Ano: 2021

A Lava Jato corrompeu todo o sistema de justiça para beneficiar acionistas internacionais da Petrobras

A principal parte do capital da obra de Moro explica-se agora na crise gerada na Petrobras que culminou na caça ao presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

Na verdade, um presidente decorativo a serviço do clube internacional do petróleo, sediado na bolsa de New York. Por isso, a Petrobras está impregnada de “conselheiros” que, na verdade, são lobistas, cães de guarda, que têm interesse direto em roubar para petrolíferas estrangeiras esse tesouro nacional, o petróleo, e dar uma merreca do que sobrar para o povo, que é o verdadeiro dono do precioso produto.

Para se chegar a isso, a Lava Jato tinha que ter uma fidelidade necessária aos interesses norte-americanos e não encontrar qualquer barreira para  arreganhar as portas da estatal para ser explorada pelo grande capital internacional.

Moro era o homem certo, na hora certa. Um provinciano que mendigava um lugar ao sol para realizar seus sonhos medíocres diante da realidade de um país carregado de problemas sociais.

É o que assistimos, através dos vazamentos das conversas entre os atores da Lava Jato, Moro, Dallagnol, entre outros, a falsificação da verdade, como corromperam o sistema de justiça e violentaram a constituição.

O escândalo é tão grande que dá para fazer não um livro de memórias, mas uma enciclopédia de crimes cometidos pela República de Curitiba que deu conta de dois golpes antinacionais, justificando assim, uma maldição artificial que transformou o pré-sal num ativo maléfico ao país no momento em que serviria como a grande mola propulsora para o seu desenvolvimento no século XXI.

Não era uma operação fácil e, por isso, eles usaram os meios mais sujos para derrubar Dilma e prender Lula em dois golpes, deixando o caminho livre para Temer comer gostosamente os ricos quitutes nas mãos das grandes corporações, como tanto lutaram FHC, Serra, entre outros, para entregar a riqueza para os grandes grupos estrangeiros, sobretudo dos EUA.

Agora, o arco se fecha e a história passa a ter começo, meio e fim, reproduzindo todos os detalhes que levaram o país ao caos a que assistimos, com a chegada de um genocida ao poder que, hoje, vendo sua popularidade desabar, pelo seu comportamento diante da pandemia, mas também pelo custo de vida por conta dos aumentos pornográficos dos combustíveis e dos alimentos, tanto que ele teve que dar um cavalo de pau e pular a cerca, o que está provocando revolta no mercado que nunca se importou em saber quem era Bolsonaro, mas sim, que vantagens ele poderia trazer.

Moro, agora, vendo que não tem chance nenhuma na política, diz-se odiado, é pouco, pois o que ele fez é motivo de cadeia ao lado de Dallagnol, Carlos Fernando e demais procuradores que participaram da trama macabra da Lava Jato, até porque ainda tem muita sujeira da Lava Jato para jorrar nos vazamentos liberados pelo STF.

A conferir.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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STF exige que Ministério da Justiça investigue delegada Érika Marena por falsificação de testemunho na Lava Jato

Procuradores dizem em conversas hackeadas que ela lavrou depoimento sem ter de fato ouvido um delator.

O ministro da Justiça, André Mendonça, foi questionado por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a revelação de que a delegada Érika Marena, que coordenou investigações da Lava Jato, lavrou o depoimento de uma testemunha sem que ele tivesse ocorrido de fato. O ministro, ao qual a PF é subordinada, afirmou que averiguaria os fatos.

O procedimento de Marena foi revelado em diálogos entre os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello Júnior que foram hackeados.

Na conversa, Dallagnol disse que Marena poderia “sair muito queimada nessa” e que “pode dar falsidade contra ela”.

O Ministério Público Federal do Paraná afirma que o depoimento citado foi do delator Fernando Moura, que disse uma coisa à PF e depois negou perante a Justiça. “É natural que possa ter havido questionamentos e especulações, entre os procuradores, sobre terem havido todos os cuidados necessários na colheita do depoimento” pela PF, diz o MPF.

Em momento posterior, ficou demonstrado que “todos os depoimentos do colaborador na Polícia Federal foram tomados com sua presença acompanhada de advogados”.

Leia a íntegra da nota do Ministério Público Federal de Curitiba:

1. Primeiro, é importante reafirmar que os procedimentos e atos da força-tarefa da Lava Jato sempre seguiram a lei e estiveram embasados em fatos e provas. As supostas mensagens são fruto de atividade criminosa e não tiveram sua autenticidade aferida, sendo passíveis de edições e adulterações. Reafirmam os procuradores que não reconhecem as supostas mensagens, que foram editadas ou deturpadas para fazer falsas acusações que não têm base na realidade.

2. Quanto à reportagem publicada na data de hoje (22/02/2021), ainda que os diálogos tivessem ocorrido da forma como apresentados – embora não se reconheça o seu conteúdo, seja pelo tempo, seja pela ordem em que são apresentados, seja pelo conteúdo –, foram apresentados absolutamente fora de contexto e omitem parte relevante da questão, deturpando a compreensão da realidade.

3. A análise mais ampla dos supostos diálogos apontam que se refeririam a depoimento específico prestado por Fernando Moura que, após confessar seus crimes em acordo de colaboração premiada e depoimento perante a Polícia Federal, negou os fatos perante a Justiça Federal em depoimento prestado no dia 22 de janeiro de 2016. Naquela ocasião, ele questionou se de fato tinha feito as afirmações que constavam em seu termo colhido perante a Polícia Federal.

