Ano: 2021

Pesquisa Sensus: Lula venceria eleição no primeiro turno com 50,8% dos votos válidos

Lula teria 42,6% dos votos se a eleição fosse hoje, totalizando 50,8% dos votos válidos, o que garantiria sua eleição em primeiro turno. É o que informa pesquisa presencial do instituto Sensus.

Pesquisa presencial IstoÉ/Sensus divulgada nesta sexta-feira (3) indica que se as eleições fossem hoje o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria eleito presidente no primeiro turno. Ele teria 42,6% dos votos, totalizando 50,8% dos votos válidos.

Jair Bolsonaro ficou em segundo com 24,2% das intenções de votos. Sergio Moro está com apenas 7,5%, Ciro Gomes tem somente 5,3% e João Doria sequer chega a 2%, ficando com 1,8%.

Outros candidatos da chamada terceira via têm, somados, 2,8%: Simone Tebet com 1,2%, Luiz Henrique Mandetta com 1%, Rodrigo Pacheco com 0,3%, Luiz Felipe D’Ávila com 0,2% e Alessandro Vieira (Cidadania) com 0,1%.

Num eventual segundo turno, Lula venceria todos os adversários por larga margem. Contra Bolsonaro, faria 55% a 31%; contra Moro, 53% a 25%; contra Doria, 55% a 14%.

Bolsonaro é o candidato com maior rejeição: 59,2% – o que praticamente inviabiliza sua candidatura. As más notícias não param aí: 53,2% acreditam que ele vai viabilizar o Auxílio Brasil apenas como projeto para se reeleger.

A pesquisa, presencial, foi realizada entre os dias 24 e 28 de outubro, com dois mil eleitores, em 136 municípios de 24 estados, com margem de erro de 2,2%.

*Com informações do 247

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Deltan Dallagnol diz que PowerPoint sobre Lula foi ‘erro de cálculo’

Istoé – O ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol disse, em entrevista ao pocast Flow na segunda-feira (29), que o PowerPoint feito sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2016, foi um erro de cálculo dos procuradores da operação. As informações são da Folha.

“Erro de cálculo nosso… Foi um erro de conta nosso sobre o modo que pode ter gerado uma interpretação equivocada por parte da sociedade, mas a nossa intenção era de fazer exatamente o que a gente tinha feito em casos anteriores”, disse Dallagnol.

A apresentação listava fatores que indicavam que Lula havia chefiado um esquema de corrupção na Petrobras.

“A gente sempre tentou ser didático. A gente não acha que a pessoa tem que ter feito direito para entender de corrupção… a gente quer ser simples e levar informação simples para que a pessoa entenda qual é o problema e qual é a solução”, disse o ex-procurador.

Lula denunciou ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) a apresentação feita pela força-tarefa da Lava Jato, acusando Deltan e os procuradores Roberson Pozzobon e Júlio Noronha de abuso de poder e de expor o ex-presidente e a ex-primeira-dama Marisa Letícia a constrangimento público. O MP arquivou o processo.

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O dia em que a “bomba atômica” digital de Bolsonaro virou estalinho perto do furacão Lula

Ainda me lembro como se fosse hoje, Merval Pereira comemorando a vitória de Bolsonaro destacando sua mentira como teoria da mais pura verdade.

A tese, sabidamente mentirosa, era a de que uma ingênua campanha, quase angelical de tão amadora, tinha derrubado o milionaríssimo muro intransponível do petismo.

Merval não cabia dentro de si de tanta euforia com a chegada do genocida ao poder. Era, enfim, a vitória sonhada pelos fascistas!

Lógico que a promessa patética da mídia e da campanha de Bolsonaro, era de mudar os rumos da marcha comunista no Brasil.

Bolsonaro era a nova variante digital. Variante esta que foi alimentada pelos corredores, salas e redações das grandes corporações de mídia no Brasil.

Nesta quinta-feira (2), Lula, num único mata-leão digital, enforcou o engodo e deixou a Globo inteira sem ar.

O sucesso de Lula ontem nas redes mexeu com os ânimos da Globo. Os seus comentaristas estavam apopléticos, atônitos, incrédulos.

