento, achei que fosse assalto, porque faziam muita força. Fui até a porta e perguntei que estava acontecendo, e uma voz respondeu: ‘Aqui é a Polícia Federal [PF], abra imediatamente’. Estava de cueca [era 6h30 da manhã], é constrangedor. Fui me vestir e fizeram uma busca e apreensão na minha casa, levaram computador, celular, pastas, tudo que tinha da OAS. Minha esposa estava grávida de cinco meses. Reviraram tudo e pediram para que eu os acompanhasse”, relembra hoje Fernando Augusto Stremel Andrade, ex-gerente de gasoduto da OAS.

Acusado de envolvimento no esquema de corrupção da empresa, como o então presidente da empreiteira Léo Pinheiro e os diretores Agenor Franklin Medeiros e Matheus Coutinho, o ex-gerente foi conduzido coercitivamente para a PF na sétima fase da Operação Lava Jato, denominada Juízo Final, no dia 14 de novembro de 2014. Foi liberado em seguida, mas em 5 de agosto de 2015 condenado a quatro anos de prisão em regime aberto por lavagem de dinheiro.
“O [Sergio] Moro achou que eu, com a função que tinha, deveria saber o que estava acontecendo. A noção para quem está de fora pode ser essa, mas não é isso que ocorre na obra”, afirma sobre a condenação. Absolvido em segunda instância por falta de provas em 27 de novembro de 2016, ele não conseguiu mais se recolocar no mercado de trabalho. “Estou marcado pela Lava Jato. A maioria das empresas tem o setor compliance. Não passa, cara, mesmo com a minha absolvição por 3 a 0. Fui condenado, acusado de corrupção, e as pessoas questionam. Não tem o que fazer”, lamenta.

Stremel Andrade foi um dos 15 réus condenados pelo ex-juiz Sergio Moro absolvidos pelo Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre (RS), segundo dados obtidos com exclusividade pela Agência Pública. Como ele, muitos tiveram suas vidas impactadas por sentenças proferidas na 13ª Vara Federal, de Curitiba, mesmo depois de terem sido anuladas em segunda instância pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto, Carlos Eduardo Thompson Flores e Leandro Paulsen.

Foi assim com Maria Dirce Penasso, cirurgiã dentista aposentada, à época com 66 anos, residente em Vinhedo, interior de São Paulo. A pacata vida da senhora foi revirada do avesso ao ter seu nome atrelado à Lava Jato, no dia 17 de março de 2014, na primeira fase da operação, quando sua casa foi alvo de busca e apreensão. Acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Maria Dirce foi condenada por Moro a dois anos, um mês e dez dias de prisão (depois comutada para prestação de serviço à comunidade). O motivo: sua filha, a doleira Nelma Kodama, abriu uma conta em seu nome em Hong Kong, que teria sido usada para movimentar dinheiro de corrupção. Maria Dirce, que sempre alegou desconhecimento das transações de Nelma, foi absolvida pelo TRF4 em dezembro de 2015, pouco mais de um ano depois da condenação. Além da decepção com a filha, sobraram sequelas da operação, segundo o seu advogado, Eduardo Pugliesi Lima. “Ela tinha uma conta no mesmo banco há 30, 40 anos. Quando foi acusada, começaram a dificultar tudo, para fazer qualquer tipo de movimentação. Já tinha mais de 70 anos, não precisava passar por isso”, conta Pugliesi Lima.

Saga mais complexa é a do gerente do Posto da Torre, André Catão de Miranda, preso no dia 17 de março de 2014, na primeira fase da Lava Jato. Foi essa prisão que inaugurou e batizou a operação – em referência ao lava-jato do posto. Catão foi preso temporariamente como suspeito de integrar uma organização criminosa liderada por seu patrão, o doleiro Carlos Habib Chater. Há 11 anos ele era gerente financeiro do posto e movimentava as contas de Chater, o que lhe valeu uma condenação por lavagem de dinheiro da qual foi absolvido pelo TRF4 em setembro de 2015. No ano passado, o administrador foi novamente condenado por Moro – dessa vez por supostamente pertencer a uma organização criminosa – em um dos últimos atos do juiz na 13ª vara antes de assumir o Ministério da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. Ele aguarda o recurso ser julgado no TRF4.

Abandonado pela OAS

Engenheiro formado pela PUC do Paraná em 1985, com pós-graduação em engenharia de dutos desde 2007, o ex-gerente de gasoduto da OAS tem currículo de executivo de primeira linha. Antes de trabalhar na OAS, foi funcionário na Petrobras, onde permaneceu entre 1998 e 2007, com a responsabilidade de avaliar a viabilidade técnica e econômica de empreendimentos da empresa no setor de gasoduto. Foi a Petrobras que o indicou para trabalhar na OAS, na construção de um gasoduto no Amazonas, o Urucu-Coari-Manaus, inaugurado em novembro de 2009 e recentemente vendido junto com 90% da Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG) para um grupo empresarial que reúne a francesa Engie e o fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ), por US$ 8,6 bilhões (cerca de R$ 33 bilhões), em abril do ano passado.

Em 2010, Stremel Andrade foi deslocado para Alagoas, dessa vez para trabalhar na concepção do gasoduto Pilar-Ipojuca. Um ano depois, assinou um contrato representando a OAS com a empreiteira Rigidez, pertencente a Alberto Youssef, no valor de R$ 1,8 milhão. Os problemas começaram aí.

Não vou dizer que fui obrigado, mas a OAS me orientou a assinar o contrato para uma divisão de dividendos e participações. É uma divisão interna dos lucros de uma obra, mas eu não imaginava que isso ia para um agente público ou para a Petrobras. Eu era um funcionário operacional”, justifica Stremel Andrade. “Você pode me perguntar: ‘Pô, o Léo Pinheiro, Agenor, não participava de reunião com você?’. Sim, todo mês a gente se reunia, mas nós falávamos do avanço físico de obra, de rentabilidade”, afirma Fernando, que nem sonhava em ver sua casa invadida pela PF como aconteceu em novembro de 2014.

