Fotos com as mãos manchadas de sangue e equipadas com soco-inglês foram postadas por integrantes dos chamados justiceiros, que foram às ruas para “caçar” ladrões em Copacabana. Eles usam o aplicativo WhatsApp e outras redes sociais para se comunicar e compartilhar as imagens, além de divulgar vídeos com as agressões.
Um dos casos ocorreu na terça-feira (5), quando um jovem foi espancado por mais de dez pessoas na Rua Djalma Ulrich, em Copacabana. Ele foi acusado de roubar um celular, mas negou o crime. “Me bateram muito”, disse ele à polícia. No mesmo dia, um vendedor de balas foi confundido com um ladrão e também foi agredido pelo grupo, diz o g1.
O secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, condenou a atitude dos “justiceiros” e disse que eles também são criminosos. “Justiceiro é o berço da milícia. É exatamente isso, um grupo que se acha acima do bem e do mal, que se acha no direito de fazer justiça com as próprias mãos. E antes da milícia, nós tínhamos os grupos de extermínio. Praticam crimes com o objetivo de evitar crimes. Na verdade, são todos eles criminosos. O justiceiro é criminoso”, afirmou Santos, em entrevista à GloboNews.
A Polícia Civil informou que está analisando vídeos e imagens para identificar os envolvidos e esclarecer os fatos. Os delegados da 12ªDP (Copacabana) e 13ªDP (Ipanema) estão atuando nas investigações. Fazer “justiça com as próprias mãos” é crime previsto no artigo 345 do Código Penal Brasileiro.
ATENÇÃO: os tais "justiceiros", que estão "combatendo a criminalidade" em Copacabana, espancaram UM HOMEM NEGRO que não tinha nada a ver com os assaltos. Vale ressaltar, que os Pitboys não chegaram na hora do arrastão e nem subiram o morto para enfrentar traficantes, apenas… pic.twitter.com/M1paP1BZsu
— Vinicios Betiol (@vinicios_betiol) December 7, 2023