4. Diante do teor das declarações do colaborador à Justiça, é natural que possa ter havido questionamentos e especulações, entre os procuradores, sobre terem havido todos os cuidados necessários na colheita do depoimento de Fernando Moura perante a Polícia, já que o teor dos depoimentos refletia o que havia sido dito por ocasião do acordo do colaborador. Isso mostra apenas preocupação com a absoluta correção formal e transparência dos procedimentos – que, se estivessem equivocados, o que jamais se constatou nas apurações que seguiram, precisariam ser corrigidos, com a adoção das providências pertinentes.

5. Com efeito, a verificação dos fatos, em momento posterior ao das supostas conversas, demonstrou que todos os depoimentos do colaborador na Polícia Federal foram tomados com a sua presença acompanhada de seus advogados e que havia confirmado as informações que havia prestado em seu acordo de colaboração. Na época, o colaborador Fernando Moura estava preso e o seu deslocamento interno para o depoimento pode ser consultado junto aos registros da carceragem. Ou seja, não houve depoimento lavrado por advogado como se tivesse sido lavrado pela Polícia Federal.

6. Além disso, o colaborador Fernando Moura, no dia 3 de fevereiro de 2016, em um novo depoimento perante o Ministério Público (clique aqui para assistir) e num segundo depoimento perante a Justiça Federal, reconheceu que havia mentido perante a Justiça na ocasião anterior, alegando ter sido ameaçado por alguém no dia anterior ao seu depoimento. Some-se que, nessa nova ocasião, ele confirmou as declarações que havia prestado no acordo de colaboração ao Ministério Público e no depoimento perante a Polícia Federal, dissipando as dúvidas que ele mesmo havia levantado e que podem ter levado aos questionamentos dos procuradores, caso as supostas mensagens tenham se verificado como apresentadas.

7. É importante esclarecer ainda que, em algumas negociações de acordos, inicialmente os colaboradores apresentaram autodeclarações sobre certos temas, prestadas perante seus próprios advogados. Na medida em que prestadas perante o defensor constituído, adotou-se a prática de recebê-las e os depoimentos eram confirmados em novas oitivas perante a autoridade policial ou perante o Ministério Público. Houve registro desses fatos nos próprios termos de depoimento (indicando se foram colhidos perante advogados ou perante a autoridade policial ou procuradores). Posteriormente, esses depoimentos foram refeitos seja perante a respectiva investigação, seja perante a ação penal, aproveitando-se o teor de declarações anteriores que podiam ser retificadas ou complementadas. Tais depoimentos foram em regra gravados. Esse mesmo procedimento foi adotado por delegados e procuradores de diferentes lugares e instâncias e igualmente perante várias instâncias da Justiça, de modo transparente, inclusive o STF. Não há qualquer irregularidade, mácula ou falsidade nessa conduta.

8. Os supostos diálogos, se tiverem ocorrido como apresentados, revelam ainda o receio de perseguições e retaliações administrativas por possível equívoco no modo como foi registrado o depoimento, mesmo que o conteúdo do depoimento estivesse absolutamente correto. Contudo, como se explicou, verificou-se em apuração posterior que a forma de coleta dos depoimentos também se deu de forma correta.

9. Se não houvesse parcialidade, seleção ou omissão de textos das supostas mensagens que constam no próprio material, esta explicação provavelmente estaria no próprio desenvolvimento dos supostos diálogos. Lamenta-se não ter sido previamente oportunizado o direito de resposta antes da publicação da primeira reportagem sobre o assunto, nesta data.​

*Monica Bergamo/Folha

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Lava Jato teve colaboração dos EUA para atacar o ‘alvo’ Lula

As novas revelações mostram que, desde 2015, a “Lava Jato” tinha Lula como alvo pré-definido e promovia “operações” com o objetivo de constranger pessoas para que falassem algo sobre o ex-presidente. Para atingir seus objetivos, a “Lava Jato” recebeu fora dos canais oficiais “informações” das agências norte-americanas para promover a quebra do sigilo fiscal de familiares de Lula, sem a observância do procedimento previsto em lei.

A defesa do ex-presidente Lula encaminhou ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, 17, novas mensagens que tornam ainda mais evidentes a colaboração clandestina da Lava Jato com autoridades estrangeiras, a ajuda externa para quebrar ilegalmente o sigilo de familiares de Lula e a organização de ataques contra os ministros do STJ e do STF para “emparedar” as duas instituições.

“Em que pese o discurso ensaiado dos membros da extinta “Força Tarefa da Lava Jato”, na linha de que “uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”, o novo material analisado pela Defesa Técnica do Reclamante reforça, uma vez mais, que (i) houve, sim, cooperação da “operação” com agências estrangeiras fora dos canais oficiais”, informam os advogados na petição.

De acordo com a defesa do ex-presidente Lula, “há documentos que foram ocultados da Defesa Técnica do Reclamante e desse Supremo Tribunal Federal a despeito da manifestação expressa do e. Ministro RICARDO LEWANDOWSKI para que a 1Lava Jato’ apresentasse todo o material relacionado ao Acordo de Leniência da Odebrecht”.

As novas mensagens mostram que a Lava Jato atuou com o auxílio de agências estrangeiras como FIB, DOJ e Ministério Público da Suíça fora dos canais oficiais — o que afronta Acordos firmados entre o Brasil, os Estados Unidos e a Suíça (Decreto nº 3.810/2001 e Decreto nº 6.74/2009, respectivamente), segundo a defesa de Lula.