Ele lembra que foi conduzido coercitivamente para prestar depoimento na PF em uma sexta-feira e, na segunda, já estava de volta ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), para onde havia sido deslocado pela OAS em 2013. Ali supervisionava a construção da adutora que vai levar o lixo químico tratado de uma das refinarias da Petrobras até Maricá para ser despejado 3 km adiante no mar. “Minha equipe veio conversar comigo para saber o que havia acontecido. Ninguém esperava essa situação. Trabalhei normal, administrando esse problema e a continuidade da obra. Até a sentença, que foi em meados de 2015, era um sufoco, porque ia para Curitiba, tinha audiência de acusação, defesa”, relembra.

Questionado sobre por que preferiu ficar em silêncio no depoimento a Sergio Moro, o ex-executivo da OAS afirma que “essa era uma estratégia da empresa”. “Antigamente, se condenado na segunda instância, você não ia preso. O acordo era não falar absolutamente nada, porque eu poderia ser condenado em segunda instância e, até chegar no STJ, ia demorar mais 10, 15 anos, todo mundo já ia ter mais de 70 anos. Isso mudou a partir do momento que a segunda instância começou a prender.”

Entre setembro de 2015 e abril de 2016, Stremel Andrade permaneceu afastado, sem exercer nenhuma função na OAS, ainda que recebendo salário. Quando retornou ao cotidiano da empresa, ele relata que permaneceu marginalizado. “Eu não tinha nem mesa para trabalhar”, conta. O executivo não era mais convocado para reuniões e tampouco sabia de detalhes operacionais da companhia.

Meses depois, em novembro de 2016, foi absolvido por unanimidade pelos três desembargadores do TRF4. Nenhum dos delatores da OAS havia citado seu nome ao falar sobre as irregularidades encontradas pela força-tarefa. “Foi um alívio e achei que tudo ia voltar a ser como era antes, mas isso não aconteceu”, lembra o engenheiro, que continuou a se sentir escanteado no trabalho.

Em março de 2018, foi demitido “de maneira fria e calculista” pela OAS sem receber FGTS, férias proporcionais nem rescisão trabalhista, o que teria acontecido também com outros funcionários da construtora. Segundo ele, a cúpula da empresa “ficou chateada” com o depoimento de um dos delatores da empresa, o ex-diretor financeiro Mateus Coutinho de Sá Oliveira, dizendo que a empresa havia prometido indenizar os diretores que concordassem em fazer a delação premiada. “Os acionistas se sentiram traídos. Desde 2018 ninguém recebe mais nada”, diz.

Stremel Andrade diz que pediu uma compensação para se “reerguer”, movendo uma ação trabalhista contra a OAS no valor de R$ 4,4 milhões. São 50 salários por danos morais, R$ 385 mil por 138 dias de férias não gozadas e mais R$ 600 mil pela rescisão do contrato de trabalho – o que ainda não recebeu. Sem emprego, ele ainda sente o peso da condenação. “Não é mais a mesma coisa. Irmãos e os parentes mais próximos, tudo bem. Mas o restante da família tem um outro conceito de mim.”

Stremel Andrade diz que pediu uma compensação para se “reerguer”, movendo uma ação trabalhista contra a OAS no valor de R$ 4,4 milhões. São 50 salários por danos morais, R$ 385 mil por 138 dias de férias não gozadas e mais R$ 600 mil pela rescisão do contrato de trabalho – o que ainda não recebeu. Sem emprego, ele ainda sente o peso da condenação. “Não é mais a mesma coisa. Irmãos e os parentes mais próximos, tudo bem. Mas o restante da família tem um outro conceito de mim.”

Stremel Andrade ainda é réu em processo por improbidade administrativa em ação protocolada pela Advocacia-Geral da União (AGU), por mau uso do dinheiro público. “Como fui absolvido na ação do MPF, espero que isso conte nessa outra acusação. É uma agonia sem fim.”

A Pública entrou em contato com a OAS, que, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que “sobre os temas rescisórios, a empresa acredita que encaminhará soluções definitivas nas próximas semanas”. Sobre o depoimento de Sá Oliveira, mencionado por Stremel Andrade, disse que “jamais efetuou qualquer tipo de pagamento aos ex-executivos e afirma categoricamente que nunca celebrou tal acordo mencionado”. O advogado Pedro Ivo Gricoli Iokoi, responsável pela defesa de Sá Oliveira, também não quis conceder entrevista à Pública, afirmando que “Mateus é colaborador e possui cláusula de confidencialidade no acordo”.

O Posto da Torre, propriedade do empresário Carlos Habib Chater, deu origem e nome à Operação Lava Jato

De Vinhedo a Hong Kong

O relógio marcava 0h37 do dia 26 de novembro 2012 quando o visor do celular da doleira Nelma Kodama brilhou. Era uma ligação vinda de uma operadora do HSBC, na China.
– “Oi, aqui é a Carol, de Hong Kong DC”.
– “Sim, pode falar, aqui é Maria Dirce Penasso.”
– “Nós temos algumas perguntas para você, posso enviar um email para você dar uma olhada?”
– “Sobre qual das 961? Qual pagamento ?”
– “São perguntas sobre algumas informações que precisamos, posso lhe enviar um email”
– “Ok, vamos fazer assim, porque aqui eu estou em outro país e agora é meia noite, ok? Todos os escritórios estão fechados, pode me fazer um favor, me envie um email, ok? E amanhã eu vejo o email e você me liga amanhã à noite, pode ser assim? Você entende? Porque está tudo fechado agora”.

O diálogo, em inglês, foi traduzido pela PF dois anos depois, ao investigar Maria Dirce Penasso, mãe da doleira, que era real interlocutora da conversa. “A Maria Dirce não fazia ideia dessas movimentações, era tudo em inglês. Ela, com a idade que tinha, sem saber falar outra língua, mal sabendo mexer nas funções básicas de um computador, jamais conseguiria movimentar o dinheiro de uma conta bancária em Hong Kong”, contou à Pública o advogado da dentista aposentada, Eduardo Pugliesi Lima.