A entrevista de Lula ao Podpah estourou a boca do balão e todos os seus limites no universo digital, inclusive no internacional.

Lula bateu o recorde de audiência no PodPah virando o assunto mais comentado do Twitter no mundo.

Numa comparação direta e seca, a live Bolsonaro, exibida no mesmo horário da entrevista de Lula, contou com 10 mil pessoas, enquanto a de Lula chegou a passar de 300 mil.

Hoje, a live de Bolsonaro mostra 90 mil visualizações. A entrevista com Lula ao Podpah já tem 3,4 milhões e não para de crescer muito a cada segundo.

É como disse Milton Santos em seu livro “Por uma outra globalização”: com a revolução digital, nada pode ser comparado em termos de história ao que o mundo vive hoje.

*Foto destaque: Ricardo Stuckert

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Moro o escreve artigo que pode ser considerado o “manual do imbecil incurável”

Imagine um amontoado de frases medíocres, vindas de uma cabeça chinfrim. Este é o artigo de reflexões de Sergio Moro na revista Crusoé, que é mais rasa que o próprio Moro.

O que parece é que Moro revisitou seu livro de memórias quando ainda era estudante do jardim da infância.

Que Moro sempre mostrou que é uma pessoa que carece de inteligência, a própria condenação de Lula em que ele utiliza um nada para justificar a falta de provas (ato de ofício indeterminado) já escancarava sua limitação transcrita nesse embuste “jurídico”.

Mas Moro não se limitou a exibir sua caixola de pouca inteligência e mediocridade aos brasileiros.

Durante uma palestra a estudantes de Harvard, nos EUA, o ex-juiz Moro abordou o assunto soltando essa pérola recorrendo a uma cena do filme “O Poderoso Chefão”, em que um personagem (Bonasera) pede ajuda a Don Corleone, o poderoso chefão, que topa ajudá-lo. No fim da cena, Bonasera pergunta o que ele queria em troca. O inacreditável Moro, então repetiu a resposta de Don Corleone: “Não quero nada agora, mas um dia, talvez um dia, eu vá te pedir algo e então precisarei que você retorne o favor”

Fico imaginando um aluno minimamente sensato se perguntando: o que esse imbecil está falando?

Assim, nesse mesmíssimo nível, o queridíssimo da mídia bordou seu artigo de mentalidade infantil na revista do Mainardi.

Slogans do tipo: “A verdadeira coragem está em enfrentar o perigo quando você está com medo”.

Ou coisa pior: “Nunca diga “adeus”, porque dizer “adeus” significa ir embora e ir embora significa esquecer.”

O fato é que o artigo de Moro, no bate entope do “O Antagonista”, só confirma o alerta de Merval Pereira, de que as pessoas acham que Moro é, o Bolsonaro 2.0.

Ou seja, Moro é mais demente e mais fascista que Bolsonaro.

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Pesquisa Ipespe: Lula lidera a corrida eleitoral em São Paulo

Na eleição para governador, Geraldo Alckmin e o ex-prefeito Fernando Haddad são os primeiros colocados.

O ex-presidente Lula lidera as intenções de voto para presidente no estado de São Paulo, de acordo com pesquisa pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta-feira 3 pelo jornal Valor Econômico.

Segundo o levantamento, o petista tem 35% e é seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que aparece com 24%. Em seguida, vem Sergio Moro (Podemos) com 12%, Ciro Gomes (PDT) e o governador João Doria (PSDB) com 5%, e a senadora Simone Tebet (MDB) com 2%.

Na eleição para governador, Geraldo Alckmin, de saída do PSDB, e o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) são os primeiros colocados.

De acordo com a pesquisa, Alckmin aparece com 23%, enquanto Haddad tem 19%. Logo atrás vem Guilherme Boulos (PSOL) e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, com 11%.

Nesse cenário, o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) têm 3%, e o ex-ministro Abraham Weintraub não pontua. Brancos e nulos somam 27%.

Em um segundo cenário, que exclui Alckmin e Haddad e inclui Márcio França (PSB), Boulos lidera com 23%; França atinge 19%; Tarcísio, 10%; e Garcia, 5%.

