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Ex-mulher de Bolsonaro tentou manter nacionalidade brasileira

Ex-mulher de Bolsonaro tentou manter nacionalidade brasileira.

Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro, teve recurso negado pelo Ministério da Justiça; advogada é alvo da PF.

Alvo da Polícia Federal (PF), a advogada Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro, tentou evitar que o Ministério da Justiça cancelasse sua nacionalidade brasileira. A decisão, que rejeitou o recurso da bolsonarista, foi assinada pelo Ministério da Justiça nesta terça-feira (7/2). Em 2011, Ana Cristina obteve cidadania norueguesa por ter se casado com um cidadão daquele país.

Segundo Guilherme Amado, Metrópoles, o processo para a perda de nacionalidade de Ana Cristina foi aberto pelo Departamento de Migrações do Ministério da Justiça no ano passado, no fim do governo Bolsonaro. Possivelmente, a pasta foi alertada da irregularidade pela Justiça Eleitoral, que analisou os documentos da então candidata a deputada distrital.

Agora, o ministério informará a decisão ao Itamaraty, à Polícia Federal e ao Conselho Nacional de Justiça. A Constituição permite que brasileiros tenham mais de uma nacionalidade só em três casos: naturalização por imposição, ascendência estrangeira ou nascimento no outro país. A mãe de Jair Renan Bolsonaro não cumpre nenhum desses requisitos.

Também no ano passado, Ana Cristina Siqueira Valle se tornou alvo da Polícia Federal após informar à Justiça Eleitoral ser dona da mansão que dizia alugar em Brasília. A PF suspeita que ela tenha usado um laranja para comprar o imóvel e apontou que a advogada movimentou R$ 9,3 milhões entre março de 2019 e janeiro de 2022. Nesse período, seu salário foi no máximo de R$ 8 mil.

Se mantiver investigações contra Ana Cristina, a Justiça brasileira deve ter dificuldades em colher depoimentos da ex-mulher de Bolsonaro. No limite, em caso de uma condenação, o Brasil teria de negociar com a Noruega uma possível extradição.

Em 2021, em entrevista à coluna, o ex-empregado de Ana Cristina e de Bolsonaro Marcelo Nogueira disse que a advogada colocou a mansão no nome de um laranja. A acusação nunca foi contestada pela advogada.

*Com Metrópoles

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