Dia: 11 de dezembro de 2023

‘Completamente colapsado’, diz Médicos Sem Fronteiras sobre sistema de saúde em Gaza

Entidade denuncia limitação de ajuda humanitária pelos constantes ataques israelenses a palestinos e estradas de acesso; Israel tenta culpar ONU pelo ‘mau uso’ da passagem de Rafah para entrega de recursos.

“O sistema de saúde está completamente colapsado neste momento”, declarou Marie-Aure Perreaut, coordenadora de emergência do Médicos Sem Fronteiras (MSF), dentro do próprio Hospital Al-Aqsa, localizado no centro da Faixa de Gaza.

Com os incessantes ataques de Israel ao território palestino, a líder da entidade denunciou a limitação dos recursos necessários para o atendimento das vítimas e a impossibilidade de acompanhar o fluxo de entrada de feridos.

A intensa operação militar comandada pelas autoridades de Tel Aviv tem como justificativa “eliminar o Hamas‘. No entanto, a tese perdeu credibilidade uma vez que a maior parte das vítimas fatais são os próprios palestinos, incluindo crianças e mulheres inocentes. Nesse cenário, membros de equipes humanitárias também têm sido atingidos. Muitos, inclusive, chegaram a perder a vida.

“Além disso, é extremamente difícil para os colegas passarem pelo pronto-socorro porque são eles que estão feridos. Há cerca de uma hora, um dos nossos colegas chegou ao pronto-socorro gravemente ferido junto com sua família”, desabafou Perreaut, classificando a situação como “traumatizante”.

Um dos maiores problemas relatados pelo MSF com relação aos pacientes é a falta de acesso ao tratamento, uma vez que os centros de saúde estão sendo obrigados a evacuar e as estradas não são nada seguras para chegar às clínicas disponíveis.

Passagem de Kerem Shalom ‘deverá ser aberta’
O COGAT, órgão militar israelense responsável pela coordenação de assuntos civis palestinos, afirmou que a passagem da fronteira Karem Abu Salem (Kerem Shalom) entre Israel e Gaza “deverá ser aberta”.

O secretário de assuntos humanitários das Nações Unidas, Martin Griffiths, já havia adiantado a informação na última quinta-feira (07/12), na ocasião em que estava criticando a impossibilidade de uma operação humanitária efetiva no sul de Gaza, região gravemente atingida na fase mais recente da operação israelense.

“Não temos uma ‘operação humanitária’ no sul de Gaza. Não se pode chamar por esse nome. O ritmo do ataque militar no sul é uma repetição do ataque no norte”, declarou o representante.

Ao falar em “capacidades de realizar inspeções para a entrega de ajuda a Gaza”, o COGAT também manifestou duvidar da competência da ONU ao culpar o órgão internacional por não entregar ajuda suficiente aos palestinos por meio da passagem de Rafah, atualmente aberta, com o Egito.

“A ONU tem que fazer melhor”, disse o COGAT em publicação.

*Opera Mundi

 

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Vídeo: “Conseguimos voltar ao Palácio”, diz padre Lancellotti, no lançamento de plano para a população em situação de rua

A situação de rua no país, com investimento de previsto de R$ 1 bilhão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto assinado regulamentando a lei que leva o nome do padre Júlio Lancellotti, uma figura crucial na defesa dos direitos da população em situação de rua.

A lei visa coibir intervenções hostis, como a instalação de divisórias em bancos, conhecida como arquitetura hostil, em prática conhecida como aporofobia. O religioso, presente no evento, elogiou o presidente e enfatizou o compromisso de preservar o patrimônio público. “E o povo da rua estando nesse Palácio não vai ter nenhum arranhão no patrimônio público porque nós vamos conservar aquilo que é nosso e é do povo da rua também”, afirmou o padre, recebendo sendo aplaudido pela plateia.

Vai dar merda

Quem sabe fazer cálculos dos mais prosaicos, sabe que se um troço tem tudo pra dar merda, vai dar merda.

É o caso do novo inventor da roda da fortuna portenha. Piorando as previsões na terra dos tangos e tragédias econômicas, Macri abocanhou 3 ministérios de Milei

Macri é aquele que entregou a Argentina a Alberto Fernandez aos cacos. Motivo? Neoliberalismo na veia da economia. Isso sempre foi e sempre será mortal para qualquer país. E nessa área, nós brasileiros conhecemos tudo. Vivemos vários infernos neoliberais com Collor, FHC, Temer e Bolsonaro.

Milei clonou seu cachorro, que morreu, e diz conversar com ele com ajuda de um médium.

Você acha que isso é tudo e nada tem a ver com economia? Então, leia isso sobre o nome de três de seus 4 cães : Murray Rothbard, Milton Friedman e Robert Lucas em homenagem a papas do neoliberalismo. Fim!

Os argentinos saberão o que é ter um Bolsonaro na presidência.

