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Israel é uma pedra no sapato de Biden que começa a incomodá-lo

Mortes de civis palestinos poderá custar votos ao presidente candidato à reeleição.

Em Minneapolis, a cidade mais populosa do estado do Minnesota, o presidente Joe Biden, candidato à reeleição, falava a seguidores na noite de quarta-feira (1/11) quando uma mulher que se apresentou como rabina interrompeu-o e disse em voz alta:

“Como rabina, preciso que você peça um cessar-fogo agora mesmo [na guerra entre Israel e o Hamas]”.

Biden respondeu:

“Acho que precisamos de uma pausa. Uma pausa significa dar tempo para tirar os prisioneiros.”

A Casa Branca esclareceu mais tarde que Biden se referia aos reféns detidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro a Israel. São mais de 200 reféns. O Hamas não revela quantos. Alguns já teriam morrido durante os bombardeios de Israel a Gaza.

A diferença entre um cessar-fogo e uma pausa pode parecer semântica, mas uma pausa é geralmente considerada menos formal e mais curta do que um cessar-fogo. 8.796 palestinos foram mortos até agora, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Anteriormente, a Casa Branca disse que apoia uma “pausa” para permitir o fornecimento de ajuda a Gaza e a libertação de reféns. Biden deu o seu apoio a Israel, mas mudou sua resposta nas últimas semanas à medida que morrem mais civis em Gaza.

O presidente enfrenta uma pressão cada vez maior por parte de grupos de direitos humanos, de outros líderes mundiais e de membros do seu próprio partido, o Democrata, que afirmam que o bombardeio a Gaza é um castigo coletivo imposto aos palestinos.

Democratas de Michigan alertaram a Casa Branca que a forma como Biden lida com o conflito Israel-Hamas poderá custar-lhe apoio suficiente dentro da comunidade árabe-americana para influenciar o resultado das eleições de 2024.

Michigan detém a maior concentração de árabes-americanos dos Estados Unidos. Cerca de 310.000 dos seus residentes são de ascendência do Oriente Médio ou do Norte da África. Biden venceu ali em 2020, mas quatro anos antes quem venceu foi Trump.

Em entrevista à revista Foreign Policy, Ehud Barak, o ex-primeiro-ministro israelense e ex-chefe do exército, admitiu que Israel “provavelmente perderá o apoio da opinião pública do mundo livre” devido à sua resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro:

“O nosso objetivo é limitar as capacidades militares e governamentais do Hamas na Faixa de Gaza. Isto não poderá ser conseguido apenas com ataques aéreos. Teremos que plantar provavelmente muitas milhares de botas no terreno.”

Sobre o apoio dos Estados Unidos:

“Sabemos que dentro de uma semana ou duas perderemos o apoio da opinião pública em muitas partes do mundo, e poderemos perder o apoio de governos. Acho que a América estará conosco, mas será cada vez mais complicado para ela.”

*Blog do Noblat

Por Celeste Silveira

Produtora cultural

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