O uso de seu nome pela filha em contas que movimentariam dinheiro da corrupção resultou em uma acusação do Ministério Público Federal (MPF) por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A mesma denúncia que foi feita contra a filha doleira e seu motorista particular, Cleverson Coelho de Oliveira, entre outros. Segundo o MPF, Maria Dirce teria consentido em ceder seu nome para abertura de uma conta em Hong Kong, na China, intitulada “Il Solo Tuo Limited”, e outra conta da “NGs Prosper Participações Ltda.”, uma empresa de fachada responsável pela administração de 60 apartamentos no hotel Go Inn, no Jaguaré, zona oeste da capital paulista. As duas contam serviriam para ocultar o dinheiro do esquema entre empreiteiras e a Petrobras.

No dia 22 de outubro de 2014, Maria Dirce Penasso foi condenada a dois anos, um mês e dez dias de prisão, tendo a pena sido transferida para prestação de serviço à comunidade. Além disso, Sergio Moro bloqueou os quase R$ 11 mil que estavam em sua conta quando ela teve a casa alvo de busca e apreensão. Na mesma sentença, sua filha, Nelma Kodama, foi condenada a 18 anos de prisão por Sergio Moro por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, corrupção ativa e por supostamente liderar uma organização criminosa. Considerada a primeira delatora da Lava Jato, Nelma teve sua pena reduzida para 15 anos em 2015. Em junho do ano seguinte ela passou ao regime semiaberto, com a utilização da tornozeleira eletrônica. Em agosto de 2019, foi autorizada a retirar o aparelho ao ser beneficiada pelo indulto natalino editado por Michel Temer em 2017, que prevê o cumprimento de um quinto da pena para não reincidentes. Como Nelma já havia cumprido mais de três anos, a benesse foi concedida.

Nelma era ligada ao doleiro Alberto Youssef, um dos nomes mais conhecidos de toda a operação e um dos primeiros a aderir à delação premiada – ele foi condenado a mais de cem anos de prisão, em 12 processos, mas ficou apenas três no regime fechado. Além da relação profissional, os dois mantinham um vínculo sentimental. Por esse motivo, de acordo com o advogado de Maria Dirce, a mãe de Nelma conhecia Youssef, que frequentava sua casa. “Ela não sabia dessas transações que eles faziam. A Nelma visitava ela, mas a Dirce nunca ficou perguntando. A filha já era adulta, né? A mãe não ficava questionando sobre os afazeres dela”, diz o advogado.

Em dezembro de 2015, Maria Dirce foi absolvida pelo TRF4 de todas as acusações que constavam no processo em que havia sido condenada por Moro. “Quando chega em um tribunal, com outros três desembargadores, tudo muda, porque eles podem colocar outra visão. A Maria Dirce provou, através do imposto de renda, que tudo que ela tem foi conquistado pelos anos de trabalho como celetista. Não houve elevação da renda ou do patrimônio nos últimos anos”, conta Pugliesi Lima.

Maria Dirce não quis conversar com a Pública “para não reviver uma história que prefere esquecer”, de acordo com o advogado.

Duas condenações, uma absolvição

Também o ex-gerente administrativo André Catão de Miranda diz ter sido pego de surpresa por acusações que desconhecia. Ele e outras pessoas ligadas ao Posto da Torre foram presos em março de 2014 em decorrência do mesmo processo que condenou o dono do posto, o doleiro Carlos Habib Chater, apontado como líder e executor de crimes financeiros. Por realizar operações de câmbio e pagamentos a mando do patrão, consideradas irregulares pelo MPF, ele foi detido em Brasília e transferido para a Casa de Custódia de São José dos Pinhais, no Paraná, onde ficou preso provisoriamente por sete meses.

“Foi um tremendo desrespeito. Os dias passavam e ele lá dentro da prisão”, critica o advogado Marcelo de Moura, defensor de Miranda. “Ele era um funcionário subalterno, que recebia ordens e, se eventualmente algum ato ilícito foi praticado, aconteceu com o total desconhecimento [dele]. Ele cuidava da parte financeira, mas exclusivamente da atividade-fim, que era venda de combustível”, afirma Moura.

Para o MPF, no entanto, o gerente do posto de gasolina era responsável por fazer pagamentos em uma extensa rede de lavagem de dinheiro, que envolvia, além de seu patrão, os doleiros Alberto Youssef, Raul Henrique Srour e Nelma Kodama e um suposto traficante de drogas, René Luiz Pereira. Duas ações penais foram movidas contra o gerente, uma delas por tráfico de drogas. Nesse caso, segundo o MPF, Chater teria utilizado, com a cumplicidade de seu gerente, a estrutura do Posto da Torre para lavar US$ 124 mil provenientes da venda de cocaína na Europa.

Nos depoimentos que prestou na 13ª Vara de Curitiba, Miranda disse ter feito os pagamentos por determinação do patrão. Mas, em outubro de 2014, Sergio Moro o condenou a quatro anos de reclusão em regime semiaberto. Menos de um ano depois da condenação, em setembro de 2015, o TRF4 absolveu André e manteve as punições de René Luiz Pereira (14 anos de prisão) e Carlos Habib Chater (cinco anos). Os desembargadores Leandro Paulsen e Victor Luís dos Santos Laus apresentaram voto favorável à absolvição, enquanto o relator João Pedro Gebran Neto votou pela manutenção da condenação em primeira instância.

Segundo Paulsen, “André era um empregado de Habib, não havendo nenhum elemento que aponte qualquer enriquecimento”, disse. “O Ministério Público Federal não trouxe elementos (quebra de sigilo financeiro, fiscal, prova testemunhal ou documental) demonstrando que o réu (André) auferia recursos derivados de atividade ilícita. Também parece contrariar a lógica afirmar que Miranda coordenava todo o núcleo de operações financeiras ilícitas de Carlos Habib sem a obtenção de qualquer contrapartida específica para tanto”, afirmou o desembargador.

