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Pedro Guimarães usou recursos da Caixa para pagar obras em sua mansão

Instituição custeou instalação de postes de luz em jardim de casa alugada pelo então presidente do banco, informa a Folha.

A Caixa Econômica Federal custeou obras na mansão em que o agora ex-presidente do banco Pedro Guimarães mora em Brasília (DF).

As intervenções foram feitas em julho de 2020 por quatro funcionários de uma empresa que mantém contratos com o banco público para realização de serviços de manutenção em seus prédios e agências.

A Folha falou com dois dos funcionários da EMIBM Engenharia e teve acesso a imagens dos trabalhos sendo realizados. Segundo relato de servidores da Caixa, o custo foi de aproximadamente R$ 50 mil.

O advogado de Guimarães, o criminalista José Luis Oliveira Lima, confirmou a realização das melhorias e disse que elas foram autorizadas pelo setor de segurança após supostas ameaças recebidas pelo ex-presidente do banco.

A Caixa afirma que as obras estão relacionadas à segurança do então presidente e são previstas em normas internas.

A reportagem também teve acesso a uma conversa por aplicativo de mensagens em que a então diretora executiva de Logística e Segurança da Caixa, Simone Benevides de Pinho Lima, autoriza o deslocamento dos funcionários da EMIBM para realizar o trabalho na casa de Guimarães.

Procurada, Benevides disse que tudo aconteceu “dentro do trâmite legal” e por razões “de segurança”. “Foi na época da ameaça do auxílio emergencial, dos falsários, que publicaram a ameaça na internet.”

Na mesma época das obras, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar um ataque hacker ao presidente após o banco fortalecer as medidas de segurança para evitar golpes no pagamento do auxílio emergencial. Uma pessoa chegou a ser presa, em setembro, nos desdobramentos da apuração.

A casa foi alugada por Guimarães depois de o executivo deixar um apartamento mantido pelo banco em um hotel de luxo em Brasília. A residência fica na beira do Lago Paranoá, na região mais valorizada da cidade, e tem um campo de futebol. O jardim cuja iluminação foi paga pela Caixa se estende até as margens do lago.

A EMIBM tem contratos para serviços de engenharia com a Caixa há cerca de 25 anos, obtidos por meio de licitações.

O último contrato, de junho de 2020, tem valor estimado de R$ 16,3 milhões. Desse total, R$ 4,9 milhões já foram executados.

Questionado sobre a obra realizada na mansão no Lago Sul, um dos funcionários da empresa, o eletricista Francisco Adriano, respondeu que era uma benfeitoria da Caixa, mas disse que mais detalhes poderiam ser dados por Eliziário Filho, outro funcionário da empresa contratada pelo banco.

Procurado, Elizário Filho disse que, salvo engano, foram 11 postes instalados. “Antigamente tinha uma cerca, retiraram a cerca e ela ficou aberta pro lago. Quem me contratou foi a EMIBM, nós prestamos serviços para ele. Para mim, nada com Caixa. Eu nem sabia que era da Caixa.”

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Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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