Além disso, demonstrando a intenção criminosa dos operadores da Lava Jato, o material foi ocultado da defesa do ex-presidente Lula e do Supremo Tribunal Federal. As informações foram sonegadas, inclusive dos autos originários, mesmo após determinação expressa do ministro Ricardo Lewandowski.

De acordo com as novas mensagens, a “Lava Jato” solicitou aos norte-americanos ajuda para desenvolver o “caso Odebrecht”, segundo a defesa do ex-presidente Lula. As novas revelações mostram que, desde 2015, a “Lava Jato” tinha Lula como alvo pré-definido e promovia “operações” com o objetivo de constranger pessoas para que falassem algo sobre o ex-presidente.

Para atingir seus objetivos, em colaboração ilegal com autoridades de país estrangeiro, a “Lava Jato” recebeu fora dos canais oficiais “informações” das agências norte-americanas para promover a quebra do sigilo fiscal de familiares de Lula, sem a observância do procedimento previsto em lei.

A Lava Jato, segundo a defesa de Lula, “engendrou e implementou ataques ao ministro Ribeiro Dantas, do STJ, que à época era o relator da operação naquele tribunal”, como mostram as mensagens. O objetivo era o de enfraquecê-lo e de retirá-lo da relatoria da “Lava Jato” — o que efetivamente veio a ocorrer, de acordo com as mensagens. Os diálogos mostram que a “Lava Jato” queria, ainda, colocar o STJ “contra a parede”.

Os operadores da Lava Jato agiram para também “colocar contra a parede”, de acordo com as mensagens. Para isso, buscava atacar os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli forçando delações que estavam sendo planejadas em Curitiba. Também foram planejados ataques ao ministro Alexandre de Moraes por meio de terceiros, para que as ações da Lava Jato ficassem “anonimizadas”, segundo a defesa do ex-presidente Lula.

*Com informações do PT no Senado

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Bolsonaro perde elites e não ganha povão

“O plano ousado de Bolsonaro, de mexer nos preços do petróleo e em breve no da energia elétrica isola-o das elites. Mas não garante apoio do povão”, escreve a jornalista Helena Chagas sobre a intervenção de Jair Bolsonaro na Petrobras.

Jair Bolsonaro colocou em marcha um plano ousado, apostando no populismo para se cacifar para 2022. Deixou as elites perplexas e os mercados de cabelos em pé ao demitir o presidente da Petrobras para interferir em sua política de preços e agora anuncia que vai botar o dedo na tomada do setor elétrico. Não dá para negar que, aos olhos de quem pagas as contas do combustível, da passagem a da luz, são medidas populares. São duvidosas, porém, as chances disso dar certo.

Dificilmente Bolsonaro conseguirá trocar, a esta altura, o apoio do establishment e dos mercados, com o qual se elegeu e pelo qual tem sido sustentado, pelo apoio das classes médias e baixas que, teoricamente, seriam beneficiadas pelas novas medidas — o que parece ser o que pretende. Antes de tudo, porque é preciso dar tudo certo. Alguém acredita nisso, vindo de um presidente que não agiu como precisava na pandemia, na vacina, no aumento do preço dos alimentos? Até agora, felizes, mesmo, parece que só os caminhoneiros.

A perda do apoio dos mercados e de boa parte das elites, por sua vez, tem um custo alto para um presidente que erigiu seu governo sobre as fundações de uma agenda liberal, comandada por um ministro com o perfil de Paulo Guedes.

O edifício nunca subiu, e essa agenda vinha perdendo paulatinamente a credibilidade junto ao establishment. Mas o que era um processo gradativo, levado na base do “me engana que eu gosto”, ficou agudo. Bolsonaro dinamitou essas fundações. O prédio só não caiu porque nunca existiu, mas a ideia de que, com ele, só restará um imenso vazio — de projeto, de esperança — se propagou entre quem estava ali.

A primeira consequência política que se desenha é que Jair Bolsonaro perderá a ajuda dessa turma do mercado e dos expoentes do pensamento liberal para a reeleição. Muito provavelmente, esse pessoal buscará outra solução no campo da direita ou da centro-direita. João Dória? Luciano Huck? Sabe-se lá.

Valeria a pena, para o presidente, se ele se tornasse um candidato das massas, depois de baixar os preços dos combustíveis, da eletricidade e injetar mais algumas parcelas do auxílio emergencial na veia dos mais pobres. Não o será.

Num país em que as mortes pela Covid-19 estacionaram numa média móvel de mais de 1.000 pessoas por dia, os sistemas de saúde entram em colapso e a vacinação da população anda a passos de tartaruga, porém, vai ser muito difícil criar um clima de boa vontade. A imagem de um governo inepto e incompetente, grudada a um presidente insensível com as mortes e com a dor da população, fica cada vez mais difícil de apagar. Donald Trump que o diga.

*Helena Chagas/247

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Daniel Silveira gravou conversa com Jair Bolsonaro

O deputado federal do PSL Felício Laterça (RJ) afirmou que o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), que está preso por ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), gravou, sem permissão, conversas com Jair Bolsonaro.

“Conheci Daniel Silveira em janeiro de 2019. Pude conhecer um pouquinho do seu caráter. Ele me revelou que já tinha feito gravações de algumas pessoas. Ele tinha esse mau hábito. Acabou gravando conversas de parlamentares dentro da Câmara para se autopromover. Ele disse para mim que também havia gravado o presidente da República. Eu falei: “Meu Deus! Que homem é esse?”, afirmou Laterça em vídeo no Instagram. .