Em um terceiro cenário, sem Alckmin ou França e com Haddad, o petista tem 27%, e Boulos e Tarcísio aparecem com 13% cada. Garcia vem em seguida com 6%.

*Com informações da Carta Capital

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Pesquisa mostra chance de vitória de Lula no primeiro turno e Moro com apenas 5%

Segundo o levantamento feito pelo Instituto FSB, Lula lidera com 42%, enquanto Jair Bolsonaro aparece em segundo, com 19% dos votos. Ciro Gomes e o ex-juiz parcial Sérgio Moro vêm em terceiro, empatados com 5%.

Uma pesquisa nacional finalizada nesta semana pelo Instituto FSB, encomendada pela revista Veja, mostra o ex-presidente Lula liderando com folga a corrida pela Presidência da República. Segundo a pesquisa, o petista tem 42% das intenções de voto, contra 19% de Jair Bolsonaro.

O resultado mostra que Lula tem chances de vitória no primeiro turno, considerando os votos válidos. Sergio Moro e Ciro Gomes aparecem na terceira posição, com 5% das intenções de voto.

O nome do instituto foi substituído na matéria da Veja para “um grande instituto nacional” após a publicação. O levantamento foi feito entre os dias 19 e 22 de novembro.

*Com informações do 247

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Queda do PIB leva o Brasil às últimas posições entre 38 países

A economia brasileira encolheu pelo segundo trimestre consecutivo entre julho e setembro. Conforme os dados divulgados nesta quinta (2/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou 0,1% sobre o trimestre anterior, já descontados os efeitos da sazonalidade.

O resultado coloca o país em recessão técnica, observada quando o PIB acumula dois trimestres seguidos de queda, e posiciona o Brasil no fim da lista de países acompanhados pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Entre os 38 países que já divulgaram os números do terceiro trimestre, o PIB brasileiro só é maior do que o do México (-0,4%), da Indonésia (-0,6%), do Japão (-0,8%) e da Austrália (-1,9%).

Dois países da América Latina estão no topo da lista, ocupando o segundo e terceiro lugares: Colômbia, com alta de 5,7% do PIB no terceiro trimestre, em relação ao segundo, e Chile, com crescimento de 4,9%, na mesma comparação.

A alta mais forte do PIB colombiano já era esperada, uma recuperação da queda de 2,5% observada no segundo trimestre — esta atribuída, por sua vez, às restrições tomadas naquele período como medidas de controle da pandemia e à onda de protestos que se estendeu por mais de um mês, entre abril e junho.

O crescimento veio, contudo, mais forte do que o apontado pelos modelos estatísticos, e colocou a economia colombiana acima do nível pré-pandemia.

A expectativa para o crescimento do Chile é ainda maior, de 12% no ano fechado. O economista ressalta, contudo, que é pouco provável que o país consiga manter o ritmo de avanço no próximo ano.

Uma das razões é a provável perda de fôlego no consumo doméstico — de um lado, por conta do esgotamento dos efeitos das rodadas de saque nas aposentadorias aprovadas pelo Legislativo e, de outro, por conta do início de um ciclo de aumento de juros pelo Banco Central chileno. No último dia 13 de outubro, a autoridade monetária elevou a taxa básica de 1,5% para 2,75%, o maior aumento em 20 anos, colocado para tentar frear o aumento da inflação.

Em outra frente, ainda de acordo com o relatório, a desaceleração da China também deve ter um impacto relevante para o país, que é um grande exportador de cobre.

Em relação ao Brasil, a expectativa de forma geral de consultorias e instituições financeiras não é de reversão do desempenho fraco observado no terceiro trimestre. A expectativa para o quatro trimestre é novamente de “pibinho” e, para 2022, as estimativas preliminares sinalizam a possibilidade de estagnação e até retração da economia.

O cenário de inflação e juros altos deve continuar impactando negativamente o consumo doméstico, que já vem sofrendo com o desemprego elevado e a retração da renda média mostrados pela Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (Pnad) Contínua.

PIB do 3º trimestre

Entre os números divulgados pelo IBGE nesta quinta, os principais destaques negativos foram a indústria, que ficou estagnada, e a agropecuária, que encolheu 8% em relação ao segundo trimestre.