Apesar de absolvido, a condenação mudou a vida de Miranda para sempre, de acordo com o seu advogado: “O reparo nunca é suficiente para voltar ao ponto anterior de uma pessoa que não tinha envolvimento nenhum com atividade criminosa e é surpreendida com uma prisão, que acaba por perdurar durante sete meses. Essas máculas não podem ser reparadas, tanto do ponto de vista financeiro quanto emocional”.

Além disso, em outubro de 2018, Sergio Moro, voltou a condená-lo, dessa vez a dois anos e seis meses em regime aberto pelo crime de pertencimento a organização criminosa. De acordo com o ex-juiz, Miranda “fazia pagamentos, recebimentos e lançamentos no Sismoney, ou seja, na contabilidade informal. Não era meramente um gerente financeiro regular do Posto, mas pessoa de confiança de Carlos Habib Chater. Não se pode afirmar que não tinha conhecimento da utilização da estrutura do Posto da Torre para a prática dos crimes financeiros e dos quais aliás participava”.

A pena foi revertida para serviços comunitários, mas Miranda “ficou revoltado”, diz o seu advogado. “Ele já tem as marcas de uma prisão ilegal. Após a absolvição, ele estava reestruturando a vida aos poucos. Uma notícia pesada como essa gera a sensação de que uma nova injustiça precisa ser combatida.”

Após a primeira condenação, Miranda morou em Uberlândia e atualmente trabalha em uma empresa da família, em Brasília. A nova condenação, diz o advogado, significa uma pá de cal nos planos do ex-gerente. “O André é o tipo de cidadão que poderia atravessar a vida inteira sem entrar em uma delegacia, muito menos ser preso. As investigações mostraram que ele não tinha aparelho de comunicação restrita, possuía um apartamento adquirido com recurso próprio, utilizando fundo de garantia, e não tinha automóvel. Ele entrou no bolo de uma investigação precipitada, que geraram prisões e condenações injustas”, critica.

O recurso no TRF4 já foi protocolado e a defesa espera o julgamento, que ainda não tem data marcada. Na avaliação de Moura, a Lava Jato extrapolou limites jurídicos. “Acho que se elegeu a corrupção, que é um mal a ser combatido, como um tema que extrapola a legalidade. É como se as armas utilizadas contra a corrupção pudessem ser ilegais.”

Com ele concorda Maria Carolina Amorim, coordenadora do escritório do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) em Pernambuco. “Antes de se ver condenado, o réu é exposto pela imprensa de forma irreparável, em razão da permissividade que o Judiciário tem tido com os seus funcionários que vazam informações. Em caso de condenação, tal dano é ainda maior, motivo pelo qual deve-se exigir mais responsabilidade do julgador”, diz Maria Carolina.

Outros casos

dos já citados Fernando Stremel, Maria Dirce e André Catão de Miranda, há outras 12 pessoas – entre elas o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que teve duas condenações anuladas pelo TRF4. A primeira, de setembro de 2015, em que foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, foi revogada em 2017. Em outra ação penal, envolvendo a empresa Engevix, a condenação a nove anos de prisão foi anulada por insuficiência de provas. Em contato com a Pública, o advogado Luiz Flávio D’Urso afirmou que Vaccari “se vê injustiçado, pois somente fez o que lhe competia como tesoureiro do partido: pedia doações legais para o PT, sempre por depósito bancário e com recibo, jamais recebeu recursos em espécie. Ele foi um símbolo, um troféu”, afirmou o advogado.

Veja os outros casos em que as sentenças de Moro foram revistas pelo TRF4:

Mateus Coutinho de Sá Oliveira: condenado a 11 anos de prisão em agosto de 2015, aderiu à delação premiada e foi absolvido um ano depois. Ele era diretor financeiro da OAS e foi apontado pelo MPF como um dos responsáveis pelo departamento de propinas da empreiteira.

André Luiz Vargas Ilário: ex-deputado federal (PT) foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro e absolvido no ano passado pelo TRF4. Foi condenado em outras duas ações da Lava Jato: seis anos em um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo uma empresa fornecedora de softwares, e 14 anos e quatro meses de prisão, em 2015, também por lavagem de dinheiro. As condenações foram mantidas em segunda instância, mas, como ele já havia cumprido parte da pena quando foi preso preventivamente, está em liberdade condicional e com algumas restrições.

Leon Vargas Ilário: foi absolvido junto com irmão, André Vargas, no mesmo processo por lavagem de dinheiro. Em outubro do ano passado, na ação penal envolvendo o esquema de softwares, que também afetou o ex-deputado André Vargas, Leon teve a pena reduzida pelo TRF4 de cinco anos, para quatro anos, nove meses e 18 dias em regime semiaberto.

Fernando Schahin: executivo do Grupo Schahin, recebeu condenação, em setembro de 2016, de cinco anos e quatro meses de prisão, por corrupção ativa, envolvendo benefícios em uma licitação da Petrobras para operação do navio-sonda Vitória 10.000 e empréstimos concedidos ao pecuarista José Carlos Bumlai. Foi absolvido em maio de 2018. Em outro processo, que também aponta irregularidades na construção e operação dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000, Fernando teve a pena reduzida para pouco mais de cinco anos.

Agosthilde Mônaco: assessor do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, foi absolvido da condenação de 2017 pelo crime de lavagem de dinheiro proveniente de contratos dos navios-sonda Petrobras 10.000 e Vitória 10.000. Foi, no entanto, denunciado outra vez pelo MPF, dessa vez por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na negociação da compra da Refinaria de Pasadena pela Petrobras. O processo se encontra na fase de oitiva de testemunhas.

José Carlos Costa Marques Bumlai: pecuarista e empresário apontado pelo MPF como responsável pela realização de reformas no sítio de Atibaia. Foi condenado a uma pena de três anos e nove meses de reclusão na primeira instância, mas absolvido pela Oitava Turma por ausência de provas em novembro do ano passado. Ele foi condenado também, dessa vez a nove anos e dez meses de prisão, por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção, no mesmo caso que envolve o Banco Schahin e navios-sonda da Petrobras. Cumprindo prisão domiciliar, foi beneficiado com a retirada da tornozeleira eletrônica após novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre prisão em segunda instância, em novembro do ano passado.

