Mensagens reforçam a participação de militares bolsonaristas em uma tentativa de ruptura institucional
O conteúdo do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, trouxe conversas com o coronel Jean Lawand Junior, então subchefe do Estado Maior do Exército. Em uma das declarações, após o fracasso de uma tentativa de golpe, Lawand afirmou ser necessário avisar ao “povo que está há 52 dias cagando em banheiro químico e pegando chuva”. Em 21 de dezembro, Lawand diz a Cid que “soube que não ia sair nada” e Mauro Cid respondeu que “infelizmente”.
Bolsonaristas tentaram conseguir suporte jurídico para o golpe. A ideia seria a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Em uma conversa, Márcio Resende, por exemplo, defendeu que Bolsonaro acionasse o artigo 142 da Constituição (veja um trecho do diálogo na foto).
Mauro Cid citou o jurista Ives Gandra com o objetivo de reforçar argumentos para uma ruptura institucional, mas o próprio estudioso havia dito, em 2021 no Conjur, que, se houver crise entre os três poderes, as Forças Armadas podem “convocadas para garantir a lei a ordem, e não para rompê-las”.
O plano previa estado de sítio “dentro das quatro linhas” da Constituição. O termo “dentro das quatro linhas” era usado por Bolsonaro em declarações públicas.
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