O resultado da indústria no terceiro trimestre só não foi pior porque a construção civil (um dos quatro subgrupos que compõem o setor dentro do PIB) cresceu 3,9%. A indústria de transformação, que inclui segmentos como calçadista, metalúrgico, eletrônico e químico, contraiu 1% em relação ao segundo trimestre.

*Com informações do Uol

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Como o garimpo ilegal dominou o Rio Madeira e por que é tão difícil acabar com ele

Mineradores clandestinos ouvidos pela reportagem do Brasil de Fato ajudam a explicar proliferação da atividade que preda população ribeirinha.

A nova “corrida do ouro” que atraiu os olhares para o município de Autazes (AM) na última semana está longe de ser um fato isolado. Ao contrário, é um sintoma da crescente dependência econômica provocada pela mineração ilegal no rio Madeira nos últimos anos.

Sem incentivos para permanecer na agricultura, integrantes pobres das comunidades ribeirinhas vêm abandonando o roçado para se dedicar ao garimpo, que oferece alta e rápida lucratividade, enquanto produz graves danos socioambientais e acentua a histórica desigualdade social na região.

Depoimentos de garimpeiros colhidos pelo Brasil de Fato em agosto deste ano demonstram por que ações repressivas como a que destruiu dezenas de balsas no rio Madeira no último fim de semana não são capazes, por si só, de livrar a região dos crimes ambientais.

“Na roça o colega se ferra. É um trabalho sofrido, mas o dinheiro é abençoado. Eu comparo assim porque o dinheiro que eu pego em ouro no final de semana eu compro qualquer coisinha e já era, já acabou.”

O depoimento é de um ribeirinho que vive em uma comunidade às margens do rio Madeira, perto do Município de Manicoré (AM). Aos 28 anos, ele se alterna entre o cultivo de bananas e a lavra garimpeira para sustentar esposa e seis filhos.

“Se hoje eu plantar, tipo, 500 pés de banana, vou tirar R$ 1 mil e pouco em cinco ou seis meses. Na balsa, se você trabalhar um mês, dependendo do ouro, você faz uns R$ 8 mil. Na roça você só se lasca”, calcula o homem, que pediu anonimato.

Seu primeiro “mandado” – nome dado ao trabalho freelance no garimpagem – foi na draga de propriedade do sogro, quando descobriu o potencial financeiro da atividade ilegal. Ele explica como os ganhos são divididos entre trabalhadores e os patrões.

“Em três dias eu e meu cunhado fizemos nove gramas [de ouro]. Saiu 40% para mim e para o meu parceiro, aí nós dividimos. Para cada um ficou R$ 1800. Meu sogro ficou um pouquinho mais porque ele comprou o rancho [alimentos] e o óleo para a balsa dele”, relembra.

Epidemia

Há aproximadamente 150 comunidades ribeirinhas espalhadas pelas margens do rio Madeira, apenas no trecho de 700 km entre Porto Velho (RO) e Manicoré (AM). Pelo menos 40% delas estão ou já estiveram envolvidas com a extração mineral.

A estimativa é de Jordeanes Araújo, antropólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). “É importante perceber como o garimpo ilegal imobiliza a força de trabalho local, por causa do intenso comércio de ouro e outros produtos. Isso mexe com a própria estrutura agrária dessas comunidades”, explica o docente.

“Várias comunidades estão praticamente envolvidas o ano todo com garimpo. Em muitos casos, 70% da renda acaba vindo dele. Tenho alunos da Ufam que abandonam a universidade em um determinado momento do ano para ficarem nas balsas”, observa o antropólogo, que acompanha indígenas e ribeirinhos no sul do Amazonas há mais de um década.

“Todos os anos nós trabalhamos mesmo só para alimentar nossa família, para se manter. Mas tem cara que não quer e está mais do que certo. É um trabalho ruim. Quando é bom é bom, mas tem dia que você passa uma semana na balsa e não consegue nada. Aí é prejuízo”.