“O (que faria) próprio presidente da República, se souber que já foi gravado por ele (Silveira)? Quem sabe não será relevado com a apreensão dos celulares pela Polícia Federal?”, questiona o deputado Felício Laterça, que é da ala do PSL próxima ao presidente da legenda, Luciano Bivar,

Link do vídeo:

https://www.instagram.com/tv/CLieJJcBuht/?utm_source=ig_web_copy_link

*Com informações do 247

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Pelo Telegram, Janot autorizou Lava Jato a investigar autoridades com foro especial

Segundo matéria publicada no Conjur, Rodrigo Janot, então procurador-geral da República, autorizou em 2016, via mensagem no Telegram, o procurador da força-tarefa da “lava jato” em Curitiba Orlando Martello a investigar autoridades com foro por prerrogativa de função em missão na Suíça.

O aval consta de petição apresentada pela defesa do ex-presidente Lula, nesta segunda-feira (22/2), ao Supremo Tribunal Federal. O diálogo faz parte do material apreendido pela Polícia Federal no curso de investigação contra hackers responsáveis por invadir celulares de autoridades.

Em 12 de maio de 2016, Orlando Martello enviou a um grupo de mensagens pedido que tinha feito a Rodrigo Janot para seguir interrogando o ex-executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio após ele mencionar autoridades com foro especial em depoimento prestado na Suíça.

“Dr Janot, conforme já relatado ao Dr Pellela [Eduardo Pelella, então chefe de gabinete de Janot], no curso da oitiva de Fernando Migliaccio, na Suíça, pela primeira vez ele fez referencia à possibilidade de mencionar nomes de pessoas com prerrogativa de foro. Vale lembrar que ele foi ouvido por volta de 9 vezes em momento anterior pelo Procurador Stefan Lenz e jamais tinha feito menção ao envolvimento de qualquer pessoa com prerrogativa de foro. Durante o depoimento, porém, diante da menção vaga e antes de fazer qualquer pergunta a Fernando sobre pessoas com prerrogativa de foro, liguei ao Dr Pellela solicitando autorização para continuar a oitiva, que, após reportar os fatos a vossa excelência, autorizou-me a continuar a oitiva, agora então também representando Vossa Excelência”, disse Martello.

“Escrevo, pois, para formalizar o procedimento de modo sucinto e rápido, já que ainda estamos no meio da oitiva, requerendo expressamente a autorização de vossa Excelência para, representando Vossa Excelência, continuar na referida oitiva. A oitiva está ocorrendo em uma sala localizada no prédio anexo à Procuradoria-Geral em Berna, em recinto policial, onde há grande restrição à acesso de internet. Respeitosamente, Orlando Martello.”

A ConJur manteve as abreviações e eventuais erros de digitação e ortografia presentes nas mensagens.

Em seguida, Martello envia ao grupo a resposta de Janot. “Prezado Dr Orlando Martello estou ciente de tudo quanto agora relatado por vossa excelência. Autorizo expressamente delegando-lhe as atribuições necessárias para realização da oitava em meu nome. Convalida desde já todos os atos até agora praticados. De agora em diante vossa excelência passa a agir em nome do Procurador-geral da República. Bom trabalho.”

Investigação ilegal
O presidente do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Martins, abriu inquérito para apurar se procuradores da “lava jato” em Curitiba investigaram ilegalmente ministros da corte.

O procedimento foi instaurado depois de expostas conversas no Telegram entre integrantes do Ministério Público Federal no Paraná. O diálogo mostra Deltan Dallagnol, então coordenador da “lava jato”, combinando com um fiscal da Receita Federal a quebra de sigilo de ministros do STJ. Diogo Castor também é um importante personagem do diálogo.

O uso do esquema era tratado com naturalidade e a Receita funcionava como um braço lavajatista. Os acertos ilegais eram feitos com Roberto Leonel de Oliveira Lima, chefe do Escritório de Pesquisa e Investigação na 9ª Região Fiscal. Pela cooperação, Roberto Leonel foi premiado quando Sergio Moro tornou-se ministro da Justiça, com o comando do Coaf (clique aqui para ver palestra de Deltan Dallagnol e Roberto Leonel).

Em julho de 2015, os procuradores discutiam uma anotação encontrada com Flávio Lúcio Magalhães, apontado como operador de propina da Andrade Gutierrez. A lista citava diversas pessoas, entre elas ministros do STJ.

“A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial [dos ministros], que tal?”, diz Dallagnol. Em seguida o procurador informa: “Combinamos com a Receita.”

A conversa mostra que o MPF no Paraná só tinha por honestos ministros que atendiam, incondicionalmente, os pedidos da “lava jato”. “Felix Fischer eu duvido. Eh (sic) um cara sério”, diz Castor em referência ao relator dos processos da “lava jato” no STJ.

O próprio Dallagnol admite não acreditar que a lista encontrada com Magalhães envolvia pessoas que recebiam propina. Mas decidiu pedir a análise patrimonial mesmo assim. “Aposto que não são propina. São muitos pra serem corruptos”, afirmou.

Os alvos vão desde ministros até figuras relacionadas a políticos, como é o caso de Marisa Letícia, esposa de Lula, morta em 2017. “Dona Marisa comprou árvores e plantas no Ceagesp em dinheiro para o sítio. Pedi pro Leonel ver se tem nf [nota fiscal]”, disse o procurador Januário Paludo em uma conversa de fevereiro de 2016.

Embora não mencionem diretamente quais ministros das turmas criminais do STJ foram investigados, os procuradores mostram, em uma conversa, também de 2016, desconfiança com relação a Reynaldo Soares.

