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O inacreditável Estadão ataca o pé quente de Lula

Há uma máxima no fotebol brasileiro, carregada de uma apaixonada superstição, que diz que, um grande goleiro tem que, antes de tudo, ter sorte. Ou seja, a sorte na nossa velha superstição, é o grande suplemento da qualidade de uma gestão.

E não pensem que a burguesia não é supersticiosa, faz parte do estilo do mercado essa falta de finura em buscar uma forma grosseira de produzir terrorismo econômico, ensinando aqueles que se afeiçoam pelo dinheiro em estado puro em esfolar a população, utilizando uniformemente campanhas, via mídia, para produzir falsas expectativas. Se for de um governo de esquerda, o mercenário criará uma ficção que produza, dentro de um determinado quadrado, a sensação de dar como condenado o governo pelas perspectivas que a burguesia estabelece como termômetro.

Mas esse mesmo produto da escória do sistema financeiro tem um olhar oposto quando o assunto é expectativa, se os supremos caciques da direita mandarem os mesmos fanfarrões tocarem o berrante, avisando que o dinheiro vai sobrar.

O nome disso é culto à picaretagem, não é ignorância. A corrente que, engrossada pela mídia, dizia que o governo Lula teve êxito em seus dois governos por essa pérola de que tinha dado sorte, quando a alma popular sabia que não era, nem de longe, o motivo  do sucesso dos seus governos.

Mas como as camadas mais pobres da população são desprezadas e odiadas pelo mercado, uma infinidade de besteiras brejeiras são jogadas ao léu para se passar a ideia de que Lula é um incompetente, que apostou na correnteza das exportações de comodities, desprezando o próprio trabalho, extremamente virtuoso que Lula protagonizou para abrir o mercado mundial para o Brasil.

Mas como Lula é Lula, ele literalmente fez disso, que seria um suposto limão, uma limonada para lá de refrescante para os ouvidos dos brasileiros, “se é verdade que eu tenho sorte, o povo deveria me eleger para sempre”.

Claro, o Estadão ficou enfezado com a sagacidade de Lula nessa frase épica.

Isso também explica por que Lula é Lula e o Estadão é o Estadão diante dos olhos do mundo.

Por Carlos Henrique Machado

Compositor, bandolinista e pesquisador da música brasileira

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