Emyr Diniz Costa Júnior: diretor de contratos da construtora Norberto Odebrecht. Supervisionou a obra de reforma do sítio de Atibaia, que tem como principal alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Emyr foi condenado a três anos de reclusão por Sergio Moro, mas foi absolvido pelo TRF4, no dia 27 de novembro de 2019, por ausência de provas.

Roberto Teixeira: advogado e amigo do ex-presidente Lula, também foi acusado de envolvimento no processo do sítio de Atibaia. Ele teria ocultado documentos que demonstrariam a ligação da OAS com a reforma, além de orientar engenheiros da empreiteira a celebrar contratos fraudulentos com Fernando Bittar, um dos proprietários do sítio. Teixeira foi condenado a dois anos de reclusão na primeira instância, mas foi absolvido por ausência de provas.

Paulo Roberto Valente Gordilho: diretor técnico da OAS, era o encarregado da reforma do sitio de Atibaia. Foi condenado a um ano de reclusão por Sergio Moro, mas foi absolvido pelo TRF4 por ausência de provas.

Isabel Izquierdo Mendiburo Degenring Botelho: agente do banco Société Générale no Brasil, foi acusada de auxiliar a abertura de contas em offshores pelo mundo de ex-diretores da Petrobras, caracterizando crime de lavagem de dinheiro. Foi condenada a três anos e oito meses de prisão em novembro de 2018, mas foi absolvida na segunda instância um ano depois.

Álvaro José Galliez Novis: doleiro condenado a quatro anos e sete meses por lavagem de dinheiro em março de 2018, na mesma ação penal que envolveu o ex-presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine. Em agosto do ano passado, foi beneficiado pelo habeas corpus deferido pela Segunda Turma do STF, em agosto do ano passado, que anulou a sentença confirmada pelo TRF4 em maio de 2019.

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Tombo do agronegócio pode jogar Bolsonaro em queda livre em janeiro

O Brasil está oficialmente em recessão —”técnica” (fechará o ano no azul, apesar das duas quedas trimestrais consecutivas do PIB), mas recessão.

A constatação funesta, segundo o IBGE, resulta sobretudo da performance negativa de produtos agrícolas como o café, o algodão, milho, laranja e cana-de-açúcar no último trimestre, diz Thais Oyama, do Uol.

Mas para 59% deles — o percentual da população que, segundo o último Datafolha, quer ver Jair Bolsonaro pelas costas— resta o consolo de que ela é pior ainda para o presidente, ao menos do ponto de vista eleitoral.

Junto com os bolsonaristas raiz e setores evangélicos, os chamados “eleitores do agro” são parte do tripé que hoje sustenta Bolsonaro no patamar de 25% de aprovação, com viés de baixa.

O primeiro grupo é formado por aqueles que Nelson Rodrigues chamaria de “bolsonaristas fundamentais” — torcedores incondicionais do presidente com convicções à prova de fatos.

Abriga majoritariamente eleitores do sexo masculino, com curso superior, idade até 40 anos e moradores das regiões metropolitanas. De acordo com o instituto Ideia, eles respondem por até 5 pontos percentuais da aprovação do ex-capitão.

O segundo grupo — composto por cristãos evangélicos, principalmente de denominação neopentecostal— reúne brasileiros que vêem no bolsonarismo uma trincheira contra o que consideram uma ameaça aos valores cristãos, como a defesa do aborto e das pautas LGBTQIA+. Seus integrantes pertencem em sua maioria à classe C, têm acima de 35 anos e estão espalhados por todo o país. São responsáveis por até 10 pontos percentuais da aprovação do ex-capitão.

Já os “eleitores do agro” estão distribuídos pelas classes A, B e C. São também majoritariamente do sexo masculino e habitam cidades pequenas e médias situadas nas fronteiras agrícolas. Em julho, segundo o Ideia, em municípios do Centro-Oeste, por exemplo, a popularidade de Bolsonaro chegava a picos de 50% — percentuais diretamente proporcionais ao impacto positivo da alta do preço das commodities na vida dos moradores.

Partindo do cálculo do instituto, de que os eleitores do agro são responsáveis por até 10 pontos percentuais da aprovação de Bolsonaro, não é difícil estimar o estrago que o tombo de 8% na produção agropecuária anunciada pelo IBGE irá causar na imagem do presidente.

Hoje, a possibilidade de reeleição do ex-capitão é encarada com pessimismo mesmo dentro do Palácio do Planalto. Um ministro próximo de Bolsonaro afirmou ontem que essa hipótese, “neste momento, é muito difícil”.

O ministro disse, no entanto, que monitoramentos do Palácio indicam que “apenas na região Nordeste a rejeição do presidente é muito mais alta que a de Lula”. Nas outras, ela seria apenas um pouco maior.

O fato de a região ser a principal candidata a beneficiária do Auxílio Brasil, afirmou, alimenta as esperanças de que a criação do benefício — a ser viabilizada a partir da aprovação da PEC dos Precatórios — diminua rejeição de Bolsonaro no segundo maior colégio eleitoral do país.

Para reforçar sua tese, o ministro lembrou que Bolsonaro estava “praticamente empatado com Lula” no Nordeste há um ano, o que seria um reflexo do “auge do auxílio de 600 reais”.

As más notícias vindas do agronegócio bambeiam o tripé de Bolsonaro, mas, a depender dos rumos da economia, o ex-capitão pode tomar mais que um tombo. Pode entrar em queda livre já nas pesquisas de janeiro (considerando que os levantamentos de dezembro embutem o viés otimista do décimo-terceiro salário). Nesse caso, a aprovação da PEC dos Precatórios será para o ex-capitão seu único paraquedas.

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Vídeo: Moro é recebido em Porto Alegre debaixo de protestos: “Fora juiz ladrão!”

Moro, definitivamente, não terá vida fácil. Resta saber se vai aguentar as manifestações contrárias de quem tem consciência de quem de fato ele é. Aguardemos.