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Delegada Erika Marena, que comandou operação contra Cancellier, ex-reitor que se matou, falsificou depoimento na Lava Jato

Novos diálogos de procuradores da Lava Jato, enviados ao Supremo Tribunal Federal pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (22), a delegada da Polícia Federal Erika Marena é acusada de forjar e assinar depoimentos que jamais ocorreram na operação.

Erika Marena foi a delegada responsável pela operação que perseguiu reitores em Santa Catarina, prendendo ilegalmente Luiz Carlos Cancellier, então reitor da UFSC e que se suicidou depois de uma humilhação pública com acusações de corrupção na universidade. Em 2018, ela foi convidada por Sérgio Moro para integrar a equipe dele no Ministério da Justiça. Depois da saída dele, acabou exonerada.

Nos diálogos, os procuradores da Lava Jato revelam que Erika praticou uma falsificação. Pensando atender a pedidos dos procuradores, Erika criou um falso termo de depoimento, simulando ter ouvido a testemunha com escrivão e tudo, “quando não ouviu nada”.

A constatação consta de diálogo mantido entre os procuradores Deltan Dallagnol e Orlando Martello Júnior em janeiro de 2016. Nele, eles relatam o que contou uma delegada da Polícia Federal chamada Erika.

“Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada… Dá no mínimo uma falsidade… DPFs são facilmente expostos a problemas administrativos”, disse Deltan.

Orlando Martello Júnior mostra preocupação com a possibilidade de esses problemas administrativos levarem ao descrédito da força-tarefa de Curitiba. Diz que “se deixarmos barato, vai banalizar”.

Então propõe uma saída: “combinar com ela de ela nos provocar diante das notícias do jornal para reinquiri-lo ou algo parecido. Podemos conversar com ela e ver qual estratégia ela prefere. Talvez até, diante da notícia, reinquiri-lo de tudo. Se não fizermos algo, cairemos em descrédito”.

A sequência do diálogo, segundo a defesa de Lula, mostra que o uso de depoimentos forjados era algo reiterado pelo grupo de procuradores de Curitiba. O diálogo segue na mensagem de Martello Júnior a Deltan Dallagnol.

“O mesmo ocorreu com padilha e outros. Temos q chamar esse pessoal aqui e reinquiri-los. Já disse, a culpa maior é nossa. Fomos displicentes!!! Todos nós, onde me incluo. Era uma coisa óbvia q não vimos. Confiamos nos advs e nos colaboradores. Erramos mesmo!”, diz.

A preocupação é, também, com a eficiência das colaborações premiadas que a força-tarefa fez uso. “Se os colaboradores virem uma reação imediata, vão recuar. O Moura quer ficar bem com JD e demais, ao mesmo tempo em q se da de bobo e nada acontece com ele. À prova, igualmente, fica prejudicada”, complementa Martello Júnior.

“Concordo, mas se o colaborador e a defesa revelarem como foi o procedimento, a Erika pode sair muito queimada nessa… pode dar falsidade contra ela… isso que me preocupa”, responde Deltan.

As mensagens entre procuradores foram apreendidas no curso da chamada operação “spoofing”.

Erika 1

erika2

*Com informações do Conjur

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Dallagnol confessa que é um sem-vergonha, um descarado

“Faz tempo que não tenho vergonha na cara kkkk”, diz Dallagnol sobre cooperação com autoridades estrangeiras.

A defesa do ex-presidente Lula enviou ao Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (22/2) novas mensagens entre procuradores da “lava jato” em Curitiba apreendidas na chamada “operação spoofing”, que investiga a atuação de hackers que invadiram os celulares de autoridades.

Os diálogos voltam a mostrar que a cooperação internacional feita entre os integrantes do Ministério Público Federal e autoridades estrangeiras ocorria por fora dos canais oficiais, ignorando a competência do Ministério da Justiça para centralizar a colaboração brasileira com outros países.

“Li o email de Mônaco, ainda, e é bem melhor do que havia achado… dá a entender que é possível regularizar [a cooperação] a posteriori… enfim, vamos nos falando e fique à vontade”, afirmou em 2015 Orlando Martello.

Para Dallagnol, não havia problema seguir com essa metodologia. “Faz tpo [tempo] que não tenho vergonha na cara kkkk”. Na mesma ocasião, o então chefe da “lava jato” disse que havia recebido um email do ex-procurador suíço Stefan Lenz e que os dois trocaram informações pelo Telegram. “Não comenta com ninguém do e-mail com Stefan. Se vazar algo não mandaram…”, diz Dallagnol.

Em alguns casos, as informações de brasileiros e empresas nacionais eram encaminhadas a autoridades norte-americanas por pen drives, segundo mostra uma mensagem de Orlando Martello.

“Pessoal do RJ, na próxima semana Christopher do DOJ [Departamento de Justiça dos EUA] estará aí, certo? Quem de Vcs estará com ele, pois preciso encaminhar um pen drive para ser entregue a eles”, diz o procurador.

Não é a primeira vez que os integrantes citam a cooperação ilegal com Mônaco. Em um diálogo recentemente publicado pela ConJur, Dallagnol admite que usava elementos obtidos fora dos canais oficiais e diz que se a cooperação informal caísse, “chega pelo canal oficial e pedimos de novo”.

“Estou recebendo informações de Mônaco diretamente por email e foi autorizado o uso oficial…”, diz Dallagnol. O procurador, no entanto, foi repreendido por Vladimir Aras, então responsável pela cooperação internacional da Procuradoria-Geral da República. “Delta, melhor ter cuidado. Que tipo de situação é? As defesas podem questionar o canal. O DRCI também.”