Para ele, o garimpo significou uma oportunidade única de ascensão social. Com R$ 22 mil obtidos na coleta do ouro, construiu uma casa simples de madeira na comunidade, onde mora com a esposa e filhos.

“Na maioria das vezes a pessoa entra no ramo pensando em ter a balsa dele. Com 10 mil você compra uma pequenininha. Uma média, simplesinha, dá uns R$ 25, R$ 30 mil”, relata o ribeirinho.

Mesmo assim, o ribeirinho diz não querer deixar a vida de agricultor para se tornar patrão do garimpo em tempo integral.

“Se eu tiver uma balsa, vou ter que me preocupar no rio e em terra, né, no bananal e na balsa. Aí, se eu deixo de fazer um trabalho e o outro não dá certo… Não quero ser rico, quero ter dinheiro para manter minha família”, afirma.

Quase sempre ocorrendo à beira das comunidades, a atividade garimpeira afasta os ribeirinhos do extrativismo e da conservação do ambiente, potencializando a poluição ambiental e dando espaço a outras ilegalidades, como o tráfico de drogas e a prostituição.

“Sabe o que estraga o garimpo? É esses caras que vem de fora. Se ‘amostram’, vão trabalhar tudo armado, cheio de bala. Aí já pega a culpa tudinho na gente”, diz, ao reconhecer a presença do narcotráfico em meio à extração ilegal do minério.

O Agro é garimpo

A explosão da mineração ilegal na bacia do Madeira foi traduzida em estatísticas por um levantamento do Mapbiomas. Segundo a organização, a área atingida mais do que dobrou entre os anos de 2007 e 2020, saltando de 37,5 para 96,6 quilômetros quadrados, o equivalente a todo o perímetro urbano de São Bernardo do Campo, cidade na região metropolitana de São Paulo.

A principal responsabilidade sobre esse crescimento recai sobre o agronegócio, que injeta dinheiro no garimpo, sob incentivo direto do governo federal. O presidente Jair Bolsonaro (PL) encoraja publicamente a atividade predatória e desmontou a política de fiscalização ambiental.

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E agora? PIB recua 0,1% no 3º trimestre e Brasil entra em ‘recessão técnica’

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro registrou variação negativa de 0,1% no terceiro trimestre, em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Após queda de 0,4% no segundo trimestre (dado revisado, ante recuo de 0,1% divulgado anteriormente), o consenso dos analistas é de que a economia brasileira está estagnada e que não há perspectiva de melhora no quarto trimestre do ano, quando é esperado novo resultado próximo de zero para o PIB na comparação trimestral.

A perda de renda da população, com a inflação acima dos 10% no acumulado de 12 meses, e uma retomada do emprego puxada pela informalidade têm inibido o consumo.

Empresas e famílias também têm adiado decisões de compra e investimentos, diante da alta de juros para conter a inflação e da incerteza gerada pelas eleições presidenciais de 2022.

Com dois trimestres seguidos de PIB negativo, a economia brasileira pode ser considerada em “recessão técnica”.

Mas os economistas preferem falar em estagnação, já que as quedas até agora foram pequenas e, segundo eles, mostram mais uma economia “andando de lado” do que em franca decadência como na crise de 2015-2016 ou no ano de 2020, quando a atividade foi duramente afetada pela restrição de circulação necessária para conter a pandemia do coronavírus.

Mas o que esperar de 2022? Podemos em pleno ano de eleição voltar à recessão mais aguda, com alta do desemprego?

Os economistas divergem: há quem aposte em uma pequena alta do PIB no próximo ano, quem veja a continuidade da estagnação e quem aposte sim na recessão — que seria a terceira num período de oito anos, um mal desempenho sem precedentes.

Nesse último grupo estão grandes bancos como o Itaú e o Credit Suisse, ambos com projeção de queda de 0,5% para o PIB brasileiro em 2022.

*Com informações do Uol

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Lula e Alckmin, é preciso? Devemos nos lembrar de Tancredo Neves

Os lances da política em grande envergadura acontecem em momentos especiais e por atores igualmente especiais.

Devemos nos lembrar de Tancredo Neves.

Tancredo estava tentando construir um caminho, diziam de centro, junto com Magalhães Pinto, Chagas Freitas e outros.