O ex-juiz suspeito Sergio Moro foi recebido sob chuva de vaias e protestos em Porto Alegre na manhã deste sábado (4). Os manifestantes se concentraram no teatro Bourbon Contry Porto Alegre, local da convenção do Podemos, no Rio Grande do Sul.

Aos gritos de “juiz ladrão” e “juiz corrupto”, os manifestantes denunciavam a parcialidade de Moro. Ele foi considerado suspeito pelo STF ao julgar o ex-presidente Lula no âmbito da operação Lava Jato.

Os manifestantes também ressaltaram que Moro foi fundamental para a ascensão de Bolsonaro no poder.

Confira:

https://twitter.com/Sandroka131/status/1467120302589153280?s=20

*Com informações do 247

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Fim da política habitacional: Governo Bolsonaro corta 98% do orçamento do programa Casa Verde e Amarela

Em um ano, presidente encolheu o orçamento do programa habitacional de R$ 1,5 bilhão em agosto de 2020, quando foi criado, para R$ 27 milhões em 2021.

O governo encolheu o orçamento do programa habitacional Casa Verde e Amarela de R$ 1,5 bilhão em agosto de 2020, quando foi criado, para R$ 27 milhões em 2021. A média de investimentos com programas habitacionais, especialmente o Minha Casa Minha Vida (MCMV), de 2009 a 2018, foi de R$ 11,3 bilhões ao ano. Para critérios de comparação, em 2021, o gasto do Casa Verde e Amarela não atingiu 10% destes valores até outubro.

Os dados são do o estudo Impactos Econômicos do corte do programa Casa Verde Amarela em 2021, realizado pelo Dieese em parceria com a Fundação Friedrich Ebert Stiftung Brasil, o sindicato global ICM – Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira, além da Fetraconspar (trabalhadores na construção e mobiliário do Paraná) e da Contricom (confederação nacional do setor). Clique aqui para acessar a íntegra do relatório.

Utilizando matrizes insumo-produto, atualizadas para o ano de 2018 (último disponível), os pesquisadores constataram que o país, ao deixar de investir no segmento da construção R$ 11,3 bilhões, deixou também de criar 365.040 ocupações e de arrecadar R$ 2,8 bilhões em impostos, e impediu o crescimento do valor adicionado da economia brasileira em R$ 16,2 bilhões. Como se fosse pouco, ainda impediu o crescimento da massa salarial em R$ 5,7 bilhões de salários e R$ 1,2 bilhão de arrecadação da Previdência Social e do FGTS.

Haveria também a dinamização de outros setores, como fornecedores, comércio, serviços financeiros, de consultoria, entre outros. Efeitos não desprezíveis para uma economia em evidente deterioração, desde antes da pandemia e por ela exacerbada.

Redução déficit habitacional

O estudo mostra também que, além da queda dos investimentos públicos em infraestrutura, desde 2020 há redução drástica nos recursos para programas habitacionais com foco na redução do déficit habitacional brasileiro, que era de 5,9 milhões de domicílios em 2019. Ou seja, 8% do total. O cenário de crise econômica não permite visualizar uma redução deste quadro sem programas públicos direcionados.

Segundo o estudo, o impacto deste corte de 98% repercute negativamente na criação de emprego direto e indireto, na geração de renda, na arrecadação fiscal, no efeito multiplicador em outros setores, e claro, no combate ao déficit habitacional que já ultrapassa os 5,9 milhões de imóveis no país.

Em números gerais, a diminuição do investimento no setor da construção deixou de abrir 365.040 postos de trabalho, de arrecadar R$2,8 bilhões e de injetar R$ 16,2 bilhões na economia brasileira. Além de impedir o crescimento da massa salarial em R$ 5,7 bilhões.

O programa Casa Verde Amarela, lançado em 2020, encerrou completamente os subsídios para a Faixa 1, o que atingiu a população de menor renda familiar e a mais representativa dentro do déficit habitacional. Além disso, frente à média histórica de recursos destinada ao programa, o gasto de apenas R$ 1 bilhão, sendo apenas R$ 27 milhões para a antiga ‹Faixa 1› do MCMV, praticamente encerra o esforço de reduzir o déficit habitacional da população mais pobre.

Empobrecimento

Dados sobre o déficit habitacional apontam que, em 2019 (último ano disponível até a publicação deste estudo), ele era de 5,877 milhões, 8% do total dos domicílios permanentes no Brasil. Mesmo com políticas como o Minha Casa Minha Vida, que tinham como prioridade a diminuição deste déficit, sua redução de 2016 a 2019 foi de certa forma discreta, o que mostra o desafio de atuar sobre uma questão com este relevo frente a um cenário de empobrecimento da população e de cortes fiscais.

E se for considerada a inadequação de aspectos externos à moradia, como infraestrutura urbana, entre outros, o problema seria muito maior e atingiria quase 25 milhões. A demanda para o setor é muito grande, e os recursos são cada vez mais escassos.

*Com informações da Rede Brasil Atual

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Alckmin já ensaia discurso para aceitar a vice de Lula

Ao falar sobre o convite de Lula, Alckmin cita parcerias que Merkel e que FHC fizeram com rivais políticos e alerta para situação nos EUA, diz Guilherme Amado, do Metrópoles.

Geraldo Alckmin está mais propenso a aceitar a vice na chapa presidencial de Lula do que a ser candidato ao governo de São Paulo. Em conversas com amigos, Alckmin tem ensaiado um discurso em que cita parcerias que a chanceler alemã, Angela Merkel, e que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso firmaram com adversários políticos. E faz um alerta para a situação de risco que vive os Estados Unidos.

Alckmin já tinha citado o acordo que permitiu a eleição do social-democrata Olaf Scholz como substituto de Merkel na Alemanha, mas passou a incluir FHC em seu discurso. O ex-governador lembra que FHC procurou políticos que estiveram ao lado da ditadura para unificar o país em seu governo, como José Sarney, Marco Maciel, Antonio Carlos Magalhães e Jorge Bornhausen.