DRCI é o “Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação, órgão vinculado ao Ministério da Justiça e responsável por toda a cooperação brasileira com outros países.

Decretos estabelecem que a colaboração deve necessariamente passar pelo Departamento, ao contrário do que se vê nos diálogos entre procuradores.

*Com informações do Conjur

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Tal mãe, tal filho

Vendo Miriam Leitão, na GloboNews, defender os interesses dos acionistas da Petrobras, entende-se como foi moldado o caráter do filhão Vladimir Netto.

Este, mantinha com o pudico Deltan Dallagnol relações absolutamente obscenas, imorais, para não dizer coisa pior, tal a perversidade que os dois, juntos, produziram, como revelam os vazamentos das conversas entre os procuradores da Lava Jato.

A GloboNews veicula uma informação sobre o que está ocorrendo na Petrobras e o que de fato ocorreu no período Lula e Dilma a partir de uma interpretação que interessa ao mercado e não a realidade dos fatos, porque jamais ela cria uma interação entre os funcionários de carreira da empresa.

O que a emissora de fato transmite para o seu público é uma informação manipulada sobre a Petrobras, vinda dos representantes do mercado, mais precisamente dos acionistas da Petrobras, para, com isso, ao invés de esclarecer, confundir.

Miriam Leitão pertence ao pelotão de frente da GloboNews para esses assuntos. E a partir de sua má índole associada à falta de informação real, ela enaltece quem fortalecer e, por outro lado, marginaliza quem ela quer fragilizar.

Não há uma única fala de quem se opõe à informação manipulada que Miriam Leitão transmite, mesmo sabendo que é manipulada pelo mercado.

Vladimir Netto, como mostram mensagens vazadas, herdou os traços mais marcantes da mamãe Miriam Leitão, que são os de cumprir com determinação o papel despótico da informação.

Assim, Vladimir mantém a marca da família que utiliza a força da mídia para controlar a informação e impor os interesses das grandes corporações, de forma cruel ao extremo em detrimento do povo, sempre.

*Carlos Henrique Machado Freitas

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Transparência Internacional, parceira de Dallagnol, tenta intimidar o STJ

A Transparência Internacional veio a público, no Twitter, em socorro da Lava Jato. Não é a primeira vez que se comporta como braço da operação ou como sua porta-voz. Para uma entidade que defende a transparência, parece ser uma operação pouco transparente. E diz algumas bobagens. Entendo a manifestação como uma tentativa de intimidar os ministros do Superior Tribunal de Justiça.

Escreve a Transparência:
“A abertura de inquérito por ato de ofício do presidente do STJ contribui para a franca deterioração das instituições democráticas brasileiras. Contraria a Constituição Federal e tratados internacionais dos quais o país é signatário.”

E acrescenta:
“Possíveis ilegalidades cometidas na Lava Jato, em qualquer operação anticorrupção ou em qualquer ato de agente público ou privado devem ser investigadas dentro dos marcos constitucionais — e jamais por medidas de exceção, que apenas agravam o quadro de autoritarismo crescente.”

Vamos pela ordem:
1: Diante de indícios graves de que a Corte teve ministros investigados ilegalmente, a Transparência Internacional acha que é a apuração — reitero: apuração, não condenação sumária — que deteriora a democracia.

2: A Transparência poderia dizer qual artigo da Constituição está sendo violado com a instauração do inquérito. Não diz porque não há.

3: A Corte instaurou o Inquérito com base no Artigo 58 do seu Regimento Interno, que foi recepcionado pela Constituição com a força de lei, assim como o do Supremo.

4: Qual é o tratado internacional que a investigação contraria? Melhor ainda, para ficar nos termos: quais são os tratados?

5: Inquérito aberto de ofício no Supremo, assentado no Artigo 43 do tribunal, foi considerado constitucional por 10 dos 11 ministros.

Acima, vão perguntas objetivas que não têm resposta. Agora, sim, vamos começar a submeter a Transparência Internacional a um teste de estresse.

“CONTEMPT OF COURT” (Desrespeito ao Tribunal)
Lembro aqui a questão a que tem recorrido o jurista Lenio Streck, que remete, senhores da Transparência Internacional no Brasil, não só ao direito, mas ao dever que têm o STF e o STJ de levar adiante os respectivos inquéritos: “Contempt of Court”, expressão que pode ser traduzida por “desprezo à Corte”. Ou “desrespeito”. Ou “desacato”.

No mundo inteiro — e não é diferente na Alemanha, sede da Transparência Internacional —, as Cortes dispõem de mecanismos que protegem a sua legitimidade para decidir. E só me interessam, para o caso, países democráticos. Nas ditaduras, todos os absolutos são relativos debaixo de baionetas.

Ilegítima, aí sim, é essa ação da Transparência Internacional, que entendo como uma tentativa de intimidar as cortes no Brasil. Dados os severos e graves indícios de que tiveram a sua integridade violada, deveriam, então, ser alvos passivos do “contempt of court”, entregando-se, a partir de então, a toda sorte de ataques?

A PUSILANIMIDADE DAS DEZ MEDIDAS
Chega a ser espantoso que a Transparência Internacional, que deu apoio institucional às tais “Dez Medidas Contra a Corrupção”, venha a público para contestar o direito e o dever que têm os dois tribunais de se proteger da opacidade criminosa de possíveis investigações ilegais.

Lembro que quatro das 10 medidas seriam adequadas a estados fascistoides:
– virtual extinção do habeas corpus;
– prisões cautelares que dependeriam mais de arbítrio do que de critério;
– admissão de provas ilegais em juízo;
– teste de honestidade que constitui a mais nefasta manifestação de “entrapment”, de armadilha.

