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Heleno diz que Duda Salabert é mentirosa e chama deputada de “senhor”

O ex-GSI de Bolsonaro se irritou após a parlamentar falar sobre atuação do general em missão no Haiti e disse que colocaria a deputada na justiça por conta de “afirmativas mentirosas”

O general Augusto Heleno Ribeiro Pereira chamou a deputada Duda Salabert (PDT-MG) de “senhor” durante depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, nesta terça-feira (26/9). Depois de perder a paciência diante de pergunta da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) se exaltou após a deputada citar a atuação do militar em missão no Haiti, diz o Correio Braziliense.

Durante o tempo de fala como oradora na CPMI, Duda citou alguns pontos do currículo do general e disse que a operação Punho de Ferro, no Haiti, coordenada por Heleno, “resultou no massacre de diversas crianças e mulheres”. Nesse momento, o ex-ministro interrompeu a deputada e garantiu que “essa afirmativa é mentirosa”.

“Essa é uma afirmativa mentirosa. Se eu quiser, eu vou para justiça, processo o senhor e boto o senhor na cadeia”, declarou. No mesmo instante, Duda corrigiu o general: “é senhora”. “É senhora, não é senhor não”, reforçou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

“A Câmara dos Deputados não é um quartel”
Em seguida, a Comissão entrou em recesso e, ao retornar, o presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA), concedeu mais cinco minutos de fala para Duda. “O general Augusto Heleno, quando eu entrei na sala, me pediu desculpas por ter me tratado no masculino”, esclareceu a deputada.

“A gente se exaltou, eu citei a operação Punho de Ferro no Haiti, o general disse que iria me processar e eu seria presa. Eu não tenho medo de nenhum general e não tem essa de declarar ordem de prisão ou que vai mandar prender. A Câmara dos Deputados e o Congresso Nacional não são um quartel que o general pode mandar prender quem bem entender. Aqui nós estamos no contexto de democracia e não de ditadura, a qual o senhor ajudou a construir em 1964”, finalizou Duda.

Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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