Governo Milei pode explodir a inflação argentina já nos primeiros meses, alerta economista

Em uma análise crítica, o renomado economista Fabio Giambiagi, associado ao Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre), manifestou preocupações consideráveis em relação à economia argentina sob a nova liderança de Javier Milei.

Com raízes profundas no país vizinho, onde passou parte de sua infância, Giambiagi examinou os desafios econômicos que a Argentina enfrenta, especialmente diante das propostas de Milei de dolarizar a economia e eliminar o Banco Central local.

Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Giambiagi expressou apreensão quanto à possibilidade de uma inflação superior a 200% ao ano nos próximos meses, destacando a gravidade da situação. O economista questionou as estratégias do governo Milei para combater o déficit público, sublinhando a necessidade de desindexação, além do ajuste fiscal, como um passo crucial que, em sua opinião, está sendo negligenciado.

Giambiagi também levantou preocupações sobre a dinâmica inflacionária, alertando para a possibilidade de a situação sair do controle, alimentando uma “profecia autocumprida” de inflação crescente. Em um ponto incomum, o economista destacou o reconhecimento por parte de Milei, durante sua posse, de que a economia poderia piorar antes de melhorar.

Giambiagi questionou a eficácia dessa abordagem e ponderou se ela será capaz de manter o capital político de Milei durante um período economicamente turbulento. As incertezas em torno das medidas propostas pelo novo governo argentino continuam a gerar debate e análise entre os especialistas econômicos.

Bolsonaro não pode ver uma arma que logo atira nele mesmo

De fora da foto oficial na posse de Javier Milei na Argentina.

Já seria de bom tamanho para Bolsonaro a narrativa de que ele foi o primeiro líder estrangeiro a reunir-se com Javier Milei antes da posse do novo presidente da Argentina, e que fora ovacionado na chegada à cerimônia no Congresso.

Talvez por falta de programa melhor, Bolsonaro desembarcou em Buenos Aires antes dos demais líderes da extrema direita internacional. Natural, pois, que fosse o primeiro a ser recebido por Milei. Quanto à ovação, confira no vídeo abaixo.

Bolsonaro sabe tirar proveito de multidões. A que se postou diante do Congresso estava ali para ouvir Milei e aplaudir os convidados. Bolsonaro foi ao encontro da turba, estendeu a mão atrás de apertos e ouviu um coro que gritava seu nome.

Valeu a demorada exposição ao sol. Seus assessores deram-se por satisfeitos com as imagens a serem postadas nas redes sociais, mas ele não. Queria mais. E, num lance ousado, tentou se infiltrar na foto oficial de Milei com chefes de Estado.

Deu ruim, segundo a Folha de S. Paulo. Luis Lacalle Pou (Uruguai), Santiago Peña (Paraguai), Gabriel Boric (Chile) e Daniel Noboa (Equador) manifestaram contrariedade, dizendo que seria imprópria a presença de um ex-chefe de Estado na foto.

Ainda mais em se tratando de um adversário do presidente do Brasil, representado na posse por Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores. Vieira foi o primeiro a cumprimentar Milei na Casa Rosada, sede do governo argentino.

Ninguém perguntou a Bolsonaro sobre o tamanho das manifestações convocadas por seus aliados no Brasil para protestar contra a indicação de Flávio Dino para ministro do Supremo Tribunal Federal — ou, se perguntou, ele calou-se.

A maior delas ocorreu na tarde do domingo na Avenida Paulista e ocupou duas vias em torno do Museu de Arte de São Paulo. Uma das faixas penduradas em um carro de som dizia:

“Senador que vota em comunista vota contra o Brasil e contra a liberdade”.

Os oradores apelaram para o discurso do medo, afirmando que Dino no Supremo significará “a legalização do aborto, a censura e a perseguição aos patriotas conservadores”. Foram ouvidos por quantas pessoas na hora do maior pico de gente?

Cerca de 5,6 mil pessoas marcaram presença no ato às 15h45, de acordo com levantamento do Monitor do Debate Político no Meio Digital, grupo de pesquisa da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo.

Em Brasília, o ato na Esplanada dos Ministérios ocorreu pela manhã, sob um sol forte e temperatura de 30 graus. Algumas centenas de pessoas deram o ar de sua graça. A Polícia Militar disse que não divulga estimativa de público.

A oposição planeja transformar a sabatina de Dino no Senado em uma extensão da CPI do Golpe. Quer desgastá-lo para tentar barrar sua nomeação. Das vezes que os bolsonaristas bateram boca com Dino no Congresso, perderam feio.

Acabaram achincalhados por ele. Desta vez, Dino está orientado a responder às perguntas como se fosse um lorde inglês. Não será fácil para ele. Sua aprovação é dada como certa na Comissão de Justiça e no plenário do Senado.

No plenário, ele precisa de 41 votos de um total de 81. Deverá ter entre 50 a 52. A conferir.

*Blog do Noblat