É essa entidade que vem contestar o inquérito. Tribunais do mundo inteiro têm direito à autodefesa se aqueles que devem garantir a sua integridade não atuam. Lembra o jurista Pedro Serrano num papo que tivemos: “O Tribunal é a essência da garantia de direitos. Se ele não funciona, se ele não é protegido, não se protegem os direitos”.

O inquérito aberto por Dias Toffoli no Supremo e o aberto por Humberto Martins no STJ são garantias do funcionamento regular dos respectivos tribunais. Se a Transparência Internacional no Brasil não entende isso, então está preparada para atuar em outra área.

A propósito: a Transparência Internacional na Alemanha tem entendimento diverso sobre esse assunto? Naquele país, seus representantes são parceiros de procuradores que atacam cortes superiores no Twitter, por exemplo? Estão empenhados em quase extinguir o habeas corpus? Defendem o uso de provas ilegais para condenar? Promovem o “entrapment”?

ALGO ERRADO
Não conheço detalhes da atuação da Transparência Internacional mundo afora. Por aqui, parece-me haver uma promiscuidade com a Lava Jato que tisna a sua independência.

Reportagem publicada pela Agência Pública e pelo site The Intercept Brasil flagrou diálogos e, digamos, trocas de experiências entre Deltan Dallagnol e Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional em terras nativas, que me parecem macular o que deveria ser uma entidade independente.

Trechos:

Mensagens de Telegram trocadas entre o procurador Deltan Dallagnol e o diretor-executivo do capítulo brasileiro da Transparência Internacional, Bruno Brandão, entregues ao Intercept Brasil e analisadas pela Agência Pública sugerem uma proximidade pouco transparente da organização com a Operação Lava Jato. Com credibilidade mundial no combate à corrupção, a Transparência Internacional, também conhecida pela sigla TI, atuou nos últimos anos para defender publicamente a Lava Jato e seus protagonistas dentro e fora do Brasil, por meio de entrevistas, contatos com a imprensa e publicação de notas de apoio. As mensagens revelam que a ONG agiu diversas vezes a pedido do procurador Deltan Dallagnol, que deixou no começo de setembro a força-tarefa.

Os chats mostram que o então chefe da força-tarefa da Lava Jato tinha uma relação próxima com Bruno Brandão, diretor da Transparência Internacional. Dallagnol recorria a ele quando a imagem da operação estava em perigo ou quando queria promovê-la. Revelam também que a ONG teve acesso e palpitou na minuta do contrato assinado entre a força-tarefa e a Petrobras para a criação de uma fundação.
(…)

As conversas evidenciam que a Transparência Internacional se tornou uma espécie de braço publicitário da Lava Jato. E, como se vê, sem questionar seus métodos nem submeter a um exame razoável as suas teses — daí o apoio às Dez Medidas, nas quais estavam as quatro típicas de Estados autoritários. Leiam o que segue da reportagem da Pública e do TIB:

Após os primeiros anos, a Lava Jato passou a receber crescentes críticas sobre o seu impacto na economia brasileira. Em junho de 2017, o então procurador-chefe da Lava Jato pediu a Brandão que o ajudasse a pensar em estratégias para a operação conseguir apoio internacional. “Fiquei pensando se não poderia haver uma declaração internacional de apoio”, escreveu em chat privado no Telegram, no dia 2 de junho de 2017, às 14h17. “Falando que é importante que para o desenvolvimento econômico do país é preciso que a investigação prossiga, dentro da lei”, acrescentou.

Como solução, o diretor-executivo da TI chegou a propor a Dallagnol que a ONG, por meio de um estudo, desse o crédito da recuperação da economia do país à Lava Jato: “Acho que temos várias opções e que devemos começar a agir rapidamente. Podemos começar a ver isso na quinta-feira mesmo. Estamos pensando em começar uma pesquisa sobre a percepção dos maiores investidores institucionais estrangeiros no Brasil sobre o que eles pensam da Lava-Jato, se é bom pra economia ou não – e duvidaria que um investidor olhando o médio e longo prazo diria que não. Se o Brasil está começando a se recuperar podemos começar a creditar isso na conta do trabalho de vcs tb, colocando isso na boca do investidor estrangeiro daria muita credibilidade – e desmontaria um dos argumentos que os críticos mais repetem”, sugeriu Brandão a Dallagnol em 2 de junho de 2017.

Esse trabalho tem mais cara de assessoria de imprensa ou de marketing. O Ministério Público Federal é um ente do Estado brasileiro a exemplo dos Três Poderes da República. Não pode ele também ser pouco transparente.

NÃO É A PRIMEIRA VEZ
Parece que a intervenção da Transparência Internacional no Twitter repete procedimento que já se viu antes. Dallagnol pediu, certa feita, que Bruno Brandão saísse em defesa do então procurador Carlos Fernando, alvo de um procedimento no Conselho Nacional do Ministério Público por ter se manifestado nas redes sociais com impressionante violência retórica contra o então presidente, Michel Temer, e contra o STF.

O curioso é que o próprio Brandão resistiu porque até ele achava que o procurador havia se excedido. Dallagnol, no entanto, insistiu. Informa a reportagem:

Depois de diversas outras mensagens do procurador solicitando a nota, enfim, no dia 22 de maio de 2018, ela foi publicada na página do Facebook da Transparência Internacional. Na nota, a TI “expressa sua preocupação com a ameaça ao direito de liberdade de expressão de procuradores e promotores de Justiça” e “exorta também o órgão a esclarecer — não no caso individual, mas em interpretação geral — o que configura a quebra de decoro da qual Lima é acusado”, precipitando-se a um cenário em que Dallagnol poderia ser alvo de investigação.

