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As urnas eletrônicas que Bolsonaro tem medo, mas não fala, estão no supermercado, no posto de gasolina

Bolsonaro, como todos sabem, é um boquirroto, ou seja, nada que sai da sua boca, presta, já o que ele evita falar, temos que prestar atenção, porque aí é  que está o calcanhar de Aquiles de um governante que provocou um morticínio, com mais de 663 mil brasileiros mortos pela covid que não para de fazer vítimas, mas ele não toca no assunto, mesmo vendo uma nova onda crescendo, porque na cabeça dele e de seus conselheiros qualquer assunto relacionado ao vírus, afeta a economia.

Na verdade, isso só é mais capítulo para justificar o desastre econômico que o país vive e que é sentido pela imensa maioria do povo. Não é sem motivos que mais de 60% declaram que não votariam nele em hipótese nenhuma, assim como é a reprovação do seu governo que passa dos 60%.

Qual a solução encontrada por Bolsonaro? Fantasiar o inimigo, criar lendas sobrenaturais que explicam a tragédia que o país atravessa por culpa exclusiva de seu governante.

Bolsonaro fala de urna eletrônica porque não pode falar de um carrinho de compra vazio do supermercado, nos preços dos alimentos, no açougue, nas feiras, menos ainda ele quer lembrar que uma casa tem cozinha, porque ali tem um item quee uma verdadeira urna eletrônica explosiva, chamada botijão de gás que sofreu um super aumento há uma semana, elevando o valor em muitos lugares a R$ 150,00.

E como uma tragédia nunca acontece sozinha, os postos de combustíveis também se tornaram verdadeiros monstros que estão comendo Bolsonaro pelo fígado.

E o que ele faz todas as vezes em que a Petrobras anuncia um novo aumento, agora, semanal? Grava uma live dando chilique contra o aumento de preço da gasolina, como se não fosse ele o principal responsável por essa hecatombe.

Abro um parêntese para lembrar que os militares que cercam Bolsonaro, a maioria fã do torturador Brilhante Ustra, são herdeiros não só do pensamento desse monstro, como dos economistas da ditadura que produziram a maior dívida do Brasil com o FMI e a maior inflação da nossa história, quando, todos que viveram essa época lembram, que os preços dos alimentos eram remarcados três vezes ao dia.

Por conta desse universo de bombas num país absolutamente minado pela economia neoliberal, o Brasil vive o que vive e Bolsonaro não consegue sair do limbo, porque simplesmente não governa e vive de declarações em que culpa os outros pelo próprio fracasso, fracasso de quem jamais trabalhou na vida e sempre, junto com os filhos, sugou as tetas gordas do Estado.

Daí, Bolsonaro transferiu toda essa tragédia que está desmanchando o país de forma corrosiva, para as urnas eletrônicas e, consequentemente produz o mesmo efeito na sua campanha, que sempre lhe deu vitória e ele nunca questionou, o que não deixa também de ser revelador para a população que tipo de governante Moro colocou na presidência na famosa falcatrua entre os dois vigaristas.

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Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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