Em dado momento, Tancredo desfaz os arranjos e volta ao PMDB, para ficar ao lado de Ulisses, Montoro e outros.

Veio preparar o caminho para ganhar o governo de Minas e abrir espaços para a Presidência da República. Ele sabia que era ele quem podia fazer isto, ninguém mais, pois tinha aceitação dos militares e o respaldo da sua vida.

Tenho observado uma das marcas da política brasileira da atualidade: a consciência que Lula demonstra ter do seu dever de liderar a nação em grandes dificuldades. E transparece sempre um dever maior: liderar a nação e ganhar as eleições.

Tudo aponta para Lula ganhar as eleições, dado o quadro que se delineia.

O prestígio que Lula adquire cada vez mais com a lembrança dos benefícios feitos ao povo por seu governo: fim à fome, retirar milhões da pobreza, um fato tão grandioso quanto foi a legislação trabalhista e a Previdência Social a partir da Revolução de 1930, a notar salário mínimo e aposentadorias.

Além disto, o desgaste do conservadorismo e a desmoralização crescente de Bolsonaro e seu direitismo exacerbado tornam as eleições bem difíceis para as elites em geral, com seu rosário terrível e perverso da pesada herança da escravidão e do colonialismo.

Então, por quê? É preciso?

A vida brasileira foi duramente castigada nos últimos tempos. As armações feitas em Curitiba, com todo o respaldo de toda a estrutura do Judiciário, produziram as aberrações já conhecidas. Em cima disso, toda a ação da mídia.

Vestiram a direita de verde amarelo e a colocaram na rua, deram o golpe na Dilma com a derrubada da primeira mulher Presidenta do Brasil, com todo o apoio da política conservadora e do fisiologismo. Processaram Lula, o Judiciário o impediu de participar das eleições, prenderam Luta por mais de 500 dias.

Tudo isto é duro, muito pesado para a vida de um povo.

Lula, como se vê, não precisa de muletas ou outros auxílios maiores, a não ser desenvolver a campanha com a competência necessária, mobilizar o povo da forma adequada e gerar os ardores que movem uma vitória. Lula, enfim, não precisa de Alckmin, a rigor.

Por que, então, uma conversa, alguma busca de entendimento?

De imediato, é preciso reconhecer que o simples fato de estarem conversando, Lula e Alckmin, já fazem um bem político extraordinário a ambos, independente do resultado a que chegarem.

Mas a questão é mais profunda.

Um apoio de Alckmin a Lula, e até mesmo Alckmin ser o vice de Lula, acarreta enorme repercussão na vida brasileira.

Um arranjo como este trará um ambiente de muito mais tranquilidade, calma, bom entendimento, mesmo em divergências, que o acirramento raivoso, deletério e até mesmo imbecil tem gerado. A nação ganhará, poderão acontecer avanços mais sólidos e duradouros.

Não que venha a ser necessário, Lula poderá arrastar tudo nas eleições. Lula adquiriu dimensão nacional e internacional admirável. Mas um político de envergadura superior faz diferença em hora como esta.

É claro que a presença de Alckmin trará algumas tinturas conservadoras, como é natural e civilizado.

Por outro lado, forças populares poderão tirar proveito e avançar com mais solidez, com atropelos menores, com embates menos dolorosos. Aliás, é preciso avançar nos direitos trabalhistas, o que não se fez por 13 anos, nos salários, recuperar a soberania.

Outra questão: Lula sabe que é preciso ganhar São Paulo para dar mais solidez ainda a seu governo.

Se as diretas tivessem vindo na época esperada, Tancredo certamente não ganharia as eleições: Ulisses ou Brizola provavelmente seriam vencedores. Mas a hora que o Brasil atravessara indicava ser a hora de Tancredo.

É evidente que nós, das forças populares, especialmente nós do trabalhismo, queremos avanços e rápidos, a espoliação do nosso povo é dura e cruel.

A vida brasileira ficou muito envenenada, caminharemos melhores e mais seguros, avançaremos com mais solidez criando um novo ambiente na vida brasileira.

Venha, Alckmin, será útil.

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