No diálogo com Brandão, Dallagnol deixa claro que precisava do posicionamento da entidade para fazer pressão política. Escreveu o diretor da Transparência:

“Solta aí [a nota]. Não precisa ter repercussão. Faremos chegar a quem interessa”.

Ou por outra: a entidade se tornou, na parceria com a Lava Jato, um instrumento de pressão política. O procedimento contra Carlos Fernando não foi aberto porque houve empate. Dallagnol foi grato a Brandão:

“Sua voz foi importantíssima para levantar a importante discussão sobre esse caso, essencial para a liberdade de expressão, e consequente independência, dos membros do MP em casos envolvendo poderosos. Mais uma vez, gostaria de reconhecer sua importante e corajosa contribuição. Grande abraço, Deltan”.

Conhecemos “a liberdade de expressão” dos procuradores da Lava Jato. Não raro, confundia-se com o suposto direito à ofensa.

LEMBRAM-SE DA FUNDAÇÃO PORNOGRÁFICA?
Lembram-se da tal fundação que Dallagnol queria criar com metade de uma multa de R$ 2,5 bilhões paga pela Petrobras? Ele celebrou o acordo para criar a dita-cuja à revelia da Procuradoria Geral da República. A estrovenga foi homologada, claro!, pela juíza Gabriela Hardt, do núcleo de confiança de Sergio Moro e da Lava Jato. A coisa foi tão acintosa e escandalosa que Raquel Dodge, que não sabia de nada, recorreu ao Supremo para pôr fim àquela folia.

Brandão ajudou Dallagnol a desenhar a tal fundação. E foi a público defendê-la. Afirmou o seguinte em entrevista à Folha:

“A crítica seria razoável se o Ministério Público determinasse, de maneira discricionária, o destino dos recursos. Mas não é isso que está acontecendo. Eles não estão se apropriando dos recursos; estão devolvendo para a sociedade”.

Não sei em que parte do ordenamento jurídico brasileiro a Transparência Internacional encontrou a competência de uma força-tarefa para definir para onde deve ir um dinheiro que pertence ao erário.

BENEFICIÁRIA
Se tudo saísse conforme queria Dallagnol — mas o Supremo pôs fim à folia –, a própria Transparência Internacional estaria entre as beneficiárias na parceria com a tal fundação. Mais um trecho da reportagem, com transcrição conforme o chat:
Semanas depois de o diretor da Transparência Internacional ter opinado sobre o texto da minuta, a ONG foi convidada a opinar sobre a formação da fundação. O acordo assinado pelo MPF e pela Petrobras previa que entidades da sociedade civil indicariam nomes para compor um Comitê de Curadoria Social. Seus membros seriam responsáveis por supervisionar a constituição da entidade, a cargo do próprio MPF. Por escolha de Dallagnol, a TI foi uma das primeiras organizações convidadas.

“Temos agora que começar os passos pra constituir a fundação. Precisamos expedir ofícios. Acho que um próximo passo é obter indicação de pessoas com reputação ilibada e tal? FAz um despahco para expedirmos ofícios: -para convidar AGU e CGU para indicarem pessoa para participarem da constituição da fundação? um ofício dizendo que dadas as importantes funções e expertise etc, seria muito profícuo etc? e pede pra indicar alguém -para as entidades ? Olha o acordo e veja o que mais precisamos Quanto às entidades, tem que selecionar tb. De cabeça, penso em TI e Observatório Social. Tem tb a Contas Abertas, a Amarribo, o Instituto Ethos?. tem que ver quais mais. Vou perguntar”, escreveu Dallagnol a um assessor da procuradoria em 30 de janeiro de 2019.

CONCLUINDO
Leiam a íntegra da reportagem. Pergunto se, ao recorrer ao Twitter para acusar o STJ de desrespeitar a Constituição e de concorrer para deteriorar a democracia, a Transparência Internacional está prestando mais um serviço à Lava Jato; se está atendendo a mais um pedido.

É essa a prática da entidade mundo afora? Em outras democracias, também busca intimidar o Judiciário — e se faz parceira de quem intimida —, buscando impedir que esse atue dentro dos limites legais para se defender de ataques?

Brandão já anunciou que iria me processar. Talvez tenha mais afinidade com a “liberdade de expressão” de um procurador, que é homem de Estado, para desferir ataques violentos contra o próprio STF — que até ele achou exagerados — do que com a de um jornalista. Mas isso é lá com ele. Faça o que achar melhor para a entidade que dirige.

Talvez seja o caso de a Transparência Internacional da Alemanha prestar um pouco mais de atenção ao que acontece no Brasil. Até onde sei, a entidade não pode ser braço ou porta-voz do Ministério Público. Seu compromisso com a transparência não permite.

De resto, uma corte que fica exposta a investigações ilegais também se torna porosa a pressões, achaques e chantagens. É assim que a Transparência pretende que se faça Justiça no Brasil?

Para encerrar mesmo. Note, Bruno Brandão: o STJ não vai usar o conteúdo das mensagens hackeadas. Abriu um inquérito, conforme permite seu regimento que tem força de lei, para que se proceda a uma investigação autônoma. A admissão de provas ilícitas era a 7ª das “Dez Medidas contra a Corrupção”.

E contavam com o seu apoio.

Não acha que isso tudo contribui para a “deterioração das instituições democráticas brasileiras”?

Que o STJ não se deixe intimidar.

Reinaldo Azevedo/Uol

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