O ex-governador analisa que a falta de união nacional prejudicará o governo do presidente americano, Joe Biden. Ele afirma que o desempenho econômico dos Estados Unidos será afetado pela oposição vigorosa que governadores de alguns estados, como o Texas, fazem à administração federal.

Aliados de Alckmin dizem que o ex-governador enxerga que tomará o primeiro ato efetivo de uma personalidade política para furar a polarização no Brasil. Alckmin afirma que a decisão não será benéfica politicamente para ele, uma vez que afastará parcela importante do seu eleitorado nas classes média e alta de São Paulo, mas que terá um peso importante para o futuro do país.

Se Alckmin optar pela costura com Lula, a filiação ao PSB é o caminho mais provável. Mas, nesta sexta-feira (03/12), alas do PSD distribuíram um panfleto no WhatsApp em defesa da candidatura de Alckmin ao governo de São Paulo. O ex-governador estava apalavrado com o partido de Gilberto Kassab antes da articulação com Lula tomar corpo. Kassab defende o lançamento do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, como candidato ao Planalto.

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Moro pode tirar Bolsonaro do segundo turno?

Bolsonaro está se borrando de medo de perder a vaga do segundo turno para Moro. É o que demonstra sua reação aos ataques do ex-juiz parcial e ex-aliado. O tempo dará a resposta. Por enquanto, os iguais é que se entendam.

A pré-candidatura do ex-juiz Sergio Moro ao Planalto mexe com os ânimos de Bolsonaro. O chefe do Executivo deixou transparecer o incômodo na live de quinta-feira, em que atacou seu ex-ministro da Justiça. “Esse cara está mentindo descaradamente. Faz um papel de palhaço, sem caráter. Mentiroso deslavado”, disparou. “Saiu do governo pela porta dos fundos, traindo a gente, querendo trocar o diretor-geral da Polícia Federal por sua indicação ao Supremo (Tribunal Federal). Aprendeu rápido, hein, Sergio Moro? Aprendeu rápido a velha política.”, diz o Correio Braziliense.

Os ataques foram em resposta à acusação, feita por Moro, de que Bolsonaro comemorou a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da cadeia em 2019, porque achou que isso o beneficiaria politicamente. Mas além do rancor com o ex-aliado, o presidente está preocupado com o avanço do ex-ministro nas pesquisas de intenção de voto.

Levantamento do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), feito entre 22 e 24 de novembro, apontou Moro com 11 pontos, três a mais do que na amostragem anterior. Enquanto isso, reduziu a intenção de voto em Bolsonaro, de 28% para 25%. Lula manteve o primeiro lugar, com 42%.

Com Moro tendo herdado os três pontos perdidos por Bolsonaro dentro de um mês, a preocupação se justifica. É o que avalia Leandro Consentino, professor de ciência política e relações Internacionais do Insper. “Ele deixa claro nas declarações e posicionamentos. A metralhadora do Planalto foi deslocada para o ex-ministro, tirando do alvo, por ora, o ex-presidente Lula”, ressaltou.

Alerta

O especialista explicou que tamanha insegurança se deve ao que Moro “tira” de Bolsonaro, que seria uma possível vaga no segundo turno das eleições. “Isso acende uma luz amarela no Planalto”, frisou.

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Após trabalharem por Mendonça no STF, evangélicos querem agora vaga de vice de Bolsonaro

A aprovação de André Mendonça para ocupar uma cadeira de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) escancarou a disputa entre partidos aliados do governo, que querem emplacar outro nome “terrivelmente evangélico” na Praça dos Três Poderes. Agora, porém, a reivindicação é para ter a vaga de vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, em 2022.

A ala do Centrão que tem reclamado de desprestígio é a do Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. A exigência para apoiar Bolsonaro na campanha inclui mais influência no primeiro escalão e na montagem dos palanques estaduais.

Há queixas de que a legenda vem sofrendo uma espécie de ataque especulativo por parte de parceiros do Centrão. A insatisfação aumentou durante as negociações para a entrada de Bolsonaro no PL. Não por causa da filiação em si, mas porque o presidente também articulou a migração de ministros e deputados para o partido controlado por Valdemar Costa Neto. Além disso, alinhavou um “acordo” para abrigar como vice da chapa um político do Progressistas de Arthur Lira, presidente da Câmara.

Em conversas reservadas, integrantes do Republicanos dizem que, para não ser derrotado na disputa de 2022, Bolsonaro precisa agora selar um novo pacto, mas com a cúpula das igrejas e dos templos, e não com o Progressistas de Lira.

SALTO

O Planalto fez esse diagnóstico ao indicar André Mendonça, que definiu sua chegada ao Supremo como “um salto para os evangélicos”, público que representa 31% do eleitorado no País. Mas, para muitos aliados, isso não basta. Diante da rota de colisão entre Bolsonaro e o general Hamilton Mourão, atual vice-presidente, líderes religiosos vão insistir na dobradinha com um evangélico para 2022, sob pena de lavar as mãos na campanha.

Na guerra santa em que se transformaram os últimos episódios desta temporada, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro (Podemos), principais adversários de Bolsonaro até agora, também lançam “iscas” conservadoras na direção dos templos.

Lula está bem mais adiantado na ofensiva, mesmo porque já fez alianças com líderes religiosos de várias denominações. Moro, por sua vez, conta com a ajuda do ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, nessa aproximação. Deltan é da Igreja Batista e vai se filiar ao Podemos com a intenção de concorrer a deputado federal.

O ministro da Cidadania, João Roma, amenizou o confronto entre os partidos da base de sustentação de Bolsonaro. “Essa ciumeira é normal, mas tudo vai se harmonizar”, disse Roma, que é filiado ao Republicanos e deve deixar o cargo no fim de março para disputar o governo da Bahia. “Tem muita coisa para avançar nessas conversas.”

As queixas de políticos ligados à Igreja Universal incomodam aliados. “O Republicanos foi o primeiro partido a ter ministério no governo Bolsonaro. É natural, agora, que o vice seja de um partido com tempo de TV e estrutura, como o PP (Progressistas)”, afirmou o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), que é da bancada evangélica e atuou na caça aos votos para Mendonça. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, tem as credenciais citadas por Sóstenes – está prestes a migrar para o Progressistas, é evangélico e também do Nordeste, região onde o presidente enfrenta dificuldades. Bolsonaro, porém, disse que a escolha do vice “ainda vai demorar”.

*Com informações do Uol

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Mario Frias contrata sem licitação por R$ 3,6 milhões empresa sem funcionários e com sede em caixa postal

Dona de construtora registrada na Paraíba não sabe detalhes da obra que fará para a Secretaria Especial da Cultura no Centro Técnico Audiovisual (CTAv), no Rio de Janeiro, prédio com risco de incêndio e desabamento.

Segundo O Globo, o secretário especial da Cultura, Mario Frias, contratou sem licitação, por R$ 3,6 milhões, uma empresa sem funcionários e sediada em uma caixa postal dentro de um escritório virtual. Aberta em maio de 2019, a Construtora Imperial Eireli, da Paraíba, deverá prestar serviços de conservação e manutenção do Centro Técnico Audiovisual (CTAv), um edifício da União que reúne relíquias do cinema nacional em Benfica, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. A empreiteira virtual pertence a Danielle Nunes de Araújo — que, no início do ano passado, se inscreveu no programa de auxílio emergencial do governo e recebeu o benefício por oito meses seguidos.

Em agosto, um estudo técnico encomendado pelo próprio CTAv apontou risco de incêndio e desabamento de parte da estrutura. Num dos trechos, o documento ressalta que há “desaprumo de telhas na fachada frontal”, que pode cair a qualquer momento. Funcionários chegaram a contar que tinha até rato caindo do teto.

Em novembro, Mario Frias assinou a contratação da Construtora Imperial, por meio de uma portaria de dispensa de licitação, para resolver o problema. A empresa está localizada a 2.400 km do Rio de Janeiro e tem como endereço um escritório virtual especializado em fazer “gestão de correspondências” para dezenas de firmas. Por telefone, Danielle Nunes de Araújo confirmou que costuma realizar reuniões no local para tratar de contratos. No entanto, o dono do local, Alcir Lima, diz que não se lembra de ter recebido presencialmente a dona ou qualquer funcionário da Imperial.

O prédio do CTav em 2013 Foto: Camilla Maia

O prédio do CTav em 2013 Foto: Camilla Maia

De acordo com a base de dados do Ministério da Economia, a Construtora Imperial não registrou funcionário algum em sua última declaração da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), entregue em 2019, ano em que foi fundada. Segundo a pasta, as informações devem ser atualizadas anualmente.

A Construtora Imperial nunca prestou serviços para o governo federal. Além disso, a empresa não tem um site ou qualquer meio eletrônico que detalhe os serviços que ela presta.

Entre parentes e pessoas próximas, Danielle não é conhecida como empresária do ramo da construção, mas sim como dona de casa de perfil discreto e que recentemente estava passando por dificuldades financeiras. No início do ano passado, ela se inscreveu no programa de auxílio emergencial do governo Federal e recebeu o benefício por oito meses seguidos — R$ 3,9 mil no total.

Ao ser questionada pelo GLOBO, Danielle não soube dar detalhes dos serviços para o qual foi contratada. Disse apenas que era para “demolir e reconstruir um prédio lá no Rio”. O edital de contratação da Secretaria Especial de Cultura, no entanto, não trata de qualquer “demolição” do prédio. O documento destaca que os recursos empenhados na obra servirão para a realização de “serviços técnicos especializados na área de engenharia para manutenção preventiva, corretiva, conservação predial e arquitetônica”.

O contrato de R$ 3,6 milhões com o governo Federal foi o maior negócio já fechado pela Construtora Imperial. Antes, havia prestado apenas pequenos serviços para prefeituras da Paraíba. Com Sertãozinho, por exemplo, fechou um contrato de R$154 mil. Com Guarapari da Paraíba, outro negócio foi firmado, por R$ 190 mil. Ambos na área de obras esportivas.

Procurada, Cultura não respondeu

Procurada por e-mail e por telefone ao longo dos últimos dias, a secretaria de Cultura não respondeu aos questionamentos da reportagem nem disse por que uma empresa que não tem sede nem funcionários foi contratada sem licitação. O órgão também não respondeu quais os critérios foram adotados para a escolha da construtora e não esclareceu se fez vistoria prévia na empresa.

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Risco de reinfecção aumenta 2,4 vezes com Ômicron, dizem cientistas

Dados sugerem que a nova variante consegue escapar da imunidade natural produzida após a infecção pelo coronavírus.

Cientistas da Universidade Stellenbosch, na África do Sul, afirmaram, nesta sexta-feira (3/12), que, em relação à cepa original do vírus Sars-CoV-2, a variante Ômicron do novo coronavírus tem 2,4 vezes mais probabilidade de reinfectar pessoas que já tiveram a Covid-19.

A taxa foi calculada com dados disponibilizados pelo governo sul-africano. O levantamento registra cerca de 2,8 milhões de infecções confirmadas por coronavírus, incluindo 35.670 suspeitas de reinfecções.

Durante a segunda onda, impulsionada pela variante Beta, e a terceira onda, relacionada à Delta, o risco de reinfecção caiu para 0,7 em comparação com a primeira onda. Agora, a probabilidade de ser contaminado novamente aumentou pela primeira vez, chegando a 2,4%.

Informações preliminares sugerem que a nova variante é capaz de escapar da proteção adquirida naturalmente pelo corpo humano após a infecção pelo vírus e acende o alerta sobre a eficácia da proteção obtida por meio das vacinas.

“Acreditamos que essa infecção anterior não lhes dá proteção contra a infecção devido à Ômicron”, disse a professora Anne von Gottberg, microbiologista clínica do Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD) durante conferência da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira. “No entanto, espero que forneça proteção contra doenças graves, internações hospitalares e morte”, completou. A microbiologista destacou que a variante está associada a 75% dos casos registrados nacionalmente.

*Com informações do Metrópoles

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